Title: O ENFERMEIRO NO SERVI
1O ENFERMEIRO NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
- Prof. Roberto Honorato de Lima
2C0NCEITO
- Emergência psiquiátrica é qualquer situação na
qual exista risco significativo e iminente de
morte ou de lesão grave provocado por
sentimentos, pensamentos ou ações que colocam em
risco a integridade da própria pessoa, de outras,
do ambiente e da sociedade (STEFANELLI, et al.,
2008).
3- EQUIPE E LOCAL DE ATENDIMENTO
- Equipe de saúde e de segurança qualificadas e
preparadas - Espaço seguro, livre para circulação dos membros
da equipe - Equipamento necessário para a assistência de
emergência - Material adequado para contenção mecânica
- No caso de cliente violento, a porta da sala deve
permanecer aberta e as outras pessoas do serviço
devem ser avisadas - O atendimento tem de ser feito, no mínimo, de
médico psiquiatra, enfermeiro, técnico de
enfermagem, equipe de apoio ou de segurança.
4SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
- Situações de crise
- Idéia e tentativa de suicídio
- Agitação, agressividade e risco de violência
aguda - Ansiedade aguda
- Intoxicação aguda e síndrome de abstinência de
álcool e outras substâncias psicoativas - Surtos psicóticos
- Delirium e demência
- Anorexia e bulimia
- Cumprimento de determinação judicial.
5INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
- Providenciar atendimento imediato.
- Dirigir-se ao cliente, chamando pelo nome
- Informação aos familiares, mantendo o ambiente o
mais seguro possível. - Histórico e Exame físico e mental
- Observação contínua e discreta
6INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
- Providenciar presença de algum familiar
- Verificar sinais vitais periodicamente
- Providenciar medicação e contenção mecânica se
necessário. - Anotação de enfermagem sobre todas as
manifestações de comportamento e de todas as
ações de enfermagem realizadas.
7RISCO DE SUICÍDIO AVALIAÇÃO E MANEJO
8C0NCEITO
- Suicídio (sui si mesmo e ceades ação de
matar) - É a morte auto-inflingida, provocado por um ato
voluntário e intencional.
9- Ideação suicida alteração no conteúdo do
pensamento constituindo-se na motivação
intelectual para o suicídio. - Caracterizada por idéias recorrentes e/ou
permanentes de - Perda da vontade de viver
- Desejo de estar morto
- Desejo de acabar com a própria vida
- Desejo de autodestruição
10- Ato suicida alteração na conduta do paciente
que faz com que ele aja, voluntária e
intencionalmente, buscando provocar a sua própria
morte. - Execução do ato tem dois desfechos
- 1. Provoca a morte (suicídio)
- 2. Falha em provocar a morte (tentativa de
suicídio)
11Fluxograma de caracterização das situações
envolvidas no suicídio
Ideação suicida
Ato suicida
Morte
Não-morte
Suicídio
Tentativa de suicídio
12Fluxograma de tomada de decisão em situação de
risco de suicídio
Avaliação do risco de suicídio
Ideação suicida
Tentativa de suicídio
Objetivo quantificar o risco de evolução para O
ato suicida. Decidir pela Internação ou pelo
Tratamento ambulatorial.
Objetivo avaliar a persistência da ideação
suicida e quantificar o risco de recidiva.
Decidir pela internação ou pelo tratamento
ambulatorial.
13EPIDEMIOLOGIA
- Importante problema de saúde pública, sendo
responsável por 0,4 a 0,9 de todas as mortes. - Incidência anual mundial 10 a 20/100.000 hab.
- Taxas de tentativas pelo menos 15 vezes mais
- EUA incidência/ano é de 11/100.000 (31.000
mortes) - Brasil prevalência de 4 a 6/100.000 hab.
(índices questionáveis)
14Métodos de suicídios
- Homens
- 1. Enforcamento
- 2. Arma de fogo
- 3. Envenenamento
- Mulheres
- 1. Enforcamento
- 2. Envenenamento
O envenenamento e a intoxicação por fármacos são
responsáveis por 90 dos casos de tentativas de
suicídios
15QUADRO CLÍNICOE DIAGNÓSTICO
16(No Transcript)
17(No Transcript)
18Aspecto biológico Função serotonérgica
diminuída
Aspectos genéticos Período de estresse
intenso ou manifestação de
alguma doença
psiquiátrica.
Doenças psiquiátricas Transtorno depressivo e
afetivobipolar 45 70
Abuso por
dependência de álcool 20 25
Esquizofrenia
5 10
Transtorno de personalidade 9
Transtorno cerebral orgânico 4
Co-morbidades (diagnóstico multiaxial do
DSM-IV)
19Avaliação do paciente que tentou suicídio
- Já fora de risco de vida enfocar o motivo,
avaliar o risco de recidiva, estabelecer um
diagnóstico psiquiátrico (pelo menos sindrômico),
indicar internação hospitalar. - 2. Ainda sob efeito do método utilizado dar
enfoque à complicação médica do método utilizado
na tentativa (politraumatismo,
ferimento por arma de fogo ou arma branca,
enforcamento, afogamento, envenenamento/
intoxicação por drogas) -
-
20Avaliação do risco de suicídio
- 1. Receba o paciente em local seguro para ambos
mantenha vigilância mesmo se o paciente for ao
banheiro. - 2. Colete a história com o paciente e após com
um familiar siga o roteiro de entrevista
estruturada
21- 3. Informações obrigatórias
- a) Exame do estado mental
- b) Estado de saúde física, situação
conjugal e familiar, situação social e história
familiar. - c) Se já possui diagnóstico psiquiátrico
- d) Questões-chave desesperança e
ambivalência. - Detecte presença de ideação e/ou plano suicida.
22- Estabeleça o diagnóstico de risco de suicídio
- em alto ou baixo.
- Decida pela internação hospitalar.
- Critérios
- Alto risco de suicídio
- Ausência de recursos extra-hospitalares
(pouco suporte familiar) - Desgaste ou exaustão psicológica por
parte da família. - Tentativas de suicídio progressivamente
graves - Recusa do paciente de fazer planos
futuros, inclusive de tratamento ambulatorial. - Incongruência entre a história do
paciente e um fonte objetiva confiável - Síndrome psicótica com alucinações e/ou
delírios - Fator que interfere no nível de
consciência ou no juízo crítico do paciente,
impossibilitando a avaliação na emergência (ex
intoxicação e delirium) - Quadro psiquiátrico com indicação de
internação hospitalar (ex mania, mesmo sem
psicose) -
23Avaliação do plano suicida
- Atenção para alguns itens que apontam para a
gravidade do risco - a) Plano factível
- b) Método proposto
- c) Acessibilidade ao método
- Um plano plenamente factível, com um método de
fácil acesso e uma alta probabilidade de êxito
letal indicam alto risco de suicídio.
24Perguntas-Chave
- Avaliação dos fatores de risco sociais, pessoais
e médicos. Observar o exame do estado mental. - 1. O que está acontecendo que tornou a sua vida
difícil? - 2. Você teve recentemente alguma perda ou crise
séria? (divórcio, viuvez, morte de familiares,
desemprego, dívidas) - 3. Você está fazendo algum tratamento clínico ou
psiquiátrico? Usa drogas ou álcool?
25- Avaliação do grau de desesperança
- 1. Diante de seus problemas você se sente sem
esperança ou sem saída? - Avaliação da presença manifesta de ideação
suicida, intensidade e plano de suicídio. - 1. Você está pensando em suicídio?
- 2. Quanto você tem pensado em suicídio?
(freqüência, intensidade). - 3. Você tem um plano suicida?
- 4. Que preparativos você já fez para executar
esse plano?
26- Epidemiologicamente, o paciente que já tentou
suicídio no passado tem um risco aumentado de
recidiva. Cerca de 40 dos indivíduos que
tentaram o suicídio fizeram uma tentativa
anterior e 15 a 35 irão recidivar em dois anos - 1. Você já tentou suicídio no passado? Quando,
como e quantas vezes? - Ps. Não se dispõe de dados que indiquem se o
paciente costuma repetir o método ou usar outros
mais ou menos letais.
27MITOS E VERDADES NO SUICÍDIO
QUESTÃO MITO x VERDADE
EXPLICAÇÃO
28QUESTÃO MITO x VERDADE
EXPLICAÇÃO
29TRATAMENTO
- Na emergência
- 1. Tranqüilizar o paciente
- 2. Entrevista cuidadosa e respeitosa
- 3. Se necessário, usar fármacos clonazepam 2
mg até 2 cp. VO., clorpromazina 1 amp. IM. - 4. Decidir pela internação ou não do paciente.
30- Abordagens psicoterápicas
- Na emergência, pouco se pode fazer além das
técnicas pontuais de apoio (ouvir o paciente, ser
empático com o seu sofrimento e deixar claro que
a intenção da equipe é ajudá-lo. - Podem ser discutidas questões como se você
morrer quem ficará feliz, quem ficará triste,
como VOCÊ irá sentir-se, etc. É comum a fantasia
de que o indivíduo depois de morto irá
regozijar-se com o sofrimento alheio - Podem ser aplicadas técnicas cognitivas tipo prós
e contras do suicídio.
31- Tratamento hospitalar
- Vigilância 24 hs mesmo quando o paciente vai
ao banheiro. É comum a ocorrência de tentativas
de suicídios em unidades psiquiátricas. - É importante observar e anotar comportamentos
não-verbais que possam ser significativos de
risco de suicídio
32- Tratamento Farmacológico
- Lítio reduz as taxas de suicídio, tentativas e
recidivas. - Antidepressivos eficazes no tratamento das
sindrômes depressivas, mas não exerce efeito
protetor contra o suicídio. - Antipsicóticos (clozapina) reduz a taxa de
suicídio em pacientes esquizofrênicos. - ECT reduz com grande eficácia o risco de
suicídio, principalmente em casos agudos. A longo
prazo, exerce um efeito protetor contra recidivas
se adotada em esquema de manutenção.
33Paciente tentou suicídio ATO SUICIDA
Corre risco de vida
Não corre risco de vida
Tentativa de suicídio
Sim
Não
Medidas de suporte acionar equipe clínica
Avaliar risco de recidiva pelos mesmos critérios
de risco de suicídio
Avaliar risco de recidiva pelos mesmos
critérios do risco de suicídio
Morte
Não-morte
Alto risco
Baixo risco
Suicídio
Tentativa de suicídio. Avaliar risco de recidiva
pelos mesmos critérios do risco de suicídio.
Encaminhar para tratamento ambulatorial
Internação hospitalar
34CONTENÇÃO FÍSICA OU MECÂNICA
- É uma forma de tratamento utilizada como último
recurso, a fim de evitar que o cliente coloque em
risco sua integridade física ou de qualquer outra
pessoa ao seu redor. - Deve ser uma decisão tomada pelo médico e
enfermeiro. Prescrita pelo médico. - A técnica deve ser realizada de forma adequada e
com segurança. - Número necessário de elementos da equipe 5
pessoas.
35Material necessário para contenção física
- Quarto individual com cama baixa, coberta com
lençol - Faixas de contenção confeccionadas com tecido de
algodão resistente, reforçadas de forma a não
provocarem garroteamento ou lesões. - Medidas das faixas 12 a 14 cm de largura
(contenção no tórax) e 5 a 6 cm (pulsos e
tornozelos). - Lençol ou cobertor para cobrir o cliente.
36PASSOS PARA A CONTENÇÃO FÍSICA
- Um elemento de frente para o cliente, em geral o
enfermeiro, chamando-o pelo nome - Os demais da equipe realizará a contenção,
primeiramente o tórax, os pulsos, os tornozelos e
coxa. - Jamais conter o cliente com faixas nas axilas,
presas na cabeceira da cama. - Não deixá-lo sozinho e portas sempre abertas.
- Nunca conter os pés do cliente juntos.
37CUIDADOS APÓS A CONTENÇÃO FÍSICA
- Manter um membro da equipe continuamente ao lado
do cliente - Explicar o procedimento ao cliente e familiares.
- Avaliação médica a cada 30 min e enfermeiro a
cada 15 mim. - Prestar assistência na hidratação, higiene,
mudança de decúbito, vestimentas, eliminações e
medicações.
38CUIDADOS APÓS A CONTENÇÃO FÍSICA
- Estar atento quanto ao garroteamento e lesões nas
imobilizações. - Comunicação terapêutica e anotação no prontuário.
- Não se admite ameaças e lesões provocadas por
contenção. - A contenção é uma medida terapêutica de proteção,
nunca de punição.