Title: Pesquisa em LA em Tempos de P
1Pesquisa em LA emTempos de Pós-...
- Désirée Motta-Roth
- Universidade Federal de Santa Maria
- LABLER-Laboratório de Pesquisa e Ensino de
- Leitura e Redação
- dmroth_at_terra.com.br
- http//w3.ufsm.br/desireemroth
2Objetivos desta fala
- Destacar alguns deslocamentos e proposições da
Lingüística Aplicada na atualidade - Identificar a pesquisa de Lingüistas Aplicados a
partir de um recorte institucional.
3Deslocamentos e Proposições
- Deslocamentos Pós o quê? (Moita Lopes, 2006)
- Matriz social capital econômico, nacionalidade,
localização no tempo e no espaço - Centralização no sujeito uno ideal p.ex., o
falante nativo, o bom aprendiz, o aluno médio - Foco no método pesquisa como processo de
descoberta de verdade por meio de procedimentos
replicáveis - Preocupação com a teoria abstrata o sistema da
língua - Ensino de línguas Método (universalização)
- Proposições
- Matriz social capital simbólico-econômico,
ecológico, transnacional, porosidade temporal e
espacial - Foco em questões sociopolíticas e geográficas
- Constituição do sujeito histórico, fragmentado,
transglobal, com identidades múltiplas, cujos
traços como sexualidade, raça, etc. constituem a
identidade como performance (Pennycook, 2006) - Foco nos dados pesquisa como relato construído
por meio de procedimentos situados - Preocupação com a semiótica social o discurso
- Ensino de línguas Pós-Método (localização)
4Natureza, Objetivo e Enfoque
- Objetivo da LA identificar e criar
inteligibilidade sobre problemas sociais em que a
linguagem tem um papel central (Moita
Lopes,2006). - Natureza da LA -gt Mestiça (interdisciplinar com
ciências sociais e humanidades) (Moita
Lopes,2006), Descêntrica (Rampton, 2006),
Transgressiva e Ideológica (Pennycook, 2006). - Contextos de pesquisa Variedade e complexidade gt
a escola, o instituto de línguas, a universidade,
a empresa, o hospital, a delegacia de mulheres,
as comunidades/minorias sociais, etc. Assim como
Celani (2004) se refere a contextos de
aprendizagem, podemos dizer que qualquer pratica
social a ser investigada é não-linear e
contraditória, caracterizada por
imprevisibilidade. - Caracterização metodológica problematizadora e
dinâmica (Pennycook, 2006). - Característica do pesquisador Reflexividade gt
a capacidade de usar o conhecimento sobre um
processo de modo a alterá-lo e adaptá-lo a novos
contextos (Chouliaraki Fairclough,1999).
5Domínios e Temas de Pesquisa
- Âmbitos gt Letramento, comunicação no trabalho (e
tradução). - Temas gt Constituição discursiva da identidade,
acesso, ética, domínio, desigualdade, alteridade,
desejo. - (Pennycook, 2006)
6Questões de Pesquisa
- Domínio De que modos múltiplos o poder opera na
comunicação nos contextos? Que textos têm poder
em que contextos? Quem tem acesso aos processos
de leitura, produção (e tradução) de textos? - Desigualdade Como os silenciados/osos nos vários
contextos podem começar a falar? Como ter acesso
a textos poderosos? - Diferença Que outros tipos de comunicação são
possíveis? Como as pessoas lêem textos
diferentemente? Que formas de diferença emergem
em produções/traduções alternativas? - Desejo Por que as pessoas utilizam determinados
modos de comunicação? Que posições de sujeito
estão disponíveis para leitores diferentes? Por
que algumas interpretações são preferíveis a
outras? - (Pennycook, 2006)
7Questões de Pesquisa
- Perguntas acerca do papel do gênero no contexto
- Qual a relevância do gênero para o contexto? Ele
ajuda a definir esse contexto? Como? - Com que freqüência, as pessoas se engajam nesse
gênero para interagir socialmente? - O que realizam? Que valores/idéias são propostos?
Qual(ais) o(s) objetivo(s) dos participantes
dessa interação, i.e. por que lêem ou escrevem? - Quem escreve/fala para quem? Que papéis são
desempenhados pelos participantes dessa
interação? Que resultados ou efeitos são
pretendidos/causados? - Como o grupo social influencia ou controla os
parâmetros desse gênero? Quão ritualizado é o
gênero? - Como é distribuído o acesso ao gênero e os papéis
dos participantes? Quem decide? Por quê? - Há diferenciação clara entre os que sempre
produzem o texto e os que o consomem? Existe um
contraste entre participantes mais e menos
experientes no gênero? Como se aprende a
participar desse gênero? Quanto tempo/esforço se
gasta para se tornar um participante desse
gênero? (Motta-Roth, 2006)
8Questões de Pesquisa(Cont.)
- Perguntas acerca do conteúdo e organização do
texto - Qual é a extensão? Como é dividido? Há
alternância de tomadas de turno? - Que tipo de informação é encontrada? Há uma
informação central? - Que estágios textuais são identificados?
- Que modalidade(s) retórica(s) é(são) são
constitutivas narração, avaliação, descrição,
etc.? - É possível identificar padrões de escolhas
léxico-gramaticais, i.e. processos, participantes
e circunstâncias? - A que campo semântico o texto remete?
- Qual é o tom/registro de linguagem? Qual é o grau
de polidez? Há mais ou menos modalização/ênfase? - Que recursos de metadiscurso são usados?
- Como é a persona do narrador/escritor? E do
leitor? Há sinalização explícita de dialogismo?
Qual o grau de intertextualidade? - Que texto pode ser considerado como mais
representativo do contexto, i.e. do que está
acontecendo em uma situação culturalmente
institucionalizada? (Motta-Roth, 2006)
9Um recorte institucional da LINGÜÍSTICA APLICADA
CNPq
101 Ensino e aprendizagem de línguas Pós-...
- Vygotsky (1986)
- Construção do conhecimento resulta da interação
social. - Celani (2004)
- Aprendizagem é não-linear e cheia de
contradições - Risco e imprevisibilidade como características.
- Canagarajah (2006)
- Abertura da sala de aula para aprendizagens
- Integração de habilidades
- Ensino/Aprendizagem em Contextos Específicos.
- Narrativas de aprendizagem Aprendendo com
memórias de falantes e aprendizes de línguas
estrangeiras (Menezes, 2005-2008/UFMG) - Teorias da complexidade e aprendizagem mediada
pelas novas tecnologias Produção de materiais
didáticos para o ensino de línguas on-line
(Leffa, 2007-2010/UCPel)
112 Formação de professor Pós-...
- Magalhães (2004)
- Conhecimento de teorias e questões sociopolíticas
e identitárias. - Castro (2004)
- Reflexividade questionamento e autocompreensão,
reconceituação de ações, valores e representações
de mundo. - Cristóvão (20042005)
- Distância entre teoria e prática
- Didatização dos gêneros textuais planificação do
trabalho do professor. - Do saber global ao desenvolvimento do saber local
na formação do professor de inglês da escola
pública o papel da experiência e do conhecimento
do contexto de aprendizagem (Celani,
2004-2009/PUCSP). - O ensino da língua inglesa no Paraná e a formação
de professores durante a Prática de Ensino nos
cursos de Letras as instituições formadoras de
professores de inglês e o impacto de suas
atividades no ensino da escola pública (Gimenez,
2005-2008/UEL)
123 Teorias e análises lingüísticas Pós-...
- Fairclough (2003)
- Linguagem com função constitutiva de mundos
(im)possíveis, papéis e relações sociais em
contextos específicos. - Halliday (2004)
- Teoria Sistêmico-Funcional Identificação
(Categorização) e Interpretação (Análise do
discurso). - Rajagopalan (2006)
- Análise Crítica do Discurso com objetivo
intervencionista. - Etnografia de práticas discursivas multimodais de
alunos do Ensino Médio pela perspectiva da
Lingüística sistêmico-funcional e da Análise
Crítica do Discurso (Heberle, 2006-2009/UFSC) - Análise de gêneros didáticos impressos e digitais
para ensino de leitura e escrita contrastando
possibilidades didáticas (Rojo,
2007-2010/UNICAMP).
13Deslocamentos da língua ao entorno sócio-político
- Que elementos são relevantes em que contextos?
- Noções/Idéias (Ideologia)
- Discurso (Poder constitutivo da linguagem)
- Gênero (CulturaAtividades, Papéis
Institucionais) - Registro (SituaçãoInformalidade/Formalidade,
Oral/Escrito) - Ações (Atos de fala)
- Voz (Modo/Modalidade)
- Léxico Gramática Estrutura (Campo semântico,
Relações lexicais e oracionais, Funções na
oração, Textura) - Fonologia/Grafologia (Pronúncia e Ortografia).
141 Ensino e aprendizagem de línguas
- Ensinar a linguagem, sobre a linguagem, pela
linguagem - Letramento multimodal visual, auditivo,
espacial, gestual, digital para produzir e
processar linguagem na internet (blogs/flogs), na
mídia (noticiário, publicidade, MTV), etc. - Texto no contexto ler e escrever falar e
ouvir só fazem sentido quando estudados no
contexto de práticas sociais e culturais (e,
podemos acrescentar, históricas, políticas e
econômicas) das quais essas habilidades
comunicativas são apenas parte. (Gee, 2000180).
152 Formação de professor - Novos contextos,
habilidades e atitudes
163 Teorias e análises lingüísticas Texto no
contexto
- Regras, sentidos, ações da linguagem discursos,
registros, gêneros, atividades, ritualização,
valores, relações, propósitos comunicativos. - Uso da linguagem é um ato de identidade
(Pennycoock, 200683).
17Propostas?
- Orientação de programas para desenvolvimento de
militância intelectual gt ressignificar a educação
lingüística. - Os três eixos do GT de LA em Tempos de Pós-...
- Formação gt Reflexividade como tensão proposta
didática com vistas a debate, acesso e autoria - Ensino gt Pedagogia como transgressão educação e
ação do aluno e do professor Ciência,
Identidade e Ecologia - Teoria e Análise gt Linguagem como prática social
aprender a linguagem pode ser aprender a analisar
os discursos e produzir textos historicamente
situados.
18Referências
- CANAGARAJAH, A. S. (2006). TESOL at Forty What
Are the Issues? TESOL Quarterly, 40 (1)9-34. - CELANI, M. A. A. (2004). Culturas de
aprendizagem risco, incerteza e educação. In M.
C. C. Magalhães (Org.) A formação do professor
como um profissional crítico linguagem e
reflexão. CampinasMercado de Letras, p.37-58. - CHOULIARAKI L. FAIRCLOUGH, N. (1999). Discourse
in late modernity. Edinburgh, UK Edinburgh
University Press. - GEE, J. P. (2000). The new literacy studies From
socially situated to the work of the social.
In D. Barton, M. Hamilton, R. Ivanic. (Eds.)
Situated Literacies Reading and Writing in
Context. London Routledge, pp.18096. retrieved
July 11, 2005 from http//www.schools.ash.org.au/l
itweb/page300.html.
19Referências (Cont.)
- KUMARAVADIVELU, B. (2005). Deconstructing applied
linguistics A postcolonial perspective. In M.
Freire, M.H.V. Abrahão A. M. F. Barcelos
(Orgs.) Lingüística aplicada e contemporaneidade.
São Paulo ALAB Campinas, SP Pontes Editores,
pp. 25-37. MOITA LOPES, L. P. (Org.) (2006). Por
uma lingüística aplicada INdisciplinar. São
Paulo Parábola, - MOITA LOPES, L. P. (2006). Uma lingüística
aplicada mestiça e ideológica interrogando o
campo como lingüista aplicado. In L. P. da Moita
Lopes (Org.) Por uma lingüística aplicada
INdisciplinar. São Paulo Parábola, p.13-44. - MOTTA-ROTH, D. (2006). Questões de metodologia em
análise de gêneros. In Acir Mário Karwoski
Beatriz Gaydecka Karim Siebeneicher Brito.
(Orgs.)Gêneros textuais Reflexões e ensino. 2a.
ed. revista e aumentada. 2 ed. Rio de Janeiro
Lucerna, p. 145-163.
20Referências (Cont.)
- PENNYCOOCK, A. (2006). Uma lingüística aplicada
transgressiva. In L. P. da Moita Lopes (Org.)
Por uma lingüística aplicada INdisciplinar. São
Paulo Parábola, p.67-84. - RAJAGOPALAN, K. (2006). Repensar o papel da
lingüística aplicada. In L. P. da Moita Lopes
(Org.) Por uma lingüística aplicada
INdisciplinar. São Paulo Parábola, p.149-168. - REMPTON, B. (2006). Continuidade e mudança nas
visões de sociedade em lingüística aplicada. In
L. P. da Moita Lopes (Org.) Por uma lingüística
aplicada INdisciplinar. São Paulo Parábola,
p.109-128.
21Bibliografia adicional
- CASTRO, S. (2004). A linguagem e a reconstrução
da ação docente um. estudo com professoras de
inglês de um curso de Letras. In M. C. C.
Magalhães (Org.) A formação do professor como um
profissional crítico linguagem e reflexão.
CampinasMercado de Letras, p.145-166. - CRISTÓVÃO, V. L. L. (2004). A relação entre
teoria e prática no desenvolvimento do professor.
In M. C. Magalhães (Org.) A formação do
professor como um profissional crítico
linguagem e reflexão. Campinas, SP Mercado de
Letras, p.251-266. - CRISTÓVÃO, V. L. L. (2005). Aprendendo a
planificar o próprio trabalho gêneros textuais
na formação de professores de língua estrangeira.
In V. L. L. Cristóvão e E. L. Nascimento (Orgs.)
Gêneros textuais teoria e prática. Palmas e
União da Vitória, PR Kaygangue, p.153-62.
22Bibliografia adicional (Cont.)
- GIROUX, H. A. (1997). Os professores como
intelectuais Rumo a uma pedagogia crítica da
aprendizagem. Porto Alegre Artes Médicas. - HALLIDAY, M.A.K. (2004). An introduction to
functional grammar. 3a. ed. revisada por
Christian M.I.M. Matthiessen. London Arnold. - KINCHELOE, J. L. (1997). A formação do professor
como compromisso político. Mapeando o
pós-moderno. Porto Alegre Artes Médicas. - LANKSHEAR, C. M. KNOBEL (2001). Mapping
postmodern literacies a preliminary chart. In M.
Ylä-Kotola, J. Suoranta M. Kangas (Eds) The
integrated media machine, Vol. 2. Hämeenlinna
Edita, University of Lapland. Retrieved July 11,
2005, from www.literacyandtechnology.org/
v1n1/lk.html.
23Bibliografia adicional (Cont.)
- MAGALHÃES, M. C. C. (2004). A linguagem na
formação de professores reflexivos e críticos.
In___. (Org.) A formação do professor como um
profissional crítico linguagem e reflexão.
Campinas Mercado de Letras, p.59-86. - STEINBERG, S. R. J. L. KINCHELOE.
(1995). Introduction. In P. McLaren, R. Hammer,
D. Sholle S. Reilly. Rethinking media
literacy A critical pedagogy of representation.
New York Peter Lang. Retrieved July 11, 2005
from http//www.literacyandtechnology.org/v1n1/lk.
html. - VYGOTSKY, L. (1986). Thought and language.
Revised and edited by A. Kozulin. Cambridge,
Mass/London, England. The MIT Press.