Title: FORMA
1FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO
- O jovem como sujeito do ensino médio
- ETAPA I CADERNO II
2CADERNO 2
-
- O Jovem como
- sujeito do Ensino
- Médio
- Autores
- Paulo Carrano, Juarez Dayrell, Licinia Maria
Correa, Shirlei Rezende Sales, Maria Zenaide
Alves, Igor Thiago Moreira Oliveira, Symaira
Poliana Nonato.
3Caderno 2 - O jovem como sujeito do Ensino
Médio SUMÁRIO
- Introdução
- 1. Construindo uma noção de juventude
- 2. Jovens, culturas, identidades e tecnologias
- 3. Projetos de vida, escola e trabalho
- 4. Formação das Juventudes, participação e escola
- Referências
4Objetivos da Formação Continuada no Pacto pelo
Fortalecimento do Ensino Médio no Brasil
- O Pacto tem como objetivos contribuir para
- Aperfeiçoamento e valorização pela formação dos
professores e coordenadores pedagógicos do Ensino
Médio. - Rediscutir e atualizar as práticas docentes
voltadas para esta etapa de ensino. - A proposta é de que as diretrizes curriculares
cheguem nas escolas e possam ser apropriadas,
criticadas pelos professores, coordenadores
pedagógicos, gestores e demais agentes escolares.
5Cap. 1 - O que significa ser jovem e estudante
nos dias de hoje?
- Quem são os jovens que habitam o Ensino Médio?
- A noção de juventude não pode ser reduzida a um
recorte etário na qual São considerados jovens
os sujeitos com idade compreendida entre os 15 e
os 29 anos.(Brasil, 2006). - O jovem é um sujeito com valores, comportamentos,
visões de mundo, interesses e necessidades
singulares. - O jovem é um sujeito de direitos.(Estatuto da
Juventude(2013), - ECA (2010), PEC da Juventude (Emenda
Constitucional n.65 (2010). - O jovem não é um pré adulto.
- O jovem como interlocutor na tomada de decisões.
6Cap. 1 - O que significa ser jovem e estudante
nos dias de hoje?
- O desafio está em buscar estabelecer uma relação
mais próxima da realidade do jovem que está no
ensino médio. - Ouvir a opinião do jovem, reconhecendo suas
potencialidades. - Mudar o olhar e superar as representações
negativas sobre os jovens. - Muitos problemas que atingem os jovens são
expressões de demandas não atendidas no âmbito
mais amplo. - É preciso compreender os jovens para além do
fator idade, pois há uma complexidade de
elementos que interferem na realidade do jovem
(ambiente familiar, personalidade, influências
sociais, econômicas, etc).
7Cap. 1 - O que significa ser jovem e estudante
nos dias de hoje?
- A juventude é parte de um processo de crescimento
que ganha contornos específicos de ordem positiva
ou negativa a partir das experiências vivenciadas
pelos indivíduos. - A juventude é um momento de exercício de inserção
social. - Não se reduz a uma etapa ou algo a ser superado.
- É preciso considerar que há diferentes contextos
históricos, sociais e culturais. - Pensar nessas questões nos aproxima do
conhecimento de quem são os jovens reais que
habitam a escola.
8A relação entre o professor e os jovens
- Relação entre professor e o jovem um problema ou
um desafio? - É preciso superar a tendência de achar um
culpado. - Como construir novos relacionamentos entre
professores e jovens? - A importância do relacionamento afetivo e do
reconhecimento das potencialidades dos jovens? - Como o professor pode se aproximar e adentrar o
universo dos jovens de forma positiva? - Como construir propostas metodológicas que
possibilitem o aprendizado dos jovens? - A proposta da construção de mapas conceituais com
os jovens tem como objetivo organizar o
conhecimento e tornar a aprendizagem
significativa e interessante para os jovens.
9Afinal, o que são mapas conceituais?Alguns
conceitos
- Os Mapas Conceituais são considerados
organizadores de conhecimento. - Os mapas conceituais segundo Novak e Canãs (2010)
são ferramentas gráficas semelhantes a diagramas
que indicam relações entre conceitos ligados por
palavras. - A representação do conhecimento sob a forma de
mapas conceituais, com os conceitos organizados
em classes e subclasses é uma maneira alternativa
de estruturar a informação (AMORETTI, TAROUCO,
2000).
10Mapas conceituais
- Para que ocorra uma aprendizagem significativa, o
material a ser aprendido deve estar
conceitualmente claro e em uma linguagem e
exemplos que possam ser relacionados ao que o
jovem tem de conhecimento prévio. - Exemplo
MODA É
INVESTIMENTO É
MODO DE VESTIR
ESTILO
MARKETING
INDÚSTRIA
COMÉRCIO
11FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Estudo dos cadernos
valorização da formação continuada dos professores
Rediscutir e atualizar as práticas docentes
Postagens, debates, diálogos
Formação presencial de professores, na escola,
com utilização da hora atividade
Articulação com os 26 estados e DF
Concessão de bolsa aos professores das escolas
12- Os mapas conceituais são estruturados a partir de
conceitos fundamentais e suas relações (do mais
abrangente aos menos). - Um mapa conceitual é construído a partir da
seguinte pergunta - Que tipo de conhecimento se quer representar?
- Para a construção de uma mapa conceitual é
preciso - Ter uma boa pergunta inicial
- Escolher conceitos (palavras chaves)
- Escolher um par de conceitos para estabelecer a
relação entre eles. - Escrever uma frase de ligação entre esse par de
conceitos escolhido.
13Como os jovens enxergam a escola?
- Existe uma diferença na percepção dos Jovens
sobre a escola. - É importante buscar com esses jovens o
SIGNIFICADO da escola. - O professor precisa considerar as razões pelo
qual os jovens vão para a escola. -
- Culturas Juvenis
- Como os jovens tem se expressado culturalmente?
- Qual é o espaço na escola para o desenvolvimento
das culturas juvenis que se expressam por meio da
música, do cinema, do teatro, da cultura, da
política e das artes? Um exemplo é o Grêmio
Estudantil. - Grupos de Hip Hop, e os diferentes grupos
artísticos em que os jovens se identificam e
serão relembrados no caderno 5.
14A identidade dos jovens
- A escola pode contribuir para que os jovens
possam realizar escolhas conscientes sobre suas
trajetórias pessoais e constituir seus próprios
valores. - Os jovens tem coisas a aprender na escola e nós
temos que aprender com eles o que é ser jovem
atualmente. - É preciso compreender quais são os sentidos
atribuídos pelo jovem a escola, o agir coletivo,
os grupos que formam, as relações afetivas com os
colegas, os diferentes territórios. - Até que ponto nossas representações negativas
interferem no relacionamento com os jovens?
15- A formação da identidade nos jovens
- As identidades coletivas
- O agir coletivo e social não é simplesmente uma
reação as ameaças sociais. O campo de
constituição de identidade se define a partir de
um conjunto de relações. - As identidades individuais
- São os sujeitos que selecionam as diferenças com
as quais querem ser reconhecidos socialmente.
16As identidades juvenis
- O que está por trás dos uniformes? Estilos,
gostos, estranhos? - As identidades são assumidas e construídas nas
relações sociais. É aí que se elaboram espaços de
autonomia. - Há jovens homens e mulheres, negros e negras,
hetero ou homossexuais, ateus ou religiosos,
tímidos, expansivos, - Compreender os sentidos do estar junto e do
ser parte dos grupos. - Compreender os sentidos dos modos de agir dos
jovens. - Grafitagem como forma de resistência e arte de
rua. - Projetos de trabalhos, diferentes formas de
trabalhar com música, Educomunicação (Webrádio
nas escolas, projeto Informática, projeto
sustentabilidade, projetos sociais que ajudam a
comunidade, que envolvem doações.
17A relação dos jovens e as tecnologias
- Os pontos positivos e negativos
- O acesso a internet o uso do celular
- As redes sociais (facebook, twitter, instagram,
tumblr) - O google (pesquisas). O copiar sem refletir.
- As subjetividades juvenis são fabricadas nas
relações sociais. - O jovem interage com a tecnologia, se produz e
orienta seu comportamento e sua existência. - A tecnologia acaba se tornando um elemento
constitutivo da cultura juvenil. - O que é ser de uma geração nascida na era da
internet?
18As tecnologias e os jovens
- Os alunos tem mais familiaridade com as
tecnologias do que o professor. - Se a tecnologia é considerado para muitos
professores como ameaça a autoridade é também
considerada como ferramenta educativa que
facilita o diálogo entre os jovens e a escola,
com práticas inovadoras. - O desafio está na mediação, no diálogo e
tentativa de aproximação com os jovens. - Por exemplo, pode-se questioná-los sobre as
conversas na internet.
19Os Projetos de Vida e os jovens
- Em que medida os sentidos atribuídos à
experiência escolar motivam os jovens a elaborar
projetos de futuro? - A importância de projetar o amanhã.
- Os jovens irão se indagar para onde vou? quem
sou eu? - Os projetos podem ser individuais ou coletivos.
- A construção do Projeto Pessoal de Vida começa
com uma pergunta existencial qual é o meu lugar
no mundo? - Para responder a esta questão é necessário
recordar a história pessoal e compreender a
realidade em que esta inserido. - Aprender a escolher e a se responsabilizar pelas
suas escolhas, contribui para formação de
sujeitos autônomos. - O trabalho com Narrativas Biográficas - o uso de
livros e filmes
20Colocando no papel
-
- Inicie revendo os aspectos mais importantes de
sua vida personalidade, família, estudos,
trabalho, amizades, namoro, a comunidade e a
sociedade em geral e responda mentalmente -
- 1) O que sou? Características, valores,
potencialidades, limites, condições de vida etc. - 2) Em quem acredito? Em que pessoas, de casa e da
comunidade, confio? De quais lutas e causas
participo? De quais quero participar? - 3) Qual o meu compromisso? Que sinais, que
respostas concretas devo dar na vida, no
cotidiano? Estabeleça metas a curto e a médio
prazo. - 4) Liste os recursos e pessoas que você poderá
buscar para ajudar a realizar o seu projeto. -
21Os jovens e o mundo do trabalho
- É possível que, os jovens trabalhem e estudem?
- Os jovens antes de serem estudantes, são
trabalhadores. - É preciso reconhecer a diversidade que
caracteriza a escola noturna e adequar os seus
procedimentos. - A Constituição Federal, no inciso VI do art. 208,
determina, a garantia da oferta do ensino noturno
regular adequado às condições do educando. - O trabalho é visto, segundo as DCNEM (Brasil,
2012), como princípio educativo para a
compreensão do processo histórico de produção
científica e tecnológica. - Pelo trabalho o ser humano modifica a natureza e
se modifica, transformando as condições da vida
em sociedade. -
22O jovem e o trabalho
- Trabalho como princípio educativo e atividade
criativa. - Escola e trabalho se combinam, se atravessam, se
complementam. - Como a escola estabelece esse diálogo?
- O trabalho e a sua dimensão formativa.
- Os jovens se inserem no mundo do trabalho por
caminhos e motivos diversos. - O trabalho é espaço de socialização, de
construção de valores e construção de
identidades. - A crítica ao caráter alienante e negativo do
trabalho.
23Os jovens e seus territórios
- As escolas se organizam levando em consideração o
território, ou seja, a rua, o bairro e a
comunidade? - O território é o espaço vivido, produzido
socialmente nas relações entre os sujeitos
sociais. - É importante compreender como os jovens
estudantes vivem e convivem em seus territórios
de vida familiar, lazer e trabalho. - As relações na maioria das vezes são
conflituosas, o conflito e a contradição devem
ser visto como um desafio.
24Participação dos jovens
- Participação presença ativa dos cidadãos nos
processos decisórios das sociedades. Pode ser
política ou cidadã. - A participação envolve formação teórica para a
vida cidadã, aprendizagem de valores, conteúdos
cívicos e históricos da democracia, regras
institucionais e criação de espaços e tempos para
experimentação cotidiana do exercício da
participação democrática da própria escola. - As escolas tem praticado e estimulado em seus
tempos e espaços cotidianos a participação cidadã
e a formação para a cidadania?
25A dimensão educativa e formativa da participação
- A experiência participativa permite ao jovem
vivenciar valores, como os da solidariedade e da
democracia. - O engajamento participativo pode aumentar o
estímulo para novas aprendizagens, o
desenvolvimento da convivência, do respeito as
diferenças e do reconhecimento do outro. - Ex participação no Grêmio Estudantil, grupo de
teatro, grupo de dança na escola, grupos e
entidades representativas, etc.
26A relação dos jovens com a escola e sua formação
- A escola é uma instituição central na vida dos
jovens. - É um espaço tempo de convivência e aprendizado,
onde eles passam parte de seus cotidianos. - A escola é lugar de fazer amigos, compartilhar
experiências, valores e delinear projetos de
vida. -
27A relação dos jovens com a escola
- O encontro entre os jovens e a escola é marcado
por tensões, dilemas e desafios. - O desencaixe entre a escola e os jovens não deve
ser entendido como incompetência da escola (dos
professores) em lidar com seus jovens e muito
menos desinteresse dos jovens. - Na relação dos jovens com a escola é importante
considerar as relações desiguais e diferenças de
raça, gênero, religião, classe social, dentre
outros. - Os alunos reconhecem o papel da escola, mas
querem que a instituição escolar esteja aberta ao
diálogo considerando suas experiências do
presente e expectativas de futuro.
28Os sentidos e significados da escola para os
jovens
- Os jovens produzem uma maneira de ver e valorizar
a escola que dependem das suas experiências
individuais, seus interesses e identidades que se
constroem a partir da sua realidade e interações. - Experiências individuais no trabalho, na vida
pessoal, um relacionamento afetivo, uma amizade,
pode fazer diferença na relação com a escola. - Enquanto para alguns alunos, a escola representa
uma obrigação, para outros está relacionada com a
entrada ao mercado de trabalho, como um lugar de
encontrar amigos, ou um abrigo, para os que vivem
em ambientes ameaçadores.
29Os sentidos e significados da escola para os
jovens
- A escola precisa fazer sentido para a vida do
aluno e contribuir para a compreensão da sua
realidade. - Como fazer conexão/diálogo entre os conteúdos
curriculares e a vida/realidade dos jovens? - É importante considerar como os jovens aprendem?
- Quais são os conhecimentos que demandam da
escola? - O professor tem um papel importante como
mediador, é preciso estar inserido no universo
juvenil, estar próximo, aprender a ouvir, mapear
potencialidades e estabelecer relacionamentos
significativos - Na relação alunos e professor está o coração da
docência. (TEIXEIRA, 2007).
30Permanência e abandono escolar
- Quais são as principais razões para a permanência
e abandono do aluno na escola atualmente? - A chatice da escola, é uma avaliação comum
entre os jovens que ora falam dos tempos, dos
conteúdos, da relação e dos métodos utilizados
pelos professores. - O desinteresse pode estar ligado a falta de
sentido da escola. - A permanência e o abandono ocorre por uma
combinação de condições subjetivas (apoio
familiar, relação com os professores,
engajamentos na rotina escolar, etc.
31A Autoridade do professor e a indisciplina
- As regras nas escolas tem sido impostas ou
construídas com os jovens? Como os jovens lidam
com as regras? - Separar o joio do trigo a diferença entre
indisciplina/incivilidade e violência. - Indisciplina está relacionada a agitação,
gritaria, falta de respeito com o colega e
professores, falta de concentração na aula,
mentiras, manipulações e conflitos diários,
desordens, empurrões. É a transgressão, aquilo
que fere o regimento escolar. - Violência é o ato contra a lei, não é restrita
ao espaço escolar e deve ser punida, exemplo um
furto, lesões, extorsão, tráfico de drogas,
insultos graves.
32Indisciplina/Incivilidade
- O objetivo de tratar tais questões é contribuir
para que professores e escola estabeleçam e criem
diálogos e procedimentos adequados para lidar com
cada situação. - Levar o professor a refletir tomadas de posturas
frente a episódios bullying, ou violência ou
quebra de regras e normas disciplinares,
levando-o a pensar qual deve ser a postura
adotada frente a cada situação. - A escola como espaço de vivencia dos jovens, traz
o desafio de construir as regras escolares, com
normas claras para dar o veredicto e aplicar as
devidas punições (Dayrell et al, 2011).
33Indisciplina
- É preciso compreender como as regras são
definidas, que as define, como elas são
aplicadas. - Quando professores consideram seus alunos
desinteressados, apáticos e desmotivados, muitas
vezes estão considerando o jovem em relação a
suas próprias expectativas, quanto ao ritmo médio
dos alunos. São medidos muitas vezes a partir da
avaliação, etc. - O contexto muitas vezes provoca um sentimento de
mesmice que faz com que os jovens ao considerarem
o cotidiano da sala de aula monótono e repetitivo
retirem sua atenção do professor e dediquem-se a
outras interações em sala de aula, gerando a
bagunça.
34Bullying
- O bullying é uma expressão que vem do inglês
bully (valentão). - É caracterizado como uma ação continuada, de
humilhação, discriminação, violência física e/ou
simbólica. - O agressor assume a intenção direta e imediata de
causar dano de prática de violência repetida a um
colega, em geral, mais frágil. - É de fundamental importância que as vítimas do
bullying sejam apoiadas para enfrentarem a
situação e os sofrimentos vindos deste fenômeno
de agressão e perseguição.