Title: Infarto Agudo do Mioc
1Sessão EspecialLAEME
Infarto Agudo do Miocárdio
Dr. José Antônio SouzaProf. Adjunto IV
UFBACoordenador de CardiologiaChefe da UTI
HUPESMestrado / PhD em Cardiologia - UFBA
2IAM definição
- É a necrose da célula miocárdica resultante da
oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco
3Aspectos Epidemiológicos
A cardiopatia isquêmica permanece como a
principal causa de morte no mundo
ocidental Cerca de 50 das mortes por IAM
ocorrem na primeira hora do evento e são
atribuíveis a arritmias, mais frequentemente
fibrilação ventricular No Brasil, no ano de
2000, 36,5 dos óbitos entre indivíduos com idade
maior ou igual a 55 anos decorreram de doenças do
aparelho cardiocirculatório (DataSUS).
4MECANISMOS DETERMINANTES DA ISQUEMIA MIOCÁRDICA
NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS
- Trombo sobre placa aterosclerótica vulnerável
- Espasmo coronário ou vasoconstricção
- Progressão da placa aterosclerótica
- Desequilíbrio oferta/consumo de O2
5Fatores de Risco Cardíaco
6Fisiopatologia Infarto Agudo do Miocárdio
7Anatomia da Irrigação do Miocárdio
8FISIOPATOLOGIA Infarto Agudo do Miocárdio
Epicárdio
Coronária
CKMB Troponinas
Lesão Radicais Livres
ATP PH
Histamina, NO, PGE2 K
Inflamação, dor
Arritmias
Endocárdio
9Alteração histológica irreversível A Célula
Necrosada
- Não gera potencial de ação
- Não produz vetores
- Não se despolariza e não se repolariza
- Não se contrai, apenas conduz o estímulo
- Promove reações teciduais com liberação de
mediadores da dor - Libera proteínas celulares para o sangue
- CK-MB, Troponinas, Mioglobina.
Alterações na contratilidade cardíaca hipocinesia
Sintomatologia Clínica
Elevação de enzimas
Alterações no ECG
10DIAGNÓSTICO DE INFARTO DO MIOCÁRDIO
História típica de dor precordial Alterações
eletrocardiográficas Elevação enzimática
11Manifestações Clínicas
. Características da dor . Sintomas associados
12ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS
. O diagnóstico eletrocardiográfico é dado pela
análise do ECG 12 derivações, o qual apresenta
alterações de ST / T / onda Q importante.
Componentes do ECG normal.
13ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS NO IAM
ISQUEMIA
LESÃO
NECROSE
14ECG normal
Miocárdio Íntegro
Elevação de ST
Inversão de onda T
Infarto recente
Onda Q importante
Infarto antigo
15ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS NO IAM
Fases do Infarto agudo do miocárdio Superaguda
Ondas T aumentadas, lembrando hipercalemia
Aguda Elevação do ST, diminuição de T e
aparecimento de Q Subaguda T invertida, ST
retorna a linha de base Crônica Ondas Q e
elevação de ST
16Localização do Infarto pelas Derivações
Local do IAM Supra de ST Local no ECO Coronária
Anterior V1-4 Apical e ântero-septal média DA
Anterior Extenso V1-V6 (D1, AVL) Apical e ântero-septal DA
Inferior D2, D3, AVF Inferior e dorsal CD ou Cx
Posterior V7-8 e infra de ST na parede anterior Posterior e/ou lateral Cx ou CD
Lateral Alto D1, AVL Lateral e/ou dorsal Cx
VD DV3-5, V1 Posterior e lateral do VD CD
17Marcadores Bioquímicos de Infarto Agudo do
Miocárdio
Marcador Início Pico Normalização Vantagens Desvantagens
Mioglobina 2 a 3 horas 6 a 9 horas 18 a 24horas Alta sensibilidade, detecção precoce de IAM, detecção de reperfusão. Baixa especificidade, rápido retorno ao normal
Troponinas 3 a 12 horas 10 a 24 horas 10 a 15 dias Bom para estratificação de risco, maior sensibilidade e especificidade que CK-MB. Diagnóstico tardio. Baixa sensibilidade para diagnóstico com menos de 6 horas de sintomas. Limitado para diagnóstico de reinfarto.
CK-MB 3 a 12 horas 10 a 24 horas 3 a 4 dias Método de dosagem rápido e maior custo-eficiência. Bom para diagnóstico de reinfarto precoce. Baixa especificidade em trauma ou cirurgia. Baixa sensibilidade com mais de 6h de sintomas ou além de 36h.
18Sem liberação de marcadores séricos
Com liberação de marcadores séricos
Angina estável Angina Instável
IAM sem Q IAM com Q
PENUMBRA
ISQUEMIA
Infarto Não Q
Infarto Com Q
Lesão (Elevação de ST)
19CASO 1
R.G., 53 anos, sexo masculino. QP dor
retroesternal em aperto, irradiando para o
pescoço e mandíbula. Nega hipertensão,
diabetes, obesidade pregressa. Tabagista,
etilista. PA 100/80mmHg PR 50bpm FR 18ipm
Infarto de parede Inferior
20Medidas Iniciais
. Obtenção dos sinais vitais PA, frequência
cardíaca e exame físico . Oxigênio por cateter
ou máscara . Obtenção de acesso venoso .
Monitorização do ritmo cardíaco e da saturação de
O2 não invasiva . Administração de 200mg de
aspirina via oral . Nitrato sublingual 5mg .
ECG . Administração endovenosa de morfina quando
a dor é muito intensa e não melhora com nitrato.
21ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
Reduzir chance de recorrência Repouso, controle
PA, ß-bloqueio.
Promover Vasodilatação Nitratos, bloqueadores de
canais de cálcio.
Reperfusão (oclusão total) Trombólise,
angioplastia
Prevenir trombose Antiagregante plaquetário,
antitrombínico
Tratar e prevenir complicações da isquemia /
necrose ?-bloqueadores, antiarrítmicos
Remodelamento Inibidores da ECA...
22TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
. Antiplaquetários .Aspirina .Derivados
tienopiridínicos ticlopidina e clopidogrel
.Antagonistas dos receptores glicoprotéicos
IIb-IIIa
abciximab, tirofibam
- Inibe a Ciclooxigenase, reduzindo produção de
tromboxanos - Reduz mortalidade e incidência de IAM não-fatal,
em pacientes com AI ou IAM sem supra de ST, em
até 64 (estudo RISC) - Reduz em 23 a mortalidade em pacientes com IAM
com supra de ST, plt0,00001 (estudo ISIS-2)
. Antitrombínicos Heparinas
23TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
. Antiisquêmicos .Nitratos
- Redução da pré-carga e pós-carga, diminuindo
consumo de oxigênio, age na vasodilatação
arterial - Diminui vasoespasmo coronariano
- Potencial inibição da agregação plaquetária.
.Betabloqueadores .Antagonistas dos canais de
Cálcio .Inibidores da ECA
24TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM
. Trombolíticos .Estreptoquinase (SK)
.Ativador tecidual do plasminogênio .Trombolíti
cos de terceira geração
Contraindicações gtgt Sangramentos abdominais,
dissecção de aorta, RCP prolongada, trauma ou
cirurgias nas 2 semanas precedentes, AVC
hemorrágico prévio, gravidez.
25TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM
. Angioplastia Vantagens sobre os
trombolíticos .Patência arterial precoce,
superior a 90 .Melhor manutenção de fluxo
coronariano pleno .Menor lesão de
reperfusão .Melhora função ventricular .Menor
risco de sangramento e AVC .Redução nas taxas
de reoclusão, reinfarto e mortalidade hospitalar.
26Dor torácica sugestiva de isquemia
Avaliação imediata
Tratamento geral imediato
ECG de 12 derivações
Ausência de alterações ST/T
Elevação de ST/BRE novo
Depressão de ST / inversão de onda T
ECGs seriados, marcador de necrose, observação
clínica
Persistência ou recorrência dos
sintomas Hipotensão, disfunção VE, troponina ou
CKMB elevadas
Tratar como IAM
Alterações dinâmicas de ST, troponina ou CK-MB
alto, dor, instabilidade hemodinâmica, diabete,
coronariopatia?
SIM
AI alto risco ou IAM não Q
NÃO
AI de baixo risco
27AI alto risco ou IAM não Q
Aspirina e clopidogrel, heparina EV ou HBPM SC,
Nitrato EV, Antagonista GP IIb IIa,
Betabloqueador
CINEANGIOCORONARIOGRAFIA
ANGIOPLASTIA
TRATAMENTO CLÍNICO
CIRURGIA
28COMPLICAÇÕES DAS SCA
- INSTABILIDADE HEMODINÂMICA
- -Hipotensão, choque cardiogênico
- Edema agudo de pulmão
- Insuficiência cardíaca congestiva.
- ARRITMIAS
- -Taquicardias ventriculares
- Fibrilação ventricular
- Bloqueios atrioventriculares avançados.