Title: Redu
1Redução de Danos
- Redução de Danos é uma abordagem de Saúde Pública
que visa lidar com as questões e os problemas
relacionados ao uso de substâncias psicoativas - As prioridades são
- 1) Reduzir as consequências negativas do uso de
drogas - 2) Lidar com hierarquia de metas imediatas e
realistas - 3) Consumo livre de riscos
- 4) Alcançar e manter a abstinência
-
2Redução de Danos
- Inclui uma série de medidas preventivas e a
provisão de tratamento! - Tem como objetivo influenciar pessoas que abusam
de ATOD a adotarem práticas que sejam menos
danosas a si próprios, familiares, amigos e
comunidade em geral - Reconhece que aqueles que continuam a usar drogas
lícitas ou ilícitas tem o direito de acessar
cuidados médicos, sociais e econômicos com o
objetivo melhorar o seu bem estar
3Redução de Danos
- Breve História ( G.A. Marlatt)
- Movimento internacional surgiu como resposta a
crise da AIDS nos anos 80 - Estratégias para reduzir o risco da transmissão
do HIV entre usuários de drogas injetáveis - Europa programas de saúde pública com troca de
seringas e prescrição médica de substâncias - Reino Unido lançou o conceito - minimização de
danos! - Modelos pioneiros Holanda e Reino Unido
4Redução de Danos
- Holanda - Anos 80
- Objetivos
- Auxiliar a melhorar o bem estar físico e social
do DQ -
- Evitar a estigmatização do usuário
- Nesta fase, a impossibilidade (temporária) do
usuário de abandonar o uso das drogas está sendo
aceita como um fato - - A efetividade do tratamento só pode ser
assegurada por - serviços de baixa exigência e auxílio acessível
5Redução de Danos
- Holanda
- Resultado mais significativo desta filosofia de
tratamento de fácil acesso e baixa exigência é
que os holandeses alegam estar em contato com a
maioria da população de usuários do país - Em Amsterdã cerca de 60 a 80 tem acesso a algum
tipo de assistência - Aumento da troca de agulhas de 100 mil em 1985
para 720 mil em 1988
6Redução de Danos
- Reino Unido (Marks, 1991)
- Pioneiro na prescrição- dependentes recebem
drogas como heroína ou metadona para manutenção
uso (polítca adotada principalmente em Merseyside
Liverpool a partir de1990) - Serviços de aconselhamento, troca de seringas,
aconselhamento de emprego e moradia, internação
para desintoxicação, etc - RD é iniciada a partir da recusa resoluta do
paciente (apenas 10 apresenta interesse em
tratamentos cuja meta seja a abstinência) - Premissa inspirar uma confiança mútua é
possível envolver o sujeito em uma avaliação
racional e reflexiva de seu estilo de vida e de
seu comportamento
7Redução de Danos
- Objetivos principais desta abordagem no Reino
Unido - Atrair o usuário de drogas ao programa
- Estimular a retenção e prevenir o abandono do
tratamento - Promover mudanças através de metas a curto prazo
- Prescrever drogas como estado final para aqueles
que não estão dispostos ou são incapazes de
alcançar a abstinência - A polícia é ativamente implicada neste modelo
- Participam dos comitês de aconselhamento
- Encaminham infratores detidos a tratamento
8Princípios Básicos da Redução de Danos
- 1) RD é uma alternativa de saúde pública para os
modelos moral-criminal e de doença - moral e doença - redução da oferta e demanda, uso
moralmente repreendido ou comportamento mal
adaptado, foco sobre o tráfico e indivíduo - RD desvia a atenção do uso em si para as
repercussões do consumo (prejudiciais ou
favoráveis ao sujeito e à comunidade) - RD incide sobre as condições de acesso à droga
e as maneiras de realizar o consumo
9Princípios Básicos da Redução de Danos
- 2) RD reconhece a abstinência como resultado
ideal, mas aceita alternativas que reduzam os
danos - crítica à meta exclusiva da abstinência
tolerância zero - DQ comporta altas taxas de
recaída e anos de uso (crack) - maior parte das vezes a abstinência é proposta
como critério para o aceite em tratamento
(inversão da lógica) - minimização da danos como um passo para outras
metas
10Princípios Básicos da Redução de Danos
- 3) RD surgiu principalmente como uma abordagem de
baixo para cima, com base na defesa do
dependente, em vez de uma política de cima para
baixo promovida pelos formuladores de políticas
de drogas - conhecimento e necessidades partindo do próprio
usuário - deficiência não se estimulam grupos organizados
de usuários de drogas (representação social e
defesa de direitos)
11Princípios Básicos da Redução de Danos
- 4) A RD promove acesso a serviços de baixa
exigência como uma alternativa para abordagens
tradicionais de alta exigência - ex programas comunitários de rua técnicas de
outreach consultórios de rua - formando parceria e vínculo de confiança com o
usuário - encontrando-o onde ele estiver e como ele estiver
- qualquer mudança é valorizada eficácia pessoal
12Princípios Básicos da Redução de Danos
- 5) RD baseia-se nos princípios do Pragmatismo
Empático versus Idealismo Moralista - afasta-se de sistemas fixos, fechados e absolutos
- flexibilização, mediação e conciliação
- inclui experiências singulares
- democrático
- não significa ser conivente ou promover
comportamentos relacionados ao uso
13Redução de Danos
- Exemplos de adoção de práticas com menos danos e
riscos para usuários de ATODs - Compartilhar seringas usar sua própria seringa
- Injetar heroína fumar heroína ou usar metadona
- Uso de droga caótico uso de droga controlado
- Uso de droga ilícito provisão legal
14Redução de Danos
- Uso de droga controlado abstinência
- Beber e dirigir beber controlado sem dirigir
- Práticas sexuais não seguras práticas sexuais
mais seguras - Altos índices de infração e crime redução dos
níveis de criminalidade e infração
15Porque Redução de Danos pode ser boa prática
- É REALISTA mudança é difícil um processo a
longo prazo - ABSTINÊNCIA dentro de um contexto desejável
mas geralmente não alcançavel a curto prazo - ESTABELECE METAS INTERMEDIÁRIAS
-
- RESPONSABILIDADE PARA A MUDANÇA
- MAIS OPÇÕES
- PROMOVE VÍNCULO
16Redução de Danos no Brasil
- Origem remonta ao cenário da AIDS
- 1989 - Santos considerada capital da AIDS
- 1989 primeiro programa municipal de redução de
danos associados ao uso de drogas injetáveis no
país (troca de seringas) - Na época gerou polêmica e foi enquadrado pelo MP
como crime - interrupção
17Redução de Danos no Brasil
- Em 1991, uma ONG de Santos, começou a distribuir
hipoclorito de sódio para desinfetar seringas
(partiram da constatação de que usuários lavavam
as seringas para limpar o sangue), mas não
pegou - Alguns projetos de redução de danos surgem em São
Paulo e Salvador a partir de 1994 - 1995 Salvador primeiro programa de troca de
seringas legalizado (CETAD) ajudar a retirar da
cena de uso para não reutilização
18Redução de Danos no Brasil
- 1997 fundação da Associação Nacional de
Redutores de Danos (ABORDA) busca
reconhecimento e legitimidade da figura do
Redutor de Danos - Em 1998, em São Paulo, a distribuição de seringas
entre UDIs vira lei. Em 2006, por volta de 140
projetos de RD estavam ativos no Brasil - As ações não foram seguidas do aumento do consumo
de injetáveis ou do contágio HIV - O número de casos de AIDS entre UDIs caiu de 4092
em 1993 para 1506 em 2003 (Ministério da Saúde)
19Redução de Danos no Brasil
- Ações RD no Brasil
- contato com o usuário, principalmente o que está
fora dos serviços de saúde, gt proximidade
comunidade - desenvolvidas por agentes comunitários, agentes
de saúde e redutores de danos e compreende troca
e distribuição de seringas, informação, educação
e comunicação, aconselhamento, encaminhamento e
vacinação contra hepatite, primeiros socorros,
encaminhamento clínico e especializado, testagem
HIV
20Redução de Danos no Brasil
- Objetivos das ações
- controlar possíveis consequências adversas ao
consumo de psicoativos lícitos ou ilícitos
sem, necessariamente interromper esse uso, e
buscando inclusão social e cidadania para
usuários de drogas (Ministério da Saúde, 2004) - Acolher o que é possível, sempre estimulando a
co-responsabilização do usuário por mudanças - Defesa da vida
21Críticas ao Proibicionismo
- Brasil, herdeiro de uma política repressiva (USA)
de tolerância zero e guerra às drogas - Hoje em dia, tendência híbrida mas ainda pendendo
para a ênfase na repressão (criminalização e
penalidade para o usuário Lei de Drogas 2006) - Parte-se da premissa e da necessidade de acabar
com todo o montante de drogas no mundo
(sociedade livre de drogas) ideal utópico
22Críticas ao Proibicionismo
- Se os esforços repressivos estão na produção,
distribuição e comércio, há mobilização no
sentido da superação dos impedimentos que são
impostos - estabelecem-se novas localidades e rotas de
contrabando, aprimoram-se técnicas de cultivo
frente às reduções de área, obtendo-se maior
produtividade por planta - promovem-se descentralização da produção e venda,
através de médios e pequenos comerciantes
incorrendo em aumento da competitividade e
diminuição de preço (Morais, 2005) - Ocorre com o tráfico o que se observa em qualquer
atividade mercadológica bem sucedida a
racionalização do comércio e aperfeiçoamento das
práticas, com maximização de resultados
23Críticas ao Proibicionismo
- Outro tensionamento surge da adoção de um foco
eminentemente voltado para o domínio da segurança
pública - Seguindo a linha do combate como palavra de ordem
e da justiça criminal. Decorre daí uma
inevitável sobrecarga do sistema prisional,
absorvendo - arbitrariamente - grandes
traficantes e usuários - O tratamento legal e de forma igualitária a
todos os integrantes da cadeia organizacional do
mundo das drogas é desigual em termos de
penalização e alternativas de intervenção
(Brasil, 2004)
24Críticas ao Proibicionismo
- Incluem-se nessa crítica os altos custos
- O fato da prisão não impedir que o consumo se
mantenha - Podendo, inclusive fomentar o oposto do
pretendido - (...) criminalizar o dependente de drogas sem
oferecer recursos terapêuticos durante a pena,
considerando o fácil acesso às drogas nos
ambientes prisionais, remete a uma realidade
desumana... (Conte e col., 2008) -
25Críticas ao Proibicionismo
- A hipertrofia da lógica proibicionista repercute,
também, em vultuosos investimentos na repressão
da oferta em detrimento da redução de demanda,
cuja relevância é deixada em segundo plano - A ênfase na redução da oferta de drogas, por
meio da criminalização tanto do tráfico quanto do
uso de drogas ilícitas, conferiu uma importância
secundária à redução da demanda promovida
mediante as intervenções de prevenção e
tratamento aos dependentes químicos (Alves,
2009) - Reproduzindo os aspectos contraditórios que
marcam o contexto do uso de drogas na atualidade,
tanto a sociedade quanto o governo do Brasil
tradicionalmente, deram prioridade à repressão na
abordagem dessa questão, em detrimento de ações
educativas e preventivas abrangentes (Moraes,
2005)
26Proibicionismo e RD
- Crack resultado do proibicionismo controle e
escassez dos insumos químicos éter e acetona
para transformação da pasta base em cocaína
refinada (pó) aproveitamento da pasta base para
reduzir perdas financeiras - Um dos pioneiros programas de redução de danos
para usuários de crack ocorreu em Salvador 1996
com projeção de filmes estratégia de
aproximação e oficinas de sexo mais seguro
(Domanico, 2006)
27Redução de Danos