Title: CASO CL
1CASO CLÍNICO
- Escola Superior de Ciências da Saúde ESCS
- Pediatria Internato HRAS
- Brasília, 27 de outubro de 2006.
- Aluna Gisela de Lima Gomes de Menezes
- Docente Elisa de Carvalho
- www.paulomargotto.com.br
2ANAMNESE (03/10/06)
- Identificação
- JVLG, sexo masculino, 6 meses e 22 dias, nascido
em 11/03/06, natural de Brasília (DF), residente
em Candangolândia(DF). - Informante e responsável Mãe
- Queixa Principal
- Dor de ouvido, febre e perda de peso há 15 dias.
-
3- H.D.A
- Mãe da criança refere ser portadora do vírus
HIV, sendo que a doença foi constatada durante a
gestação da criança (no último trimestre). Refere
ter feito uso de terapia anti-retroviral somente
no final da gestação e no período intra-parto
(fez uso de AZT). Refere que, desde que nasceu, a
criança realiza acompanhamento no Hospital Dia,
sendo confirmada infecção pelo vírus HIV aos dois
meses de idade (sic). Refere que a criança
evoluiu bem até os 4 meses de vida, quando passou
a apresentar otites de repetição, levando a mãe a
procurar regularmente acompanhamento médico em
função dos quadros, mas não seguia plenamente os
tratamentos recomendados.
4- H.D.A
- Refere que, há 15 dias, a criança iniciou quadro
de febre não aferida, perda de peso (não sabe
quantificar a perda, mas refere frouxidão das
roupas), além de saída de secreção amarelada
pelos dois ouvidos. Procurou atendimento local,
sendo orientado uso de amoxicilina durante 10
dias (mãe cumpriu o tratamento). Há 01 dia a
criança apresentou piora do quadro, com
surgimento de dispnéia e fraqueza. Procurou
auxílio no atendimento ambulatorial do Hospital
Dia, sendo então diagnosticada otite supurada
bilateral, sendo a criança encaminhada para
internação na HRAS.
5- Antecedentes pessoais fisiológicos
- Mãe G2 CI PI A0. Parto cesáreo, a termo (sic).
Nega complicações durante a gestação. - Peso 2920g PC36cm Est49cm
- Relatou ter feito pré-natal, mas não dispunha do
cartão no momento. - APGAR8(1º) 10(2º)
- Desenvolvimento Psicomotor Normal
- Nega aleitamento materno. Refere alimentar a
criança com NAN I, sopinhas e sucos. - Calendário vacinal em dia.
6Anamnese
- Antecedentes pessoais patológicos
- Doenças prévias Nega doenças comuns da infância.
Refere IVAS de repetição desde os 4 meses. Refere
que esta é a primeira internação. - Nega alergias, hemotransfusões, traumas,
cirurgias. - Refere que fez uso de AZT xarope somente e estava
em uso de Bactrim profilático.
7- Hábitos de vida e condições sócio-econômicas
- Casa de alvenaria, 4 cômodos, 3 pessoas, esgoto,
água encanada. Nega animais. - Antecedentes Familiares
- - Mãe, 26 anos, HIV positiva
- Nega consangüinidade
- - Irmão 9 anos saudável
- - Doenças na família nega
8- Exame Físico
- REG, hipocorado (/4), hidratado, anictérico,
acianótico, taquidispnéico, pouco ativo
cooperativo - FC128bpm FR47irpm
- - ACV RCR, 2T , BNF e sem sopros
- - AR Presença de tiragem intercostal discreta
MVF, presença de crepitações discretas
principalmente hemitórax direito - AB plano, normotenso, indolor, s/VMG, RHA
- EXT Bem perfundidas (lt1) e s/ edemas
- Sist. Nervoso Pupilas fotorreagentes, nuca
livre, ausência de sinais meníngeos. - Peso 7560g (P25)
9EXAMES LABORATORIAIS (04/10/06)
- Hemograma
- Hb 7,9g/dl
- HT25,0
- HM 3500000
- Plaq 283000
- Leucócitos 14700
- SEG63 - BAST02 - LINF30 - MONO04
- EOS01 - BAS0
- VHS 65mm PCR 1,38mg/dl LDH 1495 U/L
10EXAMES LABORATORIAIS (04/10/06)
- Uréia14mg
- Creatinina0,3mg
- BT0,4mg
- BD0,2mg BI0,2mg
- TGO42 U/L TGP19 U/L
- Na 130 mEq/L K 4,2 mEq/L Cl 100 mEq/L
- RX de tórax (05/10/06) Infiltrado em todo o HTD,
mais acentuado na base e em LSE e peri-hilar
esquerdo. Seios costofrênicos livres. Coração
anatômico. - HD Pneumonia
11- Informações obtidas oralmente do prontuário do
Hospital Dia - Carga viral aos 2 meses gt500.000 cópias
- CD4 1869
- CD8 2563
12(No Transcript)
13(No Transcript)
14ETIOLOGIA
- O HIV 1 E 2 são membros da família Retroviridae e
pertencem ao gênero Lentivirus, que abrangem os
vírus citopáticos. - Genoma com RNA de filamento único e e tamanho de
9,8kb, com regiões idênticas nas duas
extremidades do genoma. - O restante do genoma inclui três regiões
codificadoras principais
15(No Transcript)
16ETIOLOGIA
- Região GAG codifica proteínas do cerne viral
p24, p17, p9, p6 (derivadas do p55) - Região POL codifica as enzimas virais
transcriptase reversa (p51), protease (p10) e
integrase (p32) - Região ENV codifica as proteínas do invólucro
viral gp120 e gp41 (derivadas da gp160)
17ETIOLOGIA
- Outras proteínas transcrição (TAT p14),
expressão do RNAm viral (VER p19),
infecciosidade viral aumentada (NEF p27),
liberação viral (VPR p15) e síntese de DNA
proviral (NIF p23). - A gp120 é uma molécula complexa que inclui uma
alça V3 altamente variável e sua heterogeneidade
é razão das dificuldades para a criação de uma
vacina anti-HIV eficaz.
18ETIOLOGIA
- A gp120 também possui sítio de ligação para a
molécula de CD4, que é encontrado principalmente
nos linfócitos T auxiliares. Existem também
receptores secundários, como o CXCR-4
(co-receptor para fixação do HIV aos linfócitos,
o CCR-5, receptor das B-quimiocinas, que facilita
a entrada do HIV nos macrófagos, bem como outros
co-receptores.
19ETIOLOGIA
- Mecanismo menos comum de fixação do HIV uso de
anticorpos não-neutralizantes a parte Fab (dos
anticorpos) liga-se ao vírus e a parte Fc liga-se
a células que expressam este mesmo receptor
(macrófagos, fibroblastos), facilitando a entrada
do vírus na células. - Há envolvimento de fatores do complemento como um
mecanismo de fixação do HIV às células.
20ETIOLOGIA
- 1º Etapa Fixação Viral à célula.
- 2º Etapa Alterações na conformação da gp120 e da
molécula CD4. - 3º Etapa gp 41 interage com o receptor de fusão
na superfície celular, provocando a fusão viral
com a membrana celular. - 4º Etapa Entrada do RNA viral no citoplasma
celular.
21ETIOLOGIA
- 5º Etapa Transcrição do RNA pela transcriptase
reversa (DNA polimerase dependente de RNA) em DNA
viral. - 6º Etapa Transporte do DNA do vírus para o
núcleo da célula e integração ao DNA da célula
PROVÍRUS
22 LINHA DE MONTAGEM
- De acordo com a expressão dos genes reguladores
virais (TAT, ENV, NEF, entre outros), o DNA
proviral codifica produção de RNA viral , que
leva a produção das proteínas de montagem.
23(No Transcript)
24Montagem do Vírus
- Ocorre transcrição e tradução do HIV, com
clivagem de proteínas para produção de proteases
específicas, dentre elas a protease específica do
Vírus (p10). - O genoma do RNA é incorporado ao capsídeo viral
recém-formado e . Quando o vírus está formado,
ele brota da membrana celular e é liberado.
25EPIDEMIOLOGIA
26(No Transcript)
27(No Transcript)
28TRANSMISSÃO
- Contato sexual, exposição parenteral a fluidos
contaminados, transmissão vertical da mãe para a
criança (intra-uterina, intraparto, aleitamento). - Existem cerca de 8000 menores de 14 anos
portadores de HIV no Brasil. - Na população pediátrica, a transmissão vertical
responde por praticamente todos os casos. A
maioria dos estudos europeus e norte-americanos
mostra que, em mulheres não tratadas, a taxa de
transmissão varia entre 12 e 30. O uso de drogas
anti-retrovirais reduz esta taxa para 8 em média.
29TRANSMISSÃO
- Transmissão intra-uterina desde o primeiro
trimestre estudos em placentas 10 semanas - Maioria dos casos aquisição intraparto
(secreções cervicovaginais e sangue). - Fatores de risco Parto Prematuro (lt34sem), baixo
peso ao nascer, baixa contagem materna de CD4,
uso de drogas intravenosas na gestação e rotura
de membranas (gt4 horas).
30TRANSMISSÃO
- Parto cesáreo eletivo terapia com Zidovudina ?
da transmissão vertical em 87 - ? do risco de transmissão na amamentação 14 a
30 - Transfusões de sangue ou hemoderivados 3 a 6 dos
casos pediátricos (diminuição após a triagem).
31PATOGENIA
- Ligação às células que expressam CD4 (linfócitos
T auxiliares, monócitos-macrófagos, micróglia,
astrócitos, oligodendróglia, tecido placentário)
? células CD4 migram para linfonodos e
proliferam ? Vírions e imunocomplexos migram
através dos linfonodos e são aprisionados na rede
folicular de células dentríticas ? facilita a
apresentação de antígenos ? Ativação das células
CD4 com favorecimento da replicação viral - Linfadenopatia generalizada (Síndrome Retroviral
Aguda Mononucleose Like) ? resposta imune e
humoral em 2 a 4 meses
32PATOGENIA
- Células T Supressoras CD8 contêm a infecção.
- Linfócitos T citolíticos HIV específicos
desenvolvem-se contra proteínas virais (ENV, POL,
GAG, TAT...). - Liberação de fator solúvel que suprime a
replicação viral. - Anticorpos neutralizantes.
33PATOGENIA
- Processo de Turnover com perda de mais de 1
bilhão de células CD4 por dia - Progressão da doença ruptura da rede de células
dendríticas foliculares ? perda da capacidade de
aprisionar o HIV ? liberação de vírus na
circulação ? alta viremia - Propagação sistêmica no feto é mais rápida pelo
imaturo sistema imune ? grave comprometimento da
imunidade
34PATOGENIA
- Presença viral precoce sugere infecção in utero,
com aumento rápido da carga viral nos primeiros 2
a 3 meses, chegando a 750000 cópias/ml (paciente
com 500000 cópias/ml). - Infecção in utero menor sobrevida
- Cuidado com a linfocitose relativa mascara a
depleção de CD4 - Hipergamaglobulinemia (gt1750g/L) ? desregulação
das células T na síntese de anticorpos pelas
células B ? não serve para nada
35MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Criança x Adultos e Adolescentes
- Diarréia e Infecção Respiratória
- x
- Infecções Oportunistas
36Classificação Pediátrica do HIV
- N Ausência de Sinais ou sintomas clínicos
- A dois sintomas leves (hepatoesplenomegalia,
linfadenopatia, paroditite, dermatite, sinusite,
otite média) - B sintomas moderados (candidíase, persistente,
diarréia recorrente/crônica, febre persistente,
varicela grave, acometimento renal ou cardíaco,
estomatite, esofagite - C sintomas graves (2 infecções bacterianas
graves no espaço de 2 anos, candidíase esofágica
ou do trato respiratório, infecções SNC e
fúngicas graves, pneumocistose, MAC
37Classificação Pediátrica do HIVClassificação
Imune Contagem CD4
38MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- A história natural da infecção pelo HIV em
crianças tem espectro amplo, com pacientes
variando de progressores rápidos a
não-progressores. - Cerca de 10 a 15 evoluem com imunodepressão
precoce e deterioração clínica nos primeiros dois
anos de vida (progressão rápida). - A maior parte, 50 a 70, apresenta padrão de
evolução intermediário, em que predominam sinais
e sintomas leves nos primeiros 5 anos de vida. - Um terceiro grupo, cerca 10 a 15, tem progressão
lenta e livre de manifestações da doença até 8
anos de idade.
39MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- INFECÇÕES BACTERIANAS
- Microorganismos encapsulados (Streptococcus
pneumoniae e Salmonela spp). Outros patógenos
Staphylococcus, Enterococcus, Pseudomonas
aeruginosa, Haemophylus influenzae, outros G e
G- - Resultam principalmente da perturbação da
imunidade humoral - Mais comuns bacteremia, sepse e PNM
40MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- INFECÇÕES POR MICOBACTÉRIAS ATÍPICAS
- Mycobacterium avium (MAC) rara em crianças com
terapia anti-retroviral eficaz. - Febre, mal-estar, perda ponderal, sudorese
noturna, diarréia, dor abdominal. - Diagnóstico Isolamento do MAC no sangue, medula
ou tecidos - TTO Macrolídeos etambutol rifabutina, cipro
ou amicacina
41MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- INFECÇÕES FÚNGICAS
- Candidíase oral é a mais comum.
- TTO Nos casos menos graves, utiliza-se
nistatina, clotrimazol, anfotericina oral
(suspensão) e fluconazol nos casos mais graves. - São MUITO RARAS em pacientes pediátricos
histoplasmose, coccidioidomicose ou criptococose
(ocorrem mais em áreas endêmicas).
42MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- OUTRAS PARASITOSES
- A criptosporidiose, microsporidiose e raramente a
isosporíase ou giardíase são infecções
oportunistas que causam morbidade significativa
em pacientes infectados pelo HIV, levando
frequentemente a desnutrição e diarréia crônica.
43MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- INFECÇÕES VIRAIS
- Herpesvírus ? gengivo - estomatite recorrente,
complicações pela disseminação local (cutânea) e
à distância. - Varicela Zoster ? complicada com resistência ao
aciclovir, exigindo uso de foscarnet. - Herpes Zoster ? muito debilitantes também com
risco de resistência ao aciclovir.
44MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Citomegalovírus ? retinite, pneumonite,
esofagite, gastrite com obstrução pilórica,
hepatite, colite, encefalite (tto com ganciclovir
e foscanet). - Sarampo ? pode ocorrer a despeito da imunização e
cursar com sintomas atípicos, sem o exantema
típico, disseminando-se para pulmão e cérebro com
altíssima taxa de mortalidade. - Vírus Sincicial Respiratório e Adenovírus
45MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- SISTEMA NERVOSO CENTRAL
- Envolvimento do SNC entre 40-90 com idade média
de 19 meses. - Encefalopatia progressiva, perda dos marcos de
desenvolvimento, deterioração cognitiva,
comprometimento do crescimento cerebral
(microcefalia adquirida) e disfunção motora
simétrica, apatia intensa, espasticidade,
hiper-reflexia, alteração da marcha, perda da
linguagem e habilidades motoras orais refinadas e
grosseiras.
46MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Linfoma do SNC achados motores focais, cefaléia,
convulsões e alterações do estado mental. - Toxoplasmose é RARÍSSIMA em lactentes pequenos.
47MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
- Otites, sinusites, faringites de repetição não
são muito comuns, embora alguns patógenos como a
P.aeruginosa, leveduras e anaeróbios possam estar
presentes e levar a sinusites invasiva e
mastoidite.
48MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- SISTEMA CARDIOVASCULAR
- A incidência das manifestações cardíacas ainda
não foi devidamente avaliada, mas cerca de 20
das crianças infectadas pelo HIV têm algum grau
de envolvimento cardíaco ? Anormalidades
hemodinâmicas, arritmias, disfunção ventricular
esquerda, insuficiência cardíaca congestiva
esquerda e taquicardia sinusal
49MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- TRATOS GASTRINTESTINAL E HEPATOBILIAR
- As manifestações orais da doença incluem
candidíase eritematosa e pseudomembranosa, doença
periodontal, das glândulas salivares,
leucoplaquia pilosa oral e ulcerações.
50MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- O envolvimento do trato gastrintestinal inferior
é comumente causado por bactérias (Salmonella,
Campylobacter, MAC), protozoários
(Crytosporidium, Isospora, microsporídeos e
Giardia), vírus (CMV, herpes simples, rotavírus)
e fungos (Candida). - Diarréia, dor abdominal, disfagia, atraso do
crescimento, mal-absorção, perda ponderal.
51MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Inflamação Hepática Crônica, evidenciada por
níveis séricos flutuantes de transaminases
hepáticas com ou sem colestase é relativamente
comum, muitas vezes sem um agente etiológico
identificado. - A pancreatite, com elevação das enzimas
pancreáticas pode cursar sem dor abdominal ou
outros sintomas típicos pode sobrevir de
infecções por MAC, CMV ou pela própria terapia
anti - retroviral.
52MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- DOENÇA RENAL
- É incomum ,mas está relacionada a lesão direta do
HIV, além de hiperviscosidade (secundária a
hiperglobulinemia) sanguínea, imunocomplexos e
drogas nefrotóxicas. - Glomeruloesclerose focal (IR), hiperplasia
mesangial, glomerulonefrite necrosante segmentar
e doença por lesão mínima.
53MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS
- Dermatite seborréica ou eczema intenso e
refratário ao tratamento, além de episódios
recorrentes de molusco contagioso, herpes
simples, herpes zoster, verrugas anogenitais,
infecções por Candida.
54MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- DOENÇA HEMATOLÓGICA
- Anemia em 20-70 das crianças infectadas
(parvovírus B19, fenômeno auto-imune, nutrição
deficiente, aplasia eritróide, síndrome
hemofagocitária, efeito colateral de medicações. - Leucopenia em 1/3 dos infectados, bem como
neutropenia (anticorpos antineutrófilos, além de
drogas usadas na profilaxia). - Trombocitopenia em 10-20 (imunocomplexos
circulantes ou anticorpos antiplaquetários),
toxicidade medicamentosa ou idiopática.
55MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Cistos tímicos multiloculares no mediastino
anterior sem sintomas clínicos, muitas vezes com
involução espontânea. - CÂNCER
- Em contraste com adultos contaminados, as doenças
malignas foram infreqüentes em crianças. Os mais
comuns são aqueles relacionados ao
Epstein-Barr(linfomas e leiomiossarcomas).
Sarcoma de Kaposi (pouquíssimos registros).
56MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Pneumonia por Pneumocystis carinii
- Aspectos FUNDAMENTAIS O pico de incidência
ocorre entre crianças HIV positivas com menos que
1 ano de vida, principalmente entre os 3 e 6
meses, independente da dosagem de CD4
57MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Início Agudo de febre, taquipnéia, dispnéia,
hipoxemia progressiva, que pode ocorrer antes dos
sintomas. - HIPOXEMIA É comum a ocorrência de hipoxemia sem
retenção de CO2 em pneumonias intersticiais
(pneumocistose é a mais provável causa, neste
caso).
58MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Achados da radiografia infiltrados intersticiais
ou doença alveolar difusa que progride
rapidamente. Às vezes surgem lesões nodulares,
infiltrados raiados ou lobares, derrames
pleurais. - Diagnóstico Demonstração do P.carinii por
coloração apropriada com prata de lavado
broncoalveolar raramente a biópsia é necessária.
59(No Transcript)
60(No Transcript)
61(No Transcript)
62MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- O tratamento de primeira linha é trimetopim
(TMP)/sulfametoxazol (SMZ) intravenosos
(15-20mg/kg/24h de TMP e 75-100mg/kg/24h de SMZ
dividido 6/6h), com metilprednisolona adjuvante
intravenosa (2mg/kg/24h divido a cada 6 ou 12h
por 5-7 dias). - Após melhora clínica, permanecer com TMP/SMZ por
21 dias via oral
63MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Associar
- Prednisona 1-2 mg/kg/dia, VO 2x/dia, por 5 dias,
depois dar a metade da dose por mais 5 dias, ou
Hidrocortisona 5-10 mg/kg/dia, IV, 6/6h, por 5-10
dias ou equivalente. - Tratamentos alternativos
- Dapsona, 1 mg/kg/dia, VO, 1x/dia Trimetoprim,
20 mg/kg/dia VO 4x/dia por 21 dias - Pentamidina, 4 mg/kg/dia, IV, 1x/dia, por 21
dias. - IMPORTANTÍSSIMO BACTRIN AZT SÃO
MIELOTÓXICOS!!!!
64Profilaxia primária contra pneumonia por P.
carinii
- Em crianças menores de 12 meses, os níveis de
células T-CD4 não são marcadores do risco de
pneumocistose. - Todas as crianças expostas, a partir de 6 semanas
de idade, devem receber profilaxia com
SulfametoxazolTrimetoprim (SMX-TMP) até
completar um ano (exceto se a infecção pelo HIV
puder ser afastada).
65(No Transcript)
66MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- PNEUMONIA VIRAL
- Vírus Sincicial respiratório (RSV), parainfluenza
e adenovírus - Manifestações Rinite e tosse, febre em
temperaturas mais baixas que nas PNM bacterianas,
taquipnéia com tiragem e batimento de asas do
nariz, cianose e fadiga respiratória. - Ausculta Estertores e sibilos difusos,
indistinguível da doença por micoplasma.
67MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Diagnóstico RX de tórax com infiltrados difusos,
hiperinsuflação. - Contagem de leucócitos normal ou levemente
elevada (lt20000), com linfócitos predominantes.
Reagentes de fase aguda normais ou levemente
aumentados. - Diagnóstico definitivo Isolamento do vírus em
amostra do trato respiratório e sorologias.
68MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Tratamento medidas de apoio, amantadina oral
(rimantadina) e rivabirina em aerosol - PNEUMONIA BACTERIANA
- Streptococcus pneumoniae ainda é a causa mais
comum. - Lactentes Obstrução nasal, irritabilidade,
anorexia, febre, dispnéia intensa, gemência,
taquidispnéia, taquicardia, tiragem e batimento
de asas do nariz.
69MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Ausculta murmúrio vesicular brônquico e
estertores. - Crianças e Adolescentes Infecção respiratória
alta leve e breve seguida por calafrios e febre
alta, tosse, ansiedade, tiragem, batimento de
asas do nariz, murmúrio vesicular brônquico e
estertores, macicez em caso de derrame.
70MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Contagem de leucócitos elevada, com predomínio de
polimorfonucleares. Gasometrias arteriais mostram
hipoxemia, sem hipercapnia. - Achados Radiográficos consolidações, infiltrado
e derrame em alguns casos. - Tratamento Penicilina G, se S. pneumoniae
resistente, cefalosporinas de terceira geração.
Caso haja resistência com estes últimas,
vancomicina (CULTURA)
71MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- PNEUMONIA ESTREPCOCÓCICA DO GRUPO A
- Resultam em faringite, traqueíte, bronquite, ou
pneumonia intersticial. - Necrose da mucosa traqueobrônquica com formação
de úlceras anfractuosas e grandes quantidades de
exsudato, edema e hemorragia localizada. Pode
envolver linfáticos e o DERRAME é muito comum,
volumoso, seroso e sangüinolento e purulento.
72MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Manifestações e laboratório similares ao das
outras PNM bacterianas. - RX grandes derrames pleurais e pneumatoceles.
- Elevação da ASLO.
- Swab de orofaringe, secreções nasofaríngeas ou
escarro. - Tratamento Penicilina G
73MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- PNEUMONIA ESTAFILOCÓCICA
- Causam broncopneumonia confluente, muitas vezes
unilateral, ou mais proeminente em um dos lados
(RX compatível). Numerosos abcessos, podendo
ocorrer piopneumotórax.
74MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- ATENÇÃO história de furunculose, internação
recente, abcesso do seio materno. - Diagnóstico diferencial cultura por aspiração
traqueal ou punção pleural. - Tratamento Penicilina semi-sintética resistente
à penicilase.
75MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- PNEUMONIA POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE
- Vacina
- Início insidioso e longa evolução. Tosse sem
expectoração, tiragem e batimento de asas do
nariz, febre, taquipnéia e macicez localizada à
percussão, estertores e sopro tubário. RX
líquido pleural
76MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Diagnóstico Isolamento do microorganismo no
sangue, líquido pleural ou aspirado pulmonar.
Leucocitose moderada. - Tratamento medidas de suporte, ceftriaxona ou
cefotaxima (RN).
77MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- MYCOPLASMA PNEUMONIAE
- Início gradual de cafaléia, mal-estar, febre,
rinorréia, dor de garganta, rouquidão, tosse
progressão da doença para dispnéia, febre e tosse
intensificadas não há uma maneira rápida de
diagnosticar a doença. - Estertores crepitantes radiografias revelando
achados inespecíficos, infiltrado unilaterais e
centralmente densos, lobos inferiores.
78MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Atenção quando a tosse for um achado proeminente!
- Contagens diferenciais de leucócitos são normais,
VHS elevada. - Cultura (pelo menos 1 semana). Título sérico de
crioemaglutininas de 164 ou maior, ou anticorpos
IgM anti-M. pneumoniae sustentam o diagnóstico
não há teste diagnóstico rápido. - Tratamento eritromicina, claritromicina,
azitromicina e tetraciclinas.
79CONSENSO SOBRE TERAPIA ANTI-RETROVIRALPARA
CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV
- Considera-se infectada a criança que apresentar
resultado positivo em duas amostras testadas
pelos seguintes métodos - Cultivo de vírus
- Quantificação de RNA viral plasmático
- Detecção do DNA pró-viral ou
- Antigenemia p24 após dissociação ácida de
imunocomplexos. - Esses testes deverão ser realizados após duas
semanas de vida. A antigenemia p24 com
acidificação somente poderá ser utilizada como
critério de diagnóstico quando associada a um dos
demais métodos citados.
80(No Transcript)
81DIAGNÓSTICO
- Em crianças com idade 18 meses, o diagnóstico
será confirmado por meio de 2 testes sorológicos
de triagem com princípios metodológicos e/ou
antígenos diferentes e um teste confirmatório
positivo. - Além disso, o fluxograma do Ministério da Saúde
deverá ser seguido.
82Criança provavelmente não infectada
- Duas amostras negativas, por meio dos seguintes
métodos - Cultivo do vírus e detecção de RNA OU DNA viral,
entre 1 e 6 meses, sendo uma delas após o 4º mês
de vida. - Idade 18meses ? uma amostra negativa em
testes de detecção para anticorpos anti-HIV,
utilizando fluxograma do Ministério da Saúde. - Observação Os critérios aplicam-se às crianças
que NÃO ESTEJAM E NÃO TENHAM SIDO amamentadas
pela mãe HIV-positiva.
83DIAGNÓSTICO
- Manter o acompanhamento clínico nas crianças
consideradas como provavelmente não infectadas e
fazer sorologia anti-HIV entre 18 e 24 meses de
idade. - Caso a criança tenha sido amamentada, o algoritmo
deve ser iniciado 2 meses após a suspensão do
aleitamento materno - Valores até 10.000 cópias/ml sugerem resultados
falso-positivos e devem ser cuidadosamente
analisados dentro do contexto clínico (nova
avaliação em um intervalo de 4 semanas).
84MANUSEIO DE CRIANÇAS NASCIDAS DE
MÃESSOROPOSITIVAS PARA O HIV
- Cuidados com o Recém-nascido
- Devido à possibilidade de ocorrência de anemia no
recém-nascido em uso de AZT, recomenda-se a
realização de hemograma completo da criança no
início do tratamento e após 6 e 12 semanas - A criança deve ter alta da maternidade com
consulta agendada em serviço especializado para
seguimento de crianças expostas ao HIV - Em virtude da contra-indicação do aleitamento
materno, a fórmula láctea (leite artificial)
deverá ser fornecida de forma contínua, no mínimo
por 12 meses.
85MANUSEIO DE CRIANÇAS NASCIDAS DE
MÃESSOROPOSITIVAS PARA O HIV
- O acompanhamento dessas crianças deve ser mensal
ou bimensal nos primeiros 6 meses e trimestral a
partir do 2º semestre de vida. - A avaliação sistemática de seu crescimento e
desenvolvimento é extremamente importante visto
que as crianças infectadas podem, já nos
primeiros meses de vida, apresentar dificuldade
de ganho de peso.
86Avaliação Clínico-Laboratorial de Possíveis
Co-Infecções
- Recém-nascidos de mulheres infectadas pelo HIV
devem receber AZT (zidovudina) solução oral,
mesmo que suas mães não tenham recebido
anti-retrovirais durante a gestação e/ou parto. - Quimioprofilaxia imediatamente após o nascimento
(nas duas primeiras horas de vida) ou nas
primeiras oito horas de vida - Durante as seis primeiras semanas de vida (42
dias), administrar zidovudina solução oral. - Não existe estudo que comprove benefício do
início da quimioprofilaxia após 48 horas do
nascimento (fica a critério do médico).
87Vacinação de Crianças Nascidas de Mães
Soropositivas para o HIV
- Recomenda-se que, durante o seu acompanhamento,
as crianças recebam todas as vacinas do
calendário oficial. - O tempo para a definição do diagnóstico da
infecção é longo ? não se justifica a postergação
do início da vacinação das crianças
assintomáticas e expostas ao HIV (risco de
deixá-las sem proteção). - Crianças pequenas, menores de 1 ano de idade com
diagnóstico definitivo ? modificações - São crianças filhas de mãe e/ou pai infectados
pelo HIV, são oriundas de ambientes de risco
aumentado para infecções.
88Classificação da Infecção pelo HIV
- A classificação da infecção pelo HIV baseia-se em
parâmetros clínicos e imunológicos,
respectivamente, propostos pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC), em 1994,
conforme os quadros abaixo. - Fundamental para nortear o tratamento
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90(No Transcript)
91Quando Iniciar o Tratamento Anti-retroviral
- Nas categorias N1 e A1, a recomendação é de
acompanhamento clínico e laboratorial regulares,
sem tratamento. - Nas categorias N2 e B1, o tratamento e a
introdução da terapia dependerão da evolução
clínica e laboratorial (acompanhamento
clínico-laboratorial em intervalos inferiores a 3
meses). - Nas demais categorias, está indicado o início
imediato da terapia.
92(No Transcript)
93Conceito de Sucesso Terapêutico
- Redução da carga viral superior a 1 log após 4 a
6 meses de tratamento, a elevação de 5 pontos
percentuais na contagem de CD4 para os pacientes
na categoria imunológica 3 e a manutenção ou
elevação em qualquer nível para os de categoria 1
ou 2. - Retomada do crescimento pôndero-estatural, do
desenvolvimento neuropsicomotor e o controle das
complicações clínicas da infecção.
94Mudança na Terapia Anti-retroviral
- A mudança está indicada nas situações de
intolerância (cuidado com efeitos colaterias
leves), toxicidade e falha terapêutica. - Falha Terapêutica (relacionada freqüentemente à
dificuldade de adesão).
95Falha Terapêutica
- Critérios clínicos (deterioração neurológica
falha no crescimento e/ou desenvolvimento
mudança de categoria clínica). - Critérios imunológicos (mudança de categoria
imunológica criança na categoria imunológica 3
(CD4 lt 15), decréscimo persistente igual ou
maior que 5 redução de gt20 na contagem
absoluta ou percentual de célulasT-CD4, em pelo
menos duas determinações seriadas).
96Falha Terapêutica
- Critérios virológicos
- alterações maiores de 5 vezes (0,7 log) em
crianças menores de 2 anos, e de pelo menos 3
vezes (0,5 log) nas maiores de 2 anos de idade. - a) crianças em uso de 2 ITRN 1 IP, 2 ITRN 1
ITRNN ou 3 ITRN redução lt 1,0 log - b) crianças em uso de 2 ITRN redução lt 0,7 log
em relação ao nível inicial - c) aumento persistente da carga viral depois do
início do tratamento gt 0,7 log em crianças lt 2
anos, e gt 0,5 log em crianças 2 anos.
97Falha Terapêutica
- Após o início da terapia anti-retroviral, ocorre
controle da replicação viral e elevação de
linfócitos T CD4. - Durante esse período infecções oportunistas
latentes e sem expressão clínica, por causa da
falta de reconhecimento do sistema imunológico,
podem se tornar aparentes. Este quadro faz parte
do processo de reconstituição imunológica
imediata, de duração em média de 4 a 12 semanas e
não deve ser considerado como falha terapêutica
ou resistência viral.
98Falha Terapêutica
- Toxicidade
- Em casos de toxicidade ou intolerância, trocar a
droga ou, se possível, reduzir a dose
temporariamente, dentro da margem de eficácia
terapêutica. - No caso de falha terapêutica
- Em esquema duplo passar para esquema triplo,
trocando pelo menos um ITRN. - Em esquema triplo trocar pelo menos duas drogas,
sendo uma de cada classe. - Em todas as mudanças de esquema terapêutico,
levar em consideração a resistência cruzada.
99Falha Terapêutica
- Associações Não Aceitáveis
- AZT d4T
- 1 ITRN IP em dupla terapia
- 1 ITRN ITRNN em terapia dupla
- 1 ITRNN IP em terapia dupla
- 3 ou mais ITRN, exceto AZT3TCABC
- 2 ou mais ITRNN
- 5 ou mais ARV
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107Intervenção Terapêutica Anti-Retroviral Precoce
em Menores de 12 Meses
- A indicação do início da terapia nessa população
deve seguir os mesmos critérios para outras
faixas etárias. - Vantagens
- O controle precoce da replicação viral em
crianças. - Preservar a função imune.
- Diminuir a disseminação viral e resultar em
melhor curso clínico. - Desvantagens
- Efeitos adversos dos medicamentos.
- Dificuldades na adesão, emergência de
resistência, comprometimento da qualidade de
vida. - Redução de opções de medicamentos para
tratamentos subseqüentes.
108Intervenção Terapêutica Anti-Retroviral Precoce
em Menores de 12 Meses
- Adolescentes Infectados pelo HIV
- Curso clínico semelhante ao do adulto.
- A prescrição de medicação anti-retroviral deve
ser baseada no estadiamento da puberdade de
Tanner e não na idade cronológica. - O adolescente nas fases inicias da puberdade
(Tanner I e II) deve ser tratado segundo as
recomendações pediátricas, enquanto aquele em
fase adiantada (Tanner V) deve seguir as
recomendações estabelecidas para os adultos
109Consultem
- AIDS PERINATAL
- Autor(es) Olga Messias Alves de Oliveira, Paulo
R. Margotto
110Obrigada!