Title: Apresenta
1Meteorologia por Satélite Seminário sobre o
Catarina enfoque sobre as informações baseadas
em satélites Profa. Leila Maria Véspoli de
Carvalho Monitor Michel N. Muza
2Introdução Ciclones Tropicais
Definição Intensos vórtices que se desenvolvem
preferencialmente em regiões oceânicas com
temperaturas superficiais acima de 26,5C e
profundidade da ordem de 80 metros (Charney e
Eliassen, 1964).
Furacão é a denominação utilizada nos EUA,
América Central e Brasil para ciclones tropicais
cuja a velocidade do vento no centro da
tempestade deve ser superior a 118 km/h. Em
outras regiões do globo os ciclones tropicais
recebem diferentes nomes relativo ao mesmo
fenômeno meteorológico.
Classificação Uma escala utilizada a partir da
década de 70 para medir a intensidade dos
furacões é a de Saffir-Simpson. Este nome
homenageia seus dois criadores o engenheiro
Herber Saffir e o diretor do Centro Nacional de
Furacões do EUA, Robert Simpson. A escala de
Saffir-Simpson considera a velocidade do vento e
os danos causados pelos furacões para dividi-los
em cinco categorias.
3Categ. Efeito Velocid. vento (km/h) Tipo de consequências
1 Mínimo 118 - 152 Raízes de árvores danificadas e derrubada das mais isoladas, ramos quebrados. Alguns danos em sinalizações públicas e em casas mais frágeis. Pequenas inundações das estradas costeiras e danos menores nos portos e áreas costeiros.
2 Moderado 152 - 176 Árvores tombadas ou partidas. Alguns vidros de janelas são quebrados, veículos deslocados do chão desprendimento da superfície de coberturas e anexos, mas sem danos maiores nas construções principais. Estradas enterrompidas por risco de inundação ainda antes da chegada do centro do furacão. Evacuação da população em zonas costeiras.
3 Significativo 176 - 208 Cheias severas nas zonas costeiras. Árvores arrancadas pela raiz. Alguns danos estruturais em edifícios pequenos, principalmente nas zonas costeiras pelo arrastamento de detritos e pelo impacto das ondas. Estradas costeiras inundadas cerca de 5 horas antes da chegada do centro do furacão. Evacuação da população até vários quarteirões das áreas costeiras.
4 Extremo 208 - 248 Destruição e arrasto de árvores, sinalizações públicas, postes e outros tipos de objectos. Destruição de casas frágeis e danos consideráveis nos telhados, vidros e portas dos edifícios. Erosão extensiva das praias. Evacuação da população até cerca de 3 km da costa.
5 Catastrófico gt 248 A população até cerca de 16 km da costa devem ser evacuada. Destruição de janelas, portas e dados profundos na estrutura de alguns edifícios.
4Estágios dos furacões
Estágio inicial Caracterizado pelo aglomeramento
de nuvens relativamente desorganizadas associadas
a um fraco distúrbio tropical.
Alguns parâmetros essenciais para a transformação
de um fraco distúrbio tropical em uma severa
tempestade são
- a região de origem e atuação do furacão deve
possuir águas com temperatura relativamente
quente - a umidade relativa na troposfera média deve ser
elevada, visando manter as nuvens convectivas - fraco variação vertical do vento, não permitindo
a ventilação do distúrbio.
5Estágios dos furacões
Estágio intermediário representa a fase de
desenvolvimento e manutenção do ciclone.
O desenvolvimento ocorre devido a uma interação
de nuvens cumulus e movimentos de escala
sinótica. As tempestades tropicais são uma típica
fonte de calor que se movem e liberam uma grande
quantidade de calor na média e alta troposfera,
aquecendo-a e aumentando sua pressão nos níveis
superiores.
Este aquecimento produz divergência na alta
troposfera, que faz com que o peso da coluna de
ar diminua, causando uma queda de pressão na
superfície.
6Estágios dos furacões
Estágio intermediário representa a fase de
desenvolvimento e manutenção do ciclone.
Diminuindo a pressão em superfície, um sistema
de baixa pressão é estabelecido e ventos de
baixos níveis convergem e começam a girar mais
rápido em torno do centro de baixa pressão,
devido à força de Coriolis. Estes ventos carregam
o vapor dágua do oceano para o centro do sistema.
Ao convergir e ascender ao redor do centro de
baixa pressão ocorre uma grande quantidade de
liberação de energia devido à troca de fase do
vapor. O centro de baixa pressão então
intensifica-se, aquecendo a coluna atmosférica,
causando mais divergência em altos níveis,
estabelecendo-se assim uma reação em cadeia.
7Estágios dos furacões
Estágios intermediários representa a fase de
desenvolvimento e manutenção do ciclone.
Durante o estágio maduro os furacões apresentam
uma estrutura horizontal de algumas centenas de
quilômetros (de 100 a 1000 Km).
Visualmente os ciclones tropicais apresentam um
aspecto quase circular, se estendendo
verticalmente através de toda troposfera
(aproximadamente de 10 a 12 Km).
A circulação associada aos ciclones tropicais
apresenta uma rotação ciclônica em baixos níveis,
e anticiclônica em níveis superiores. Das
observações sabe-se que os ventos horizontais
mais intensos (de 50 a 100 m.s-1) são
concentrados próximos a 100 Km do centro do
distúrbio em baixos níveis. A esta mesma
distância são encontradas as mais fortes
atividades convectivas presentes na estrutura do
furacão.
8Estágios dos furacões
Estágios intermediários representa a fase de
desenvolvimento e manutenção do ciclone. Os
ventos mais intensos são concentrados próximos a
uma região livre de nuvens convectivas a 100 Km
do centro. Essa região é chamada de olho do
furação.
9Estágios dos furacões
- Fase de decaimento Último estágio
- Os principais fatores que ocasionam o
enfraquecimento do furacão são - deslocamento para fora do ambiente quente e
úmido - passagem sobre continentes ou grandes áreas de
terra - deslocamento para regiões com grande variação
vertical do vento.
- Esses fatores são associados a
- diminuição da liberação de calor latente
- enfraquecimento da divergência em níveis
superiores - queda da temperatura média na coluna vertical do
furacão - aumento da pressão de superfície no centro do
distúrbio.
10- O Catarina enfoque sobre as informações baseadas
em satelites - Nuvens nas imagens dos satelites
- 2) Ventos pelos dados de satelites
- 3) Convecção em imagens realçadas
11Nuvens Satélite de órbita polar Terra
26.03.2004 1310 TMG
O Catarina apareceu nas imagens de satélite como
um sistema convectivo com um escudo de nuvens de
forma circular cercado por um olho livre de
nuvens.
12Infravermelho
Visível
nuvens baixas
nuvens com desenvolvimento vertical
13Satélite Terra 27.03.2004 1355 TMG
As nuvens cirrus são vistas divergindo
anticiclonica-mente do centro do Catarina.
14Satélite Terra 27.03.2004 1600 TMG
Enquanto que nuvens cumulos e estratucumulos são
observadas ciclonicamente em aspiral convergindo
para o centro do Catarina.
1525.03.2004 0937 TMG
Nuvens textura
16Ventos do Catarina nas imagens dos satélites
A análise de ventos de cartas meteorológicas
associada a imagens de satélite é geralmente
utilizada na meteorologia operacional como um
produto auxiliar na análise diagnóstica do tempo.
Como exemplo, serão exibidos algumas imagens de
barbelas de ventos junto a imagens no
infravermelho do satélite geoestácionario GOES-12
(36.000 km de altura) durante atuação do
Catarina no Atlântico Sul, disponibilizadas pelo
Cooperative Institute for Meteorological
Satellite Studies (CIMSS) University of
Wisconsin-Madison Space Science and Engineering
Center.
17Ventos em níveis baixos e médios
Nuvem vírgula invertida
GOES 24.03.2004 1800 UTC
18Como é calculado a barbela de vento junto a
imagens dos satélites?
Um vetor é obtido através do deslocamento de um
alvo (nuvem) entre duas imagens.
- Controle de qualidade da informação
- Correlação entre os vários vetores representando
um alvo. - Rejeição de velocidades menores.
- Consistência temporal.
19Como é calculado a altura da barbela de vento
junto a imagens dos satélites?
Considera-se que o nível de pressão de um dado
vetor é igual ao nível de pressão onde a
temperatura da atmosfera é igual à temperatura de
brilho infravermelho da nuvem. O CPTEC usa o
perfil de temperatura e pressão da análise do
modelo.
20Ventos em níveis baixos e médios
GOES 25.03.2004 1800 UTC
21Ventos em níveis baixos e médios
GOES 27.03.2004 1800 UTC
22Ventos em níveis baixos e médios
GOES 28.03.2004 1800 UTC
23A seguir, serão exibidas imagens de barbelas de
ventos da troposfera superior junto a imagens no
infravermelho do satélite GOES, que mostra o
comportamento da corrente de jato durante a
ocorrência do fenômeno Catarina.
24Ventos em níveis médios e altos
GOES 24.03.2004 1800 UTC
25Ventos em níveis médios e altos
Ventos com circulação ciclônica
GOES 25.03.2004 1800 UTC
26Ventos em níveis médios e altos
Ventos divergindo anticiclonicamente
GOES 26.03.2004 1800 UTC
27Ventos em níveis médios e altos
GOES 27.03.2004 1800 UTC
28Ventos em níveis médios e altos
GOES 28.03.2004 1800 UTC
29Um dos problemas geralmente observado é quando
tem-se forte cizalhamento do vento na vertical em
uma fina camada da atmosfera. Assim, nas análises
nota-se que embora os vetores sejam colocados em
um mesmo nível, na realidade estão em níveis
diferentes próximos entre si.
O mesmo tipo de diagnóstico de vento pode ser
feito com imagens do vapor dágua. Porém, a
umidade na alta troposfera não é bem representada
pelo modelo. Na literatura alguns estudos
utilizam a reanálise do NCEP/NCAR. Assim, para
níveis menores que 300 hPa os valores de umidade
são interpolados linearmente (considerando 0 em
50 hPa).
30Ventos em superfície do Catarina (10 m de
altura) de estimativas baseadas em sensores de
satélites (apenas sobre o oceano).
Os dados de ventos atualmente disponibilizado
pela NOAA (National Oceanic and Atmospheric
Administration) são A direção e intensidade do
vento estimada pelo radiômetro SSM/I (Special
Sensor Microwave/Imager). Essa estimativa tem uma
resolução de 25 km e uma precisão de
aproximadametne 2 m/s. A bordo do satélite de
órbita polar QuikSCAT, oferece um mapeamento
global com uma freqüência em geral de 4 horas.
31Exemplo de estimativa de vento baseada em
satélite durante ocorrência do Catarina no
Atlântico Sul. Dia 25.03.04 as 2022 TMG
Estimativas de vento na ordem de 75 km/h
32Dia 26.03.04 as 0845 TMG
Barbelas com ventos acima de 50 nós (gt100 km/h)
33Dia 26.03.04 as 0845 TMG
Dia 27.03.04 as 2115 TMG
Catarina atingiu o continente.
34Convecção no Catarina mostrada através de imagens
realçadas pelos topos frios de nuvens com grande
desenvolvimento vertical.
Infravermelho realçado (Satélite GOES-12)
35Referências Bibliográficas HOLTON, JR., 1992
An introduction to dynamic meteorology. Academic
Press 511 p. HOUZE, R.A., 1993 Cloud Dynamics.
Academic Press, 23, 406-436. http//cimss.ssec.wi
sc.edu/ (09/10/2004) LAURENT, H., N. ARAI, B.
FOMIN, L.A.T. MACHADO, e M.ªGONDIM, 2002
Extração do vento utilizando imagens de satélite
no CPTEC Nova versão e avaliação dos dados do
WETAMC/LBA e dados operacionais da DAS/CPTEC.
Rev.Bras.Meteor., 17, 113-123.