Title: Apresenta
1ALBUM DA FAMÍLIA BOSCO
MAMÃE MARGARIDA
A MÃE DE DOM BOSCO
2É nesta casa, no povoadozinho dos Becchi, que eu,
João Bosco, aprendi a viver. Aqui minha mãe me
ensinou coisas que se tornaram fundamentais para
mim.
3Aos dois anos de idade perdi meu pai, Francisco,
e minha mãe, Margarida, ficou sozinha para
cuidar de 3 filhos (eu, José e Antonio) e de vovó.
4O maior cuidado de mamãe foi instruir os filhos
na religião, torná-los obedientes e ocupá-los em
coisas compatíveis com a idade.
5- Olha que temporal! Como é potente Deus! Nunca
ofendamo-lo com o pecado e Ele saberá nos ajudar
em tudo.
6- Como são bonitas estas flores! Se Deus pensa
nelas, não pensará também em nós?
7- Olha quantas estrelas! Deus as criou para
nós! Como nos ama!
8Minha mãe nos ensinava a ver Deus no pobre. -
Mamãe, posso levar este pão para Madalena? É mais
pobre do que nós!
9Indo ao povoado, encontrávamos situações
piores - Venha, Joãozinho! Reza a Deus para não
se tornar parecido com eles!
10Voltando para casa, eu dizia para ela - Mamãe,
como desejaria me tornar padre para ajudar tantos
jovens! Assim não se tornariam tão maus...
11Mamãe Margarida estava-me educando para me
comportar leal e corajosamente. Mas um dia
combinei uma... - Levanta-te, pega-a! Mais um
pouco...
12- Oh! Mesmo a vasilha do azeite!..
- Todas as tentativas de enxugar a mancha de óleo
foram inúteis...
13- Como irá sofrer minha mãe! Tantas dificuldade
econômicas e eu fazendo isso! - Então peguei uma varra e comecei a prepará-la
para...
14- ...ir ao encontro dela, que voltava da feira.
- Mamãe, é para usá-la nas minhas costas!
- E contei com sinceridade o acontecido. Ela
perdoou...
15Eu era o líder mais hábil e procurado nos jogos
com os amigos e nas habilidades circenses, mas
muitas vezes chegava em casa com a cabeça
quebrada!
16E mamãe - Possível? Todos os dias uma! De hoje
em diante, está proibido de freqüentar estes
amigos!
17- Mamãe, permita-me ainda participar! Quando eu
estou no meio deles, se comportam melhor, não
falam palavrões! E minha mãe sempre deixava...
18Entendi que não era suficiente divertir os meus
amigos deveria me entrosar nas atividades da
paróquia, para crescer sempre mais e me
instruir...
19E assim, movido pelo desejo de aprender, me
decidi participar de uma missão popular que
estava acontecendo num povoado vizinho.
20Na volta, me encontrei com Pe. Calosso que, vendo
minha capacidade de entender e lembrar das
pregações, quis falar com minha mãe.
21- Margarida, seu filho é de uma memória
prodigiosa! Ele deve estudar! Manda-o à minha
casa começarei a dar lições particulares.
22Meu irmão mais velho, Antonio, fruto do primeiro
casamento do pai, colocou bastante obstáculos nos
estudos - Já chega! Eu fiquei forte e gordo e
nunca vi um livro!
23Dominado pela aflição e pela raiva, respondi
assim - Não estás certo! Não sabes que o nosso
burro é maior do que tu e nunca foi à escola?
24Somente as boas pernas me salvaram de uma chuva
de pancadas... Mamãe estava muito aflita pela
situação e eu chorava...
25Sentindo pena disso, Pe. Calosso me convidou a
morar com ele. Mas esta solução durou pouco
tempo, porque o padre morreu de repente. Tive
que voltar para casa.
26Um dia aconteceu o pior - Ou o senhorzinho
deixa os livros, ou eu vou-me embora!
27- Inutilmente a mãe tentou o diálogo com ele.
- Eu irei fazer o trabalho de João!
- Antonio não concordou.
28Então mamãe me aconselhou a procurar uma casa -
Devemos ter coragem! A Providência de Deus estará
também conosco!
29A separação foi bastante dolorosa. - Até, João!
Se comporte sempre como um bom rapaz e seja
devoto de Nossa Senhora! Confie Nela!
30Encontrei acolhida na fazenda da família Moglia,
onde trabalhei recebendo uma pequena ajuda.
31Quando tocava o sino ao meio dia, sempre lembrava
das palavras de minha mãe e, ajoelhando-me em
qualquer lugar estivesse, rezava o anjo do
Senhor.
32Um dia chegou meu tio me propondo recomeçar os
estudos. Imaginem a minha alegria em aceitar esta
proposta, voltar a casa e abraçar minha mãe!
33Para estudar, devia percorrer, cada dia, 16 km a
pé! E muitas vezes com chuva, neve e vento...
34- Vai dormir, Joãozinho, é tarde! Se continuar
assim, irá adoecer! - Mais um pouquinho, mamãe! Devo terminar!
35Ainda bem que encontrei uma família que me
hospedou. Quando mamãe vinha trazer alguma coisa
como pensão, o dono não queria, por causa da
minha boa conduta...
36No outro ano, continuei os estudos já noutra
cidade, em Chieri, em vista de entrar no
seminário. A Providência chegou à minha casa
através de muitas doações...
37Deixei minha família, para enfrentar o segundo
grau. Para me manter tive que aprender várias
profissões...
38Muitos amigos se aproximaram de mim. Juntamente
com eles comecei um grupo, a Sociedade da
alegria, com o objetivo de unir os bons amigos.
39- João, siga sua vocação! Mas lembre-se que se
por acaso se tornar um padre rico, eu não irei
lhe visitar nunca!
40Depois de tantas dificuldades e estudos, aos 26
anos, foi ordenado sacerdote. Foi um dia de
paraíso para minha mãe, que recebeu Jesus das
mãos do seu filho!
41À noite, depois dos festejos, minha mãe me disse,
a sós - Lembre-se, João, que começar a a
celebrar a missa, significa começar a sofrer!
42No início do meu ministério sacerdotal, vi de
novo aquele sonho dos 9 anos Eis o teu campo,
eis onde deve trabalhar! Só esperava a ocasião
oportuna para começar...
43Foi no dia 8 de dezembro do mesmo ano que
encontrei o primeiro jovem pobre e abandonado, na
sacristia de uma igreja de Turim Bartolomeu
Garelli. Começou o Oratório!
44O Oratório se tornou casa que acolhe, paróquia
que evangeliza, escola que encaminha para a vida
e pátio para se encontrarem como amigos e viverem
na alegria.
45Esgotado pelo grande trabalho entre os jovens,
tive que me recuperar na minha casa, com mamãe.
Leva tua mãe contigo me disse o pároco. E minha
mãe aceitou.
46- Eis a nossa nova casa!
- Para minha mãe começava um período de 10 anos de
trabalho junto comigo e para os jovens.
47Era bem claro que não se limitava a ser a
cozinheira e a lavadeira os jovens tinham para
com ela total confiança, afeto de órfãos que se
sentiam amados (Pe. Pascual Chávez)
48Muitos jovens não tinham casa para morar, nem
famílias para se hospedar. Assim comecei a
acolhê-los no Oratório.
49Logo no início, os hospedes fugiram com roupa de
cama e tudo o que podiam levar..
50Várias vezes tentei acolher estes jovens, mas
sempre com o mesmo resultado! Junto com mamãe
não sabia mais o que fazer...
51Até que chegou o momento abençoado por Deus.
Depois de ter preparado um lanche para um menino,
sabendo que não tinha lugar para dormir....
52- Nesta noite vai dormir aqui. Mas não faça como
outros que fugiram levando tudo! Amanhã Deus
providenciará... E antes de dormir rezamos juntos.
53Assim teve início o acolhimento, no Oratório, dos
primeiros órfãos abandonados começando com 15 em
1849, chegamos ter conosco cerca de 100 jovens em
1854.
54Um dia a paciência de mamãe Margarida acabou. A
sua pequena horta, cultivada com tanto esforço e
amor, estava completamente destruída!
55- Não agüento mais! Todos os dias os meninos
inventam alguma novidade... Deixa-me ir embora.
Deixa-me voltar à minha terra para terminar
tranqüila os meus dias!
56Abalado, fixei os olhos em mamãe. Depois meus
olhos se voltaram para o Crucifixo. Mamãe
entendeu - Tens razão, tens razão!
57Desde esse momento, jamais escapou-lhe dos
lábios uma palavra de insatisfação (Memórias
Biográficas)
58A vida de mamãe se confundirá com a minha e com a
fundação da própria obra salesiana
59Quantas vezes, para ter a certeza que os meus
escritos seriam entendidos pelo povo, os lia à
minha mãe, antes de imprimí-los!
60Os conselhos de mamãe me ajudavam e me defendiam
de muitos ataques dos inimigos. Ela me
alertava, mas...
61...minha teimosia se encontrava com um cachorro
cinza, que se colocava no portão e não deixava
sair de casa! Logo após vinha a saber que alguém
tramava contra mim...
62Então o cachorro recebia o carinho de
mamãe... Isso aconteceu muitas vezes e ninguém
nunca soube de onde vinha aquele anjo.
63Uma das mais bonitas tradições que minha mãe
zelava, era cozinhar as castanhas, no outono,
para ser distribuídas aos jovens.
64Os cálculos foram errados quando comecei a
distribuição não percebi logo que não daria para
todos. O que fazer? Continuei tranqüilo a
partilha e ninguém ficou fora...
65Todos os anos íamos dar um grande passeio com
todos os jovens, de pé, até minha casa era uma
festa para nós e para as comunidades pela quais
passávamos em visita.
66Foi numa destas caminhadas que se apresentou um
adolescente de 12 anos, de nome Domingos Sávio,
um jovem de rara inteligência e de profunda
espiritualidade.
67- O que quer fazer de sua vida?
- Se Deus me conceder a graça, gostaria de ser
padre. - Eu vou ser o tecido e o senhor o costureiro.
68Aconteceu, um ano, uma terrível epidemia de
cólera , que levou muitos à morte. Todos os
jovens do Oratório se colocaram disponíveis para
visitar os doentes.
69Mamãe colocou a disposição lençóis, roupa de cama
e até as toalhas do altar, algumas das quais
tinham sido feitas com roupa que ela tinha
trazido de casa.
70Tão longa presença feminina e materna é um fato
único na história dos fundadores e das
congregações educativas (Pe. Pascual Chávez)
71Podemos dizer que a Congregação salesiana foi
embalada nos joelhos de mamãe Margarida
(Teresio Bosco)
72- Deus sabe quanto te amei, mas lá de cima será
melhor ainda. Fiz tudo o que pude... Diga aos
meninos que trabalhei para eles, como uma mãe.
(Memórias Biográficas)
73Mamãe Margarida viveu pobre e pobre morreu
levada a um sepulcro comum, nunca teve seu nome
escrito sobre um túmulo, mas seu nome está
escrito em cada um de nós!
74Lembrando os 150 anos da morte de mamãe
Margarida, mãe da família educativa criada por
Dom Bosco em Valdocco, pensei em convidar a
Família Salesiana a renovar o empenho para dar
especial atenção à família, berço da vida e do
amor e lugar primeiro de humanização (Pe.
Pascual Chávez, Estréia 2006)
75Desenhos G. Grilli (Turim 1961) Montagem Pe.
Luiz De Liberali (Recife 2006)
- Bibliografia
- -Bosco J., Memórias do Oratório de S. Francisco
de Sales, S. Paulo 2005 - -Chávez P., Estréia 2006. S. Paulo 2006
- -Bosco T., Dom Bosco uma biografia nova. S.
Paulo 2002 - -Setti G., Don Bosco piccolo saltimbanco, Turim
1961 - Setti G., Don Bosco lamico dei giovani, Turim
1961 - Setti G., Don Bosco lapostolo della buona
stampa, Turim 1961