Title: Teoria Macroecon
1Teoria Macroeconômica II (A)Teoria da
InflaçãoNotas de Aula
- Prof. Giácomo Balbinotto Neto
- UFRGS
2Bibliografia Recomendada
- Marques, Maria Silvia Bastos (1987), RBE
- Lopes Rosetti (2005, cap. 6)
- Helmut Frisch (1983)
- Mishkin (2000, cap.24, 26 a 28)
- Simonsen, Mário Henrique
- (1983, cap. 7, 8 e 11)
3Inflação Definição e Caracterização
- A inflação pode ser definida como um aumento
sustentado no nível de preços ao contrário de um
aumento de uma vez por todas nos preços. - A inflação lida com o aumento nos preços médios
e não apenas com o aumento de alguns poucos
preços na economia.
4O Conceito de Inflação
- A inflação é definida com sendo uma elevação do
nível geral de preços de uma economia. - A taxa de inflação é medida pelo percentual de
incremento do índice de preços durante certo
período de tempo, isto é - ? (P1-Po)/Po
5 Inflação e Nível de Preços
- Inflação é um processo no qual o nível de preços
está aumentando e a moeda perdendo valor. - A inflação não é ou não se refere ao aumento no
preço de um ítem isolado. - Inflação é o aumento no preço de todos os itens
em percentagem similar.
6Índices de Preços Usados no Brasil
- Índice Geral de Preços
- Índice de Preços ao Consumidor
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor
- IPCA - Abrangência geográfica Regiões
metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São
Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e
município de Goiânia
7IGP-DI
8IPCA
9Índices de Preços Usados no Brasil
- Deflator do PIB - é a razão entre o PIB Nominal
e o PIB Real, ou seja, é o preço de determinada
mercadoria ou serviço em um determinado ano
relativamente ao preço desta no ano-base. - Resumindo O PIB nominal mede o valor da
produção da economia. O PIB real mede a
quantidade de produto, ou seja, a produção
avaliada em preços constantes (do ano-base). O
deflator do PIB mede o preço da unidade típica de
produto em comparação com seu preço no ano-base.
10Índices de Preços Usados no Brasil
- IPEA - Instituto Brasileiro de Pesquisa
Econômica Aplicada - Uma incrível base de dados
de vários indicadores da economia Brasileira e
com os números índices dos indicadores. - BC - Banco Central do Brasil - É possível
pesquisar vários índices econômicos, também com
uma enorme base de dados disponível. - IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - Onde é possível colher todas as
informações sobre os índices de preços por ela
elaborados, inclusive séries históricas. - FGV - Fundação Getúlio Vargas - Você pode,
gratuitamente, fazer diversas pesquisas das
séries históricas dos índices de preços. Séries
completas são cobradas. - FIPE - Página da Fundação e Instituto de
Pesquisas Econômicas - onde se disponibiliza
gratuitamente todas as informações e séries
históricas dos índices por ela elaborados e
pesquisas de preços de veículos, etc. - DIEESE - Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Sócio-Econômicos - Conheça
informações detalhadas sobre o ICV, entre outras
várias informações do site. - CNI - Página da Confederação Nacional das
Indústrias - com uma enorme quantidade de índices
de preços do país divididos em categorias. A
consulta às séries mais recentes é gratuita, mas
se você quiser efetuar download, será cobrado.
11Taxa de Inflação e Planos de Estabilização
Econômicos Brasil (1976 - 2004)
Inflação ( a.m.)
12A Natureza da Inflação
- A inflação é um fenômeno de natureza monetária.
- Segundo Milton Friedman (1992,p. 179) A
inflação na faixa à qual ficamos acostumados, sem
falar na faixa hiperinflacionária, só se tornou
possível depois que o papel moeda passou a ser
multiplicado indefinidamente, a um custo
insignificante é necessário apenas imprimir
números mais altos nos mesmos pedaços de papel.
13Quando há inflação? A Visão de Friedman
- A inflação ocorre quando a quantidade de moeda
aumenta muito mais rapidamente do que a produção,
e quanto mais rápido o aumento da quantidade de
moeda por unidade de produção, mais alta a taxa
de inflação. Talvez não exista nenhuma outra
proposição, em economia, que seja tão bem
confirmada quanto esta.
14Qual a causa da inflação?
- Nenhum governo aceita de bom grado a
responsabilidade por provocar inflação,mesmo que
num grau moderado, e muito menos a taxas
hiperinflacionárias. Autoridades do governo
sempre acham alguma desculpa - empresários
gananciosos, sindicatos vorazes, consumidores
perdulários, xeques árabes, mau tempo ou qualquer
outra coisa que pareça remotamente plausível. Não
há dúvida de que os empresários são gananciosos,
os sindicatos são vorazes, os consumidores são
perdulários, os xeques árabes têm aumentado o
preço do petróleo e o tempo muitas vezes é ruim.
Qualquer um deles pode provocar preços altos para
itens isolados não podem provocar preços em
alta para bens em geral. Podem causar altos e
baixos temporários na taxa de inflação. Mas não
podem provocar uma inflação contínua, por uma
razão muito simples nenhum dos supostos culpados
possui uma impressora na qual possa produzir
legalmente aqueles pedaços de papel que levamos
em nossas carteiras e chamamos de dinheiro
nenhum deles tem poderes legais de autorizar um
guarda-livros que faça lançamentos em
livros-razão que sejam equivalentes a esses
pedaços de papéis.
15Índices de PreçosHenri Guitton (1955)
- ...um índice é uma maneira de designar um
fenômeno oculto ou complexo. È antes uma seta que
indica um caminho desconhecido. De uma maneira
menos figurada, é um elemento que exprime um
outro elemento difícil de ser apreendido
diretamente... No mundo econômico, não se
conhecem índices perfeitos, exatos. Existem
muitos índices e, a priori, não se conhece o
melhor. E é porque um único elemento não pode
sozinho, indicar um fenômeno complexo, que a
técnica estatística procura contornar através de
um estratagema. É aquele do número índice.
Trata-se de um número abstrato que exprime, em
principio um conjunto de fenômenos que se
desejaria entender como um todo.
16Índices de Preços
- Índice de preço de Laspeyres
- O índice de Laspeyres pondera preços (p) de
insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual
(t), tomando como pesos quantidades (q)
arbitradas para estes insumos na época inicial. - Como essas quantidades são consideradas
adequadas à época inicial e não à época atual,
admite-se que o numerador possa se apresentar
super dimensionado e assim o índice de Laspeyres
apresentar tendência de elevação.
17Índice de Preços de Laspeyres
I(L) (S pnqo/ Spoqo)
18Índices de Preços
- Índice de preço de Paasche
-
- O índice de Paasche pondera preços (p) de
insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual
(t), tomando como pesos quantidades (q)
arbitradas para estes insumos na época atual. - Como essas quantidades são consideradas
adequadas à época atual e não à época inicial,
admite-se que o denominador possa se apresentar,
eventualmente, super dimensionado e assim o
índice de Paasche apresentar tendência a
rebaixamento.
19Índice de Preços de Paasche
I(P) (S pnqn/ Spoqn)
20Índices de Preços
- Diante das características dos índices de
Laspeyres e de Paasche vários autores sugeriram
índices que apresentassem valores intermediários
entre eles, considerando que ambos atendem à
formula geral -
- Dentre eles, destaca-se Fisher que adotou a
média geométrica dos índices de Laspeyres e
Paasche.
21A magnitude da taxa de elevação dos preços
- Alguns autores consideram que há ou se manifesta
um processo inflacionário quando há uma elevação
apreciável (considerável ou suficientemente
grande) nos níveis de preços. - Contudo, devemos reconhecer que o caráter desta
definição é arbitrário.
22Hiperinflação
- Hiperinflação e a taxa de inflação que excede
a taxa de 50 ao mês. - Philip Cagan (1958)
- A hiperinflação em alguns países foi causada
porque o governo emite moeda de modo excessivo
para financiar seu déficit.
23Trabalhos Clássicos sobre Hiperinflação
Bresciani-Turroni, C. (1937). The economics of
inflation, a study of currency depreciation in
post-war Germany.
24Oferta monetária e preços durante quatro
hiperinflações
(b) Hungria
(a) Austria
índice (Jan. 1921 100)
índice (Jan. 1921 100)
Nível de preços
100,000
100,000
Nível de preços
10,000
10,000
Oferta monetária
1,000
1,000
Oferta de moeda
100
100
1925
1924
1923
1922
1925
1924
1923
1922
1921
1921
25Oferta monetária e preços durante quatro
hiperinflações
c) Alemanha
d) Polônia
índice (Jan. 1921 100)
índice (Jan. 1921 100)
10 million
100 trilhões
Nível de preços
Nível de preços
1 trilhão
1 million
10 bilhões
Oferta de moeda
100,000
100 milhões
Oferta de moeda
1 milhão
10,000
10,000
1,000
100
1
100
1925
1924
1923
1922
1921
1925
1924
1923
1922
1921
26Hiperinflações
Table 23-1 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940
País Inicio Fim PT/P0 Taxa média mensal de inflação() Taxa média mensal de crescimento monetário ()
Austria Out. 1921 Ago. 1922 70 47 31
Alemanha Ago. 1922 Nov. 1923 1.0 x 1010 322 314
Grécia Nov. 1943 Nov. 1944 4.7 x 106 365 220
Hungria 1 Mar. 1923 Fev. 1924 44 46 33
Hungria 2 Ago. 1945 Jul. 1946 3.8 x 1027 19,800 12,200
Polônia Jan. 1923 Jan. 1924 699 82 72
Russia Dez. 1921 Jan. 1924 1.2 x 105 57 49
PT/P0 Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month. PT/P0 Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month. PT/P0 Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month. PT/P0 Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month. PT/P0 Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month. PT/P0 Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month.
27Exemplos de Hiperinflações Recentes
País/Período Crescimento da Oferta de Moeda() Inflação ()
Israel, 1983-85 295 275
Polônia, 1989-90 344 400
Brasil, 1987-94 1350 1323
Argentina, 1988-90 1264 1912
Peru, 1988-90 2974 3849
Nicarágua, 1987-91 4991 5261
Bolívia, 1984-85 4208 6515
28Inflação Alta
Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000 Alta Inflação na América Latina, 1976-2000
Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação () Taxa média mensal de Inflação ()
Country 1976-1980 1976-1980 1981-1985 1981-1985 1986-1990 1986-1990 1991-1995 1991-1995 1996-2000
Argentina 9.3 12.7 12.7 20.0 20.0 2.3 2.3 0.0 0.0
Brasil 3.4 7.9 7.9 20.7 20.7 19.0 19.0 0.6 0.6
Nicaragua 1.4 3.6 3.6 35.6 35.6 8.5 8.5 0.8 0.8
Peru 3.4 6.0 6.0 23.7 23.7 4.8 4.8 0.8 0.8
29A dimensão do fator tempo
- Persistência o que caracteriza um processo
inflacionário é a hipótese de sua tendência
altista. - Continuada a alta nos preços deve ser
continuada ela deve persistir por um período
considerável de tempo. - Prolongada um processo inflacionário é
diferente de um processo de alta temporária nos
preços.
30O caráter dinâmico do processo inflacionário
- Laidler e Parkin (1977) destacam que a inflação
não se refere a uma situação estática de preços
altos, mas a um processo dinâmico de preços
crescentes.
31Abrangência do Fenômeno
- A inflação é caracterizada como sendo um
fenômeno macroeconômico, na medida em que se
refere a uma considerável e persistente elevação
geral dos preços. - Devemos ter claro que a elevação inflacionária
de preços não se limita a um só produto ou a uma
dada fração dos bens e serviços que resultam do
esforço social de produção, mas a uma alta
generalizada, abrangente, que envolve
praticamente os preços de todos os fatores e
produtos.
32Principais Custos da Inflação
- (i) Shoeleather costs
- (ii) Menu Costs
- (iii) Aumento na variabilidade dos preços
relativos - (iv) Imposto inflacionário
- (v) Confusão e inconveniências
- (vi) redistribuição arbitrária da riqueza.
33Principais Custos da Inflação Shoeleather Costs
- A inflação reduz o valor real da moeda, de modo
que as pessoas tem um incentivo a minimizar seus
saldos reais. Com menores saldos as pessoas tem
que ir mais frequentemente aos bancos para
realizar transações e sacar seus depósitos. - Idas freqüentes aos bancos tomam tempo das
atividades produtivas.
34Principais Custos da Inflação Shoeleather Costs
- Definição custos e inconveniências de reduzir os
saldos monetários para evitar o imposto
inflacionário. - ?? ? ?i
- ? ? saldos monetários reais
- Obs no longo prazo, a inflação não afeta a rend
areal ou os gastos reais. Assim, com os mesmos
gastos, mas menores saldos monetários nominais,
há mais saques nos bancos ou trasnferências para
a conta corrente.
35Principais Custos da Inflação Menu Costs
- Definição custos de se modificar os preços.
- Exemplos
- Custos de imprimir novos menus e catálogos
- Quanto mais alta a inflação, mais frequente as
firmas devem mudar seus preços e incorrer em tais
custos.
36Principais Custos da Inflação Menu Costs
-
- One reason that prices do not adjust immediately
to clear markets is that adjusting prices is
costly. To change its prices, a firm may need to
send out a new catalog to customers, distribute
new price lists to its sales staff, or in the
case of a restaurant, print new menus. These
costs of price adjustment, called "menu costs,"
cause firms to adjust prices intermittently
rather than continuously. -
- N. G. Mankiw http//www.econlib.org/Library/Enc/N
ewKeynesianEconomics.html
37Principais Custos da Inflação Menu Costs
- Durante o período inflacionário, é necessário
reajustar e remarcar listas de preços. - Este é um recurso que consome tempo que poderia
ser utilizado em outras atividades produtivas.
38Principais Custos da InflaçãoMá Alocação de
Recursos
- Durante o processo inflacionário, há uma
defasagem entre os aumentos de preços. Enquanto
alguns estão constantes, outros estão crescendo. - Assim, torna-se difícil saber-se os preços
relativos a medica em que ocorrem mudanças
irregulares nos preços. Isto implica numa má
alocação de recursos.
39Principais Custos da InflaçãoTratamento Fiscal
Injusto
- Com a inflação, rendas não indexadas ou não
ajustadas são tratadas como ganhos reais.
Consequentemente, com um imposto progressivo,
aumento nas rendas nominais são tratados como
ganhos reais e assim taxados. - Isto reduz a renda real e aumenta as distorções
redistributivas causadas pela inflação.
40Principais Custos da InflaçãoTratamento Fiscal
Injusto
- Efeitos Fiscais
- - aumento na taxa nominal de juros
- - os impostos são baseados em retornos nominais
- - os retornos sobre os investimentos resultam
em alta impostos mais elevados - - a taxa efetiva de impostos aumenta, e depois
depois do imposto a renda real declina.
41Principais Custos da InflaçãoTratamento Fiscal
Injusto
- Quando alguns impostos não são ajustados para
levar em conta a inflação, tais como os ganhos de
capital, temos que, por exemplo - Jan 1 você compra 10,000 em ações.
- Dec 31 você venda as ações por 11,000, assim,
seu ganho monimal é de 1000 (10). - Suponha que ? 10 durante o ano. Seu ganho
real foi 0. - Mas o governo pode requer que você pague impostos
sobre o seu ganho nominal de 1000!!
42Principais Custos da InflaçãoConfusão e
Inconveniências
- Com aumento nos preços, é necessário fazer-se
correções constantes a fim de comparar rendas
reais, custos e lucros ao longo do tempo. - O tempo gasto para realizar tais ajustamentos
poderiam ter sido empregados para produzir mais
bens e serviços.
43Principais Custos da InflaçãoRedistribuição da
Renda
- Com uma inflação não antecipada ou não
corretamente antecipada, a riqueza é
redistribuída entre credores e tomadores de
empréstimos de modo arbitrário, e algumas vezes
de modo inaceitável.
44Principais Custos da InflaçãoRedistribuição da
Renda
- Redistribuição da renda
- - se a inflação aumenta inesperadamente, os
salários não serão reajustados imediatamente - - os lucros das empresas serão mais altos do que
o esperado - - Haverá uma redistribuição da renda dos
trabalhadores para os empresários
45Principais Custos da InflaçãoRedistribuição da
Renda
- Quando os contratos não são indexados, mas
baseados na inflação esperada (? e). Se ? for
diferente de ? e, então alguns ganham as expensas
de outros. -
- Exemplo
- Se ? gt ? e, então (i ? ?) lt (i ? ? e)
- e o poder de compra é transferido dos
emprestadores para os tomadores de empréstimos. -
- Se ? lt ? e, então o pode de compra é transferido
dos tomadores de empréstimo para os emprestadores.
46Os custos da inflação distribuição arbitrária
da riqueza
- Quando um país enfrenta uma inflação como a
existente no Brasil (na década de 1960), o
principal determinante das taxas nominais de
juros passa a ser o ritmo esperado da taxa da
alta geral de preços. - As previsões quanto a taxa de inflação, todavia,
são inevitavelmente precárias e arriscadas,
sobretudo quando se estendem a prazos não muito
curtos. Esse problema conduz à redução dos prazos
de operação do mercado de crédito, criando
impasse de difícil solução para as operações de
longo prazo. - cf. Simonsen (1970, p.135-136)
47Os custos da inflação a instabilidade e a
desordem salarial
- Segundo Simonsen (1970) a inflação provoca uma
instabilidade nos salários reais, visto que eles
se tornam oscilantes pela conjugação de altas de
preços contínuas com revisões intermitentes das
remunerações nominais. - Some-se a isto o fato de que as hierarquias de
remuneração são distorcidas pelo processo
inflacionário.
48Principais Custos da InflaçãoRedistribuição da
Renda
- A subestimação da inflação leva a
- Menor renda real para os trabalhadores
- Os empregadores não encontram os trabalhadores
adequados - Os empregados começam a se demitir
- As firmas incorrem em custos de rotatividade
(turnover costs). - A produção esta abaixo do que poderia ser se a
taxa de inflação fosse corretamente antecipada.
49Principais Custos da InflaçãoRedistribuição da
Renda
- Superestimando a taxa de inflação temos que
- Mais renda real fluiu para os trabalhadores
- Os empregadores dispensam os trabalhadores
- A taxa de desemprego cresce
- A produção fica abaixo do que teria sido se a
taxa de inflação tivesse sido corretamente
antecipada.
50Principais Custos da InflaçãoRedistribuição da
Renda
- Inflação antecipada
- Os salários monetários são assumidos serem
rígidos enquanto a economia esteja experimentando
uma inflação de demanda (demand-pull) ou de
custos (cost-push). - A antecipação correta da inflação aumenta o
nível de preços e as pessoas ajustam seus
salários monetários para compensar as perdas que
teriam.
51Inflação Antecipada
LAS
133
SAS0
121
Nível de preços (Deflator do PIB
110
AD0
6.0
7.0
7.5
8.5
6.5
8.0
PIB Real
52Efeitos da Inflação
- O PIB potencial pode declinar por três razões
- Custos de transação
- Efeitos fiscais
- Aumento na incerteza.
53Efeitos da Inflação
- Custos de transação
- A velocidade de circulação da moeda aumenta
- - as pessoas gastam mais tempo tentando evitar
perdas devido ao declinio no valor da moeda - - as pessoas buscam formas alternativas ao moeda
- trocas diretas ou outro ativo (dolarização da
economia).
54Efeitos da Inflação
- Aumento na Incerteza
- Altas taxas de inflação resultam levam a um
aumento na incerteza sobre a taxa de inflação de
longo prazo. - O investimento cai.
- O crescimento econômico é reduzido.
55Inflação
Distorções
Expectativas
Expectativas sobre o futuro em ambiente
inflacionário
Produção Futura e Nível de emprego comprometidos
Setor Empresarial
Sensível a Investimentos
55
56Efeitos sobre o crescimento econômico per capita
de um aumento da inflação de 5 para 50 ao ano.
Autores Número de países Período Tipo de dado Efeito sobre o crescimento ()
Heitger (1985) 115 1950-80 Panel data -0,9 a -4,5
Barro (1990) 117 1960-1985 Cross section insignificante e fraca
Fischer (1991) 73 1970-1985 cross section -2,1
Grimes (1991) 21 1960-1987 panel data -5,0
Roubini e Sala-i-Martin (1992) 98 1960-1985 Cross section -2,2
Montley (1994) 78 1960-1990 Cross section -1,3 a -4,5
Sarel (1996) 87 1970-1990 Panel data -5,8
Taylor (1996) EUA 1952-1993 Times series -11,2
Gylfason (1999) 105 1985-1994 Cross section -2,3
Rousseau e Wachtel (2001) 84 1960-1995 Panel data -0,14
57Efeitos sobre o crescimento econômico per capita
de uma redução da inflação de 50 para 5 ao ano.
Autores Número de países Período Tipo de dado Efeito sobre o crescimento ()
Fischer (1991) 73 1970-85 Cross-section -2,1
Gylfason (1991) 37 1980-85 Cross-section -2,0
Roubini Sala-i-Matin (1992) 98 1960-1985 Cross-section -2,2
De Gregorio (1993) 12 1950-1985 Cross-section -0,7
Fisher (1993) 80 1960-89 Cross-section -1,8
Barro (1995) 100 1960-92 Cross-section -1,0 -1,5
Gylfason Herbertsson (1996) 145-170 1960-92 Panel data - 0,6 1,3
Barro (1997) 80-87 1960-90 Panel data 1,3-1,81,2
Bruno Easterly (1998) 97 1961-92 Panel data -1,2
Gylfason (1991) 160 1985-94 Cross-section -2,4
Gylfason (2001) 170 1960-92 Panel data -0,6 a -1,3
58Inflação e Desenvolvimento
- Por certo a estabilidade de preços não é
condição suficiente para que um país cresça. Mas
a teoria e o bom senso também deixam claro que a
inflação dificilmente será ingrediente de uma
trajetória ótima de desenvolvimento. O processo
inflacionário, afinal, resulta apenas da
tentativa de se implantar um conjunto de
aspirações incompatíveis da sociedade, do desejo
de dividir o bolo em fatias de soma superior ao
todo. E a revolta contra a aritmética jamais
constituiu arma eficiente para a construção do
progresso de qualquer país. - Mário Henrique Simonsen (1970)
59A Teoria Quantitativa de Moeda e a Taxa de
Inflação
60Teoria Quantitativa de Moeda
- A teoria quantitativa é considerada como sendo a
teoria clássica ou neoclássica da inflação. - A teoria quantitativa se apresenta em duas
formas - (i) equação de transações, como formulada por
Irving Fisher - (ii) a equação de saldos efetivos da Escola de
Cambridge.
61A Teoria Quantitativa de Moeda as versões de
Fisher e Cambridge
- (i) Fisher
- P.T M. V
- (ii) Cambridge
- M k PY
62Pressupostos da Teoria Quantitativa
- Assume-se que, a velocidade renda da moeda seja
constante. - Isto implica, então, que a elasticidade do
nível geral de preços com relação a uma variação
da oferta monetária é igual a unidade. - Este resultado forma o núcleo da teoria
quantitativa.
63A teoria quantitativa da moeda e a inflação
- A elasticidade de P com respeito a M é dada por
- ePM (dP/dM)(M/P)
- da equação quantitativa obtemos que
- (dP/dM) (V/Y)
-
64A teoria quantitativa da moeda e a inflação
- Substituindo a equação acima na equação da
elasticidade - ePM (V/Y)(M/P)
- mas como V (PY/M), temos que
- ePM (YP/MY)(M/P) 1
-
65A teoria quantitativa da moeda e a inflação
- Da equação quantitativa podemos utilizar a
relação que sugerida pelos modelos monetaristas.
Derivando a equação quantitativa, temos que - Y(dP) (dY)P M(dV) (dM)V
- Multiplicando ambos os lados da equação por
(1/YP), chegamos a seguinte equação - (dP/P) (dY/Y) (M/YP)dV (V/YP)dM
66A teoria quantitativa da moeda e a inflação
- Usando a definição da velocidade renda da moeda
VPY/M, temos que - (dP/P) (dY/Y) (dM/M) (dV/V)
- (dM/M) (dP/P) (dY/Y)
- ou
- ? m - y
0
67Implicações da TQM
- (i) Países com altas taxas de crescimento
monetário devem ter altas taxas de inflação no
longo prazo. - (ii) a tendência de longo prazo da inflação de
um país deveria ser similar a sua tendência de de
crescimento monetário no longo prazo.
68EUA Inflação e Crescimento Monetário 1960-2005
No longo prazo, a inflação e a taxa de
crescimento monetário se movem juntas, como
prediz a TQM.
69Inflação e crescimento monetário uma análise de
cross-country
70(No Transcript)
71Inflação e taxa nominal de juros EUA
(1950-2000)
percentual
16
14
12
10
8
Nominal
interest rate
6
4
Inflation
rate
2
0
-2
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
2000
1995
Ano
72Inflação e taxa nominal de juros dados de
cross country
73A teoria quantitativa da moeda e a inflação
- A teoria quantitativa da moeda enuncia que o
banco central, que controla a oferta de dinheiro,
tem o controle supremo sobre a taxa de inflação. - Se o banco central mantém estável a oferta
monetária, o nível de preços será estável. - Se o banco central aumenta rapidamente a oferta
monetária, o nível de preços subirá rapidamente.
74Inflação de Demanda
75Inflação de Demanda
- Uma inflação é dita ser de demanda quando é
impulsionada pela elevação das quantidades de
bens e serviços que os consumidores estão
dispostos e aptos a adquirir aos níveis de preços
existentes. Se a elevação dos preços não
corresponder a uma expansão equivalente da oferta
agregada, os preços tendem a ser pressionados
para cima, a taxas consideradas como
inflacionárias. - Em suma, existe um excesso de moeda em relação
aos bens e serviços disponíveis.
76Inflação de Demanda
- Uma inflação é dita ser de demanda quando é
impulsionada pela elevação das quantidades de
bens e serviços que os consumidores estão aptos e
dispostos a adquirir aos níveis de preços
existentes. - Se esta elevação não corresponder a uma expansão
equivalente da oferta global, os preços tendem a
ser pressionados para cima, a taxas consideradas
como inflacionárias.
77Inflação de Demanda
- Uma inflação de demanda é gerada por um
deslocamento ascendente da curva de demanda da
economia causado por fatores como - 1 - aumento na propensão a consumir
- 2 - aumento nos gastos do governo
- 3 - aumento na oferta de moeda
- 4 - aumento das exportações numa economia
aberta - 5 - aumento no investimento autônomo.
78Inflação de Demanda
P
D1
OA
Do
c
P2
a
b
P1
0
Y0
Y2
Y1
Y
79Inflação de Demanda Os Efeitos Inicias e Finais
- I) Os efeitos iniciais
- a) um aumento na demanda
- b) um aumento no nível de preços
- c) um excesso de demanda ao nível inicial de
preços - II) Os efeitos finais
- a) um aumento no nível de preços
- b) uma diminuição no nível de emprego em relação
ao excesso de demanda - c) nível de produção mais elevado que o anterior.
80Inflação de Demanda O Processo de Ajustamento
- Ao nível inicial de preços, Po, o produto de
equilíbrio do lado da demanda da economia aumenta
até Y1, o que cria um excesso de demanda medido
por Y1-Yo e os preços começam a aumentar. - Este aumento nos preços reduz o produto até Y2
ao longo da curva de demanda D1.
81Inflação de Custos
82Inflação de Custos
- Uma inflação de custos é gerada por um
deslocamento para cima da curva de oferta, o que
gera um excesso de demanda ao nível inicial de
preços. Isto aumenta os preços, mas reduz o
produto de equilíbrio.
83Inflação de Custosos efeitos iniciais e finais
- I) Os efeitos iniciais de uma inflação de
custos - a) deslocamento da oferta agregada
- b) redução dos níveis de emprego e produto
- c) um excesso de demanda ao nível inicial de
preços, Po. - II) os efeitos finais de uma inflação de custos
- a) aumento no nível geral de preços
- b) redução nos níveis de produto e emprego.
84Inflação de Custos
S1
p
So
b
p2
a
p1
D0
Yo
Y1
Y2
0
Y
85Critério para distinguir uma inflação de custos
de uma de demanda
- Um critério geral para distinguir uma inflação
de custos de uma de demanda é verificar o
comportamento do nível de produção resultante
após o ajustamento. - Se no final tivermos um nível de produção maior
do que o inicial, podemos caracteriza-la como uma
inflação de demanda, caso contrário, se
caracteriza como uma inflação de custos.
86Inflação Inercial
87Inflação Inercial
- Inflação Inercial refere-se à idéia de memória
inflacionária, onde o índice atual é a inflação
passada mais a expectativa futura. - A inflação se mantém no mesmo patamar sem
aceleração inflacionária e é decorrente de
mecanismos de indexação. Estes mecanismos podem
ser formais e informais. Formais regras
específicas e legais de aumento. Ex. aluguéis,
mensalidades escolares, etc. Informais quando os
agentes aumentam o preço porque os outros também
o fizeram.
88Inflação Inercial
- No Brasil, na época da inflação elevada(nos anos
70 e 80) os contratos de diversos tipos tinham
cláusulas de correção que eram auto-aplicáveis. - Isso gerou na população um comportamento
inflacionário transferia-se para o mês seguinte
a taxa de inflação do mês passado mesmo que não
houvesse pressões de demanda ou de custo.
89Inflação inercial
Inflação Inercial
- Inflação inercial quando a inflação se mantêm
no mesmo patamar sem aceleração inflacionária e é
decorrente de mecanismos de indexação. -
- Mecanismos de indexação atrelam os preços do
presente à inflação passada. Estes podem ser - (i) formais - regras específicas e legais de
aumento, por exemplo de alugueis, mensalidades
escolares etc. - (ii) informais- quando os agentes aumentam os
preços porque os outros também o fizeram.
90Inflação Inercial
- Para Simonsen, no contexto dos anos 70, correção
monetária é o reajustamento periódico do valor
nominal de preços contratados, sendo tais
reajustes com base em números-índices observados
de um índice de preços estabelecido em contrato. - Os reajustes são automáticos por força de
contrato. A análise de Simonsen tem um caráter
geral - independe de que os contratos indexados
sejam contratos de salários ou outros tipos de
contrato. Seu foco em aspectos gerais deve ser
distinguido de considerações sobre questões
específicas de algum tipo de contrato, tais como
a questão de picos e médias nos contratos
salariais.
91A Teoria Monetarista da Inflação
92Teoria Monetarista Principais Autores
- Milton Friedman (1970, 1971)
- Anna J. Schwartz (1970)
- Karl Brunner (1970)
- Alan Meltzer (1977)
- D. Laidler (1975, 1976, 1981)
- Harry G. Johnson
- Michael Parkin (1975)
- Phillips Cagan (1989) New Palgrave Dictionary
of Economics
93Teoria Monetarista Principais Autores
94Teoria Monetarista da Inflação
- Segundo Cagan (1989, p.195), o termo monetarismo
foi usado pela primeira vez por Karl Brunner
(1968). Contudo, o monetarismo está fortemente
associado com os trabalhos de Milton Friedman que
advogavam o controle da oferta de moeda como
sendo superior as medidas fiscais keynesianas
para estabilizar a demanda agregada.
95Os Monetaristas afirmam que dados como os
apresentados abaixo sustentam sua hipótese de
que a inflação é um fenômeno monentário
96Crescimento Monetário e Inflação
97Hiperinflação Alemã 192123
98Pontos comuns entre os teóricos monetaristas
- (i) a inflação é em essência um fenômeno
monetário - (ii) a teoria keynesiana, a qual os monetaristas
a igualam a uma simples Curva de Philips sem
ajustamento das expectativas, não pode explicar o
problema da inflação e especialmente sua
aceleração - iii) a taxa de crescimento e a aceleração da
oferta da moeda explicam a taxa de inflação e sua
aceleração, respectivamente.
99Pontos comuns entre os teóricos monetaristas
- (iv) a demanda de moeda é uma função estável, ou
seja, nega-se a instabilidade keynesiana do
investimento, que implicaria, pela lei de Walras,
instabilidade da demanda de algum outro bem, em
particular, da demanda por moeda.
100Pontos comuns entre os teóricos monetaristas
- (v) o estoque de moeda é controlável pelas
autoridades monetárias
101Pontos comuns entre os teóricos monetaristas
- (vi) as economias de mercado são estáveis no
sentido de que os desvios em relação à posição de
pleno emprego são sempre eliminados pelo sistema
de preços estabelecidos nos diversos mercados.
102Pontos comuns entre os teóricos monetaristas
- (vii) Uma mudança na taxa de crescimento da
moeda primeiro altera a taxa de crescimento
econômico,e portanto, a taxa de desemprego. - No longo prazo, isto é, depois que todas as
variáveis foram ajustadas, este efeito real se
esvai e permanece apenas um aumento na tendência
inflacionária.
103Pontos comuns entre os teóricos monetaristas
- (viii) A taxa de crescimento da quantidade de
moeda é consistentemente, embora não
precisamente, relacionado com a taxa de
crescimento da renda nominal. - Isto é, se a quantidade de moeda cresce
rapidamente, o mesmo acontecerá com a renda
nominal e vice-versa. - A velocidade de circulação da moeda, embora não
seja constante, é altamente previsível.
104Pontos comuns entre os teóricos monetaristas
- (ix) os gastos do governo podem ser
inflacionários ou não. - Eles serão inflacionários se forem financiados
pela criação de moeda e se a resultante taxa de
criação monetária exceder a taxa de crescimento
do produto. - Se os gastos forem financiados por impostos ou
por empréstimos junto ao público, o principal
efeito é que o governo gasta tais fundos ao invés
dos indivíduos.
105Monetarismo Numa Estrutura OA-DA
P
OA
C
B
A
DA2
DA1
0
Yp
Y
106Monetarismo Numa Estrutura OA-DA
107The key feature of this process during which
interest rates are low is that it tends to raise
the prices of sources of both producer and
consumer services relative to the prices of the
services themselves. It therefore encourages the
production of such sources and, at the same time,
the direct acquisition of the services rather
than of the source. But these reactions in their
turn tend to raise the prices of services
relative to the prices of sources, that is, to
undo the initial effects on interest rates. The
final result may be a rise in expenditures in all
directions without any change in interest rates
at all interest rates and asset prices may
simply be the conduit through which the effect of
the monetary change is transmitted to
expenditures without being altered at all.
Milton Friedman (1969 1961), The Lag Effect in
Monetary Policy, in Milton Friedman, The Optimum
Quantity of Money and Other Essays, Chicago
Aldine.
108It may be that monetary expansion induces
someone within two or three moneys to contemplate
building a factory within for or five, to draw
up plans within six or seven, to get
constructions started. The actual construction
may take another six months and much of the
effect on the income stream may come still later,
insofar as initial goods used in construction are
withdrawn from inventories and only subsequently
lead to increased expenditure by suppliers.
Milton Friedman (1969 1961), The Lag Effect in
Monetary Policy, in Miltion Friedman, The
Optimum Quantity of Money and Other Essays,
Chicago Aldine.
109Monetarismo Numa Estrutura OA-DA
Friedman was the first to demonstrate that the
accepted assumption of a simple trade-off between
unemployment and the rate of inflation was only a
temporary phenomenon on the longer term (more
than five years), no such trade-off exists.
Unemployment below a structural level of balance
thus leads, according to Friedman's theory, to a
cumulative increase rate in prices and wages
mainly on account of the destabilizing influence
exerted by expectations. Modern ideas about the
factors determining wage structures are very much
based on Friedman's hypotheses on the importance
of expectations of inflation. Nobel Foundation
(1976) - Press Release The Sveriges Riksbank
(Bank of Sweden) Prize in Economic Sciences in
Memory of Alfred Nobel for 1976
110Um Modelo Monetarista simplificado (II)
- Os monetaristas tendem a se concentrar no longo
prazo e nas economias onde as variações no
crescimento monetário são os distúrbios
primários. -
111Um modelo monetarista simplificado
(II)pressupostos
- (i) A demanda agregada é assumido que a demanda
agregada e a produção aumetarão toda vez que os
ativos reais estiverem aumentando. - Por outro lado, quando os encaixes reais
estiverem caindo, então, também estarão caindo
a demanda agregada e o nível de produção. - ?y f(m-?) (1)
-
112Um modelo monetarista simplificado
(II)pressupostos
?
m lt ?
?y 0
m gt ?
0
y
113Um modelo monetarista simplificado
(II)pressupostos
- Ao longo de (m ?) a produção é constante.
- Para pontos onde m lt ?, a inflação excede a
taxa de crescimento monetário. Aqui temos, então,
que os encaixes reais apresentam uma queda, e de
acordo com a equação (1), a produção também. - Para pontos abaixo de (m ?), a taxa de
crescimento monetário excede a inflação, o que
implica que os encaixes reais estão aumentando,
as taxa de juros estão caindo e o produto
crescendo.
114Um modelo monetarista simplificado
(II)pressupostos
- A oferta agregada
- seja
- y - o nível de produção de pleno emprego
- ?e ?t-1
- A curva de oferta agregada é dada por
- ? ?e ? (y - y)
-
115Um modelo monetarista simplificado
(II)pressupostos
?
0
y
y
116Um modelo monetarista simplificado
(II)pressupostos
- Substituindo-se a variação da inflação ao longo
do tempo por - ?? ? (y y)
- Quando a produção está abaixo do nível de pleno
emprego y, a inflação está caindo, e quando a
produção está acima do nível de pleno emprego
y, a inflação está aumentando. -
117Um modelo monetarista simplificado (II)oferta,
demanda e dinâmica
?
m?
m
E
0
y
y
118Um modelo monetarista simplificado (II)oferta,
demanda e dinâmica
- O ponto E da figura acima é o único ponto no
diagrama onde tanto a produção como a inflação
são constantes. - O ponto E é o ponto de equilíbrio de longo
prazo onde a economia converge.
119Um modelo monetarista simplificado (II)os
efeitos de curto e longo prazos de um
crescimento monetário
- Um aumento permanente no crescimento monetário
de mo para m1 leva a economia ao longo da
trajetória EoE1.
120Um modelo monetarista simplificado (II)oferta,
demanda e dinâmica
?
E1
m1?1
m1
mo?o
mo
Eo
0
y
y
121As propriedades do modelo monetarista
simplificado
- Não se deve esperar uma forte correlação entre
taxa de inflação e a taxa de expansão monetária
no curto prazo, pois para uma taxa de crescimento
mais elevada da base monetária, a taxa de
inflação apresenta várias fases até o ajustamento
final. -
122A Curva de Phillips e sua Evolução Teórica
123Os três estágios da Curva de Phillips
- Estágio I formulação do conceito da curva de
Phillips (1958) por Alban William Phillips e
Richard Lipsey (1960) baseado na existência de
uma relação estável e negativa entre a taxa de
inflação e a taxa de desemprego. -
Richard Lipsey
124Curva de Philips para para os EUA, 19611969
125Os três estágios da Curva de Phillips
- Estágio II formulação da hipótese da taxa
natural de desemprego por Edmund Phelps (1967) e
Milton Friedman (1968), na qual é feita uma
diferenciação entre as curvas de Phillips de
curto e longo prazo. -
126Edmund S. PhelpsColumbia University, NY, USA
- The work of Edmund Phelps has deepened our
understanding of the relation between short-run
and long-run effects of economic policy. His
contributions have had a decisive impact on
economic research as well as policy. - Low unemployment and low inflation are central
goals of stabilization policy. During the 1950s
and 1960s the view of a stable tradeoff between
inflation and unemployment was established, the
so-called Phillips curve. According to this, the
price for reduced unemployment was a one-time
increase of the inflation rate. Phelps challenged
this view through a more fundamental analysis of
the determination of wages and prices, taking
into account problems of information in the
economy. Individual agents have incomplete
knowledge about the actions of others and must
base their decisions on expectations. Phelps
formulated the hypothesis of the
expectations-augmented Phillips curve, according
to which inflation depends on both unemployment
and inflation expectations.
127Deslocamentos da Curva de Phillips
128Oferta e Demanda Agregadas e Curva de Phillips
129Os três estágios da Curva de Phillips
- Estágio III a escola das expectativas
racionais Robert Lucas, Thomas Sargent e Neil
Wallace. Na qual se assume que não há um dilema
(trade off) sistemático entre inflação e
desemprego, mesmo no curto prazo.
130A Formulação Phillips/Lipsey
- A contribuição original de A.W Phillips (1958)
foi a de concluir, com base em observações
empíricas para a Grã-Bretanha, no período de 1861
a 1957, que havia uma correlação negativa entre a
taxa de mudança de salários nominais e a na taxa
de desemprego, e que esta relação era estável.
131A Formulação Phillips/Lipsey
- A mais influente interpretação teórica foi dada
por Richard Lipsey (1960) que derivou a curva de
Phillips de um sistema de oferta e demanda de
mão-de-obra. - A idéia principal do modelo de Phillips-Lipsey é
que a inflação salarial é explicada pelo excesso
de demanda no mercado de trabalho, pela qual a
taxa de desemprego é interpretada como um
indicador do nível de excesso de demanda. - Este primeiro estágio da CP foi, além disso,
caracterizado pela crença de que existia uma
relação estável entre o nível dos salários - nominais e a taxa de desemprego, de modo que os
formuladores de política econômica pudessem
explorar tal dilema (trade off).
132A Formulação Phillips/Lipsey
- A curva estimada por Phillips (1958) para a
Grã-Bretanha foi a seguinte - ln (gw 0.9) ln9.64 - 1.39 ln Ut
- onde gw é a taxa de crescimento monetário dos
salários e Ut é o nível de desemprego. - De acordo com esta função, a taxa de crescimento
dos salários nominais diminuiria se a taxa de
desemprego aumentasse. O elemento de
originalidade de Phillips (1958) foi ter
constatado que tal relação era estável.
133As Propriedades da Curva de Phillips (1958)
- (i) os salários permaneciam estáveis quando a
taxa de desemprego situava-se num nível de 5,5 - (ii) Phillips concluiu que havia um ciclo no
sentido anti-horário, isto é, os salários
nominais subiam um pouco mais rápido que a queda
na taxa de inflação e algo mais devagar que a
taxa de desemprego quando esta caia. -
134Os Ciclos de Phillips (1958)
- 1918-1921 horário
- 1926-1933 horário
- 1948-1957 horário
-
-
- 1861-1913 - anti-horário
- 1921-1925 - anti-horário
- 1934-1943 anti-horário.
135Desvios da tendência devido
Fitted through average wage change U for
0-2,2-3,3-4, 4-5,5-7,7-11 unemployment
Wage-price spiral due to wars falling U
Aumento no desemprego
136Curva de Phillips 1913-1948
Rápido aumento na taxa de desemprego 13 de
queda nos preços das importações Acordos de
cost of living
137Curva de Phillips 1949-1957
Aumento nos preços de importação.
138O modelo de excesso de demanda de Lipsey (1960)
(dw/dt)/w f (Ld - Ls)/Ls e como (Ld -
Ls)/Ls -U
(dw/dt)/w (dp/dt)/p então a inflação, ? , é
negativamente relacionado a taxa de desemprego e
a curva de Phillips mostraria, então uma relação
entre inflação e desemprego ? h(U) A não
linearidade da curva de Phillips é justificada em
termos de desemprego friccional e de dificuldades
institucionais em seus extremos.
139A modificação de Samuelson-Solow (1960)
- Através do artigo de Samuelson-Solow (1960)
Analytical Aspects of Anti-Inflation Policy o
conceito de curva de Phillips foi popularizado,
tornado-se o conceito relevante para a formulação
de política econômica, no sentido de que mostrava
um dilema entre inflação e desemprego, a qual
podia ser explorado.
140A Curva de Phillips para os EUA durante os anos
1960.
141Um deslocamento da Curva de Phillips?
OPEC I
Guerra do Vietnan
OPEC II
142A Curva de Phillips para os EUA 1970 - 2001.
143A Teoria Aceleracionista da Inflação
- Edmund Phelps (1967) e Milton Friedman (1968),
notaram que a relação de Phillips omitira um
ponto essencial um dos principais ingredientes
da taxa de reajuste de salários nominais é a taxa
esperada de inflação, que Phillips implicitamente
igualara a zero. - Mas esta hipótese implícita é incompatível com o
modelo que pretende justificar a inflação
crônica. -
144A Teoria Aceleracionista da Inflação
- É a curva de Phillips uma relação estável como
haviam suposto Phillips (1958) e Lipsey (1960)? - O dilema entre inflação e desemprego existe
também no longo prazo, ou a escolha de um ponto
alo longo da curva de Phillips influencia a
posição da curva ela mesma? - Qual a importância e a influência das
expectativas na posição da curva de Phillips?
145A Teoria Aceleracionista da Inflação
- A teoria aceleracionista assume que cada ponto
percentual de inflação esperada eleva de um ponto
percentual a curva de Phillips. Consequentemente,
a verdadeira opção não estava entre inflação e
desemprego, mas entre desemprego e inflação acima
das expectativas. - Visto que os indivíduos reajustariam suas
expectativas, no longo prazo a curva de Phillips
seria vertical, e a sociedade não restaria outra
opção senão escolher entre desemprego presente e
o desemprego futuro.
146A Teoria Aceleracionista da Inflação
- Segundo Simonsen (1983,p. 279) a teoria
aceleracionista - ... punha por terra toda a
distinção entre inflação de demanda e custos,
abolindo o preconceito de que esta última não
poderia ser adequadamente curada pela política
monetária. E de passagem, decifrava um dos mais
intricados enigmas da macroeconomia neoclássica
por que a prosperidade é companheira das
primeiras fases da inflação, e porque é preciso
enfrentar um purgatório recessivo para
estabilizar os preços.
147A teoria aceleracionista da inflação as
expectativas adaptativas
- Na hipótese das expectativas adaptativas os
agentes econômicos, em cada período de tempo,
corrigem e reajustam suas expectativas com
relação ao período anterior em vista do erro
cometido, isto é - ?(e)t ? (e)t-1 (1-?) (?t-1 - ?(e)t-1) (1-
?)?t-1 ??(e)t-1 -
148A Teoria Aceleracionista da Inflação
- A escolha de um ponto ao longo da curva de
Phillips produz uma certa taxa de inflação.
Depois de um período de ajustamento, esta produz
uma nova expectativa de taxa de inflação e causa
uma mudança na curva de Phillips.
149A Teoria Aceleracionista da Inflação
.
P ()
U ()
6
8
150.
P ()
CPLP
U ()
6
8
Un
151O Principio Aceleracionista
- O principio aceleracionista nos diz que para
manter a taxa de desemprego U abaixo da taxa
natural de desemprego Un, as autoridades
econômicas precisam aceitar níveis cada vez
maiores de inflação. - O custo de uma política como esta aumenta com o
tempo e pode vir a tornar-se alta demais quando a
inflação tiver uma aceleração alta demais.
152O Principio Aceleracionista
- O princípio aceleracionista deu origem a outro
nome para a taxa natural de desemprego, a taxa
de desemprego não-aceleracionista da inflação
(NAIRU), ou seja, a NAIRU é o nível de desemprego
Um abaixo do qual a inflação tende a se acelerar
e acima do qual a inflação tende a se
desacelerar.
153O Principío Aceleracionista
- O princípio aceleracionista nos diz que a troca
entre inflação e desemprego é impossível no longo
prazo. - Quando o desemprego fica abaixo da taxa natural,
a inflação não somente será alta como ficará em
ascensão. Quando o desemprego estiver acima da
taxa natural, a inflação cairá.
154O Principío Aceleracionista
- No longo prazo, não existe um dilema (trade off)
entre inflação e desemprego. Só a taxa natural de
desemprego é consistente com uma taxa estável de
inflação. - Além do mais, a taxa natural pode ser
consistente com qualquer taxa estável de
inflação. Assim, a curva de Phillips de longo
prazo é vertical.
155.
P ()
.
X (Pe 20)
U ()
8
13
156.
P ()
J
k
.
X (Pe 20)
.
XI (Pe 18)
U ()
8
13
157.
P ()
J
k
l
m
a
U ()
8
13
158.
P ()
U ()
Un
Year 0, 1
159.
P ()
c
Year 3
b
a
Year 2
U ()
Un
Year 0, 1
160.
P ()
Curva de Phillips de Longo Prazo
f
e
d
Year 5, 8
c
Year 4, 7
Year 3, 8
b
a
Year 2, 9
U ()
Un
Year 0, 1, 10
161A Taxa Natural de Desemprego
- No longo prazo, a curva de Phillips é uma linha
vertical sobre a abscissa na posição da taxa
natural de desemprego. -
- A taxa natural de desemprego é também conhecida
como o nível de desemprego de pleno emprego, ou o
nível de desemprego de equilíbrio de longo prazo
e em que as expectativas sobre o comportamento
dos preços e salários são corretas.
162A Taxa Natural de Desemprego Milton Friedman
(1968)
- the level that would be ground out by the
Walrasian system of general equilibrium
equations, provided there is imbedded in them the
actual structural characteristics of the labor
and commodity markets, including market
imperfections, stochastic variability in demand
and supplies, the cost of gathering information
about job vacancies and labor availabilities, the
costs of mobility, and so on.
163A Teoria Aceleracionista da Inflação
- Segundo a teoria aceleracionista, os sacrifícios
da produção e do emprego no combate à inflação
são temporários eles persistem apenas enquanto a
inflação está sendo reduzida aquém as
expectativas, mas não depois que se baixam
definitivamente ambas, a inflação efetiva e a
esperada.
164A Teoria Aceleracionista da Inflação
- A teoria acelaracionista colocou em cheque toda
a distinção entre inflação de demanda e custos
abolindo o preconceito de que esta última poderia
ser adequadamente curada pela política monetária.
- E, de passagem decifrava um dos mais intrincados
enigmas da macroeconomia neoclássica porque a
prosperidade é a companheira das primeiras fases
da inflação, e porque é preciso enfrentar um
purgátório recessivo para estabilizar os preços.
165A Teoria Aceleracionista da Inflação
- A teoria de Friedman (1968) da taxa natural de
desemprego é a base teórica para a crença
monetarista de que, no longo prazo, a influência
do estoque de moeda atua, basicamente, sobre o
nível de preços e outras variáveis nominais
(salários, juros, preços). - Variáveis reais como produto e emprego têm tempo
para se ajustar a seus níveis naturais de longo
prazo. Essas taxas naturais de produto e
desemprego dependem de variáveis reais, como
oferta de fatores (mão-de-obra e capital e
tecnologia.
166A Teoria Aceleracionista da Inflação
Implicações de Política Econômica
- A teoria aceleracionista implica que o
formulador de políticas econômicas (police maker)
não pode fixar uma meta para a taxa de
desemprego. - Tentativas de fixar arbitrariamente uma meta
para a taxa de desemprego abaixo da natural,
aumentando a de crescimento da demanda agregada,
terão sucesso apenas no curto prazo. - A taxa de desemprego retornará, gradualmente, à
taxa natural, e o efeito final da política
expansionista será uma taxa de inflação mais alta.
167A taxa natural de desemprego os determinantes
- (i) a organização do mercado de trabalho
- (ii) o perfil da força de trabalho
- (iii) da capacidade e do desejo dos
trabalhadores de procurar empregos - (iv) da disponibilidade e tipos de emprego.
-
168O Modelo Monetarista de Vanderkamp (1975)
169O Modelo Monetarista de Vanderkamp (1975)
- O modelo pertence a escola de pensamento de
Friedman sobre a teoria monetarista de inflação
e, apesar de sua simplicidade, contém todas as
propriedades e conclusões desta teoria. - Ele pode ser considerado com sendo o modelo
monetarista padrão de inflação. - O modelo é monetarista porque a taxa de
crescimento da oferta monetária determina a taxa
de inflação, embora a curva de Phillips conecte o
setor monetário com o setor real. cf. p. 120
170O Modelo Monetarista de Vanderkamp (1975)
171O modelo monetarista de Vanderkamp (1975) as
equaçõe