Title: PSIQUIATRIA e PSICAN
1(No Transcript)
2- Doenças psiquiátricas e perícia médica
- A Psiquiatria é o ramo da medicina que lida com
o diagnóstico, tratamento e prognóstico dos
transtornos mentais. - É considerada área complexa e subjetiva para a
avaliação de incapacidade do ponto de vista
Médico Pericial. - É a especialidade que mais propicia simulações
devido à sua subjetividade
3- Doença psiquiátrica estrutural
- Quando o transtorno mental tem substrato
orgânico base anátomo clínica afetando a
estrutura do psiquismo em sua essência. - Pode ter origem degenerativa, abusiva,
- genética, metabólica, traumática,
neuroquímica, infecciosa e afins - Neste grupo estão as Demências, Retardos,
Psicoses, TBH.
4- Doença psiquiátrica não estrutural
- São os transtornos mentais que não tem substrato
anátomo clínico e afins. - Transtornos neuróticos
- São não estruturais porque fazem parte do
material assimilado na vida, do resultado de
nossas experiências, vivências, traumas e
conflitos externos e internos,das crenças, laços
familiares e outros fatores fenotípicos
associados ao temperamento e caráter de cada um. - Provém da relação do sujeito com o meio e
consigo mesmo.
5Doenças psiquiátricas e perícia médica As
doenças estruturais são muitas vezes
invalidantes. Levam a benefícios longos Levam à
limite indefinido. Costumam ter prognóstico
bastante reservado para a vida laborativa,
quando esta é possível. Podem, em poucos casos,
ter indicação de RP Podem vir para BPC e para
solicitação de Pensão por morte para dependente
maior inválido. Podem fazer jus à majoração de
25 nas aposentadorias por invalidez.
Aposentados podem fazer jus à Isenção de imposto
de renda.
6- Doenças psiquiátricas e perícia médica
- As doenças não estruturais
- em geral tem boa capacidade de remissão e
tratamento. - Quando há concessão de benefício estes devem ser
limitados e dificilmente chegam à invalidez. - Não se enquadram em BPC, em pensão para
dependente maior inválido, em quadros de
alienação mental, em majoração de 25 em
aposentadorias, ou em isenção de imposto de renda
para aposentados. -
7- Estudo médico pericial do Cid 10 - F
- Demência de Alzheimer - F00
- Transtornos mental psicótico. orgânico,
estrutural degenerativo de causa ainda
desconhecida. - Surge de forma insidiosa, em geral acima de 60
anos. - Alterações de memória e orientação progressivas.
- Inquietude emocional em que a pessoa faz
movimentos como que lava roupas, rasga papéis.
Ecolalia, desconexão de palavras. Incapacidade
das funções vitais por descognição. - Perda da cognição desintegração da memória
pensamentode todas as funções psíquicas e da
vida civil e de relação. - Há alterações na Ressonância Magnética e
Tomografia. - Irreversível. Tende à total e absoluta
dependência de terceiros. - LI. BPC. Isenção de IR. Jus a 25
8 - Demência Senil F01.
- Início em torno de setenta anos.
- Modificações de conduta, de caráter,
irritabilidade, falta de sensibilidade ética e
desinibição instintiva, redução das funções
psíquicas, desorientação e debilidade do juízo. - Apesar do quadro demencial não há a total perda
de cognição que o Mal de Alzheimer causa. - Demência na SIDA- F02.4/B22.0
- Demência não especificada- F03
- Demências em outras doenças causadas por
patologias sistêmicas, tóxicas, metabólicas,
auto imunes como Lupus, Sífilis, Diabetes,
Esclerose Múltipla, Parkinson. - Demência por uso de álcool, crack, cocaína, e
oxi
9- As demências senis tem pouco impacto pericial
pelo surgimento em idade mais avançada e
diagnóstico simples. - Demências por SIDA, álcool e drogas no entanto,
tem crescido muito na população em faixa
produtiva, o que se torna um problema grave na
área médico pericial. - Observamos em muitos atestados de médicos
assistentes, CIDs do grupo F 06 a F09, que se
reportam a outros transtornos mentais devidos à
lesão e disfunção cerebral e à doença física - Estes CIDs seguem com pequenas variedades até F
09. - Há que se analisar estes caso assim codificados
com olhos periciais apurados, pela
inespecificidade destes CIDs
10- Transtornos mentais e comportamentais devido ao
uso de substâncias psicoativas F10 a F19 - Diferem entre si pela gravidade variável, de
acordo com o grau de dependência e compulsividade
e desvinculação psicossocial e afetiva
progressiva e incapacitante no dependente. Vão da
intoxicação aguda transitória à psicose e
demência. - Para a perícia médica
- Vão repercutir os casos de usuário habitual
/funcional e do dependente ou disfuncional. - Casos graves dependência síndrome de
abstinência com ou sem delirium psicoses
síndrome amnésica. - De F19 a F19.6 Transtornos Mentais por uso de
drogas múltiplas.
11- Transtornos mentais e comportamentais devido ao
uso de substâncias psicoativas F10 a F19 - Dependência Química leva à conduta
irresponsável, marginalizada. Ruptura dos
vínculos sociais, afetivos, morais, laborativos. - Mentira e dissimulação.
- Distúrbios cognitivos e comportamentais que
chegam à invalidez total e muitas vezes
permanente. - Principalmente nos casos da dependência em
álcool, cocaína, crack, oxi. - Ainda ressaltar as doenças físicas comórbidas ao
uso de álcool e drogas como hepatopatias,
úlceras, desnutrição, Avcs, Polineuropatias,
distúrbios neurológicos, diabetes e outros. -
12- Transtornos mentais e comportamentais devido ao
uso de substâncias psicoativas F10 a F19 - Observar a dissimulação do uso de drogas,
ocultando o verdadeiro diagnóstico com sintomas
que se fazem passar por outras doenças,
mascarando e omitindo a causa base - Reações ao estresse, pânico, ansiedade com
agressividade. - Depressões ansiosas com grande desconcentração
e irritabilidade. - Desadaptação laborativa, afetiva, social,
dentre outros sintomas subjetivos. - Em geral segurado empregado que não deseja expor
seu vício para não perder emprego, vínculos
afetivos e sociais.
13- Transtornos mentais e comportamentais devido ao
uso de substâncias psicoativas F10 a F19 - O perito deve analisar o grau de dependência ,
as comorbidades, as associação das drogas.
Também as tentativas de tratamento, a HPP e PP,
recaídas. - Se este segurado tiver doença psicótica ou
epiléptica associada à drogadicção o prognóstico
é péssimo. - Tratamento das DQ
- Internações para desintoxicação em clínicas
médicas especializadas. - Grupos de ajuda como A.A, N.A, Grupos
comunitários de auto-ajuda. AL-ANON NAR-ANON
14- Transtornos mentais e comportamentais devido ao
uso de substâncias psicoativas F10 a F19 -
PROGNÓSTICO - O perito deve analisar o grau de dependência ,
as comorbidades, as associação das drogas.
Também as tentativas de tratamento, a HPP e PP,
recaídas, apoio, insight... - Se este segurado tiver doença psicótica ou
epiléptica associada à drogadicção o prognóstico
é péssimo. - Tratamento adequado e convencional das DQ e
alcoolismo - Internações para desintoxicação em clínicas
médicas especializadas. - Grupos de ajuda como AA, NA, Grupos comunitários
de auto-ajuda. - Tratamento ambulatorial em CAPSAD e afins.
Tratamento das comorbidades clínicas e
neurológicas. Querer se tratar e curar-se
15- Devemos procurar, para avaliar gravidade do caso
- Hepatopatias, polineuropatias, diabetes.
Cardiopatias - Desnutrição com avitaminoses. Epilepsia
secundária, - Depressão severa alternando com agitação e
agressividade. - Presença de sintomas psicóticos como delírios e
alucinações. - Desagregação do pensamento e do senso de
realidade. Perda da cognição e capacidade de
atenção e concentração. - Incidência de câncer de pulmão, esôfago,
garganta, estômago, pâncreas, laringe, linfomas,
leucemias é grande. - Nos casos de uso de crack, oxi, solventes e cola,
temos lesões nos exames de imagem (RM e TC de
crânio) com perda irreversível de tecido
neuronal. Sobrevida de 01 a 05 anos.
16- Alcoolismo- análise pericial de prognóstico
avaliar - Tempo de uso e abuso em relação á idade do
adicto. - Inspeção externa do segurado. Vide exame
psiquiátrico. - A função/cargo exercido quanto a risco
individual e/ou coletivo. Quanto a trabalhar com
valores e sigilo. Ambiente propício ao vício? - Se procurou e frequenta grupo de AA Ficou? Saiu?
Porquê? - Se tem muitos períodos alternados de
abstinência com recaídas. Se tem ou teve
internações frenocômicas ou por coma alcoólica.
Tem apoio familiar? Apoio empresarial? - Se tem dependência cruzada com drogas
psicoativas, cocaína, maconha, heroína, crack,
oxi, anfetaminas, ansiolíticos. - Comorbidades clínicas e mentais. Prognóstico
péssimo.
17- Esquizofrenia e Psicoses não especificadas F20 a
F29 - Psicose endógena com alteração profunda da
personalidade, do senso de realidade, da
afetividade da estrutura egóica e vivencial.
Alterações no pragmatismo, volição, cognição. - Quadro da loucura pelo prisma social e cultural
de nossa sociedade. - Causas ainda são indeterminadas. Suspeita-se de
fatores mistos, genéticos, neuroquímicos,
metabólicos, neuro-hormonais, ambientais,
infecciosos... - Início- variável. Pode ser súbito (dias ou
semanas), ou lento e insidioso ao longo dos anos - Surge na puberdade ou até os 35 anos - Pansexual.
Pandêmica. - Num acompanhamento de 05 anos, só 40 dos
pacientes apresentam melhora. - Sintomas diminuem com idade. Esquizofrenia
residual.
18- Esquizofrenia e Psicoses não especificadas F20 a
F29 - Cursa com dois tipos de quadros bem distintos
- Sintomas positivos. Síndrome tipo I
- Delírios, alucinações, agitação psicomotora
desordens do pensamento. Melhor prognóstico. - Sintomas negativos. Síndrome tipo II
- Embotamento afetivo,retraimento social,
pensamento tosco, pobre, abulia, inibição
psicomotora podendo ser chegando catatônico-
Pior prognóstico. - Tipos de Esquizofrenia- Simples Indiferenciada
Paranóide Hebefrênica Catatônica Depressão pós
esquizofrênica Residual
19- Esquizofrenia- F 20 a F29- quadro Clínico
- Delírios- crenças falsas, irrreais, irracionais.
- De grandeza, perseguição, místicos, mórbidos,
hápficos - Alucinações- auditivas, visuais, cinestésicas,
hápficas. Ver, ouvir, perceber, sentir coisas ou
pessoas que não existem na realidade. - Discussões, comandos, controle (alucinações
auditivas) - Discurso e Pensamento- incoerentes
desorganizados ilógicos. Pensamento concreto.
Fazer testes de sensopercepção, realidade,
raciocínio lógico. Minimental. - Afeto e Humor- inadequado. Embotado. Histriônico.
confuso. Imprevisível em suas emoções e atitudes
afetivas/emocionais.
20- Esquizofrenia- F 20- F29 Quadro clínico
- Comportamento lábil e inadequado. Podem ser
impulsivos, retraídos, agitados, suicidas,
agressivos (Auto e Latero). - Sem regras morais e auto censura (despem-se em
público, masturbam-se, gritam sozinhos, por vezes
bordões repetitivos, risos e gargalhadas
imotivadas). - Solilóquios. Vivem em uma realidade paralela. Num
mundo egóicamente diferente do normal. - Surtos primários acima de 35 anos, suspeitar das
outros transtornos,ou simulação (pesquisar HPP HF
DQ) - Mesmo que inicialmente o paciente pareça
normal, com o tempo percebe que trata-se de um
psicótico.
21- Esquizofrenia Exames complementares F20 - F29
- Até o momento não há nenhum exame determinante e
conclusivo para o diagnóstico de F20. - Fechamos o referido diagnóstico através de uma
minuciosa anamnese , exame do estado mental,
exame físico, história familiar, HPP,
personalidade prévia. Muitas vezes o diagnóstico
não é feito, é ignorado, por rejeição,
preconceito, desleixo, ignorância, falta de
serviços de saúde mental na região. - Observar as doenças com as quais devemos fazer o
diagnóstico diferencial.
22- Tratamento da Esquizofrenia - sempre
farmacológico. - Neurolépticos / antipsicóticos.
- O uso de medicação por tempo indeterminado é
indispensável com os seguintes benefícios - Melhoram a qualidade de vida e interrrelação com
o mundo. - Atuam nas crises minimizando o sofrimento e
equilibrando. - Espaçam os períodos inter-crises Podem evitá-las
até. - Após cessar a crise aguda, o uso contínuo reduz
a possibilidade de episódios futuros, embora não
os impeça. - Diminui o risco de internações, suicídio, latero
ou Hetero-agressividade. - Quanto mais precoce o tratamento, mais chance de
um resultado melhor no decorrer da vida. - Este efeito varia em cada indivíduo
-
23- Esquizofrenia F20 - F29
- Farmacologia
- Antipsicóticos antagonistas dos receptores de
dopamina - Os antipsicóticos são medicamentos usados para
abrandar, inibir, modificar,espaçar, sintomas
produtivos das Psicoses. - O uso destes é por tempo indeterminado e no
mais das vezes por toda vida. - Existem os antipsicóticos tradicionais e os mais
modernos e também menos conhecidos quanto aos
efeitos colaterais e efeitos a longo prazo. - os efeitos são muito variáveis para cada doente
24- Antipsicóticos Nome Genérico Nome Comercial dose
Mg/Dia - Fenotiazínico Clorpromazina Amplictil 300 800
mg - Trifluoperazina Stelazine 01 05 mg
- Tioridazinas Melleril 200 700 mg
- Butiferona Haloperidol Haldol 1 15 mg
- Orap primozida 1 4 mg
- Benzisoxazólicos Risperidona Risperdal 1 5 mg
- Olanzapina Zyprexa 5 20 mg
- Quetiapina Seroquel 25 a 200 mg
- Flufenazina Flufenan Anatensol 2,5 - 10 mg
- Prometazina (Fenergan) não tem ação
neuroléptica. É anti-histamínico. Minimiza
efeitos colaterais dos antipsicóticos. Também com
este efeito o Biperideno (Cinetol, Akineton)
25- Clozapina (Leponex) é um antipsicótico indicado
para esquizofrenia refratária aos outros
antipsicóticos. - Pode causar agranulocitose. Resistentes ou
intolerantes ao tratamento farmacológico com
neurolépticos com valores normais de leucócitos e
nos quais se possam realizar contagem dos
glóbulos brancos regularmente e, se possível,
contagem total de neutrófilos - Deve-se prestar atenção a queixas de sintomas de
gripe, febre, faringite, e a qualquer outro sinal
de infecção que possa ser indicativo de
neutropenia. - Em caso de febre, dor de garganta, feridas em
região oral, anal e/ou pele ou qualquer tipo de
infecção, procure seu médico imediatamente. -
26- Olanzapina Zyprexa comprimidos 10 mg
- indicada para o tratamento agudo e de manutenção
da esquizofrenia e outras psicoses onde os
sintomas positivos (delírios, alucinações,
alterações de pensamento, hostilidade e
desconfiança), e/ou sintomas negativos (afeto
diminuído, isolamento emocional e social, pobreza
de linguagem) são proeminentes. - A olanzapina alivia também os sintomas afetivos
secundários comumente associados com
esquizofrenia e distúrbios relacionados. - A olanzapina é eficaz no tratamento de
manutenção, uma vez alcançada a melhora clínica
nos pacientes que responderam ao tratamento
inicial.
27- Quetiapina - Seroquel 25 mg
- A Quetiapina é indicada para o tratamento da
esquizofrenia bem como para as fases maníacas e
depressivas associadas ao TBH, em monoterapia
ou como coadjuvante pertence a uma classe de
neurolépticos conhecidos como antipsicóticos
atípicos, que têm se tornado mais populares nas
duas últimas décadas. - Em estudos clínicos, a Quetiapina tem
demonstrado ser efetiva como monoterapia ou em
terapia adjuvante na redução dos sintomas de
mania em pacientes com mania bipolar - Usados como alternativa aos antipsicóticos
típicos, como o Haldol e amplictil.
28- Efeitos colaterais
- Todos apresentam.
- Variando de pessoa a pessoa, o tipo e
intensidade sedação, rigidez muscular,
tremores, ganho de peso, discinesia tardia,
movimentos involuntários de lábios e língua,
contorções de membros ( SS e II). - Hipersalivação, voz arrastada e lentificação do
pensamento. - Usar, como para os outros, a Prometazina ou
Akineton. - Este efeito é chamado de impregnação e não é,
muitas vezes, dose dependente. -
29 - ESQUIZOFRENIA-TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
- 75 dos pacientes respondem bem ao tratamento
correto. - 25 tem a chamada Esquizofrenia Refratária, de
péssimo prognóstico. - TEMPO DE TRATAMENTO ININTERRUPTO
- Após o 1º surto é de 02 anos ininterruptos
- Após o 2º surto é de 05 anos ininterruptos.
- Vai se prolongando com o número de surtos.
- Daí podemos já imaginar um prognóstico.
- Para um melhor prognóstico não dependemos só de
medicação - Vamos aos outros fatores
-
30- Problemas que cronificam a patologia e geram
incapacidade - Demora no diagnóstico
- Internação hospitalar frenocômica
Preconceito/Ignorância - Deficiências do SUS
- Abandono de tratamento, tratamento errado
inadequado, ou descontínuo - Abandono e descaso familiar. Solidão.
- bom prognóstico
- Inclusão social e laboral. Apoio familiar e
afetivo - Não hospitalizações. Surto curto, com boa
resposta à medicação - sem seqüelas na personalidade
- Diagnóstico e tratamento precoce
- Ausência de comorbidades (drogas, epilepsia,
álcool).
31- Esquizofrenia-conduta médico pericial
- Doença comum no auxílio doença previdenciário.
- Loas/BPC.
- Dependente maior inválido. Pensão por morte.
- Observar se o segurado tem vínculos empregatícios
múltiplos e fugazes ou esteve longo tempo
desempregado. - Ainda, se nunca trabalhou oficialmente.
- Múltiplas funções. Ideação confusa, pensamento
desorganizado - Observar os fatores relacionados que pioram ou
melhoram o prognóstico. Avaliar declaração médica
e medicamentos. - Exame médico focado nos sintomas descritos.
História familiar. HPP. Personalidade prévia.
Testes de realidade. Minimental. Testes de
percepção e associação de idéias. Abstração do
pensamento. -
32- Esquizofrenia-conduta médico pericial
- O retorno ao trabalho nos casos de curso não
refratário está diretamente ligado ao tratamento
correto e contínuo. - Caso não haja adesão farmacológica, ou os fatores
de mau prognóstico predominarem como comorbidades
(drogas, álcool epilepsia), 80 dos casos terão
surtos repetidos em cerca de 12 meses. Mau
prognóstico. - Prognóstico a longo prazo 1/3- bom - 2/3
médio a ruim - Pelas dificuldades na adesão ao tratamento, por
vários dos fatores já citados, o segurado virá
para a perícia com mais de um surto, com
diagnóstico tardio, tratamento irregular ou
inadequado, abandono ou indiferença familiar,
exclusão social e laboral. - Benefícios longos/R2/LI- é a rotina.
33- Transtornos do Humor F30- F39
- Episódio maníaco- F30
- Transtorno afetivo bipolar - F31
- Episódios depressivos - F32 (leve moderado grave)
- Transtorno depressivo recorrente - F33 (idem)
- Nos F32 e F33 ainda temos nos casos graves a
classificação gt sem e com transtornos psicóticos. - Cursam com variações no humor/afeto.
- Com modificações globais na conduta, na
personalidade, no curso do pensamento, na
vontade. - Costumam ciclar com com euforia e/ou depressão
34- Episódio maníaco F30
- Até o século XIX mania loucura.
- Em 1850 passou-se a intitular as manifestações
como PMD, pois observava-se euforia,
freqüentemente, seguida de depressão. - Este termo ficou até algum tempo atrás e ainda é
usado nos dias de hoje. - MANIA atualmente é uma manifestação do TAB/TBH
- Os Episódios maníacos isolados são de pouca
importância para a Perícia Médica, com baixa
prevalência nos benefícios por incapacidade. - São pessoas com humor instável, complicadas no
trato, muitas vezes com relações conflituosas e
instáveis devido às oscilações de humor, mas
trabalham, e convivem normalmente
35- Transtorno afetivo bipolar - F31
- É caracterizado por um ou mais episódios nos
quais o humor e o nível de atividade do sujeito
estão profundamente perturbados. - Alterações na auto estima, sono, pensamento,
atenção, conduta social e afetiva. Sintomas
produtivos na linguagem libido, compulsões. - Costumam passar por excêntricos, liberais,
diferentes, gastadores, avançados. Agitados,
Engraçados. Liberais... - Ao exame, o segurado apresentar-se-á com
vestuário excêntrico, sensual, pintura exagerada,
por vezes formando uma imagem grotesca, ou mesmo
vulgar. Hiperativo, insone, errático, pródigo,
libidinoso, compulsivo, prolixo, hiper estima,
irritável, intolerante., logorreico, acelerado.
36 - Transtorno afetivo bipolar- F 31
- O pensamento é acelerado e pode ter delírios de
grandeza, poder, fama, fortuna, onipotência. - Desconcentrado, juízo crítico comprometido
ausência de juízo de valor- prodigalidade. - O afeto é muito variável, lábil e migra para a
depressão com os sintomas inversos aos descritos.
- Na fase depressiva é muito comum a ideação ou o
ato suicida. - A ideação suicida é nestes casos, obsessiva e
grave demandando vigilância permanente. - O primeiro surto do TBH é sempre maníaco. Pode
ter a fase depressiva ou não. O tempo em que fica
numa fase é imprevisível em muitos casos. -
37- Transtorno afetivo bipolar- F 31
- Pode remir sem medicação, mas é imperioso medicar
para tentar evitar conseqüências graves como a
prodigalidade e/ou o suicídio dentre outras. - Hereditariedade - se um dos pais apresentar a
doença, 25 de chance para o filho também
apresentar Se os dois genitores apresentarem 50 a
75 de chance para o filho. Prevalência em
mulheres no início da vida adulta, podendo
acontecer em adolescentes. - Investigar causas precipitantes nos indivíduos
sem história prévia de mania- distúrbios
hormonais, metabólicos, uso de drogas,
traumas.Nestes casos a doença tende a remir
cessando a causa cessará o efeito, Não será o TBH
per se. Exceto na eclosão da doença catalisada
pelo uso de drogas.
38 - F 31- Conduta médico pericial - avaliar os
itens - Existência de mais de duas crises no período de
um ano - Ocorrência de mais de quatro sintomas dos
descritos - Dependência Química a álcool e/ou drogas
- Ciclagem rápida
- Gesto e ato suicida
- Presença de sintomas psicóticos e delírios
- Epilepsia
-
39- F31- conduta médico pericial
- Do ponto de vista médico pericial, a atividade
laborativa dependerá de - Presença dos fatores agravantes citados
- Resposta efetiva ao tratamento (Lítio, ADS
Outros ) - Persistência dos sintomas psicóticos Maníacos ou
depressivos - Nos intervalos entre as crises, o indivíduo
costuma ser produtivo e capaz para a vida
laborativa, nos casos leves e moderados.
40- Medicação TBH Estabilizadores do humor
- Independem da fase maníaca ou depressiva tendo
como função estabilizar o quadro psicótico e
evitar as ciclagens. - Uso é por tempo indeterminado e o medicamento de
eleição é o Lítio, com ação bem conhecida e
colaterais gastro entéricos que costumam ceder
com o uso. Muito bem tolerado e de excelente
efeito terapêutico. - Têm ótimo efeito o Ácido Valpróico e a
Carbamazepina, inclusive com tolerância melhor
que a do Lítio - Necessário dosagens séricas periódicas de todos
eles.
41- Nome Genérico - Nome Comercial - Dose./Mg./Dia
- Carbonato de Lítio- Carbolim, Carbolitium -75
900 mg. - Carbamazepina - Tegretol 200 1200 mg
- Ácido Valpróico - Depakene depakote 250 1g
- Clonazepam - Rivotril- 0,5 2,5 mg
Alprazolan 0,25 a 2 mg. - ADS variados na fase depressiva.
- Na fase maníaca ou em sintomas de insônia
agitação medo e afins podemos usar um
ansiolítico como o Clonazepan ou Alprazolan para
arrefecer estes sintomas ansiosos. - Medicar um portador de TBH é algo muito delicado
e meticuloso. Observar as ciclagens para os
ajustes necessários. Medicamento fixo só o
estabilizador de humor, assim mesmo, as doses
variam. -
42- Episódio depressivo F32
- Depressão primária um episódio
- a depressão sempre se caracteriza por uma
tríade - TRISTEZA IMOTIVADA
- LENTIFICAÇÃO DO PENSAMENTO
- BAIXA ESTIMA
- Estes sintomas estarão presentes em qualquer
quadro depressivo - psicótico ou neurótico-
primário ou secundário- recorrente- psicotizado
ou não
43- Episódio depressivo- F 32
- Culpa por estar doente, sensação de inutilidade.
- Ideação mórbida, de ruína, de abandono e
fracasso - Anedonia, embotamento afetivo e sexual.
- Ideação suicida
- Abulia
- Indiferença e desconcentração
- Desleixo pessoal, profissional, afetivo, social
- Somatizações
44- F32- episódio depressivo secundário
- Decorrem de fatores infortunísticos, como luto,
perdas de qualquer origem, mudança do padrão de
vida e outros. Todos passamos por episódios
depressivos desta natureza, em geral auto
limitados, e comuns à vida de qualquer pessoa - A gravidade dependerá da intensidade da causa e
personalidade prévia do indivíduo
45- F32- depressão secundárias ao uso de medicamentos
e drogas - Reserpina hipoglicemiantes Metil-dopa
Corticóides Ansiolíticos Quimioterápicos
Cocaína Álcool Anfetaminas, Crack - As droga ilícitas cursam com rebote depressivo
severo e progressivo principalmente na
abstinência demandando à dependência e à
incapacidade para a vida laboral e sócio afetiva - F32- Depressão secundária a outras doenças
- demências parkinson colagenoses neoplasias
malignas - esclerose múltipla doenças crônicas dolorosas
diabetes cardiopatias -
46- Episódio depressivo-F32
- Para o interesse da Perícia Médica estudaremos os
seguintes tipos de Episódios Depressivos - Episódio depressivo leve-F32.0
- Episódio depressivo moderado-F32.1
- Episódio depressivo grave sem sintomas
psicóticos- F32.2 - Episódio depressivo grave com sintomas
psicóticos- F32.3 - Para todos, os sintomas e sinais são os mesmos
variando a intensidade e duração. - Exceção para o F32.3 com sintomas psicóticos
47- Episódio depressivo leve- F 32.0
- Episódio depressivo moderado- F 32.1
- Cursam com tristeza imotivada ou reativa.
Lentificação do pensamento. Redução das
atividades pragmáticas. Alterações do sono
apetite, libido. - Prognóstico Bom- Em geral o tratamento é com ADS
(monoterapia) e Psicoterapia, que não impedem,
ou impedem por período curto, as atividades
laborativas. - Remissão Dos Sintomas de duas a seis semanas.
- À princípio T1. Só conceder se trabalho for
muito ligado à interatividade ou periculosidade.
Não prorrogar.
48 - Episódio depressivo leve- F 32.0
- Episódio depressivo moderado- F 32.1
- Caso exerça atividade de risco individual e/ou
coletivo e alegue não estar em condições até
seis semanas avaliargt - Ajustamento da dose do antidepressivo ?
Terapia? - Em geral o problema é no trabalho ou pessoal, e o
sujeito não o resolve. - T1 - Problema social
laboral ou afetivo. - O uso continuado de ADS não impede a
atividade laborativa, uma vez ajustado em sua
dose e/ou se a função, também, não implicar em
perigo para si ou terceiros.
49- Conclusão nos casos de F32.1 e F32.2,
transtornos depressivos leve e moderado , a
conclusão médico pericial deverá variar entre T1
e T2 no máximo até 60 dias. - Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos
- F 32.2
- Episódio depressivo grave com sintomas
psicóticos-F32.3 - Cursam com os sintomas já citados, porém com
grande intensidade e maior duração - Nas depressões graves primárias é comum história
de hereditariedade, personalidade prévia
tímida, evitativa desde a infância ou
adolescência. O risco de tentativa de suicídio é
razoável , com taxa de 10 a 25 de consumação da
intenção
50- F32.2 F32.3
- Além da tríade clássica já citada, temos como
sintomas nas Depressões Primárias Graves com ou
sem psicose - Ideação persecutória- sente-se exposto, alvo de
depreciação dos outros, inferiorizado - Crises de choro contínuas, freqüentes
- Isolamento Social e afetivo
- Imotivação e desânimo afetando as atividades
laborativas e todas as outras. - Abandono das atividades de lazer
51- Continuação dos sintomas nas depressões primárias
graves - F32.2 F32.3
- Fadiga imotivada insônia ou hipersonia
- Ideação suicida e/ou mórbida
- Alterações do peso e apetite
- Sentimento de culpa e de inutilidade
- Desleixo pessoal e profissional
- Dores crônicas sem repercussão clínica ou em
exames -
52- Depressão primaria grave com sintomas psicóticos
- F32.3 - Temos além dos sintomas descritos os seguintes
agravantes - Presença de delírios ou alucinações.
- Em geral estes delírios e alucinações são de
desvalia, de perseguição, de culpa, de
inferioridade, de zombaria... - Existe um risco alto de tentativa de suicídio
-
- .
53- Prognóstico F32.2 F32.3
- Bom a médio prazo, observando-se o tratamento de
seis meses até 01 ano com ADS - Deve ser Associado à Psicoterapia, apoio
familiar, afetivo, social - Se o tratamento for realizado corretamente, há
boa recuperação, porém com risco de recaída de
50, sendo que 1/3 dos indivíduos recaem em
menos de 12 meses
54- Fatores agravantes e complicadores dos episódios
depressivos primários graves F32.2 e F32.3 - Rejeição ou abandono ao tratamento por
preconceito, ignorância , fatores
financeiros, negligência, outros - Abandono familiar e afetivo
- Falta de adesão ao tratamento contínuo e
ininterrupto, que é prolongado. (melhora e
para) - Medicação incorreta (antipsicóticos e
ansiolíticos). - Muito comum. Falha Grave da área
médico-assistencial. - Essas pessoas precisam de apoio
psicoterapêutico e o médico/entorno devem
conscientizá-las disso, além de insistir na
adesão e continuidade do tratamento correto.
55- F32.2 e F32.3 Episódios depressivos primários
- Em geral, concessão de Benefício de 60 a 180
dias com DCB. - Observar os casos que cursam com sintomas
psicóticos. - Os casos que se prolongam por estarem sendo
inadequadamente tratados, complicam a vida do
segurado e do perito devido ao agravamento e
cronificação dos sintomas, e colaterais da
medicação errônea. - Levar em conta as atividades de risco
individual/coletivo, e os caso que se prolongam
por medicação inadequada - Que fazer como perito?
56- F33 Transtorno Depressivo Recorrente
- F33.0 TDR leve F33.1 TDRM F33.2 F33.3 TDRG
- Caracterizam-se pela recorrência das crises.
Pior evolução e prognóstico. - O perfil clínico e sintomatológico é idêntico ao
estudado no Episódio Depressivo Único - F32 - Além dos fatores agravantes e complicadores já
citados para o F32, devemos nos casos da
Depressão recorrentes, para traçar o prognóstico
e conduta médico pericial avaliar os seguintes
tópicos que relacionaremos
57- F33 Transtorno Depressivo Recorrente
- Frequência dos episódios? Muito freqüentes? Mais
de um por ano? - Cursaram com ato ou gesto suicida ?
- Cursam com sintomas psicóticos persistentes?
- Tratamento correto, contínuo por Psiquiatra?
- Produtivo nos intervalos inter-críticos?
- Idade laborativa? Instrução? Atividade perigosa?
- Atividade é agravante ou negativa para a doença?
- Tempo de contribuição ? Profissão/cargo/atividade?
58- F33 Transtorno Depressivo Recorrente
- Dependendo da intensidade, frequência duração e
multiplicidade dos fatores agravantes, a decisão
médico-pericial poderá ser - Benefício de Médio Prazo até 180 dias
- Benefício Longo de 01 anos a R2 LI ?
- Em geral não são casos de RP. A depressão quando
grave e recorrente incapacita ao trabalho e não
a um tipo de trabalho. - Logicamente, os depressivos recorrentes não devem
por uma questão de segurança ocupar atividades
perigosas a si e a terceiros, pela ideação
suicida. - Por vezes, quando compensados, adaptam-se a
trabalhos internos, sem público, em ambiente
tranqüilo, sem pressões.
59- F33 - Atenção perito médico
- Observar no Sistema os Benefícios anteriores.
- Se há uma evolução com transtornos depressivos
realmente recorrentes. - Caso seja uma primeira solicitação de Benefício
devemos prudentemente dar um período de 45 a 90
dias, ressaltando no laudo, em caso de PP, a
dúvida quanto ao diagnóstico e prognóstico. - Não devemos no AX1, mesmo em casos bem
documentados sermos muito pródigos no benefício
exceto nos casos que falam por si
60- Problemas da resistência envolvidos na adesão ao
tratamento - Doença preferível à saúde
- Punição sentida como merecida
- Negar a doença devido à estigmatização
- Identificação inconsciente com familiar doente
- Fatores psicológicos sobrepujam os
farmacológicos. - Ganhos secundários
- Fatores culturais, financeiros, educacionais,
sociais, religiosos - Tópicos válidos para todos os Transtornos
Neuróticos
61- ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS TETRACÍCLICOS E
UNICÍCLICOS - São de ação rápida e eficaz. Efeitos imediatos ou
na 1ª semana. Uso hospitalar. Baixo custo. Acesso
à baixa renda. Farmácias populares. Efeitos
seguros e conhecidos, assim como os colaterais. - Dão azo a uma gama de efeitos colaterais, tais
como arritmias, ganho de peso, hipotensão
ortostática, interações com cardiopatias. - Quando os colaterais são afastados ou
minimizados, são excelentes opções.
62- Nome Genérico Nome Comercial Dose Mg./Dia
- Imipramina Tofranil 25 300 mg
- Amitriptilina Tryptanol 25 300 mg
- Nortriptilina Pamelor 10 150 mg
- Maprotilina Ludiomil 25 150 mg
- Survector Sulpirida bromazepan
- Bupropiona Wellbutrin 75 450 mg antidepressivo
com ação farmacológica primária de inibição da
recaptação das monoaminas como a dopamina e a
adrenalina. Usamos na dependência à nicotina
63- INIBIDORES ESPECÍFICOS DA RECAPTAÇÃO DA
SEROTONINA - A melhora costuma surgir com duas a seis semanas
de uso contínuo - Os preços são bem mais elevados do que dos
tricíclicos de 1ª geração - Excetuando a Fluoxetina não há na rede das
farmácias e programas populares - Pode-se usar os genéricos e pesquisar marcas,
pois há uma boa diferença entre laboratórios
64- INIBIDORES ESPECÍFICOS DA RECAPTAÇÃO DA
SEROTONINA - Não causam dependência como os ansiolíticos.
Colaterais menos importantes e interações menos
agressivas que dos tricíclicos, podendo, em
geral, ser usados pela maioria das pessoas - Observar outros ADS com ação em
neurotransmissores diferentes como histamina,
norepinefrina, dopamina, acetilcolina. -
-
65- Nome Genérico- Nome Comercial Dose Mg/D
- Fluoxetina - Prozac, Eufor, Daforin, Verotina,
Fluxene 5 80 mg - Paroxetina- Aropax, Pondera 05 80mg
- Sertralina- Zoloft, Serenata 50 200 mg
- Venlafaxina - Efexor 50 200 mg
- Amineptina - Survector 200 300 mg
- Citalopram - Cipramil 20 60 mg
- Mirlazapina- Remeron 30 50 mg
- Duloxetina - Cymbalta 30-120 mg
- Escitalopran- Cipralex Lexapro Exodus Espran 10
-20 mg
66- Estes ADS têm baixa complexidade colateral e são
muito bem tolerados. - Os colaterais costumam ceder em até três semanas
de uso contínuo. Não deve interromper o
tratamento o que é comum quando se sente melhor - O usuário tem de ser conscientizado e informado
do tempo para efeitos, e do custo benefício dos
colaterais, que diminuem com o uso contínuo. -
67- Transtornos Neuróticos Relacionados ao Estresse
e Somatoformes F40-F48 - São não estruturais, sem substrato físico,
orgânico, anátomo patológico - Não levam à alienação mental, à dependência de
terceiros e não invalidam em definitivo para a
vida laborativa - Neste grupo é comum haver transtornos mistos
de ansiedade e depressão - Constituem um grande problema médico pericial,
pela subjetividade dos sintomas, ganhos
secundários das neuroses, simulações, preconceito
e rejeição ao tratamento psicoterápico e
psiquiátrico -
68- Transtornos neuróticos relacionados com o stress
e somatoformes- F40 - F48 - Estresse é o conjunto de reações que ocorrem em
um organismo quando este é submetido a um esforço
de adaptação com resultados positivos ou
negativos. - O estresse é necessário e vital. Pode ser
positivo e negativo. - Quando este se torna crônico, penoso, exaustivo,
improfícuo, esta tensão torna-se patológica,
rompendo o equilíbrio biopsicossocial, culminando
por apresentar-se na forma de transtornos
psiquiátricos de duração e gravidade variáveis.
69- Transtornos fóbico - ansiosos F40 Agorafobia
F40.0 - Fobias sociais F40.1 F40.8 e F40.9 (
SOE) - Não são causa de incapacidade laborativa
- Exceções para quando a causa da fobia estiver
diretamente ligada ao trabalho do fóbico. Pode
precisar RP ou ajuste no trabalho após tentativa
de acordo oficioso. - Ascensorista, motorista claustrofóbico
- Trabalhar em andares altos ou em multidões com
Agorafobia - Vendedores, profissionais em TK, recepcionistas,
com fobia social - Trabalho longe de casa para fóbicos sociais ou
agorafóbicos
70- Transtornos fóbico - ansiosos F40 Agorafobia
F40.0 - Fobias sociais F40.1 F40.8 e F40.9 (
SOE) - As fobias são oriundas de sintomas neuróticos
projetivos, deslocados, ou traumáticos em pessoas
com personalidades previamente frágeis e ansiosas - Devem fazer psicoterapia e por vezes usar um
ansiolítico por algum tempo, ou SOS. - Procurar ajuste e equilíbrio à vida e rotina
comum. - Em empregados, se bem justificado, benefício de
no máximo 30 dias para ajuste de situação
laboral. - Desempregados, liberais, autônomos gt T1
71- F40.2 Fobias específicas
- Medo irracional, injustificável de agente
conhecido, causando conduta evitativa e de terror
no fóbico, e que cessa com a retirada ou anulação
do agente agressor/causador - Ataque/crise de Pânico por fobia específica
não é doença ou Síndrome do Pânico - A fobia específica tem agente causador bem
conhecido do fóbico. Pode ter mais de um agente.
Trata-se com terapia cognitiva. - Não é caso para concessão de benefício
- Podemos, todavia, ter alguns poucos casos onde o
trabalho do segurado possa envolver o agente
causador da fobia. Aí temos de afastá-lo e
reabilitá-lo até na mesma função, porém protegido
e distante, do agente fóbico (altura, avião,
água, barcos, navios, insetos, escuro, elevador,
tecnofobia, )
72- Outros transtornos ansiososgt F41
- Ansiedade generalizada F41.1 gt F41.9 Transtorno
ansioso SOE - Transtorno misto ansioso depressivo gtF41.2
- Outros transtornos ansiosos mistos F41.3 gt F45
a F48 - São transtornos exclusivamente neuróticos
oriundos do estresse crônico, unidos à
personalidade prévia do sujeito, temperamento,
situação vivencial, e fatores egóicos. - Constituem grave problema para a perícia médica,
uma vez que recorrem ao benefício previdenciário,
e não à solução efetiva de seus problemasgt
familiares, afetivos, laborativos, materiais.
Nada fazem para melhorar a qualidade de vida. - De modo geral usam ansiolíticos de ocasião,
receitados por médicos, psiquiatras ou não, se
tornando dependentes de bendodiazepínicos. Não
fazem psicoterapia.
73- Nesta imensa família de transtornos inespecíficos
da ansiedade e depressão o perito deverá ser
rigoroso evitando concessão do benefício. - Em alguns casos analisados, onde o transtorno
tenha causa bem justa e clara, e o perito observe
que o segurado está realmente querendo um tempo
curto para resolver situações estressantes, por
vezes realmente muito desagradáveis e difíceis,
sendo empregado, podemos conceder benefício
curto, de cerca de 30 dias para ajuste e
equilíbrio de situação estressógena em resolução.
- Incluir neste grupo de F45 a F48 - Transtornos
somatoformes, conversivos, hipocondríacos,
patoplásticos histéricos. Negar o benefício. Em
geral são agressivos com os peritos, criam
tumultos, escândalos, desmaiam, histriônicos. -
74- F41.0 Transtorno de Pânicogt síndrome ou doença do
pânicogt ansiedade paroxística episódica - Crises de ansiedade paroxística intensa grave, em
período de 30/45 dias, súbita, auto-limitada.
Pode depois espaçar... - Não existem fatores, situações, agentes, locais
desencadeantes predisponentes ou traumáticos
como causa. È imprevisível. Inexplicável. Sem
motivo consciente. Há um perfil do panicoso
exigentes, perfeccionistas, rígidos, críticos,
estressados, sobrecarregados - Tratamento regular com ADS por seis meses no
mínimo e Ansiolíticos SOS. - A Psicoterapia é essencial
- Técnicas de relaxamento corporal, Yoga, meditação
terapia cognitiva, hipnose técnicas de
relaxamento pela respiração. -
75- Sensação de morte iminente, de enlouquecer, de
despersonalização, de sufocamento,de desespero. - Sintomas cardiovasculares e respiratórios que
simulam emergências cardiológicas - Dispnéia taquisfigmia, taquicardia. Palpitações
angina - Tonturas, vertigens, parestesias náuseas,
distermia, sudorese - Em geral vão para emergências cardiológicas pois
parece realmente um infarto ou afins. - Em 10 minutos até 15 no máximo cessa
completamente. - Mesmo sabendo que não há fator predisponente tem
medo de ir a lugares, de dirigir, de sair
sozinho, e com razão - Com o tratamento e as orientações médico
psicológicas medicação técnicas vai
normalizando o quadro.
76- Conduta médico pericial no Transtorno do Pânico
- Boa anamnese é o mais importante.
- Cuidado com confusão diagnóstica. Diferenciar de
Estresse pós traumático, Fobias específicas
Ansiedade comum Histeria Depressão reativa - Pesquisar a frequência de crises em 30/90 dias.
- Este segurado pelo seu perfil quer trabalhar e
produzir - Chega à Perícia angustiado, aborrecido com o que
vem sentindo, fica ofendido ao duvidarmos dele,
porém devido às crises serem realmente
assustadoras adquire condutas de defesa, medo,
isolamento, devido à expectativa imprevisível - de mais uma crise. Benefício por 90 a 120
dias. - Afastar de profissões com periculosidade
- Pode ser necessário RP
- Recidivas existem até anos depois da remissão
dos sintomas
77- Ansiolíticos
- Tranqüilizantes, indutores do sono.
- Reduzem a ansiedade diurna, somatizações e
conversões. - Diminuem agitação/excitação.
- Não atuam na depressão, alucinações e delírios.
Pioram os sintomas depressivos.Induzem o sono e
ajudam na sua manutenção e regulagem. - Todos causam dependência. Uso monitorado. Não
curam nada. Só arrefecem os sintomas ansiosos. - Principais efeitos adversosgt sonolência diurna,
depressão, pensamento mais lento, desconcentração
e distúrbios de memória.
78- Nome Genérico Nome Comercial Dose Mg/Dia
- Diazepam Vallium, Dienpax 2
60 mg - Bromazepam Lexotan, Somalium 3 30 mg
- Alprazolam Frontal, Apraz 0,25 6
mg - Clorazepato Tranxilene 7,5
60 mg - Lorazepam Lorax, Lorium 2 6 mg
- Sulpirida Equilid, Dogmatil, Sulpan 3 a
36 mg. - Cloxazolan Olcadil
1 6 mg - Clordiazepróxido Psicosedin
15- 100 mg - Clonazepan Rivotril
0.25- 4mg.
79- Indutores do Sono - Soníferos Dosagem
- Estazolan Noctal 1 2
mg - Flurazepam Dalmadorm 15 30 mg
- Midazolan Dormonid 7,5 30 mg
- Zolpidem Stilnox, Lioram 10 15 mg
- Nitrazepam Nitrazepol 2,5 10
mg - Flunitrazepam Rohypnol 1 2 mg
- Medicamentos com ação sonífera, incompatíveis com
atividades de periculosidade, atenção,
concentração. - Atenção possuem vida média curta/média de quatro
a oito horas. Se usados no período dedicado ao
repouso, não impedem o trabalho.
80- TOC F42 a F42.9
- É patologia de baixa incidência médico pericial,
apesar do seu curso crônico e cura difícil. - Pode necessitar tratamento por toda vida. O
tratamento e a terapia são bastante eficazes. - Intelecto e capacidade laboral preservados,
desde que não firam seus rituais de obsessão e
compulsão. - O portador de TOC tem plena consciência de sua
doença e procura ocultá-la por vergonha da
doença. È neurose. - Benefício curto, em geral quando seus rituais
causam alguma lesão física e precisam afastar-se
para tratar, (alopécias, feridas nas mãos,
dermatoses, feridas cortantes) -
81- Reação aguda ao estresse- F 43.0
- Transtorno súbito, inesperado, transitório, de
causa sempre imediata e conhecida. - É resposta imediata, momentânea à excepcional
situação de estresse, ocorrendo na vida de
qualquer pessoa - Quadro agudo, com inícios de segundos a horas
após o evento estressógeno/traumático e cessando
em horas ou poucos dias. - Prognóstico gt muito bom.
- Cessa logo após o término do evento
desencadeador até máximo em quatro 04 semanas.
82- F43.1 Estado de Estresse pós traumático e afins
F43.8 F43.9 - A característica principal deste transtorno é
desenvolvimento de sintomas típicos e bem
definidos. - Sempre após a exposição a um agente ou evento
estressógeno, traumático, catastrófico grave - Início gt de três semanas do evento até seis meses
após - Sintomas
- Revivência persistente do evento traumático.
- Flashbacks, pesadelos, sonhos recorrentes.
- Graves distúrbios de sono, hipervigilância.
- Sobressaltos e desassossêgo constante.
- Ideação mórbida com traços obsessivos,
- Atitudes de desconfiança, hostilidade,
- Embotamento afetivo, emocional, esquiva fóbica.
83- F43.1 Estado de Estresse pós traumático e afins
F43.8 F43.9 - Conduta médico pericialgto perito médico deverá
avaliar os seguintes aspectos - Associação com doenças psiquiátricas prévias
- Qualidade e intensidade do agente agressor
- Possibilidade e/ou proximidade com o agente
agressor ou estressógeno ou traumático, ou
catastrófico,climático...
- Prognóstico variável
- Bomgt melhora em 90 dias
- Reservadogt melhora de 06 a 12 meses
- Maugt acima de 12 meses.
84- F 62.0 Alteração permanente de personalidade após
experiência catastróficagt primário ou secundário
a F43.1 - É seqüela crônica em geral irreversível de
Transtorno do estresse por agente conhecido e
extremamente grave, ou conseqüência da evolução
maligna do estresse pós traumático. No
passado, foi a neurose de guerra. - Os portadores de F43.1, podem evoluir em alguns
casos muito mal e chegarem à alteração permanente
de personalidade, com incapacidade muito longa e
até definitiva. - Podem vir primariamente por reação a traumas
extremos que dispensam personalidade prévia e
outros fatores para causarem alterações tão
graves de personalidade, conduta e emoção.
85- F 62.0 Alteração permanente de personalidade após
experiência catastróficagt primário ou secundário
a F43.1 - O problema pode ter ocorrido com o próprio, ou
com terceiros onde este se sinta responsável
culpado, impotente, negligente, omisso... - Tortura, seqüestro/assaltos com ameaça de morte,
acidentes e tragédias com morte de terceiros,
guerras, catástrofes climáticas, terrorismo,
ex-combatentes, campo de concentração, estupro,
presenciar chacinas e afins - Não tem mais condições laborativas.
- Tendem ao suicídio, alienação mental, ou atitudes
milicianas combativas.
86- Assédio moral/ dano moral/ bullying / mobbying
- Há casos procedentes - discutir.
- Síndrome de burn-out exaustão e esgotamento
profissional por desgaste psíquico e físico
devido condições penosas, ameaçadoras, injustas,
revoltantes, excesso de trabalho, incompreensão e
rejeição populacional, com as quais tem de
conviver (trabalho com menores infratores,
atividades policiais e carcerárias, professores,
enfermeiros, motoristas de coletivos em grandes
centros médicos de emergências, CTI, hospitais
públicos). - Observar que pilotos, bombeiros, profissionais
liberais, raramente tem o quadro
87- Muitos confundem Assédio moral com o cumprimento
de metas e obrigações que sabiam que iam ter ao
abraçar o cargo/função/profissão a que se
dedicaram. - Ainda, consideram simples atos e decisões de
chefias e direções como assédio moral. Como
transferências, mudanças de setor, produtividade,
bater metas,cumprir horários e afins - Só sofrerá nestes casos bullying/mobbying/
assédio moral quem já tiver a personalidade
transtornada - O Assédio moral existe , mas não se insere em é
nenhuma das situações descrita acima. -
88- F43.2 transtornos de adaptação
- Transtornos reativos a situações de adaptação a
mudanças importantes e ou impactantes na vida da
pessoa. - Cursam com sintomas depressivo ansiosos,
angústia, irritabilidade, tristeza motivada,
comprometimento afetivo. Desânimo. - Exemplos luto, migração, emigração, divórcio,
abandono sentimental, traição, separação dos
filhos, perda de função laborativa, desemprego
súbito, mudança de função laboral súbita, de
setor, de chefia, de domicílio. - Iníciogtaté 30 dias do evento perturbador ou
modificador da vida da pessoa. Prognóstico bom. - Avaliar a gravidade do evento personalidade
prévia do segurado Repercussão do evento em seu
estado mental. Se conceder benefício, de 30 a 45
dias no máximo.
89- Retardo mental F 70 - F 79 Conduta médico
pericial - Fixar época de surgimento dos sinais e sintomas.
Manifestação antes dos 18 anos. - Diferenciar de demências adquiridas e
traumatismos - Fixar-se mais no estabelecimento da incapacidade
laborativa do que em diagnosticar a etiologia do
retardo. - Comunicação expressão e cuidados pessoais
habilidades domésticas, relação familiar. - Vida na comunidade. Auto determinação e
independência para os atos da vida civil e de
relação. Noções de segurança, higiene, saúde
pessoal e pública. - Habilidades acadêmicas e gerais, inteligência
emocional Afetividade e sociabilidade.
90- Retardo mental leve F70
- Avaliar habilidades adaptativas possibilidade de
exercer atividade laborativa e o nível de
capacidade de atuação e independência para
manutenção de sua pessoa. Ainda características
regionais e culturais da região onde vive. - Nos casos de retardo mental leve relevar outras
doenças associadas como epilepsia, esquizofrenia
e uso de álcool/ drogas. Nestes casos o CID
principal é o da doença mais grave e o retardo o
CID secundário. - As comorbidades tornam o prognóstico muito
reservado. Invalidez. - Colocar no laudo que embora consiga fazer as
atividades diárias, e pessoais não sabe fazê-las
com normalidade. - Retardo mental moderado grave e profundo F71 a
F73 - Invalidez definitiva. BPC. Pensão por
morte.
91(No Transcript)