Title: PROCURA TUR
1PROCURA TURÍSTICA
2- Procura turística traduz as diversas
quantidades de bens e serviços que os visitantes,
residentes e não residentes, adquirem num dado
momento. Deste modo a procura turística é o
conjunto dos bens e serviços que as pessoas que
se deslocam adquirem para realizar as suas
viagens, expressos em termos de quantidade.
3A procura turística pode assumir as seguintes
formas
- Física
- Monetária
- Geográfica
- Global
4FÍSICA
- Traduz-se pelas deslocações dos indivíduos em
conformidade com a definição de visitante. Nestes
termos, é dada pelo número de pessoas que se
deslocam para locais diferentes daqueles em que
residem e onde realizam as suas actividades
profissionais remuneradas.
5FÍSICA
- A procura física é, portanto, constituída pelos
fluxos turísticos, que se medem pelas chegadas às
fronteiras de cada país e pelas dormidas nos
meios de alojamento, quer tenham origem no
próprio país quer no exterior. - (Exemplo se em cada ano entram em Portugal 28
milhões de visitantes, dizemos que a procura
externa portuguesa, do ponto de vista físico é
constituída por 28 milhões de visitantes)
6MONETÁRIA
- A procura turística é dada pelo valor do conjunto
dos consumos realizados pelos visitantes de
origem externa e interna, ou seja, do valor das
quantidades de bens e serviços que adquirem em
razão das suas deslocações e que se medem pelas
receitas turísticas.
7GEOGRÁFICA
- Do ponto de vista geográfico, a procura turística
expressa as origens e os destinos. Define as
localidades onde se geram os movimentos
turísticos (origens) e os locais para onde eles
se dirigem com vista à satisfação das suas
necessidades (destinos). - Traduz os aspectos direccionais dos fluxos
turísticos e determina as áreas ou os países que
lhe dão origem e os locais ou os países para onde
se destinam.
8GEOGRÁFICA
- A importância da sua análise reside no facto de
permitir determinar o modo como se reparte a
procura turística de um país do ponto de vista
espacial bem como os países ou os locais onde a
mesma se origina e as principais vias de
penetração.
9GLOBAL
- À escala nacional, interna, a procura global de
um país é avaliada pela taxa de partida que
exprime a participação da sua população nas
viagens. - (Nota a taxa de partida é dada pela relação
entre a população desse país que passa férias e a
sua população total e determina a propensão à
viagem desta população)
10GLOBAL
- Procura turística global originada num país é a
procura aí gerada, quer se destine a viajar para
o estrangeiro, quer no interior do próprio país.
11GLOBAL
- Procura turística global dos residentes é
constituída pelo conjunto daqueles que partem de
férias independentemente do local para onde se
dirigem (no próprio país ou estrangeiro). - Procura global dos produtos turísticos é
constituída pelos residentes que partem de férias
no interior do país (turismo doméstico) e pela
procura dos não residentes (turismo receptor).
12Existem ainda dois grandes grupos da procura
turística
- Procura efectiva é constituída pelo número de
pessoas que num determinado período participa na
actividade turística, ou seja, que viajam por
razões turísticas. - Procura potencial é a parte da população que,
num determinado momento, não viaja por qualquer
motivo, mas que tem condições para viajar no
futuro quando se verificarem alterações das
situações que, no período considerado, impediram
a realização da viagem (motivos profissionais,
familiares, saúde, etc.)
13Características fundamentais da procura turística
- Crescimento constante
- Heterogeneidade
- Concentração
14CRESCIMENTO CONSTANTE
- A evolução constante no sentido do crescimento é
uma característica geral da procura turística que
corresponde a uma expansão global e universal. - Ao longo das últimas cinco décadas registaram-se
períodos de aceleração das taxas de crescimento
da procura turística internacional como também se
registaram afrouxamentos significativos, mas a
tendência geral foi sempre a do crescimento.
15CRESCIMENTO CONSTANTE
- Dificilmente se encontrará outra actividade que
tenha mantido um tão longo período de crescimento
apesar de o mundo ter atravessado momentos de
sérias dificuldades económicas, sociais,
políticas e monetárias que afectaram
profundamente as relações económicas e o comércio
internacional.
16HETEROGENEIDADE
- As razões que levam as pessoas a viajar
(motivações) são extremamente diversificadas
conduzindo a situações díspares. - As pessoas viajam por motivos de carácter
meramente pessoal (psicológicos), como viajam por
motivos sociais (imitação, afirmação social) ou
por motivos profissionais (realização de
negócios, participação em congressos) e
familiares (visita a amigos e parentes) e por
muitos outros.
17HETEROGENEIDADE
- A gama de motivos tende a aumentar e
constantemente surgem razões adicionais que levam
as pessoas a viajar, de que resulta uma grande
variedade de tipos de turismo e de produtos. É um
processo inerente, também, à democratização do
turismo e que acompanha a alteração dos modos de
vida.
18CONCENTRAÇÃO
19Concentração no tempo
- A nível de cada destino a procura concentra-se em
poucos meses do ano, durante os quais se
verificam fluxos turísticos mais elevados,
conduzindo ao fenómeno da sazonalidade que, nas
condições actuais, é inerente ao turismo. - Na generalidade dos destinos turísticos a
distribuição da procura turística ao longo do ano
é muito desigual conduzindo a períodos de grande
procura (estação alta) e períodos de reduzida
procura (estação baixa).
20Concentração no espaço
- A procura turística é fortemente concentrada no
espaço, quer do ponto de vista das origens, quer
do ponto de vista dos destinos. - A União Europeia, por exemplo, despende em
turismo mais de 40 do total das despesas
mundiais e recebe um terço das receitas
turísticas também mundiais. A Europa, no seu
conjunto, continua a ser a zona do mundo com
maior concentração turística, não só em termos de
destino como também de origem.
21Concentração em atractivos
- Apesar da grande diversidade de motivos da
viagem, a procura turística continua a ser
fortemente concentrada em atractivos. O mar, as
montanhas e as grandes cidades, onde se situam os
principais centros culturais, concentram os
atractivos mais procurados pelos turistas e é
para aí que se dirigem as correntes turísticas
mais fortes. - Desde os anos 80 que se tem vindo a registar uma
cada vez maior fragmentação da procura, dando
origem a uma maior segmentação com a consequente
criação de novos e mais diversificados produtos
turísticos, no entanto, os atractivos que atraem
maior número de turistas continuam a ser os três
acima referidos.
22Causas da concentração (Tempo)
- Condições climatéricas. As pessoas escolhem para
viajar o bom tempo e as condições climatéricas
que satisfaçam as suas motivações procura de
neve e desportos de Inverno, sol e mar. - Regimes e épocas de férias. As épocas de férias
dos trabalhadores e dos estudantes e a sua
distribuição ao longo do ano determinam as épocas
em que as pessoas viajam. As férias escolares
determinam as épocas em que não só os jovens têm
disponibilidade de tempo para viajar como também
as dos pais com filhos em idade escolar e o
regime de férias laborais influencia fortemente a
eleição dos períodos de férias por parte dos
trabalhadores.
23Causas da concentração (Tempo)
- Hábitos. Os hábitos adquiridos ao longo do tempo
relativamente à escolha da altura do ano para
passar férias acabam por se transformar num
factor que influencia a sazonalidade. Muitas
pessoas habituam-se a ir para férias em certas
épocas e passam a eleger sempre essas épocas
efectuando as reservas dos meios de alojamento de
uns anos para os outros. - Condições sociais. A moda, o espírito de imitação
e os encontros de amigos e parentes durante as
férias levam a que se escolham as férias por
motivos idênticos e nas mesmas épocas do ano que,
por via da regara, coincidem com a época alta.
24Causas da concentração (Tempo)
- Razões económicas. Muitas empresas encerram ou
diminuem a sua produção durante o Verão,
sobretudo aquelas que se destinam a produzir bens
e serviços para as populações locais que durante
essa época abandonam os grandes centros.
25Causas da concentração (Espaço)
- A concentração no espaço tem como causa principal
o nível de desenvolvimento económico. É nos
países mais desenvolvidos economicamente, cujas
populações desfrutam de mais elevados níveis de
rendimento e de melhores condições de vida que se
originam as maiores correntes turísticas - De igual modo o desenvolvimento económico
favorece a concentração turística em termos de
destinos os países principais destinatários do
turismo mundial contam-se entre os países mais
desenvolvidos do planeta.
26Causas da concentração (Atractivos)
- As causas principais da concentração em
atractivos resultam das motivações dominantes e
da desigual repartição dos atractivos. As
correntes turísticas procuram atractivos
limitados, grande parte dos quais
irreproduzíveis, e desigualmente repartidos no
espaço, provocando a sua concentração.
27Consequências da concentração
- Da concentração da procura turística resultam
consequências que originam uma série de problemas
de difícil solução e que têm de ser tomados em
consideração no processo de desenvolvimento
turístico. - Alguns desses problemas são inerentes à
actividade turística e não são elimináveis mas
podem ser atenuados reduzindo-se as suas
influências negativas, se forem bem compreendidos
nas suas causas e efeitos.
28Consequências da sazonalidade
- Para as empresas turísticas a sazonalidade
levanta problemas de subutilização nas épocas
baixas, em que as taxas de ocupação são
reduzidas, obriga a investimentos adicionais
resultantes da sua sobre dimensão ou da
necessidade de dotar os empreendimentos
turísticos com equipamentos que actuem como
factor de atracção nas épocas de menor procura. - Para as administrações públicas levantam-se,
sobretudo, problemas relacionados com os
investimentos que é necessário realizar em
infra-estruturas (têm de ser planeadas para
satisfazer as necessidades dos períodos de ponta
a fim de evitar estrangulamentos), com a gestão
dos serviços públicos e com a segurança
(necessitam de ser reforçados nas épocas de maior
procura e reduzidos nas épocas baixas o que
provoca problemas de gestão).
29Consequências da sazonalidade
- A sazonalidade arrasta também consequências
relativamente aos trabalhadores não só para os
contratados temporariamente para a época alta,
mas também para aqueles que ocupam postos de
trabalho fixos os primeiros realizam um trabalho
incerto para o qual, muitas vezes, não possuem
adequada preparação profissional e, os segundos,
são sujeitos a um desgaste e a uma grande pressão
nos períodos de maior concentração da procura.
30Consequências da concentração no espaço
- No caso da procura turística ser concentrada em
origens, situação comum à maior parte dos
destinos turísticos cuja procura depende
fortemente de dois ou três mercados, a
consequência é a dependência de poucos mercados
fornecedores. - A degradação do ambiente e destruição dos
recursos naturais devido à excessiva concentração
da procura em alguns destinos que conduz à
construção de infra-estruturas, equipamentos,
centros desportivos e recreativos,
estabelecimentos comerciais e alojamentos que
acabam por ocupar os espaços verdes e os próprios
recursos naturais. Excesso de capacidade de
carga.
31Consequências da concentração no espaço
- Fraca repartição dos benefícios do turismo, sendo
que, algumas zonas se transformam em grandes
centros de actividade económica gerada pelo
turismo, enquanto outras se mantêm fora dos
fluxos turísticos o que aumenta os desequilíbrios
regionais.
32Consequências da concentração em atractivos
- A concentração em atractivos conduz à
concentração no espaço com as consequências acima
assinaladas. Ao mesmo tempo torna os destinos
mais dependentes dos mercados e de poucas
motivações. Embora sejam estas que estão na
origem da concentração em atractivos, é, porém
cada vez menor a dependência dos atractivos
naturais e histórico-monumentais pela construção
de novos equipamentos que se transformam em
autênticos recursos turísticos.
33Factores determinantes da procura turística
- Factores Socioeconómicos
- Factores Técnicos
- Factores Aleatórios
- Factores Psicossociológicos
34FACTORES SOCIOECONÓMICOS
- Todos os factores de carácter económico ou social
que impedem ou permitem ou influenciam a decisão
de viajar. De entre eles destacam-se os
rendimentos, os preços, a demografia, a
urbanização e a duração do lazer.
35Rendimentos
- A análise dos efeitos dos rendimentos sobre a
procura, efectuadas ao longo do tempo, têm
demonstrado que a extensão das férias e a
variação da procura turística são directamente
proporcionais ao rendimento e inversamente
proporcionais ao custo de vida existindo,
portanto, uma relação positiva entre a procura e
o rendimento disponível.
36Preços
- A variação dos preços influencia a procura
turística em sentido contrário, isto é, quando os
preços aumentam a procura turística diminui e,
inversamente, quando os preços diminuem aumenta a
procura turística.
37Preços
- Em relação ao nível geral dos preços (preços do
conjunto de bens e serviços em geral adquiridos
pelas famílias) podemos distinguir duas
situações, consoante nos posicionemos no mercado
de origem ou no mercado de destino - Quando no mercado de origem se regista um aumento
geral dos preços, aumentam os gastos no consumo
de bens de primeira necessidade provocando a
redução do rendimento disponível para consumos
turísticos o que conduz à diminuição da procura
turística. - O aumento do nível geral dos preços nos mercados
receptores, provocará uma diminuição da procura
turística mas, neste caso, para o próprio
destino. O aumento do nível geral dos preços
afastará os consumidores turísticos do destino
diminuindo a procura deste.
38Demografia
- Do ponto de vista demográfico, a procura
turística é determinada pela taxa de partida ou
propensão à viagem. Este indicador mostra-nos que
alguns dos países com menor população mundial são
aqueles que possuem uma mais elevada propensão à
viagem, o que se deve a factores económicos, mas
também às alterações demográficas - nos países mais desenvolvidos economicamente já
há algumas décadas que se regista um declínio da
taxa de natalidade que, associada à diminuição da
taxa de mortalidade, provoca o envelhecimento da
população, que deu origem a um novo segmento de
mercado (turismo sénior). - O declínio das taxas de natalidade tem reduzido o
tamanho das famílias. Esta redução, acompanhada
do aumento da participação da mulher na vida
profissional, tem como efeito o aumento do
rendimento disponível para a realização de
viagens, isto é, o aumento da procura turística.
39Demografia
- Os trabalhadores dos países mais desenvolvidos
beneficiam, cada vez mais, de férias e viagens
pagas pelas entidades patronais o que tem levado
ao aumento da realização de viagens mais vezes
por ano. - Os estudos turísticos internacionais têm mostrado
que a maior parte dos turistas vivem em áreas
urbanas o que permite concluir que a maior parte
da procura turística é originada nos grandes
centros populacionais. Os países com mais
elevados gastos turísticos possuem elevadas taxas
de urbanização. A tendência que se regista desde
há muitos anos é a de se acentuar o grau de
urbanização na generalidade dos países de todo o
mundo o que influenciará a evolução da procura
turística mundial.
40Duração do lazer
- A diminuição do tempo de trabalho e o consequente
aumento do tempo livre é um facto comum a todos
os países em resultado do progresso social e do
desenvolvimento tecnológico, mas também de um
desejo humano à medida que aumentam os ganhos
reais por hora de trabalho as pessoas abdicam de
aumentos adicionais de rendimentos para disporem
de mais tempo livre. A partir de certos níveis de
rendimento, as pessoas trocam rendimento por
lazer preferindo diminuir o seu tempo de trabalho
a obterem mais rendimento.
41FACTORES TÉCNICOS
- Os factores técnicos incluem os meios e os
processos técnicos e tecnológicos que facilitam
as deslocações ou permitem a realização de
viagens. Ao garantir melhores condições de vida e
ao proporcionar novas bases de desenvolvimento
económico e social, todo o desenvolvimento
tecnológico influencia, directa ou
indirectamente, a procura turística. - É no domínio dos transportes que o progresso
tecnológico exerce maior influência sobre a
procura turística. Também as novas tecnologias
das telecomunicações e da informação constituem
uma área de progresso técnico que favorece o
aumento da procura turística (facilidades nas
reservas, nos pagamentos, nas informações, etc.).
42FACTORES PSICOSSOCIOLÓGICOS
- O Comportamento dos consumidores é influenciado
por factores psicossociológicos que determinam os
gostos, as preferências e os actos de consumo
turístico. Incluem-se aqui os sociais, pessoais e
culturais.
43FACTORES SOCIAIS
- A viagem corresponde à necessidade individual de
evasão, isto é, constitui uma forma de romper com
a rotina da vida quotidiana, com os
constrangimentos da vida urbana e com as
condições de realização do trabalho em ambientes
fechados. O turismo é , para muitas pessoas, um
acto de libertação dos constrangimentos da vida
moderna.
44FACTORES PESSOAIS
- Os factores pessoais resultam de desejos e de
aspirações profundamente enraizados na natureza
humana e que são despertados pelas condições de
vida. As pessoas que têm um trabalho rotineiro,
desenvolvido em grandes aglomerados urbanos e que
habitam em locais despersonalizados vivendo em
isolamento, sentem maior necessidade de natureza,
de comunicação e de mudar de ambiente,
necessidades que são satisfeitas pelas viagens.
45FACTORES CULTURAIS
- Os actuais padrões culturais, a maior informação
e a difusão de imagens de outros países, de
outras paisagens e de acontecimentos e
manifestações artísticas, desportivas e culturais
exercem uma grande influência sobre as decisões
de viagem, conduzindo à criação de uma
predisposição cultural à viagem, profundamente
influenciada pelo conformismo e pelo espírito de
imitação parte-se porque os outros o fazem e
para ganhar status.