Title: INTERTEXTUALIDADE
1INTERTEXTUALIDADE
2"intertextualidade
O jogo do não confunda
Não confunda "bife à milanesa" com "bife ali na
mesa", Não confunda "conhaque de alcatrão" com
"catraca de canhão", Não confunda "força da
opinião pública" com "opinião da força pública.
3(No Transcript)
4 Canção do exílio facilitada (José Paulo
Paes)
lá?ah!sabiá ...papá ...maná ...sinhá ...
cá?Bah!
5Minha tem palmeiras, Onde canta o sabiá.
(G. Dias)
Eu nasci além dos maresOs meus lares, Meus
amores ficam lá!(Casimiro de Abreu)
Um sabiá na palmeira, longe. (Drummond)
"Minha terra tem Cruzeiro, onde canta a
raposa.... (Roginei)
Minha terra não tem palmeiras... (M.
Quintana)
6Por ocasião dos escândalos de corrupção
envolvendo o então presidente Fernando Collor de
Mello, Jô Soares escreveu a Canção do Exílio às
avessas
Minha Dinda tem cascatas Onde canta o curió Não
permita Deus que eu tenha De voltar pra
Maceió. Minha Dinda tem coqueiros Da Ilha de
Marajó As aves, aqui, gorjeiam Não fazem
cocoricó. O meu céu tem mais estrelas Minha
várzea tem mais cores Este bosque reduzido Deve
ter custado horrores(...)
7Quando os textos se cruzam, por qualquer motivo,
ou mais especificamente, reproduzem,
integralmente, ou fazem referência, de passagem,
a textos escritos por outras pessoas, estão
estabelecendo um diálogo com o original, chamamos
de intertextualidade. Graça Paulino
Intertextualidade Teoria e Prática
8PARÓDIAO político Vi ontem um políticoNa
luxuria do plenárioCantando votos entre os
deputados.Quando persuadia algum comparsaSeu
partido não perguntava,Unia-se com falsidade.O
político era um cão,Era um gato,Era um rato.O
político, meu Deus, já foi um homem.(autor
desconhecido)
O BICHO (Manoel Bandeira) Vi ontem um bichoNa
imundície do pátioCatando comida entre os
detritos. Quando achava alguma coisa,Não
examinava nem cheiravaEngolia com voracidade.
O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era
um rato. O bicho, meu Deus, era umhomem.
9Fico Eu fico, pois não, Se a todos dou
bem. Preparem as mulatas, Recheiem os
prus, Avisem os banqueiros, Suprimam os
chuveiros, Me comprem mercúrio, Afinem as
garrafas, Previnam o Chalaça, Aprontem o
troley, Eu fico, mas vou Falar com a Marquesa, Já
volto pra ceia. Falando em comidas Eu fico, pois
não. (Murilo Mendes)
10Em Iracema Além, muito além daquela serra, que
ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os
cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais
longos que seu talhe de palmeira. (...) (Azeredo,
2007, p. 132). EM MACUNAÍMA No fundo do
mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa
gente. Era preto retinho e filho do medo da
noite. (Azeredo, 2007, p. 132).
11INTERTEXTUALIDADE
É uma interação entre textos, um diálogo que se
dá entre eles.
A intertextualidade está ligada ao conhecimento
de mundo, que deve ser comum ao produtor e ao
receptor dos textos.
É preciso notar que há tipos de
intertextualidade. Vejamos, a seguir, algumas
dessas variações
12ALUSÃO referência a obras ou a alguns de seus
signos( personagens, episódios, cenas, autores)
cujo efeito argumentativo é endossar, ampliar e
reafirmar o ponto de vista da enunciação do texto
em que se insere.
13(No Transcript)
14APROPRIAÇÃO consiste em retomar um texto
imprimindo nele modificações no seu enunciado,
sem identificar-lhe nem a fonte nem a autoria.
15Texto bíblico I Cor. 131-7 O amor é o dom
supremo Ainda que eu fale as línguas dos homens e
dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze
que soa ou como o címbalo que retine.
Soneto de Camões Amor é fogo que arde sem se ver/
é ferida que dói e não se sente/ é um
contentamento descontente/ é dor que desatina sem
doer. É um não querer mais que bem querer/ é um
andar solitário entre a gente/ é nunca
contentar-se de contente/ é um cuidar que ganha
em se perder (...)
16Monte Castelo Ainda que eu falasse a língua dos
homens/ e falasse a língua dos anjos, sem amor eu
nada seria É só o amor, é só o amor/ que conhece
o que é verdade/ o amor é bom, não quer o mal/
não sente inveja ou se envaidece O amor é o fogo
que arde sem se ver/ é ferida que dói e não se
sente/ é um contentamento descontente/ é dor que
desatina sem doer
17PARÓDIA utilização ou modificação intencional
do texto de outrem. Texto irônico e às
cômico.Negar o texto que serviu de suporte à
paródia. PARÁFRASE - quando a recuperação de um
texto por outro se faz de maneira dócil, isto é,
retomando seu processo de construção em seus
efeitos de sentido. Também resumir ou recontar
uma história é parafraseá-la.
18(No Transcript)
19... Do que a terra mais garrida, Teus
risonhos, lindos campos têm mais flores, Nossos
bosques têm mais vida, Nossa vida, no teu
seio, mais amores ... (Joaquim Osório Duque
Estrada)
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm
mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa
vida mais amores. (Gonçalves Dias)
20CITAÇÃO transcrição de um trecho/fragmento de
autoria alheia. EPÍGRAFE forma específica de
citação. Epi em posição superior graphé
escrita Oh! Grandes e gravíssimos perigos! Oh!
Caminho da vida, nunca certo! Os Lusíadas, canto
I, estrofe 105 Epígrafe do livro A estrela
sobre Marques Rebelo)
21INTERTEXTUALIDADE PINTURA E PUBLICIDADE
22MONA LISA
1503 1507
1919
23(No Transcript)
24(No Transcript)
25ALMOÇO NA RELVA
1863
26ALMOÇO NA RELVA
1961
27LOGOMARCA PAN - 2007
28LOGOMARCA PAN - 2007
29LOGOMARCA PAN - 2007
30(No Transcript)
31(No Transcript)
32(No Transcript)
33Algumas Intertextualidades Antes do Baile
verde Conto Verde lagarto amarelo drama dos
irmãos Abel e Caim outra está presente na fala
do pai dos rapazes Laura é como o rei daquela
história (...) Só que, ao invés de transformar
tudo em ouro, quando toca nas coisas, transforma
tudo em beleza (p. 14). A comparação é com o rei
Midas, figura da mitologia greco-romana, que
transformava em ouro tudo o que tocava. Natal
na barca com nascimento de Cristo barca de
Caronte na mitologia grego romana utilizada para
transportar as almas para o reino dos mortos. A
ceia Judas, a traição
34INTERTEXTUALIDADES Paraísos artificiais O
título intertextualiza com a obra de Charles
Baudelaire, poeta simbolista francês. Conto O
primo cachorro se chama Kafka, e referências
aos anos 70 (casal ouve LP de Milton
Nascimento). Conto Sonetos negros cita-se
muitos escritores e artistas modernistas
brasileiros.