Title:
1- SEM desafios, sem conflitos não há educação
Teóricos críticos - Muitos conceitos lutam para não serem capturados
2O CAMPO CURRICULAR E O ENSINO PROFISSIONALIZANTE
EM ENFERMAGEMProfa. Dra. Maria Helena
Salgado Bagnato mhbagnato_at_gmail.com
31. CONCEPÇÃO CURRICULAR O que é?
- O currículo é um projeto, cujo processo de
construção e de desenvolvimento é interativo ,
abarcando várias dimensões e contextos
político, econômico, cultural, social,
administrativo e acadêmico (Pacheco, 2005).
4 Currículo
- É um lócus no qual há disputas, embates,
conflitos, contestações, negociações, consensos
entre diferentes atores e/ou instituições com
distintos interesses e influências de diferentes
tradições e concepções sociais, ao redor de
formas de poder específicas - Ele corporifica formas particulares de agir,
sentir, falar e ver - É um campo de práticas e de construções
sócio-históricas
5CONCEPÇÃO CURRICULAR O que é?
- O currículo é um território de produção de
identidades e subjetividades sociais - Um processo de formação profissional ao
selecionar e organizar certos conhecimentos num
modelo curricular, ao eleger os pressupostos e
princípios para dar base a esta formação, ao
assumir objetivos e finalidades, entre outras
atividades, propicia também contornos a uma
identidade profissional.
62. Níveis Curriculares
- O currículo pode ser compreendido como um
processo que envolve uma rede de relações, de
diferentes contextos que interagem -
73- Teorias de currículo - Fundamentos
- Psicologia sujeito ativo, aprendizagem
significativa, autonomia, - Sociologia relações de poder, conhecimentos
- Nova sociologia vê o currículo como uma
construção cultural organização curricular e
poder - Linguagem discurso, sentidos, significados,
capacidade de comunicação - História contexto, sujeito sócio-histórico,
problematização - Economia competência, empregabilidade
83.Teorias do Currículo
- Quais questões uma teoria do currículo busca
responder? - Quem? Que ser humano? Que profissional?
Identidade profissional? - O que ensinar? Qual conhecimento é considerado
válido? gt seleção conteúdos - Por que esses conhecimentos? Saber e poder
9Tradicional
- O currículo remete a uma questão de
desenvolvimento, de técnico - Teóricos Bobbit, Tyler
- Quais os objetivos educacionais?
- Quais as experiências educacionais?
- Como organiza-las de maneira eficiente?
- Como ter certeza de que os objetivos foram
alcançados? - Mensuração
- Como?
10 Crítico
- Teóricos Michael Young, Paulo Freire, Henry
Giroux, Marx, Gramsci, Michael Apple - Desenvolver conceitos que permitam compreender o
que o currículo faz - Questionamentos, Problematizações, transformações
na realidade - Questiona as relações de poder, de controle, a
- construção de valores e significados
11 Crítico
- Ideologia, poder, resistência, conscientização,
emancipação, classe social, hegemonia, reprodução
social e cultural - Por que?
12Pós-crítico
- Teóricos Tomaz Tadeu, Guacira Lopez, Derrida,
Gattari, Foucault - Gênero, raça, etnia, identidade, diferença,
subjetividade, significado, discurso, alteridade,
saber, poder, linguagem
13Teorias Críticas e Pós-críticas
- Nenhuma teoria é neutra ou desinteressada
relações de poder - Interessadas nas conexões entre saber, poder e
identidade
14 5.Modelos de Currículo
- A. Currículo Acadêmico
- Elemento central é o conhecimento (visto como uma
construção) e está nas disciplinas acadêmicas
(certas áreas do conhecimento são vistas como
mais importantes que outras) - ênfase na transmissão do conhecimento
- Métodos aula expositiva, pesquisa, trabalhar com
problemas - -
15A. Currículo acadêmico
16B.Currículo Tecnológico
- - Tem uma ênfase comportamental ou empírica.
Especifica o processo de aprendizagem nas formas
que podem ser observadas ou medidas. - - Ênfase nos materiais e nos objetivos gt pode
utilizar objetivos afetivos, psicomotores e
cognitivos - Método geralmente os alunos trabalham sozinhos
ensino baseado no computador módulos
auto-instrucionais, cassetes para vídeos e audios - Organização relaciona-se com disciplinas os
objetivos são organizados num continuum ou
hierarquia de habilidades
17B.Currículo Tecnológico
- Avaliação
- - O tecnólogo está mais preocupado com a eficácia
do processo - - Acredita-se que se o material foi bem planejado
vai produzir as competências esperadas - Problemas pode ter alto custo, pode ter maiores
influências sobre os conteúdos
18C- Currículo Reconstrucionista Social
ALUNO
PROBLEMAS DA SOCIEDADE
Traço dominante gt realizar a crítica social,
efetivar mudanças sociais Compromisso para
criar uma nova cultura
Questões 1. a comunidade pode trabalhar
coletivamente para resolver seus problemas
(cooperação)? 2. As instituições políticas e
econômicas podem ser reestruturadas para que as
pessoas tenham acesso aos recursos materiais e
humanos?
ORGANIZAÇÃO
19C- Currículo Reconstrucionista Social
- Avaliação
- - Os alunos ajudam a selecionar, administrar e
avaliar os exames. - - Demanda interdependência e consenso social
- - Interesse na qualidade de vida, poder político
das classes trabalhadoras - - Processo de conscientização
20D. Humanista
DESLOCAMENTO DO FOCO
PSICOLOGIA HUMANISTA COMO BASE PARA UMA EDUCAÇÃO
LIBERTADORA (MASLOW)
conteúdo
Indivíduo
- Objetivos aumento da conscientização pessoal e
redução da auto-alienação - e aquisição de conhecimentos
- O indivíduo responde como um todo ao processo de
educação sentimentos, idéias, emoções. - Busca integridade, autonomia, crescimento auto
realizador - abordagem holística
21PROPOSTAS CURRICULARES
CONTEXTO SOCIO-HISTORICO-CULTURAL Fatores
Estruturais conhecimento(s) - cultura
Fatores processuais Avaliação
Objetivos -identidade
226. Organização Curricular
- Disciplinas gt Fragmentação, compartimentalização
dos conhecimentos - Módulos possibilita a escolha de diferentes
caminhos gt Os componentes curriculares são
agrupados segundo princípios de identidade,
configurando unidades pedagógicas autônomas - Projetos organizado através de temas de
investigação ou de intervenção na realidade - Problemas organizado através da formulação de
casos, de problemas, de questionamentos
23PROJETO CURRICULAR
Criticidade Autonomia Comunicação Trabalho em
Equipe
24PROJETO CURRICULAR
- Diretrizes - Princípios
- Integralidade gt múltiplas dimensões do processo
saúde-doença ações de promoção, proteção,
recuperação e reabilitação que respeitem a
integridade do ser humano visão do sujeito em
cuidado como um todo - Ampliação dos cenários de prática
25 Diretrizes - Princípios
- O trabalho em saúde apresenta especificidades é
um trabalho reflexivo e as decisões a serem
tomadas implicam a articulação de vários saberes
que provêm de diversas instâncias de caráter -
científico, técnico, advindo da experiência de
trabalho social - que são mediados pela dimensão
ético-política. - Formação tem como referência as diretrizes do SUS
26PROJETO CURRICULAR currículo vivo
- Envolvimento do COLETIVO
- - Gestores - Corpo docente - Representantes
dos alunos Egressos - Profissionais que atuam
na prática - Planejamento pedagógico inclui também as
dimensões da organização do trabalho escolar, da
gestão democrática, da eleição das lideranças, da
autonomia da escola e da participação da
comunidade.
27MODELO CURRICULAR Cursos Profissionalizantes
em saúde
- COMPETÊNCIAS
- Competência é a capacidade para aplicar
adequadamente conhecimentos e habilidades para
alcançar um determinado resultado em um contexto
concreto(DCNETS,1999, p.14).
28Competência
- Competência profissional - baseia-se no
princípio - da humanização do cuidado em sua dimensão ética,
reconhecendo e valorizando a autonomia das
pessoas para assumirem a própria saúde - Para Schwartz (1998) o agir competente inclui
seis componentes - seguir corretamente um protocolo experimental
- tomar decisões frente aos eventos
- fundamentar essas decisões
- transferir saberes para novas situações
- formalizar saberes em novos protocolos
- trabalhar em equipe.
29COMPETÊNCIAS
- Técnica gt aprender a fazer
- Humanagt aprender a ser - subjetividade
- Socialgt aprender a viver com os outros
- Cognitivagt aprender a conhecer
- Comunicativas
- organizacionais
-
- Política gt aprender a problematizar, a
questionar -
- Culturalgt aprender a relacionar-se com as
diferenças -
30Modelo de Competências
- Tende a dar importância às diferenças e
particularidades individuais - Centrada mais na aprendizagem o aluno é o
centro autonomia do aluno - Construção significativa do conhecimento
- Currículo ressalta as experiências concretas dos
sujeitos competência indissociável da ação - Dá importância para alguns princípios tais como
globalização, integração e interdisciplinaridade
31PROPOSTAS CURRICULARES
- Integração Curricular - polissemia discurso
- Presente diretrizes da UNESCO- Doc. Educação para
o séc. XXI Relatório Jacques Delors - Integração é relacionada mais com atitude diante
do conhecimento do que uma concepção diversa
desse mesmo conhecimento - -Aprender a conhecer abertura a outras
linguagens e outros conhecimentos ,
comunicar-se cooperar. -
32Integração curricular
-
- gtNão garante os questionamentos acerca do poder
e da ordem vigente - gtNão é problematizado quais os conhecimentos
válidos para essa formação. -
33Integração curricular
-
- Ensino Fundamental
- Temas Transversais
- Ensino médio
- Interdisciplinaridade
- gt Interdisciplinaridade - Busca estabelecer uma
intercomunicação e uma cooperação com
enriquecimento e modificações mútua -
34(No Transcript)
35- Avaliação
- A avaliação instaura a reflexão e o
questionamento, a produção de sentidos, envolve o
reconhecimento e a semeadura de valores
fundamentais como razão, emoção, criatividade,
disciplina, imaginação, solidariedade,
honestidade. - (VASCONCELLOS, 2002).
36AVALIAÇÃO
-
- Da Aprendizagem
- Do Trabalho Pedagógico
-
- Do Projeto Político-Pedagógico Currículo -
Curso - Institucional
37DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO
- Ética
- Política
- Psicológica
- Pedagógica
38AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIA
-
- A apreensão das competências implica verificar
a integração teoria / prática necessitando de
condições de observação e contínuo acompanhamento
e monitoramento de desempenho. Ou seja, se exige
mais do que conhecer o perfil do profissional em
termos de competências e padrões de desempenho
desejados , as capacidades e saberes, saber fazer
e saber ser . -
(DEPRESBITERIS, 2001)
39 É importante planejar a avaliação
considerando-se três de suas dimensões
fundamentais
- Diagnóstica inicial
- Formativa
- Recapitulativa.
- (dimensão certificativa )
- ( RAMOS, 2001,p.26)
40Diagnóstica inicial
- Os instrumentos utilizados nesse tipo de
avaliação, conjugados entre si ou não, podem ser
- Exercícios de simulação
- Realização de um microprojeto ou tarefa
- Perguntas orais
- Exame escrito.
41Formativa
- Permite identificar o nível de evolução dos
alunos no processo de ensino-aprendizagem.
42Recapitulativa
- Reconhecer se os estudantes alcançaram os
resultados esperados, adquiriram algumas das
destrezas e habilidades propostas, em função das
situações de ensino e aprendizagem planejadas
43Princípios básicos para uma avaliação de
competência profissional
- Selecionar os métodos (perguntas simulações
provas de habilidades observação direta
evidências de aprendizagem prévia) - Utilizar uma mescla de métodos que permita a
inferência da competência - Métodos holísticos ou integrados de avaliação
(combinação de conhecimento, compreensão,
resolução de problemas, habilidades técnicas,
atitudes e ética na avaliação) - ( HAGER, 1995, apud MERTENS, 1996)
44Cultivar atividades que conectem o conhecimento e
a reflexão-na-ação dos profissionais. Schön
(2000)
45Nas práticas avaliativas
- O professor coleta, analisa e sintetiza, da forma
mais objetiva possível, as manifestações das
condutas cognitivas e afetivas dos educandos,
produzindo uma configuração do efetivamente
aprendido, atribui uma qualidade a essa
configuração da aprendizagem e toma uma decisão
sobre as condutas docentes e discentes com base
nessas informações. - (RAMOS, 2001 LUCKESI 1991).
46PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
- Para desenvolver uma prática pedagógica reflexiva
é necessário criar condições de colaboração e
trabalho em equipe entre professores e alunos
(GARCIA ,1992). - E necessário ainda ressignificar as práticas
pedagógicas em sala de aula, especialmente a
práxis da avaliação ( SORDI, BAGNATO, 1998).
47Para desenvolver um processo avaliativo na
perspectiva integradora, emancipatória é
necessário
-
- considerar o nível de ensino, as características
dos alunos, da disciplina, do curso e as
especificidades da formação profissional.
48- Proporcionar o Diálogo (professor/alunos,
alunos-professor, alunos-alunos) para adquirir ou
construir conhecimentos - Dar lugar a relações de respeito mútuo e
compartilhamento
49Discutir com os alunos do plano da disciplina, os
elementos que o compõe e especialmente o sistema
de avaliação Utilizar uma gama variada de
instrumentos e procedimentos para avaliar a
aprendizagem dos alunos, compatíveis com as
características e os processos de aprendizagem do
aluno
50- atentar principalmente para os processos e não só
para os resultados - dar possibilidades aos protagonistas de se
expressarem e de se avaliarem - intervir, com base nas informações obtidas via
avaliação, em favor da superação das dificuldades
detectadas - configurar a avaliação a serviço da
aprendizagem, como estímulo aos avaliados e não
como ameaça
51- contextualizar e integrar a avaliação ao processo
ensino aprendizagem - definir as regras do jogo avaliativo desde o
início do processo - difundir as informações e trabalhar os
resultados, visando retroalimentar o processo - realizar meta avaliação, paralela aos processos
de avaliação propriamente ditos - considerar e respeitar as diferenças e as
dificuldades manifestadas em sala de aula, suas
idéias, seus questionamentos.
52- Levar em conta a razão, o raciocínio crítico, mas
também a criatividade, a autonomia, considerando
a complexidade do real e o inacabamento do ser
humano - Promover oportunidades para que os alunos se
desenvolvam, amadureçam intelectualmente e
moralmente.
53Referências
- BAGNATO, M.H.S. Bassinelo, G. A. H. Lacaz, C.
P. da C. Missio, L. - Ensino Médio e educação profissionalizante em
enfermagem algumas reflexões. Rev Esc Enferm
USP. 2007 41(2)279-86. - LOPES, A. C. MACEDO, E. Disciplinas e integraçao
curricular historia e politicas. R.J. DPA,
2002. - PACHECO.2005
- RAMOS, Marise . Indicações teórico-metodológicas
para a laboração de currículos na educação
profissional de nível técnico em saúde. Educação
profissional em saúde e cidadania - SILVA, T. T. da Documentos de identidade uma
introdução às teorias do currículo. Belo
Horizonte Autêntica, 2002. - VEIGA, I.P.A. NAVES, M.L. de P. Currículo e
avaliação na educação superior. Araraquara
Junqueira Marin Edit, 2005. - ZARIFIAN, P. A Gestão da e pela competência. In
Seminário Internacional Educação Profissional,
Trabalho e Competências. Rio de Janeiro, 28 a 29
de novembro de 1996. Rio de Janeiro SENAI/DN,
CIET, 1998. -