Title: METODOLOGIA E T
1METODOLOGIA E TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
- PONTO III.4
- Técnicas de Construção de Cenários
2Bibliografia
- Buarque, S.C. Metodologias e Técnicas de
Construção de Cenários Globais e Regionais.
Brasília IPEA, 2003 (Texto para Discussão Nº.
939), p. 50-67 - Marcial E.C. e Grumbach, R. J. dos S. Cenários
Prospectivos. Como construir um futuro melhor.
Rio de Janeiro 2002. p. 59-89 - Bas, Enric. Megatendencias para el Siglo XXI. Un
estudio Delfos. Méxic Fondo de Cultura
Económica, 2006, p. 78-134
3Tópicos de discussão
- Compreensão do Sistema-Objeto
- Identificação de condicionantes
- Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas - Definição de hipóteses plausíveis
- Combinação de hipóteses e análise de consistência
- Análise dos atores sociais
- Consulta à socidade
4Fonte Buarque, 2003
5Identificação de condicionantes
- A atividade fundamental e central do processo de
construção de cenários reside, como já foi dito,
na identificação dos condicionantes do futuro. - O instrumento central para essa percepção dos
condicionantes consiste na análise histórica e no
diagnóstico para conhecer o movimento da
realidade estudada e levantar latências e os
processos em curso que permitem antecipar
comportamentos futuros.
6Identificação de condicionantes
- A identificação dos condicionantes pode ser feita
com base em uma reflexão e em uma discussão
estruturada dos técnicos envolvidos no trabalho
de formulação, mas pode apoiar-se em alguns
recursos técnicos. - O mais importante é o estudo retrospectivo.
7Identificação de condicionantes
- O estudo retrospectivo é um levantamento
sistemático com base em dados e informações
secundárias e na revisão das literaturas técnicas
e especializadas para descrever o movimento e
as eventuais tendências visíveis da realidade. - Correlação conjuntura - estrutura
8Sistema-objeto Integração Sul-americana Sistema-objeto Integração Sul-americana
Variáveis Fatores (condicionantes do futuro)
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Resultado das negociações na rodada Doha na OMC
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Consolidação e ampliação do MERCOSUL (CAN/ALALC)
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Resultado das negociações do MERCOSUL com outros blocos comérciais (EU/Africa do Sul)
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Descontentamento dos países menores em relação ao Brasil
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Solidariedade do Brasil com os países pequenos
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Tendências à regionalização na economia mundial
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Resultados dos TLCs dos EUA com os países da América do Sul
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Aumento dos fluxos de comércio entre os países da região
Acordos de Livre Comércio Fluxos Regionais de Comércio Negociações Internacionais de Comércio Aumento dos fluxos de comércio da China com os países da região
Integração física Integração produtiva Integração financeira Criação do Banco do Sul
Integração física Integração produtiva Integração financeira Integração energética entre os países da América do Sul
Integração física Integração produtiva Integração financeira Evolução dos conflitos entre Brasil, Venezuela e Bolívia com relação aos biocombustíveis
Integração física Integração produtiva Integração financeira Interesse das empreiteiras em obras de infra-estrutura
Integração física Integração produtiva Integração financeira Falta de infra-estrutura de integração territorial
Integração física Integração produtiva Integração financeira Ativismo dos empresários brasileiros
Integração política Alinhamento ideológico Criação do Parlamento do Mercosul
Integração política Alinhamento ideológico Ascensão dos governos de esquerda nos países da América do Sul
Integração política Alinhamento ideológico Disputa entre Lula e Chaves pela liderança regional
Integração política Alinhamento ideológico Criação de redes subnacionais
Disputas territoriais Conflitos externos Fluxos migratórios Resultados das políticas de combate ao narcotráfico
Disputas territoriais Conflitos externos Fluxos migratórios Pressões internacionais sobre a Amazônia
Disputas territoriais Conflitos externos Fluxos migratórios Presença militar dos EUA na América do Sul
Disputas territoriais Conflitos externos Fluxos migratórios Ausência de conflitos armados intraregionais
Disputas territoriais Conflitos externos Fluxos migratórios Evolução das disputas territoriais entre Equador/Colômbia Bolívia, Peru e Argentina c/ Chile
Disputas territoriais Conflitos externos Fluxos migratórios Evolução da pretensão da Argentina com relação às Ilhas Malvinas
Integração cultural Evolução da integração cultural e linguística entre América espanhola e portuguesa
Fonte Buarque, 2003
9Compreensão do Sistema-Objeto
- Para assegurar a adequada compreensão do sistema
objeto e, ao mesmo tempo, a montagem de um
referencial de análise prático e objetivo, pode
ser utilizada uma ferramenta de trabalho chamada
análise estrutural
10Compreensão do Sistema-Objeto
- 2. Essa técnica é um recurso de análise utilizado
para que se compreenda e se delimite com precisão
o sistema objeto, por uma hierarquização de
variáveis e por uma análise das suas interações e
dos seus sistemas de causalidade.
11Compreensão do Sistema-Objeto
- 3. Por meio da análise estrutural é possível
estabelecer uma linguagem comum ao grupo que
expresse seu modelo mental. - 4. Permite que se destaque o conjunto de
variáveis determinantes e de maior relevância
para explicar o movimento do objeto de análise.
12Compreensão do Sistema-Objeto
- 5. O produto desse instrumento técnico é uma
lista das variáveis de maior poder de
determinação do futuro do sistema-objeto,
definindo as bases causais que devem ser
destacadas na identificação das incertezas
críticas (mais relevantes e mais incertas.
13Compreensão do Sistema-Objeto
- 6. Por meio de uma matriz quadrada
(variável/variável) cruzamento de todas as
variáveis entre si é possível dar pesos de
influenciação de cada uma sobre todas as outras,
expressando, aproximadamente, a intensidade
diferenciada de influência delas e relação de
causalidade.
14Compreensão do Sistema-Objeto
- 7. Cada variável da matriz tem dois valores
- Soma da linha que indica a influência
- Soma da coluna que indica dependência
-
15Fonte Buarque, 2003
16Variáveis Negociações Internacionais de Comércio Acordos Regionais de Comércio Fluxos Regionais de Comércio Integração física Integração produtiva Integração financeira Integração política Alinhamento ideológico Disputas territoriais Instabilidade Institucional Conflitos externos Fluxos migratórios Integração cultural S grau de influência
Negociações Internacionais de Comércio 3 3 1 2 2 1 2 1 2 1 2 1 21
Acordos Regionais de Comércio 3 3 3 3 2 2 1 1 2 2 2 2 26 2
Fluxos Regionais de Comércio 3 3 3 3 2 2 1 1 2 1 2 2 25
Integração física 1 2 3 3 2 2 1 3 1 1 3 2 24
Integração produtiva 2 2 3 2 2 2 1 2 2 2 2 2 24
Integração financeira 2 2 3 1 2 1 1 1 2 1 1 1 18
Integração política 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 26 3
Alinhamento ideológico 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 25
Disputas territoriais 2 2 2 2 2 2 3 1 3 2 2 2 25
Instabilidade Institucional 3 3 3 2 3 2 3 2 2 2 2 1 28 1
Conflitos externos 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 0 21
Fluxos migratórios 1 2 1 2 2 1 2 2 1 2 2 3 21
Integração cultural 1 2 2 2 1 1 2 2 2 2 2 3 22
S grau de dependência 24 28 30 24 27 22 24 17 20 25 20 25 20
3 1 2
Grau de influência alto 3, médio 2, baixo
1, nulo 0
17Compreensão do Sistema-Objeto
- 7. Para visualizar melhor o papel das variáveis
do sistema é possível fazer uma classificação da
posição mediante a combinação do poder de
influência e o grau de dependência.
18Compreensão do Sistema-Objeto
- 8. Isso permite distribuí-las em um sistema de
coordenadas dividido em quatro blocos (quadrantes
do diagrama) - Variáveis explicativas (alta influência e baixa
dependência). - Variáveis de ligação (alta influência e alta
dependência) - Variáveis autônomas (baixa influência e baixa
dependência) - Variáveis de resultado (baixa influência e alta
dependência) -
19Fonte Buarque, 2003
20(No Transcript)
21Compreensão do Sistema-Objeto
- 9. A análise estrutural pode ser também utilizada
para uma hierarquização dos atores sociais em que
é interpretado o peso diferenciado que eles têm
tanto na influência do sistema-objeto (matriz
ator/variável), quanto no terreno estritamente
político (matriz ator/ator). -
22Fonte Buarque, 2003
23MATRIZ ATOR VARIÁVEL
Variáveis Negociações Internacionais de Comércio Acordos Regionais de Comércio Fluxos Regionais de Comércio Integração física Integração produtiva Integração financeira Integração política Alinhamento ideológico Disputas territoriais Conflitos externos Fluxos migratórios Integração cultural S poder de influência dos atores
GOVERNOS
ATORES SUBNACIONAIS
EUA
CHINA
OMC
MERCOSUL
ALADI
CAN
EU
EMPRESAS NACIONAIS
MULTINACIONAIS
SINDICATOS
ONGS
IMPRENSA
Grau de influência alto 3, médio 2, baixo
1, nulo 0
24Compreensão do Sistema-Objeto
- 10. A influência dos atores resultará da sua
capacidade de interferir nas variáveis de maior
influência na realidade. - 11. Para estimar essa influência e para montar a
hierarquia dos atores, multiplica-se o peso deles
pela densidade da variável e obtém-se a síntese
da capacidade deles de determinar a realidade. -
25Fonte Buarque, 2003
26Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas
- Os condicionantes de futuro costumam ser amplos.
- Por isso é preciso classificá-los e selecioná-los
de acordo com o grau de relevância e incerteza.
27Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas
- Para tratar da relevância pode-se recorrer
diretamente à hierarquia definida para as
variáveis (análise estrutural), destacando
aqueles expressam movimentos nas variáveis
explicativas e de ligação, ou seja, aqueles que
pesam de forma mais decisiva sobre o
comportamento do objeto de trabalho.
28(No Transcript)
29Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas
- Para a classificação dos condicionantes segundo o
grau de incerteza de modo que sejam destacadas as
incertezas críticas, podem ser utilizadas
entrevistas com especialistas e/ou brainstorming
com conhecedores da realidade, o que visa
complementar a percepção da equipe técnica do
projeto.
30Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas
- Como recurso técnico podem ser utilizados também
diversas formas de matriz de análise de
condicionantes (matriz impacto/incerteza) e com
base nelas os condicionantes são classificados
segundo o grau de relevância (impacto) e de
incerteza.
31Fonte Buarque, 2003
32Fonte Buarque, 2003
33(No Transcript)
34Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas
- O tratamento do grau de incerteza e da força do
impacto tem, contudo, uma limitação por não
captar a diferença de intensidade manifestada por
cada condicionante na realidade atual. - É possível que um evento influencie uma variável
de alta relevância (tendo, portanto, alto
impacto) mas não apresente uma intensidade na
realidade atual. - Da mesma forma é possível um condicionante de
muita intensidade que não altere o desempenho das
variáveis, que por sua vez decidam de fato o
destino do objeto de estudo.
35Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas
- Por conta disso, para identificar os
condicionantes que deverão decidir os futuros
alternativos, parece pertinente considerar também
na análise a intensidade com que o fenômeno se
apresenta. - É preciso, portanto, trabalhar com uma matriz que
combine os pesos representativos dos eventos em
termos de relevância ou impacto (grande poder de
influência causal no sistema), de incerteza
(indefinição sobre desempenho futuro), e de
intensidade (evidência e visibilidade do evento).
36Fonte Buarque, 2003
37Classificação dos condicionantes e seleção das
incertezas críticas
- Da análise da última coluna (densidade) pode-se
selecionar os condicionantes fundamentais para a
definição do futuro, de preferência aqueles que
tenham, pelo menos, dois dos critérios com peso
médio.
38Definição de hipóteses plausíveis
- A definição de hipóteses sobre o comportamento
futuro das incertezas críticas é o momento
central da construção dos cenários, na medida em
que delas dependem as diversas alternativas
futuras. - Por isso, a formulação das hipóteses demanda um
rigoroso e cuidadoso tratamento técnico para
assegurar pertinência com o objeto e,
principalmente, sua plausibilidade.
39Definição de hipóteses plausíveis
- A formulação de hipóteses deve contar, sempre
que possível, com o apoio de especialistas que
com sua sensibilidade para o desempenho dos
eventos possam ter segurança de imaginar
comportamentos convincentes e plausíveis.
40Definição de hipóteses plausíveis
- Para essa tarefa podem ser utilizados três
recursos técnicos com diferentes graus de
sofisticação e de tratamento analítico - Entrevistas estruturadas com especialistas
- Brainstorming com técnicos conhecedores da
realidade - Método Delfos (Delphi).
41Definição de hipóteses plausíveis
- A entrevista estruturada é uma forma simples de
levantamento e de identificação dos técnicos e
dos especialistas. - Ao empregar roteiros abertos ou questionários
mais estruturados, a entrevista permite captar
múltiplas percepções, apoiando a equipe de
cenários na delimitação precisa da plausibilidade
e da variabilidade da hipóteses de cada
condicionante (incerteza crítica).
42Definição de hipóteses plausíveis
- O brainstorming é uma técnica de estruturação do
livre pensar de um determinado grupo que visa
construir conjuntamente as percepções de
especialistas sobre as tendências das incertezas
críticas por meio da troca de impressões e do
confronto do pensamento.
43Definição de hipóteses plausíveis
- A técnica Delfos é um mecanismo de consulta a
especialistas por meio do qual se estrutura uma
reflexão sobre as hipóteses plausíveis para o
futuro das incertezas, procurando confrontar a
percepção diferenciada sobre a probabilidade de
determinados eventos. -
- Consiste num consulta individualizada a
especialistas e compreende diferentes rodadas de
reflexão acerca dos relatórios que expressam a
visão convergente (ou divergente) dos técnicos. - O grupo consultado não se encontra e não discute
diretamente, mas acompanha a visão dominante
entre os participantes e posiciona diante dela,
promovendo revisões e redefinições nas diferentes
rodadas. - A consulta se inicia com uma pergunta-chave a
ser respondida individual e isoladamente por
todos os especialistas envolvidos.
44Combinação de hipóteses e análise de consistência
- Definidas as incertezas críticas e as hipóteses
de seu desempenho futuro, o trabalho deve
concentrar-se na montagem das combinações
possíveis destas para gerar as diversas
alternativas de comportamento do objeto.
45Combinação de hipóteses e análise de consistência
- 2. Para estruturar essas combinações de modo que
facilite o processo de análise de consistência
delas, pode-se recorrer à técnica de investigação
morfológica, a qual procura cruzar todas as
possibilidades de articulação das incertezas
críticas com suas hipóteses.
46Combinação de hipóteses e análise de consistência
- 3. Apenas as combinações consideradas
consistentes, cujas hipóteses combinadas
constituem uma realidade teoricamente robusta,
poderiam ser chamadas de cenários
47Combinação de hipóteses e análise de consistência
- 4. Há pelo menos três formas diferentes de
tratamento da investigação morfológica duas
baseadas em matrizes e uma que forma uma rede de
combinação das hipóteses.
48Fonte Buarque, 2003
49Fonte Buarque, 2003
50Combinação de hipóteses e análise de consistência
- 5. Quando se trabalha com um número muito grande
de incertezas, o instrumento (matriz ou rede)
perde operacionalidade. - Para contornar essa limitação, pode-se utilizar
uma matriz de investigação morfológica
simplificada que combina as incertezas com suas
hipóteses. - Em vez de formar combinações de hipóteses nas
colunas, elas vão se distribuir nas células da
matriz, acompanhando as linhas correspondentes de
incertezas. - Uma vez concluída a montagem da matriz, a
análise processa-se de cima para baixo, tentando
formar as combinações mais consistentes das
hipóteses distribuídas nas células, compondo
alguns conjuntos que constituem as bases dos
cenários (idéias-força). -
- Em vez de analisar todas as combinações
possíveis e de excluir as que não são
consistentes, procura-se compor diretamente
apenas as combinações de mais alta consistência. -
51Fonte Buarque, 2003
52Combinação de hipóteses e análise de consistência
- 7. Quando se trabalha com um número reduzido de
incertezas e de hipóteses, pode-se partir
diretamente para a identificação das alternativas
futuras (cenários), recorrendo a uma técnica
conhecida como matriz de impactos cruzados. - Considerando apenas duas incertezas, o processo
consiste em cruzar as suas hipóteses nas colunas
(primeira incerteza) e nas linhas (segunda
incerteza) de modo que cada célula da matriz
represente a combinação dos seus diferentes
comportamentos prováveis futuros.
53Fonte Buarque, 2003
54Combinação de hipóteses e análise de consistência
- 8. Na alternativa de apenas duas incertezas e
duas hipóteses, a matriz pode ser substituída por
um diagrama formado por dois eixos que formam
quatro quadrantes cada um deles constitui uma
combinação. - Essas combinações representam a base de quatro
cenários diferentes, gerados pelo efeito conjunto
dos comportamentos das incertezas.
55Fonte Buarque, 2003
56Fonte Buarque, 2003
57Combinação de hipóteses e análise de consistência
- 8. Trabalhando com três incertezas e duas
hipóteses os cenários Mont Fleur fizeram um
tratamento ligeiramente diferente. - As características diferenciadas desse esquema
decorrem do fato de que as três incertezas
apresentam uma dependência seqüenciada.
58Fonte Buarque, 2003
59Análise dos atores sociais
- Os cenários dependem, normalmente, da ação de
atores sociais responsáveis pela implementação de
políticas ou decisões que influenciam o
desempenho futuro da realidade estudada. - Por isso, torna-se necessário estudar a
sustentabilidade política dos cenários.
60Análise dos atores sociais
- 3. A matriz de sustentação política dos cenários
é uma das técnicas que consiste, em linhas
gerais, em um cruzamento dos atores sociais
envolvidos e interessados no objeto de análise
com as alternativas de futuro obtidas mediante a
investigação morfológica
61Análise dos atores sociais
- Os atores são listados na primeira coluna e
formam as diversas linhas da matriz. - As alternativas são distribuídas nas colunas.
- Antes dessas colunas é incluída uma primeira
coluna com a potência que expressa o poder dos
atores na estrutura política da região. - Procura-se interpretar a posição que cada um dos
atores assumiria diante das idéias-força dos
cenários preliminares definidas por meio da
identificação de cinco posturas distintas
patrocínio, apoio, neutralidade, oposição e
rejeição. - Posem ser atribuídos valores numéricos (positivos
e negativos) para expressar essas posturas (2,
1, 0, -1, -2)
62Análise dos atores sociais
- Concluída a análise de todas as linhas que
representam atores, pode-se ter ao final o
somatório das colunas que indicam o resultado
síntese dos apoios ou das oposições dos atores
aos cenários preliminares. - Chega-se, assim, a uma hierarquia de cenários em
termos de apoio relativo, o que permite
identificar aqueles com maior base política e
aqueles que, eventualmente, não têm
sustentabilidade.
63Fonte Buarque, 2003
64Análise dos atores sociais
- Outra forma de análise da sustentabilidade dos
cenários leva à montagem de um diagrama que
distribui no espaço bi-dimensional o interesse
(stake) e o poder (power). - Os cenários com base política contam com grande
parte dos grupos sociais entre os players e os
sujeitos (subjects) que podem constituir alianças
e formar o suporte político.
65Fonte Buarque, 2003
66Análise dos atores sociais
- Da mesma forma que análise estrutural ator/ator
pode ser feita também um interpretação do jogo de
poder dos atores sociais, procurando indicar as
estratégias de cada um deles diante dos outros. - O instrumento técnico dessa análise é a matriz
estratégica dos atores.
67Análise dos atores sociais
- Tal matriz tem o objetivo de analisar as
diferentes ações e iniciativas que os diversos
atores implementariam sobre os outros, como jogos
de estratégias, ao mesmo tempo em procura
identificar seus objetivos e instrumentos. - Nas células em diagonal se registram os objetivos
do autor quanto ao objeto e os meios com que
conta para defender seus interesses. - Nas outras células deve-se indicar o que cada
ator pode fazer para influenciar os parceiros.
68(No Transcript)
69Análise dos atores sociais
- Essa matriz permite desenhar as diversas alianças
e convergências possíveis entre os interesses e
estratégias dos atores assim como as
divergências e conflitos ao mesmo tempo em que
ajuda a avaliar os instrumentos efetivos que eles
possuem para influenciar as decisões.
70Consulta à sociedade
- No processo de consulta aos atores sociais sobre
seus desejos em relação ao futuro da realidade
estudada, podem ser utilizadas diversas técnicas. - Podem ser utilizadas três formas diferenciadas e
mesmo complementares de consulta à sociedade
sobre o desejo futuro oficina de trabalho,
entrevistas estruturadas, delfos político.
71Oficinas de Trabalho
- As oficinas são espaços de interação e de diálogo
direto entre os atores sociais, que organizam a
construção coletiva da sociedade sobre o futuro
desejado. - A oficina de trabalho pode utilizar vários
métodos de trabalho (Zoop, PES).
72Entrevistas estruturadas
- Apoiada em um roteiro ou em um questionário de
consulta, a entrevista pode gerar um conjunto de
informações que deve ser processado e organizado
para identificar a visão convergente da sociedade
sobre o futuro desejado. - Perde força por não criar o diálogo.
73Delfos político
- Constitui uma técnica de consulta estruturada a
atores sociais baseada num processo de coleta
individualizada em que são utilizados
questionários e de reflexão coletiva por meio
de várias rodadas de manifestação e análise dos
participantes.
74Propostas de cenários para o trabalho de
conclusão do curso
- Internacionalização das empresas brasileiras
- Mudanças nas estrutura industrial brasileira
- Mudanças no sistema financeiro internacional
- Evolução do sistema internacional de comércio
- Papel dos BRICS na economia mundial.
- Impactos do uso dos biocombustíveis
- Relações bilaterais Estados UnidosChina
- Relações bilaterais Brasil-China
- Crise do euro e futuro da UE
- Criação do Estado Palestino
75Bibliografia
- BAS, Enric. Megatendencias para el Siglo XXI. Un
estudio Delfos. México Fondo de Cultura
Econômica, 2004, p.78-134.BUARQUE, S. C.
Metodologia e Técnicas de Construção de
Cenários. Textos para Discussão N.º 939.
Brasília IPEA, 2003, p.50-67GODET, M. Creating
Futures. Scenario Planning as Strategic
Management Tool. Paris Economica. 2006,
p.107-159MARCIAL, E. C. e GRUMBACK, R. J.
Cenários Prospectivos. Como construir um futuro
melhor. Rio de Janeiro Editora FGV, 2004.
p.43-89