Title: HISTУRICO DAS BOAS PRБTICAS DE FABRICAЗГO
1HISTÓRICO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
2.Nascimento da Indústria Farmacêutica
- 1. Síntese da uréia, em 1828
- Início da síntese de várias substâncias de ação
farmacológica comprovada por experimentos em
animais - Declínio do uso de extratos de plantas e de
animais no tratamento das doenças - Início do desaparecimento das boticas
- Transformação em indústrias, produzindo os
medicamentos antes da prescrição - Surgimento das primeiras grandes empresas
farmacêuticas como Merck, Eli Lilly, Upjohn,
Smith Kline (meados do século XIX)
3.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- 2. Produção em escala semi-industrial
- Identificação com um nome, rótulo e embalagem
- Visita de promoção médica, exaltando as
qualidades e benefícios dos medicamentos - Surgiram materiais impressos promocionais que
deram origem aos dicionários de especialidades
farmacêuticas - Desenvolvimento de operações de fabricação novas
e mais complexas, ausentes nas farmácias - Necessidade de maior duração dos medicamentos/
preparação não era única / aguardando prescrição
na prateleira
4.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- Problemas qualidade do produto não era a
esperada modificações em seu aspecto e
propriedades em função do tempo e condições do
armazenamento falta de estabilidade - Realização de estudos e pesquisas para corrigir
os problemas de estabilidade - Exigências de desenvolvimento e produção cada vez
mais rigorosas, pelas autoridades sanitárias e
empresas fabricantes
5.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- Qualidade na farmácia - baseada na qualidade das
matérias-primas, ou seja, no bom nome do
fornecedor, na precisão das pesagens e
habilidade e experiência do farmacêutico em
preparar as formas farmacêuticas - Produção industrial - no início, laboratórios de
fabricação não dispunham de instrumental adequado
para a identificação e quantificação de todos os
componentes da formulação, nem de especificações
completas sobre as características de qualidade
6.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- Final do século XIX, a Companhia Beecham, fundada
pelo inglês Thomas Beecham, era uma das grandes
empresas, produzindo até um milhão de pílulas por
dia, destinadas à exportação para a África,
Austrália e América - 1889 - Ciba (suíça) e Bayer (alemã) participaram,
em Paris, da exposição do Centenário da Revolução
Francesa, apresentando seus primeiros
medicamentos - Aspirina (ácido acetil salicílico) da Bayer, foi
introduzido na medicina em 1899 por Dreser -
talvez um dos produtos mais vendidos de todos os
tempos
7.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- 1910, a Hoechst (alemã), lança comercialmente o
Salvarsan (composto arseno-benzóico) para o
tratamento da sífilis - sintetizado em 1909 pelo
químico japonês, Sahachiro Hata, ou por Louis
Benda em 1907. - 1928, Sir Alexandre Fleming, descobre a
penicilina. - 1935, a Bayer lança a Sulfonamida, primeira da
série de um grande grupo de antimicrobianos e um
padrão de metodologia para a triagem de novas
drogas.
8.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- 1938, descoberta de vários antibióticos.
- 1940 a 1950 - aumento na produção de
antibióticos, iniciada pela penicilina - eficácia
comprovada em seres humanos em 1941. - São produzidos principalmente
- - Estreptomicina (tuberculose),
- - Cloromicetina (febre tifóide),
- - Aureomicina (pneumonia),
- - Terramicina (bactérias gram positivas e gram
negativas).
9.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- Segunda Guerra Mundial - grande desenvolvimento
tecnológico do setor farmacêutico. - - Fazer frente as inovações farmacêuticas
alemãs, o resto do mundo precisava ter a sua
própria produção. - - Necessidade de medicamentos para tratar o
grande número de feridos e manter as tropas em
áreas onde poderiam existir doenças tropicais. - Em apenas três anos as empresas norte-americanas,
em consórcio com o governo, foram capazes de
produzir penicilina, em quantidade suficiente
para atender a demanda militar.
10.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- 1947 - Charpentier preparou a Prometazina, em
1952 a Clorpromazina - Até 1960 foram sintetizados dezenas de compostos
semelhantes a Clopromazina, diferindo pelo
radical na posição ocupada pelo cloro ou pela
cadeia lateral - Primeira metade do século XX - sintetizado um
grande número de fármacos novos - À partir da década de 50 - grande desenvolvimento
analítico - uso de instrumentos, dispondo-se de
métodos analíticos suficientemente precisos,
exatos, sensíveis, específicos e reprodutíveis
para o controle físico, químico e microbiológico
da qualidade de um produto.
11.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- Laboratórios de produção - adaptação aos avanços
tecnológicos - Autoridades sanitárias competentes -
estabeleceram controles específicos para vigiar a
qualidade dos medicamentos, visando a proteção da
saúde e os interesses dos consumidores. - Controle das matérias-primas, produtos
intermediários e produto acabado não é o
suficiente para garantir a qualidade de um
medicamento. - A qualidade na visão atual se constrói em cada
etapa do processo e não apenas se controla.
12.Nascimento da Indústria Farmacêutica
(continuação)
- Criar um sistema que permita fazer com que todas
as unidades de um mesmo lote de um medicamento e
também para diferentes lotes, tenham as
especificações de qualidade do produto
originalmente desenvolvido. - O sistema deve permitir que o farmacêutico, os
outros profissionais e pessoas envolvidas com a
fabricação de medicamentos, possam cumprir a sua
função conforme as normas estabelecidas. - Todas as pessoas comprometidas com a fabricação e
controle da qualidade do produto - capacitadas
suficientemente com o objetivo de garantir a
qualidade dos medicamentos que serão
comercializados.
13Antecedentes / Origem das Boas Práticas de
Fabricação
- Comprometimento da qualidade dos medicamentos que
estavam no mercado, problemas que levaram a
tragédias - responsável o fabricante, não
garantiu a qualidade dos seus produtos - Fatos ocorridos relacionados a qualidade e
segurança dos medicamentos - 1937 - 107 mortes por intoxicação em massa com um
elixir de Sulfanilamida nos Estados Unidos.
Substituído na fórmula, a Glicerina que estava em
falta no mercado, pelo Etilenoglicol sem que
tenham sido realizados os testes de segurança e
atoxicidade necessários. FDA considerou o
fabricante responsável.
14Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1967 intoxicação em massa em crianças que
sofriam de epilepsia e eram controladas com
cápsulas de 100 mg de Fenantoína em um hospital
na Austrália. - - Fabricante havia substituído o diluente
Sulfato de Cálcio por Lactose devido a falta no
mercado. Níveis sangüíneos do medicamento
voltaram ao normal - quando os pacientes voltaram
a ingerir o produto com o diluente original. - - Autópsias das vítimas revelou que os níveis
sangüíneos do fármaco haviam subido para mais de
45 mcg por mililitro.
15Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- Os dois casos (1937 e 1967) mostram a importante
relação entre a composição qualitativa e
quantitativa de um produto e sua qualidade,
segurança e eficácia. - A substituição dos excipientes deve ser precedida
dos estudos necessários para não por em risco a
saúde e a vida dos pacientes.
16Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1958 hospital pediátrico nos EUA, intoxicação
em massa de crianças entre 5 e 10 anos tratadas
com um produto vitamínico para melhorar o seu
desenvolvimento. Aparecimento de mamas e outras
mudanças relacionadas com estrógenos. A
investigação demonstrou que as cápsulas estavam
contaminadas com estrógenos. - Causa contaminação por limpeza deficiente do
equipamento usado na fabricação (produtos
estrogênicos e vitamínicos fabricados
alternados). - - O resultado da análise do controle da
qualidade era satisfatório incluindo o teor de
vitaminas. - Conclusão Importância da limpeza correta dos
equipamentos para evitar a contaminação cruzada.
17Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1966 - Estocolmo, Suécia, surto de salmonelose
em cerca de 200 pacientes tratados com
comprimidos de tireóide, alguns deles
hospitalizados. - - As autoridades sanitárias constataram dois
tipos de salmonellas, a S. muenchen e a S.
bareilly, em pacientes, nas embalagens intactas
dos comprimidos e nos lotes de tireóide importada - total de bactérias encontradas gt que um milhão/g
(coliformes) - fonte da contaminação - tireóide em pó
desengordurada importada, com mais de 30 milhões
de bactérias por grama, a maior parte delas da
flora fecal
18Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- Final dos anos 60, a imprensa européia publicou
que um paciente perdeu a visão e outros mais
sofreram graves lesões nos olhos que
comprometeram seriamente a sua visão. - A investigação apontou o fabricante da pomada
oftálmica como responsável, porque este produto
por conter antibióticos de amplo espectro e um
esteróide, não continha conservantes. O
fabricante considerou que a presença de
antibióticos e o baixo conteúdo de água eram
suficientes para prevenir o crescimento
bacteriano.
19Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- Foram analisadas 60 bisnagas do produto, sendo
que 47 apresentaram elevada contaminação por
Pseudomonas aeruginosa, conforme mostra o quadro
abaixo -
Quantidade de N.º de bactérias
por bisnagas grama
9 20 -
200 11 200 -
2000 27 gt
2000
20Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1965 Colômbia vários pacientes acometidos de
tifo tratados com o medicamento genérico de
cápsulas de Cloranfenicol não apresentam a
melhora esperada. - - Investigação isentou de responsabilidade o
fabricante, as cápsulas continham a quantidade de
cloranfenicol declarad, a matéria-prima cumpria
com todas as especificações da Farmacopéia dos
EUA, embora procedente da Itália. - - Pesquisadores dos Estados Unidos e da Austrália
analisaram problemas semelhantes e estabeleceram
que as matéria-primas Palmitato de Cloranfenicol
e Estearato de cloranfenicol podiam cristalizar
de forma diferente (polimorfismo) dependendo do
processo de produção. - - Os dois fabricantes utilizavam diferentes
processos de síntese e condições de purificação e
cristalização do fármaco.
21Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1968 - 15 recém-nascidos infectados com
Pseudomonas aeruginosa em um hospital nos EUA. - - Solução de hexaclorofeno utilizada para a
lavagem de recém-nascidos continha milhares de
microorganismos por ml especialmente Serratias e
Pseudomonas. -
- 1988 - Europa, mais de 40 pessoas afetadas por
um surto de conjuntivite hemorrágica em
conseqüência do uso de uma solução umidecedora
para lentes de contato. - - Medicamentos no mercado relacionados com esta
linha de produtos, eram produzidos em condições
precárias e por pessoal não capacitado.
22Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1990 vários pacientes mortos em uma unidade
Hospitalar da Colômbia após o uso de soluções
dextrosalinas de grande volume. - - Laboratório fabricante apresentava más
condições de higiene, os processos de fabricação
eram deficientes, não existiam controles e os
equipamentos e procedimentos não eram validados.
- Foi necessário implantar medidas que
solucionassem os problemas e evitassem a
ocorrência de outros - - Indústrias preservar o mercado e o seu nome
- - Autoridades sanitárias para proteger o
usuário
23Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1963, EUA - primeiro país a publicar, uma norma
que estabelecia requisitos especiais para a
fabricação de medicamentos e que pode ser
considerada o início das intituladas GMP Good
Manufacturing Practices. - Não era obrigatória, não tinha força nem efeito
legal e apenas interpretava a responsabilidade do
farmacêutico com o medicamento. - 1971 e 1978 - modificada para atender a os
avanços tecnológicos e científicos na área da
indústria farmacêutica, ela foi denominada
Current Good Manufacturing Practices
24Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1967 elaboração do primeiro rascunho do documento
sobre Boas Práticas de Fabricação atendendo a
solicitação da 20ª Assembléia da OMS pela
Resolução WHA 20.34 - - Submetido a 21ª Assembléia da OMS com o título
de Draft Requirements for Good Manufacturing
Pratices in the Manufacture and Quality Control
of Drug and Pharmaceutical Specialities. - - Texto revisado discutido em 1968 pelo Comitê de
Peritos da OMS em especificações para Preparados
Farmacêuticos, publicado como anexo ao 22º
Informe do Grupo de Peritos.
25Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- 1969 - 22ª Assembléia da OMS, pela Resolução
WHA 22.50, recomendada a primeira versão do
Esquema de Certificação da Qualidade dos Produtos
Farmacêuticos, objeto de Comércio Internacional,
sendo aceito o documento das BPF com parte
integral do Esquema. - 1975 - foram aprovados pela Resolução WHA 28.65
uma versão revisada do Esquema de Certificação e
do documento das Boas Práticas de Fabricação.
26Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- Guide to good pharmaceutical manufacturing
pratice 1983. Londres - Substituído pelo Guia de
1992 da Comunidade Econômica Européia - CEE. - Bonne pratiques de fabrication et de production
pharmaceutiques. Paris, 1985. Substituído pelo
Guia de 1992 da CEE. - ASEAN good manufacturing practices, 2ª Edição.
Associação das Nações do Sudeste Asiático, 1988. - Good manufacturing pratices form medicinal
products em te European Comunity. Comissão de
Comunidades Européias, 1992. - Guide to good manufacturing pratices for
pharmaceutical products. Convenção para o
Reconhecimento Mútuo de Inspeção em Relação à
Fabricação de Produtos Farmacêuticos, 1992.
27Antecedentes/Origem das Boas Práticas de
Fabricação
(continuação)
- BPF / 1975 da OMS - foram adotadas como
referência legal pelos países do MERCOSUL, com a
recomendação de que qualquer atualização da norma
seria aceita pelos 4 países. - - A partir de 1995, Brasil, Argentina, Paraguai
e Uruguai, deveriam ter adotado a última versão
preparada pelo 32º Comitê de Peritos, aceita pela
Assembléia Mundial da OMS. -
- Os fatos citados evidenciaram problemas de
fabricação e controle que as indústrias deveriam
corrigir, desenvolvendo procedimentos de
fabricação e de garantia da qualidade para cada
produto fabricado. - Deveriam realizar um número suficiente de
testes de controle para verificar se as operações
de processamento, fabricação e embalagem
permitiam alcançar os requisitos de qualidade.
28Importância das Boas Práticas de Fabricação
- As BPF são um conjunto de normas mínimas para
a fabricação de medicamentos. Esta norma tem por
objetivo enunciar os padrões vigentes que devem
ser observados pela indústria, para a fabricação
de medicamentos, os quais devem satisfazer
critérios de qualidade estabelecidos. (OPAS)
29Importância das Boas Práticas de Fabricação
(continuação)
- BPF de medicamentos é a parte da garantia da
qualidade que assegura que os produtos sejam
fabricados em conformidade e controlados em
relação aos padrões de qualidade solicitados pelo
registro sanitário do produto. As BPF de
medicamentos estão relacionadas com os
procedimentos de fabricação e de controle da
qualidade. (CEE)
30Importância das Boas Práticas de Fabricação
(continuação)
- As BPF envolvem a produção e o controle da
qualidade do produto - importantes para a
obtenção de medicamentos seguros, eficazes e
confiáveis. - Estabelecem o que deve ser feito para evitar que
um medicamento seja produzido sem a qualidade
requerida, mas não estabelecem o que deve ser
feito, permitindo manter o seu caráter de
vigência apesar dos avanços tecnológicos e
científicos. - Cada país pode, de acordo com os seus recursos,
adequar seus procedimentos para dar cumprimento
às exigências das Boas Práticas de Fabricação.
31Importância das Boas Práticas de Fabricação
(continuação)
- BPF - objetivo principal
- Diminuir os riscos inerentes a toda produção
farmacêutica que não podem ser prevenidos
completamente mediante o controle do produto
acabado - Esses riscos são do tipo
- Contaminação cruzada
- Contaminação por partículas
- Troca ou mistura de produto (rotulagem
incorreta)
32Importância das Boas Práticas de Fabricação
(continuação)
- Elementos ou fatores essenciais das BPF
- A - Mão de obra
- - falta de conhecimentos
- - capacitação inadequada
- - negligência e apatia
- - condições de trabalho inadequadas
- - enfermidade
33Importância das Boas Práticas de Fabricação
(continuação)
- B - Materiais
- - variação da qualidade dos materiais enviados
por diferentes fornecedores - - variação de qualidade entre lotes de um mesmo
fornecedor - - variações de qualidade em um mesmo lote de
fornecedor - - materiais comprados com especificações
incompletas ou confusas
34Importância das Boas Práticas de Fabricação
(continuação)
- C - Maquinário
- - variações de ajuste dos equipamentos
- - uso inadequado dos equipamentos
- - falta de manutenção
- - limpeza deficiente
- D - Meio ambiente
- - limpeza deficiente
- - exaustão inadequada
- - controles ambientas inadequados
35Importância das Boas Práticas de Fabricação
(continuação)
- E - Métodos
- - falta de procedimentos operacionais
padronizados - - procedimentos incorretos
- - procedimentos inadequados
- - negligência na observação dos procedimentos