Title: TEORIA DOS CICLOS ECON
1TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS
- Prof. Giácomo Balbinotto Neto
- Notas de Aula
2Introdução
- As economias tendem a crescer ao longo do tempo,
mas de uma maneira irregular. Tendem a oscilar em
torno de suas tendências de longo prazo.
3Questões?
- - Por que o produto flutua?
- - A teoria dos ciclos econômicos está preocupada
com o fato de porque as economias não crescem de
modo suave, mas sim apresentam flutuações
recorrentes.
4Desemprego durante a Grande Depressão de 1929
EUA
5As flutuações econômicas e os ciclos econômicos
- A produção agregada flutua de modo marcante nas
economias capitalistas. Elas possuem uma forte
tendência de crescimento econômico, mas longe
de ser um crescimento suave, ele flutua em torno
desta tendência com significativa amplitude. - Tais flutuações são chamadas de ciclos
econômicos.
6As Fases de um Ciclo Econômico
- Schumpeter (1939) definiu quatro fases para um
ciclo econômico - (i) boom
- (ii) recessão
- (iii) depressão
- (iv) recuperação.
7Ciclo Econômico
produto
tempo
0
8Ciclo Econômico
Pico
Pico
Pico
vale
vale
9As Fases de um Ciclo Econômico
- Iniciando de uma média, um boom é um aumento que
dura até o pico uma recessão é uma queda do pico
até a média uma depressão é uma queda do produto
da média até o vale uma recuperação é um aumento
do produto até a média. - .
10Fatos Estilizados Sobre os Ciclos Econômicos
Burda Wyplosz (2005, cap. 14)
- Fato 1 em economias avançadas, o crescimento
do PIB real oscila de maneira recorrente, mas
irregular, com uma duração média do ciclo de
cinco a oito anos. - Fato 2- medida em relação ao PIB médio e ao
processo de crescimento, a amplitude das
oscilações do ciclo econômico é pequena.
11Fatos Estilizados Sobre os Ciclos Econômicos
Burda Wyplosz (2005, cap. 14)
- Fato 3- os componentes dos gastos privados são
pró-ciclícos, enquanto o consumo médio do governo
é acíclico. - Fato 4 algumas variáveis sistematicamente
saem na frente do PIB ao longo do ciclo
(estoques, utilização da capacidade, preço das
ações, saldos monetários reais) enquanto outros
(inflação, desemprego) seguem atrás. Outras ainda
(taxa de juros) são coincidentes.
12Fatos Estilizados Sobre os Ciclos Econômicos
Burda Wyplosz (2005, cap. 14)
- Fato 5 o investimento especialmente o
investimento em estoque é mais volátil, e o
consumo, menos volátil que o PIB. As exportações
e as importações são altamente variáveis,
enquanto as compras do governo são relativamente
acíclicas.
13Classificação dos Ciclos Econômicos Duração
- a) curto prazo 3 4 anos 40 meses
- Ciclos de Kitchin.
- - evidências para os EUA
- Cycles and Trends in Economic Factors, 1923,
REStat. - Identificou um ciclo de estoques de 3 a 5 anos.
-
14Classificação dos Ciclos Econômicos Duração
- b) ciclos de Juglar 7 10 anos
- - duração entre os vales de 7 a 10 anos
- - era um padrão associado ao RU no século XIX
- - evidências para o Reino Unido
- "Des crises commerciales", 1856, Annuaire de
l'economie politique. - Des Crises commerciales et leur retour
periodique en France, en Angleterre, et aux
Etats-Unis, 1862. - Du Change et de la liberte d'émission, 1868.
- Les Banques de depôt, d'escompte et d'émission,
1884
15Classificação dos Ciclos Econômicos Duração
- c) Ciclos de Kuznets 15-20 anos
- - é conhecido também como ciclo de construção e
transporte. -
http//nobelprize.org/economics/laureates/1971/pre
ss.html
16Classificação dos Ciclos Econômicos Duração
- d) ciclos de Kondratiev duração de 50 anos
- - relacionados a mudanças tecnológicas
- - a duração e o tempo de maturação dos
equipamentos de capital é que explicariam a
duração dos ciclos econômicos. - - os investimentos vêem em ondas
- - Kondratiev (1922) buscou computar os ciclos de
longo prazo, destacando suas características
cíclicas.
17Os Ciclos de Kondratiev Kuznets (1940)
- (1) A Revolução Industrial (1787-1842)
constitui-se na mais famosa onda de Kondratiev o
boom iniciou por volta de 1787 e tournou-se uma
depressão no inicio das Guerras napoleônicas em
1801 e, em 1814 aprofundou-se numa depressão que
durou até 1827, quando inicia uma recuperação que
dura até 1842. - Esta onda de Kondratiev baseou-se nas indústrias
têxteis, ferro e das máquinas a vapor. -
18Os Ciclos de Kondratiev Kuznets (1940)
- (2) The Bourgeois Kondratiev (1843-1897) após
1843, o boom reemergiu e uma nova onde de
Kondratiev iniciou. - Ela foi resultado dos investimentos em ferrovias
no Norte da Europa e Estados Unidos e foi
acompanhada pela expansão das indústrias do fero
e carvão. - O boom acabou em torno de 1857 quando se inicia
uma recessão. A recessão torna-se uma depressão
em 1870, a qual dura até 1885. A recuperação
inicia depois de 1885 e dura até 1897.
19Os Ciclos de Kondratiev Kuznets (1940)
- (3) The Neo-Mercantilist Kondratiev
(1898-1950?) O boom inicia por volta de 1898
com a expansão do uso da energia elétrica e da
indústria automobilística e duraria até 1911. A
recessão que se segue torna-se uma depressão em
torno de 1925 que iria durar até
aproximadamentente 1935. - A recuperação incia-se após 1935 e dura até
1950.
20Os Ciclos de Kondratiev Kuznets (1940)
- (4) The Fourth Kondratiev (1950?- 2010?). Há
muito debate sobre a datação da quarta onde de
Kondratiev em grande parte devido as confusões
geradas pelas baixa flutuações nos níveis de
preços e pelas políticas keynesianas de demanda
agregada. Assim sendo este debate está ainda para
ser resolvido. Talvez as datas mais aceitáveis
seja que o boom tenha iniciado em torno de 1950 e
tenha durado até 1974, onde se inicia uma
recessão. Quando (e se) esta recessão se
transforma em depressão é por volta de 1981. - Contudo, há um certo consenso de que a
recuperação inicia-se por volta de 1992 e é
projetada que dure até um próximo boom que se
iniciará em torno de 2010 (?).
21Teorias Pré-Keynesianas do Ciclo Econômico
Teorias Monetárias
- Teorias Monetárias do Ciclo Econômico
relacionavam a explicação das flutuações do
nível de produto as flutuações da taxa de juros,
que geravam flutuações no nível de crédito da
economia e consequentemente, flutuações no nível
de investimento e renda. - Autores
- R. G . Hawtrey
- Frederick von Hayek
- Knut Wicksell
- Dennis Robertson
22Teorias Pré-keynesianas do Ciclo Econômico
- (ii) Teorias não monetárias explicavam a
existência do ciclo econômico como uma
decorrência do desajustamento entre o estoque de
capital e o volume de demanda de consumo. - Autores
- Arthur Spientoff
- Hobson (subconsumo)
- Gustav Cassel
- Mikhail I. Tugan-Baranovsky (1894) -
superinvestimento -
23Arthur Spiethoff, 1873-1957
Vorbemerkungen zu einer Theorie der
Überproducktion", 1902, Schmoller's Jahrbuch.
"Die Krisentheorien von M. v. Tugan- Baranovsky
und L.Pohle", 1903, JfGVV. Outline of General
Economic History, 2 vols, 1900/04. "Business
Cycles", 1923, Handworterbuch der
Staatswissenschaften. "Krisen", 1925,
Handworterbuch der Staatswissenschaften "Die
Allgemeine Volkswirtschaftslehre als
Geschichtliche Theorie", Schmoller's Jarhbuch,
1932. "The Historical Character of Economic
Theories", 1952, JEH. "Pure Theory and Economic
Gestalt Theory", 1953, in Lane and Riemersma,
editors, Enterprise and Secular Change
24Teorias Pré-keynesianas do Ciclo Econômico
- Teorias do Lado da Oferta explica o ciclo
econômicos devido as variações de custo e da
margem de lucro das empresas.
Wesley Clair Mitchell, 1874-1948
25Clima e Ciclos Econômicos
- William Stanley Jevons, 1835-1882.
-
- Henry Ludwell Moore, 1869-1958.
- http//www.ecn.bris.ac.uk/het/moore/Backup20of2
0index.wbk -
- Johan Henryk Åkerman, 1896-1982
- Rhythmics of Economic Life (1928),
26Teoria Keynesiana do Ciclo Econômico
- O modelo multiplicador-acelerador de Samuelson
(1939) - http//cepa.newschool.edu/het/profiles/samuelson.h
tm
27Teorias Pós Keynesianas do Ciclo Econômico
- M. Kalecki (1935)
- N. Kaldor (1940)
- R. Goodwin (1948)
- Arrow-Domar (1948, 1949)
- J. Hicks (1949)
- A. Smithies (1957)
28Michal Kalecki, 1899-1970(1935, 1937, 1939,
1943, 1954)
29Bibliografia
- Burns, Arthur F., and Wesley C. Mitchell.
Measuring Business Cycles. 1946. -
- Friedman, Milton, and Anna J. Schwartz. "Money
and Business Cycles." Review of Economics and
Statistics 45 (February 1963) 32-64. -
- Gordon, Robert J., ed. The American Business
Cycle Continuity and Change. 1986. -
- Romer, Christina D. "Is the Stabilization of the
Postwar Economy a Figment of the Data?" American
Economic Review 76 (June 1986) 314-34.
30A Teoria dos Ciclos Reais
31A Teoria dos Ciclos Reais
- Plosser (1989)
- Froyen (1999, cap.12)
- Mankiw (1990)
- Mankiw (2004, cap. 19)
- Burda Wyplosz (2005, cap. 14)
- Dornbusch Fisher (1991, p. 803-806)
32A Teoria dos Ciclos Reais
- O modelo dos ciclos reais (RBC Model) foi
desenvolvido originalmente por developed by F.
Kydland and E. Prescott (ganhadores do Prêmio
Nobel de 2004). -
-
"for their contributions to dynamic
macroeconomics the time consistency of economic
policy and the driving forces behind business
cycles
http//nobelprize.org/economics/laureates/2004/pre
ss.html
33A Teoria dos Ciclos Reais
- Segundo Mankiw (1990,p.1653), a teoria dos
ciclos reais parte do pressuposto de que existem
significativas flutuações aleatórias na taxa de
mudança tecnológica. - Devido aquelas flutuações na tecnologia, há
flutuações mos preços e os indivíduos
racionalmente alteram sua oferta de trabalho e
consumo. - O ciclo econômico é, de acordo com esta teoria,
uma resposta natural e eficiente da economia a
mudança na produção de tecnologia disponível.
34A Teoria dos Ciclos Reais
- A TCR assume que a maioria dos ciclos econômicos
pode ser explicada por choque temporários de
oferta (A) - Y AF(K,N) AK0.3N0.7
- ? A Y/K0.3N0.7
35A Teoria dos Ciclos Reais
- O mecanismo da TCE
- Dois efeitos imediatos se seguem de uma mudança
na produtividade. - - Mudança na demada por investimento
- - Demanda por mudança na mão-de-obra.
36Produtividade Total dos Fatores nos EUA
37Desvios da Tendência no PIB real e o Choque de
Oferta (A)
38Choques Tecnológicos
- Na teoria dos ciclos reais, as flutuações
econômicas são causadas por choques de
produtividade. - O Resíduo de Solow é uma medida dos choques de
produtividade ela mostra as mudanças no produto
que não podem ser explicadas por mudançcas no
capital e na mão-de-obra.
39Resíduo de Solow e Crescimento do Produto
por ano
10
8
Crescimento do produto
6
4
2
0
-2
Resíduo de Solow
-4
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
1945
Ano
40Choques Tecnológicos
- Os proponentes da TCR argumentam que a forte
correlação entre o crescimento do produto e os
resíduos de Solow é uma evidência de que os
choques de produtividades são uma importante
fonte das flutuações econômicas.
41Choques Tecnológicos
- Os teóricos dos ciclos reais assumem que a
economia experimenta significativas e inesperadas
mudanças na produção de tecnologia disponíveis. - Assim, muitos modelos da teoria dos ciclos reais
explicam as recessões como sendo períodos de
regressão tecnológica isto é - como declínio
na capacidade tecnológica da sociedade.
42Real Business Cycles
Choque de oferta adverso
Queda na demanda por M.O
Queda na Oferta De M.O
Queda na demanda por investimento
43Real Business Cycles
Real GDP per hour of work
PF1
20
PF2
15
10
100
50
Capital per hour of work
16
44Declínio na Produtividade
- A função de produção desloca-se para baixo.
- O produto marginal da mão-de-obra declina e a
demanda por mão-de-obra cai. - O produto marginal do capital declina. Os
investimentos diminuem.
45Neutralidade da Moeda
- Os proponentes da teoria dos ciclos reais
assumem que a oferta de moeda é endógena cf.
King Plosser (1984) - Assim, supondo que se espera que o nível de
produto irá cair o Banco Central reduz a oferta
de moeda em resposta a uma queda esperada na
demanda por moeda.
46A Flexibilidade dos Preços e Salários
- A RBC assume que os preços e salários são
completamente flexiíveis, e que , portanto, os
mercados sempres estão em equilíbrio. -
47A Teoria dos Ciclos Reais
- Os modelos de ciclos reais são modelos de
equilíbrio geral dinâmicos que geram uma ampla
gama de predições empíricas para variáveis
macroeconômicas. - Os modelos dos ciclos reais são descendentes
diretos dos modelos de Lucas (1975) e Barro
(1976), na qual têm em comum a ênfase na
substituição intertemporal, a ênfase na
otimização individual, bem como no requisito de
que os mercados se equilibra, - no sentido de que
nenhum ganho inexplorado das trocas é permitido.
48A Teoria dos Ciclos Reais
- Para os teóricos dos ciclos reais, as flutuações
macroeconômicas representam respostas ótimas e
na ausência de externalidades - também torna
difícil ver como uma política de estabilização
pode levar a uma melhoria no bem-estar econômico.
49A Teoria dos Ciclos Reais Resumo e Pontos
Principais
- A TCR explica os ciclos econômicos através de
modelos com mercados perfeitos e expectativas
racionais. - As flutuações observadas são consideradas como
sendo um resultado eficiente que resulta da
interação entre os agentes que possuem um
comportamento maximizador os agentes maximizam
utilidade (trabalhadores) e as firmas (maximizam
lucros).
50A Teoria dos Ciclos Reais Resumo e Pontos
Principais
- Consumidores
- maximizam a satisfação ao longo do ciclo da vida
- Escolhendo e decidindo sobre
- consumo c
- Poupança s
- lazer l
- Restriçãoos indivíduos não podem gastar mais do
que ganham ao longo do seu ciclo de vida.
51A Teoria dos Ciclos Reais Resumo e Pontos
Principais
- FIRMAS
- Maximizam os lucros esperados
- Escolhem
- capital para empregasr K
- Quantidade de trabalho para contratar L
- O produto a produzir Y
- Restrição tecnológica Y z F(K, L)
- z choque tecnológico z G(z)
52A Teoria dos Ciclos Reais Resumo e Pontos
Principais
- A TCR ignora o lado da demanda e oferece uma
explicação do ciclo econômico puramente do lado
da oferta. - A teoria dos ciclos reais busca explicar as
flutuações obervadas nas variáveis econômicas não
somente qualitativamente, mas também
numericamente. Os modelos calibrados da TCR geram
séries de tempo para o produto, consumo e
investimento cujas propriedades estatísticas
buscam reproduzir os momentos estatísticos
obserados na séries reais.
53A Teoria dos Ciclos Reais
- Segundo Stockman (1988,p. 24) o objetivo do
modelo de ciclos reais é o de explicar as
flutuações agregadas no ciclo econômico sem
referência a política monetária.
54A Teoria dos Ciclos Reais
- Hun e Trehan (1991, p. 3) destacam que a
principal implicação das teorias dos ciclos reais
é que as flutuações no produto agregado, bem como
no emprego, são manifestações de falhas de
coordenação em alguns mercados, mas o resultado
natural de uma economia competitiva onde agentes
racionais tomam decisões ótimas
intertemporalmente em respostas a mudanças na
função de produção.
55Sites Recomendados
- http//cepa.newschool.edu/het/essays/multacc/hick
sacc.htm - http//www.nber.org/cycles.html
- http//www.nber.org/papers/w11422
- http//cepa.newschool.edu/het/profiles/schump.htm
- http//www.sfu.ca/bkrauth/econ808/808_lec5.pdf
56Sites Recomendados
- http//dge.repec.org/
- http//www.nber.org/papers/W11401
57FIM