Economia dos Recursos Humanos - PowerPoint PPT Presentation

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Economia dos Recursos Humanos

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Title: Did Henry Ford Pay eficciency wages? Subject: sal rios-eficiencia Author: giacomo balbinotto & livio oliveira Keywords: sal rio-efici ncia – PowerPoint PPT presentation

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Title: Economia dos Recursos Humanos


1
  • Economia dos Recursos Humanos
  • UFRGS PPGE
  • Giácomo Balbinotto Neto
  • Lívio de Oliveira

2
Did Henry Ford Pay Efficiency Wages?
  • Daniel M. G. Raff Lawrence H. Summers (1987).
    Journal of Labor Economics 5 (4), pt.2

3
Henry Ford e o Modelo T
  • Henry Ford(1863-1947)

Modelo T
4
Objetivos
  • RS (1987) examinaram a introdução do programa
    five dólar day - em janeiro de 1914 por Henry
    Ford em suas fábricas de automóveis em Detroit a
    fim de avaliar a relevância das teorias de
    salário-eficiência e da determinação do emprego.
  • O artigo considerou este famoso episódio
    histórico afim de buscar evidências sobre a
    relevância da teoria dos salários eficiência.

5
Objetivos
  • O programa de five dollar a day foi instituído
    em janeiro de 1914 nas fábricas da Ford em
    Detroit. Isto implicou, na época, em dobrar o
    pagamento da maioria dos seus trabalhadores.
  • O foco do trabalho de Raff Summers (1987) foi
    o de verificar se o dramático aumento salarial
    oferecido por Henry Ford poderia ter sido
    motivado por um desejo de melhorar os lucros
    através da influência do comportamento dos
    trabalhadores do modo como sugerido por algumas
    teorias de salário eficiência.

6
Objetivos
  • A razão por esta alternativa metodológica
    envolvendo o teste da teoria dos salários
    eficiência através de um estudo de caso deveu-se
    as dificuldades gerais envolvidas no teste destas
    teorias econometricamente.

7
Introdução
  • Testes plenamente satisfatórios para as teorias
    de salário-eficiência não foram ainda
    desenvolvidos, devido a algumas barreiras, tais
    como dificuldades de mensuração das habilidades,
    motivação e estabilidade dos trabalhadores
    variações salariais entre firmas ou entre
    trabalhadores provavelmente não são exógenas.

8
As teorias de salário-eficiência
  • As teorias de salário-eficiência têm em comum a
    implicação de que, sob alguma amplitude, uma
    firma pode aumentar seus lucros elevando os
    salários que ela paga a seus trabalhadores acima
    do nível de equilíbrio competitivo.

9
As teorias de salário-eficiência
  • Vários mecanismos podem contribuir para o
    aumento de produtividade decorrentes do aumento
    dos salários como sugerido pela teoria dos
    salários-eficiência
  • a) aumento do esforço
  • b) redução da rotatividade
  • c) atração de melhores trabalhadores
  • d) melhorar a moral dos trabalhadores empregados
  • e) melhorar o estado nutricional dos
    trabalhadores.

10
As teorias de salário-eficiência
  • Assumindo que as firmas maximizam os lucros, o
    único modo de explicarmos porque as firmas não
    reduzem os salários em face do excesso de oferta
    de mão-de-obra é o de postular que ele iria levar
    a uma redução nos seus lucros e o fizessem.

11
Introdução Questões
  • Em janeiro de 1914, Henry Ford instituiu um
    salário de US 5 diários em sua fábrica de
    automóveis.

12
Questões
  • Ele fez isso com o objetivo de aumentar os
    lucros de sua empresa?
  • Qual a intenção do programa? Estava Ford
    simplesmente interessado na atração de
    trabalhadores qualificados?
  • O incremento salarial do programa afetou
    positivamente a produtividade dos trabalhadores?

13
I O período precedente à experiência de Ford
  • Esta seção se baseia sobre a história da Ford
    feita por Nevins, Ford (1954), e sobre o estudo
    de Meyer, The Five Dollar Day (1981).
  • Nevins retrata Ford como um idealista que tentou
    fazer o melhor pelos seus trabalhadores. Meyer vê
    a questão em termos de luta pelo controle do
    ambiente de trabalho entre Ford e seus
    trabalhadores.
  • A questão sobre se Ford estava tentando
    maximizar seus lucros escapa a ambos autores, que
    estavam mais preocupados em analisar o que
    aconteceu.

14
I.1.Retrospectiva geral
  • A Ford Motors Company foi fundada em 1903 e
    permaneceu bastante pequena nos 5 anos seguintes.
  • Em 1908 ela tinha apenas 450 empregados e
    produziu 10.607 automóveis, com uma participação
    de 9,8 do mercado norte-americano.
  • A maioria dos empregados da empresa era
    constituída por hábeis artesãos. A Ford era vista
    como um conjunto de oficinas de artesãos em vez
    de uma planta industrial integrada(Meyer, 1915).

15
I.1.Retrospectiva geral
  • Em 1910, aproximadamente dois terços dos
    trabalhadores, fossem supervisores ou mecânicos,
    eram classificados como altamente qualificados
    ou qualificados.
  • A montagem dos automóveis dependia em grande
    medida da habilidade dos trabalhadores em
    encaixar as diferentes peças. As diferentes
    partes dos automóveis eram produzidas por
    diferentes oficinas externas. Portanto não
    estavam sujeitas a um critério de padronização.

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I.1.Retrospectiva geral
  • O período compreendido entre 1908-1914 conheceu
    drásticas mudanças no método e escala de produção
    da Ford.
  • Por volta de 1908, Ford fixou-se sobre o desenho
    do modelo T ou Ford Bigode e se propôs a
    fabricar apenas este modelo.
  • O processo produtivo foi simplificado pelo
    redimensionamento das oficinas de modo a
    minimizar deslocamentos desnecessários de
    trabalhadores e de peças.

17
I.1.Retrospectiva geral
  • As modificações permitiram que a produção da
    fábrica fosse multiplicada em relação ao período
    anterior às mudanças.
  • Em 1913, antes da introdução do dia de US 5, o
    número de trabalhadores da Ford tinha aumentado
    para 14.000.
  • A produção aumentou 5 vezes em relação aos cinco
    anos seguintes, para 248.307 automóveis.

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Instalação da primeira linha de montagem na Ford
Motors Company - 1913
Ford installs first moving assembly line1913
Moving assembly line at Ford Motor Company's
Michigan plant
19
1914 Model T Frame at Highland Park
20
Ford T - 1914
21
Linha de Montagem do Ford T - 1914
22
I.1.Retrospectiva Geral
  • As mudanças nos métodos de produção que foram
    possíveis pela introdução da linha de montagem
    foram associadas com mudanças ainda maiores na
    força de trabalho da Ford.
  • Por volta de 1914, três quartos da força de
    trabalho eram de origem estrangeira e mais da
    metade oriundos de regiões não-industrializadas
    do sul e do leste da Europa.

23
I.1.Retrospectiva geral
  • Existiam amplas evidências de que os empregos
    poderiam ser facilmente preenchidos, pois eram
    facilmente aprendidos.
  • Um estudante de engenharia de Yale, que
    trabalhou na Ford durante suas férias de verão,
    constata esse fato A divisão do trabalho tem
    sido levada a efeito a tal ponto que a esmagadora
    maioria dos empregos consiste de poucasoperações
    muito simples. Na maioiria dos casos, um completo
    domínio das tarefas não leva mais que cinco
    minutos.

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I.1.Retrospectiva geral
  • Todo o treinamento que um homem recebe referente
    ao seu emprego consiste de uma ou duas
    demonstrações pelos seu supervisor ou pelo
    trabalhador que já tem o domínio completo das
    tarefas. Depois do treinamento, o empregado
    recém-contratado já é qualificado como homem da
    produção.

25
I.1.Retrospectiva geral O problema da
rotatividade da mão-de-obra
  • A insatisfação dos trabalhadores da Ford nessa
    época era visível.
  • Em 1913, a rotatividade anual na planta da Ford
    alcançou 370. Ford tinha contratado 50.446
    operários ao longo de um ano para manter a média
    da força de trabalho em 13.623.
  • Um relatório da companhia revelou que
    aproximadamente 7.300 trabalhadores deixaram a
    empresa em março de 1913. Destes, cerca de 18
    foram despedidos e 71 abandonaram o trabalho,
    dentre outras situações.

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I.1.Retrospectiva geral O problema da
rotatividade da mão-de-obra
  • A alta taxa de rotatividade na Ford, nesse
    período, pode ser explicada, dentre outros
    fatores, pela arbitrariedade de alguns
    contramestres, rotinização das tarefas,
    injustiças salariais e inadequações nas condições
    de trabalho da fábrica.
  • A sindicalização dos trabalhadores da Ford
    estava ainda muito distante.

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I.1.Retrospectiva geral O problema do
absenteísmo
  • Outro problema igualmente preocupante para a
    Ford, além da excessiva rotatividade, era a alta
    taxa de absenteísmo R S, 64.
  • Em 1913, a taxa diária de absenteísmo era de
    10. Isto significava que, em média, num dia
    normal seria necessário substituir 1.300 ou 1.400
    trabalhadores, sendo eles inexperientes na tarefa
    que iriam realizar.

28
I.1.Retrospectiva geral
  • Apesar desses problemas, a empresa era um
    sucesso.
  • O nicho de mercado da Ford tinha emergido como
    um claro monopólio na produção de automóveis
    relativamente baratos, vendidos por US 600 ou
    menos.
  • Em 1913, o modelo T tinha 96 do mercado.
    Durante os 5 anos anteriores a março de 1913, os
    lucros médios representaram 118 dos ativos
    tangíveis. Em 1912, essa cifra havia subido para
    132. Mesmo se as vendas totais declinassem para
    apenas 31 do total, ainda assim a Ford teria
    lucro.

29
I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • As motivações para introduzir o salário de US 5
    em janeiro de 1914 são difíceis de serem
    explicadas.
  • Os biógrafos de Ford certamente são
    inconsistentes com as verdadeiras intenções do
    mesmo em adotar o programa.
  • Mas existem registros históricos suficientes de
    modo a permitir se chegar a algumas inferências a
    respeito da intenção de Ford.

30
I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • A explicação mais simples sugerida pela Teoria
    Econômica para o fato de uma firma aumentar
    significativamente os salários pagos aos seus
    trabalhadores envolve a possibilidade de que ela
    não foi capaz de atrair uma quantidade suficiente
    de mão-de-obra com a qualidade desejada.
  • A inabilidade para atrair trabalhadores pela
    empresa seria resultado tanto dos baixos salários
    como de aspectos desagradáveis envolvendo o
    trabalho.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • Mas não parecia ser esse o caso da Ford. Em
    1913, as filas de trabalhadores em frente da Ford
    em busca de emprego eram imensas.
  • Não existia qualquer evidência de que a empresa
    tivesse vagas ociosas em decorrência dos salários
    oferecidos. No início do verão de 1913 a oferta
    de mão-de-obra disponível deve ter aumentado em
    decorrência da recessão nos EUA.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • A tabela 1 p.65 mostra que o número de pessoas
    recebendo auxílio-desemprego nos condados
    incluindo Detroit aumentou em cerca de dois
    terços entre o período de julho de 1912 e junho
    de 1913, bem como no período análogo no ano
    seguinte.
  • Não é, portanto, plausível que a escassez de
    trabalho, seja em que extensão tenha existido,
    fosse particularmente aguda no inverno de 1914.

33
Tabela 1 - Auxílio aos pobres no condado de
Wayne, Michigan, 1910-1915
  • Período
    N de auxílios
  • Julho de 1910-Junho de 1911
    5.724
  • Julho de 1911-Junho de 1912
    5.768
  • Julho de 1912-Junho de 1913
    5.266
  • Julho de 1913-Junho de 1914
    8.932
  • Julho de 1914-Junho de 1915
    19.085
  • Julho de 1914-Junho de 1915
    9.047
  • Fonte Garrity(1940)
  • Auge da recessão

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • Os autores consideram que também não seria
    plausível que a Ford escolhesse aumentar os
    salários para atrair trabalhadores mais
    qualificados.
  • O conjunto de mudanças técnicas neste período
    implantadas na Ford moveu-se em direção à
    contratação de trabalhadores menos qualificados.
  • Na hipótese de ceteris paribus, esse fato
    deveria conduzir à predição de que os salários
    deveriam diminuir, não o oposto.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • Os autores levantam duas outras possíveis
    explicações
  • a)Ford pode ter aumentado os salários como um
    esforço para elevar a produtividade, reduzindo a
    rotatividade e o absenteísmo
  • b) tentativa de resolver um problema de moral
    hazard. Essas são as explicações padrão da teoria
    do salário-eficiência para justificar a elevação
    dos salários
  • c) Alternativamente, Ford pode ter elevado os
    salários, segundo os autores, por alguma razão
    pessoal mostrar generosidade ou se tornar
    famoso.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • Está claro que, durante algum tempo, antes da
    introdução do dia de US 5, a administração da
    Ford se preocupou com a questão da motivação da
    mão-de-obra e suas consequências para a
    produtividade.
  • Originalmente, a empresa não tinha tido nenhuma
    idéia particular ou estratégia para motivar a
    força de trabalho.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • John P. Lee, o primeiro administrador pessoal de
    Ford, ultimamente tinha descrito a evolução do
    estado das relações de trabalho na empresa
  • Nós iniciamos por avaliar algo a respeito do
    valor relativo para a empresa, tanto dos
    trabalhadores, como dos materiais e máquinas, e
    confesso que nesta época nós acreditávamos que as
    máquinas e os insumos tinham muito mais
    importância que os trabalhadores(1916).

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • No verão de 1913, a administração da Ford
    incumbiu Lee da realização de um estudo das
    condições de trabalho na empresa, incluindo as
    preocupantes taxas de rotatividade.
  • Lee comparou o que ele tinha encontrado com o
    que ele tinha visto em outras fábricas e fez um
    relatório, onde apontou as principais causas de
    insatisfação e de intranqüilidade entre os
    trabalhadores da Ford.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • (i) Turnos excessivos de trabalho
  • (ii) Baixos salários
  • (iii) Más condições de moradia, problemas e
    influências domésticas negativas
  • (iv) Insalubridade e outras condições
    inadequadas de trabalho na fábrica
  • A mais importante das causas listadas foi a
    insatisfação generalizada dos operários com seus
    contramestres, onde aqueles se vingavam destes
    retardando o trabalho.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • Seguindo o estudo de Lee, em outubro de 1913 a
    Ford instituiu um programa com o objetivo de
    conter a insatisfação dos trabalhadores.
  • Uma das medidas foi a elevação dos salários em
    15. Também a estrutura de pagamentos foi
    racionalizada. Adotou-se um programa de
    salários-habilidade no qual o pagamento dos
    operários era baseado numa fórmula envolvendo
    tempo de serviço e desempenho.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • Eliminou-se a possibilidade de os contramestres
    despedirem os operários arbitrariamente,
    centralizando-se a decisão de contratar e demitir
    trabalhadores no Departamento Pessoal.
  • Duas considerações devem ser feitas em relação a
    esse programa Na extensão em que as reformas
    adotadas em outubro de 1913 tivessem sido
    bem-sucedidas em resolver os problemas da
    mão-de-obra, ficaria difícil atribuir a decisão
    de introduzir o programa de US 5 às
    considerações do salário-eficiência.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • Por outro lado, se o programa de outubro tivesse
    melhorado mas não resolvido os problemas de
    mão-de-obra na Ford, seria razoável ver no
    programa de US 5 uma espécie de segunda etapa do
    programa de outubro direcionado ao aumento da
    produtividade.
  • A informação limitada que está disponível dá
    suporte à segunda interpretação. Lee, na
    descrição do programa de US 5 trata as reformas
    de outubro e de janeiro como se fossem um único
    programa.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • A observação de que a rotatividade declinou em
    outubro, mas elevou-se novamente em novembro e em
    dezembro dão suporte a essa alternativa.
  • Os autores consideram que a possibilidade de
    Ford ter adotado o dia de US 5 apenas por
    questões de magnanimidade ou apenas para ficar
    famoso deve ser levada em consideração, embora o
    próprio Ford não considerasse o seu programa como
    um ato de filantropia. A Reuters e outras
    agências de notícias internacionais tinham vários
    correspondentes em Detroit.

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I.1.Retrospectiva geral as motivações para
introduzir o novo programa
  • O programa de US 5 foi projetado para custar
    cerca de US 10 milhões, o que equivalia à metade
    dos lucros anuais da empresa.
  • Não houve qualquer objeção dos acionistas da
    Ford a essa iniciativa, o que demonstra que o
    programa tinha sido estabelecido de tal forma que
    todos pudessem lucrar com o mesmo, sejam
    acionistas ou trabalhadores.

45
II. The Five-Dollar Day Program
  • A nova política foi anunciada com floreios
    retóricos, mas sem muita publicidade, em 5 de
    janeiro de 1914.
  • A sentença de abertura fixava o tom A Ford
    Motor Company, a maior e mais bem-sucedida
    empresa do ramo no mundo, irá, em 12 de janeiro,
    inaugurar a maior revolução em matéria de
    recompensas para seus trabalhadores, algo jamais
    feito no mundo industrial.

46
II. The Five-Dollar Day Program
47
II. The Five-Dollar Day Program
  • A jornada de trabalho foi reduzida de 9 para 8
    horas diárias.
  • O salário diário aumentou de US 2,34 para US 5
    para aqueles trabalhadores que fossem julgados
    qualificados.
  • A compensação extra paga aos trabalhadores foi
    vinculada, sendo feita na forma de participação
    nos lucros da empresa. Ao mesmo tempo, várias
    políticas da Ford foram alteradas.

48
II. The Five-Dollar Day Program
  • Foram estabelecidas três condições principais
    para a participação no programa
  • (i) Apenas os homens com mais de 22 anos de
    idade poderiam participar do programa
  • (ii) Os trabalhadores tinham de ter pelo menos 6
    meses de trabalho na Ford
  • (iii) Segundo um panfleto da Ford um
    trabalhador é colocado na lista de participantes
    do lucro da empresa, somente depois de
    cuidadosamente observado, de modo que a companhia
    esteja satisfeita com o seu serviço.

49
II. The Five-Dollar Day Program
  • O Departamento Sociológico, composto de uma
    equipe de investigadores e um staff de suporte
    formada por intérpretes, motoristas, dentre
    outros foi atribuída a tarefa de avaliar quais
    trabalhadores poderiam participar do programa.

50
II. The Five-Dollar Day Program
  • O paternalismo é uma das explicações para o
    fato de mulheres e jovens ficarem de fora do
    programa.
  • No entanto, um contemporâneo observou
    cinicamente mulheres não trabalham em linhas
    de montagem e provavelmente não bebem, nem faltam
    ao serviço. Também não ficam mudando de emprego.
    Assim, não há razão para serem incluídas no
    programa.

51
II. The Five-Dollar Day Program
  • Um dos biógrafos de Ford, Nevins, sugeriu que a
    exigência dos 6 meses de trabalho na Ford para
    participar do programa teria como objetivo
    reduzir a rotatividade e recompensar a
    experiência.
  • O conjunto das exigências para a participação no
    programa é consistente com a possibilidade de que
    Ford estava perseguindo uma estratégia de
    salário-eficiência.

52
II. The Five-Dollar Day Program
  • A moderna análise teórica dos modelos de
    salário-eficiência, baseados seja sobre o
    estímulo ao esforço ou considerações sobre a
    rotatividade, sugere que as firmas lucrarão mais
    com a preferência por salários relativos à idade
    do que perfis de produtividade relacionados ao
    salário.
  • Os incentivos de desempenho serão limitados em
    seu alcance pelo receio dos trabalhadores de que
    a firma renegue seu compromisso caso consigam um
    desempenho superior ao estabelecido como meta.

53
II. The Five-Dollar Day Program
  • Assim, o pagamento de salários-eficiência é
    previsto para coincidir com o uso limitado de
    incentivos, como no caso de trabalhadores mais
    experientes.
  • Nevins cita especificamente o receio de que Ford
    tinha de despedir trabalhadores antes dos 6 meses
    de estágio probatório, mas evitava um período de
    estágio maior.

54
II. The Five-Dollar Day Program
  • A maioria das narrativas históricas sobre o dia
    de US 5 concentra grande parte de sua
    discussão sobre o papel do Departamento de
    Sociologia na regulação dos hábitos dos
    trabalhadores da Ford.
  • Tanto Lee como Ford faziam isso. Eles disseram
    que o ensinamento de bons hábitos era uma
    obrigação moral da empresa. Panfletos eram
    distribuídos aos trabalhadores onde se tratava de
    questões como higiene e poupança pessoal.

55
II. The Five-Dollar Day Program
  • Alcoolismo, vício em jogos de azar,
    desorganização pessoal, consumo de alimentos não
    nutritivos e falta de entusiasmo para poupar
    representavam fatores potenciais de exclusão dos
    lucros.
  • Os 150 inspetores do Departamento de Sociologia
    visitavam as casas de todos os trabalhadores para
    se certificar de que estes estavam cumprindo os
    requisitos estabelecidos pela Ford, antes que
    pudessem participar da distribuição de lucros.

56
II. The Five-Dollar Day Program
  • Os trabalhadores que fossem desqualificados da
    participação nos lucros poderiam ser readmitidos
    no programa, desde que cumprissem estritamente as
    instruções do Departamento Sociológico. Se
    cumprissem apenas parcialmente, receberiam
    parcialmente aquilo a que teriam direito.
  • Uma vez perdida, a participação nos lucros de um
    trabalhador era destinada à caridade, até que
    este a pudesse receber novamente.

57
II. The Five-Dollar Day Program
  • A cifra de trabalhadores que participavam do
    programa varia. Ford afirmava que somente 1 de
    seus trabalhadores não recebiam no mínimo US 5
    por dia.
  • Lee escreveu em 1916 que 69 da força de
    trabalho estava qualificada para a participação
    nos lucros dentro dos primeiros 6 meses de
    vigência do plano, subindo para 87 depois de um
    ano , e para 90 na metade de 1916.

58
II. The Five-Dollar Day Program
  • Os autores consideram que dois elementos do
    programa de US 5 mereceriam uma discussão à
    parte
  • (i) Em primeiro lugar, se as recompensas
    funcionavam, por um lado, como um estímulo ao
    trabalhador, havia a ameaça de que trabalhadores
    ineficientes seriam demitidos.
  • A estratégia de evitar demissões por puro
    capricho por meio da estabilidade no emprego,
    enquanto ao mesmo tempo era mantida a ameaça para
    punir os faltosos com a demissão está de acordo
    com a teoria do salário-eficiência.

59
II. The Five-Dollar Day Program
  • (ii) Em segundo lugar, os executivos da Ford
    faziam questão de acentuar publicamente que o
    programa era caracterizado como participação nos
    lucros e não um aumento de salários.
  • A intenção disto era transmitir a idéia de que
    os pagamentos extras eram prêmios para os
    trabalhadores, em vez de pagamentos a que eles
    teriam direito líquido e certo.

60
II. The Five-Dollar Day Program
  • O fato de que os lucros estavam sendo
    partilhados com os trabalhadores foi considerado
    como justificativa para que a empresa
    condicionasse os pagamentos aos trabalhadores que
    fossem parcimoniosos com seu salário.
  • Classificar os pagamentos de participação nos
    lucros também tornava claro que a companhia não
    se sentiria obrigada a fazê-los, e certamente não
    poderia manter a promessa de continuar os
    pagamentos se sua própria riqueza estivesse sendo
    dilapidada. De fato, o programa foi anunciado
    como um experimento com o qual a Ford se
    comprometeria por um ano.

61
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • Os autores argumentam que as evidências
    disponíveis sugerem que a Ford estava pagando um
    salário de nível mais elevado do que o necessário
    para o tipo de mão-de-obra que estava atraindo, o
    que não significaria necessariamente que estaria
    pagando salários-eficiência. Poderia simplesmente
    estar pagando salários elevados.
  • Para os autores, as evidências de que o dia de
    US 5 representava um salário acima do nível
    competitivo são muito fortes.

62
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • Na seqüência à introdução do programa, longas
    filas se formaram em busca de emprego na Ford.
  • Existem evidências de que um excesso de oferta
    de mão-de-obra procurando emprego na Ford
    persistiu, mesmo depois que os portões da fábrica
    foram fechados para impedir a entrada de novos
    candidatos em busca de emprego.

63
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • Grandes massas de trabalhadores migraram para
    Detroit em busca de trabalho na Ford.
  • Em decorrência disso, a empresa adotou uma
    norma(screening), que estabelecia que nenhum
    candidato a uma vaga na Ford que morasse em
    Detroit há menos de 6 meses poderia ser
    contratado.

64
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • Outra evidência dos salários acima do nível
    competitivo pagos pela Ford foi o tipo de reação
    das outras empresas automobilísticas em Detroit.
  • Nevins afirma que o programa beneficiou toda a
    indústria automobilística em Detroit, por meio do
    inchaço de mão-de-obra que provocou na cidade.

65
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • Os economistas tradicionalmente respondem às
    evidências desse tipo, sugerindo que o incremento
    nos salários pela Ford tinha a intenção de que
    melhorar a qualidade da mão-de-obra que era
    atraída pela empresa. Neste caso, o aparente
    excesso de oferta de mão-de-obra teria refletido
    apenas os baixos níveis de habilidade dos
    trabalhadores que estavam em busca de emprego, em
    relação aos que estavam já empregados.
  • Os autores não concordam com essa linha de
    argumentação no caso em questão, já que a Ford
    não substituiu a mão-de-obra existente por outra
    mais qualificada ao aumentar os salários.

66
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • Um contemporâneo comenta A Ford não deseja
    mudar o atual padrão de trabalho em sua planta.
    Três quartos da mão-de-obra são de origem
    estrangeira um grande número não fala inglês e
    são ordinariamente bem ajustados para a
    mão-de-obra comum.
  • O incremento adicionado pelo plano de salários
    não resultará, portanto, na atração de
    trabalhadores muito mais bem preparados, os quais
    substituiriam a presente mão-de-obra.

67
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • Se o objetivo foi atrair melhores trabalhadores,
    os autores consideram difícil entender por que a
    Ford excluiria trabalhadores de outras
    localidades que não Detroit.
  • Os autores também consideram que as longas filas
    em busca de emprego na Ford parecem confirmar a
    visão de que os altos salários pagos pela empresa
    eram meramente uma compensação por condições de
    trabalho desagradáveis. Apontam que o
    comportamento dos trabalhadores dentro da fábrica
    lança dúvidas sobre os efeitos da compensação

68
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
A queda da rotatividade
  • A rotatividade declinou bruscamente após a
    introdução do dia de US 5.
  • Um contemporâneo, Abell, relata que a taxa de
    rotatividade caiu 87 entre março de 1913 e
    março de 1914.
  • Outro contemporâneo, Fisher, concluiu que a
    rotatividade caiu de 400 para 23 de outubro de
    1912 a outubro de 1913 e no ano seguinte.
  • Slichter diz que a taxa de rotatividade era de
    370 em 1913, caindo para 54 em 1914.

69
III Os Novos Salários da Ford Foram Competitivos?
  • As evidências sobre se o dia de US 5 foi
    eficiente como compensação para as condições de
    trabalho na Ford parecem conflitantes.
  • Os autores acham justo inferir que o dia de US
    5 representou uma decisão de pagar mais que o
    necessário para atrair trabalhadores, pois com o
    custo de oportunidade da mão-de-obra constante ou
    em queda, seria difícil explicar a decisão de
    outra forma. No entanto, Ford declarou que o
    programa foi uma das melhores formas de cortar
    custos que nós jamais fizemos.

70
IV- O dia de US 5 foi lucrativo? Por quê?
  • Algumas estatísticas sobre os lucros da Ford são
    mostradas na tabela 2.
  • Os lucros aumentaram permanentemente, tanto em
    termos reais, como em termos nominais em 1914 e
    1915.
  • Considerando o custo do programa em US 10
    milhões, o lucro da Ford após um ano de
    introdução do programa foi de mais de US 20
    milhões.

71
Tabela 2 Renda Líquida da Ford Motor Company
  • Nominal(US)
    Real(US)
  • 1910 4.153.461
    4.153.461
  • 1911 7.338.558
    7.413.464
  • 1912 13.542.678
    13.139.301
  • 1913 27.087.204
    26.452.347
  • 1914 31.757.769
    30.419.318
  • 1915 40.307.167
    36.901.187
  • US de 1910
  • Fonte Nevins(1954, pg 647). Os valores reais
    usam o deflator do PIB norte-americano do
    Departamento de Comércio dos EUA(1954, pg 224)

72
IV- O dia de US 5 foi lucrativo? Por quê?
  • Abell fornece uma estimativa dos ganhos de
    produtividade resultantes do programa. Suas
    conclusões se fundamentam nos arquivos da Ford.
  • Segundo ele, entre 1913 e 1914 a Ford produziu
    15 mais carros diariamente, com cerca de 2.000
    trabalhadores a menos (ou 14 do total), além de
    uma redução no número de horas trabalhadas por
    trabalhador.
  • Mesmo sem levar em consideração qualquer
    incremento no valor adicionado ou a redução nas
    horas trabalhadas, aqueles números sugerem cerca
    de 30 de incremento na produtividade da Ford.

73
IV - O dia de US 5 foi lucrativo? Por quê?
  • Lee calculou que o programa aumentou os salários
    em 105.
  • Efetivamente, os custos do trabalho aumentaram
    apenas 35, implicando numa melhoria de 50 da
    produtividade.
  • Essas estimativas são confirmadas pelas
    informações quantitativas disponíveis. A tabela 3
    apresenta algumas informações sobre o custo de
    fabricação de um chassi do modelo T.
  • Apesar do aumento da folha de pagamentos, os
    custos totais declinaram entre dezembro de 1913 e
    dezembro de 1914, mesmo contabilizando
    integralmente a mão-de-obra alocada.

74
Tabela 3-Custo selecionados do chassi do modelo T
- 1913-1915
Período Insumos () Mão-de-obra () Despesas gerais ()
12/1913 122.23 17.03 22.66
03/1914 105.07 23.54 31.40
06/1914 106.29 26.18 34.94
07/1914 94.69 25.86 34.54
12/1914 99.28 24.39 32.52
75
IV - O dia de US 5 foilucrativo? Por quê?
  • Para isolar qualquer incremento na produtividade
    que se seguiu à introdução do dia de US 5, os
    autores estimaram regressões múltiplas
    relacionando o log da produtividade, que foi
    medida usando alternativamente o total de horas
    de trabalho na produção como denominador,
    dummies sazonais , uma tendência de tempo e,
    alternativamente, dummies sazonais para 1914 e
    para 1915.
  • Obs Os dados são mensais e o período analisado
    é 1912-1918. Os resultados são mostrados na
    tabela 4.

76
Tabela 4 Efeito do dia de US 5 sobre a
produtividade (p.77)
Dummy com relação ao período Log (produto por trabalhador na produção) Log (produto do total da força de trabalho)
1914 0.655 (0.164) 0.528 (0.177)
1914-1915 0.530 (0.155) 0.414 (0.166)
77
IV- O dia de US 5 foi lucrativo? Por quê?
  • Os autores também procuraram mensurar o aumento
    da produtividade por um processo alternativo,
    considerando os efeitos sobre os preços do dia de
    US 5.
  • Se este representasse um incremento substancial
    no custo, se esperaria um incremento normal nos
    preços e uma diminuição nos lucros como
    resultado. A tabela 5 apresenta algumas
    informações sobre preços.
  • Estes continuaram sua tendência de queda
    verificada no período anterior. Os lucros se
    comportam razoavelmente bem, apesar da queda nos
    preços.

78
Tabela 5 Preço do Modelo T (1910-1921) (p.77)
Ano Preço nominal () Preço Real ()
1910 950 950.0
1911 780 787.9
1912 690 669.4
1913 600 585.9
1914 550 526.8
1915 490 448.6
1916 440 359.3
1917 360 236.7
1918 450 263.1
1919 525 269.0
1920 507 227.9
1921 397 214.0
79
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Os autores discutem a questão de se o dia de US
    5 foi de fato o responsável pelo aumento na
    produtividade ou apenas houve coincidência com a
    introdução de tecnologias productivity-enhancing.
  • Para responder a esta questão, foram examinados
    possíveis mecanismos de transmissão do aumento
    dos salários para a produtividade, como será
    visto em seguida.

80
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • As teorias do salário-eficiência, dentre as
    várias existentes, baseadas em considerações de
    seleção sustentam o ponto de vista de que altos
    salários são pagos para atrair indivíduos
    altamente qualificados e para fazer com que os
    trabalhadores empregados, dado o mais alto custo
    de oportunidade do uso de seu tempo, se apliquem
    no trabalho.
  • No entanto, segundo as pesquisas dos autores, a
    Ford não estava pretendendo contratar
    trabalhadores habilidosos com o programa.

81
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Uma segunda teoria tem aumentado o papel dos
    salários no aumento da produtividade, por meio da
    redução da taxa de rotatividade.
  • Os autores observam que, antes do dia de US 5,
    as taxas de rotatividade na Ford tinham alcançado
    patamares dramáticos e que eles declinaram
    substancialmente após o programa.

82
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • A tabela 6 apresenta a única informação
    detalhada que está disponível para meses
    específicos, existindo dificuldades em julgar
    quanto do declínio drástico nas taxas de
    rotatividade entre 1913 e 1914 pode ser atribuído
    aos efeitos do programa.
  • A tabela 7 apresenta a taxa de rotatividade
    anual para o período 1913-14.

83
Tabela 6 Desligamentos da Ford 1912-1914
(meses selecionados) p.78
Meses 5-Day Men Demitidos (Discharged) Demissão Voluntária (Quits)
12/1912 3.594 176 386
03/1913 5.156 1.276 870
10/1913 322 137 326
03/1914 166 166 115
84
Tabela 7 Rotatividade anual(1913-1915) p.79
1913 1914 1915
Média da força de trabalho empregada 13.623 12.115 18.028
Total da força de trabalho demitida 50.448 6.508 2.931
Taxa de rotatividade () 370 54 16
Demissão voluntária ressignation 39.575 5.199 2.871
Layoff 2.383 385 23
Demitidos 8.490 926 27
85
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Os autores observam que não está claro em que
    extensão o programa de outubro de 1913 contribuiu
    para a redução da rotatividade, bem como sobre o
    papel que a recessão norte-americana do final de
    1913 teve nesse sentido.
  • Raff(1986) argumenta que esse fator contribuiu
    em cerca de 50 para a redução na rotatividade da
    Ford entre 1913 e 1914.

86
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Uma terceira teoria alternativa para o modo como
    o aumento salarial pôde elevar a produtividade é
    que os salários mais altos teriam estimulado o
    incremento do esforço.
  • Supondo que o esforço é verificável apenas como
    custo, se os salários são fixados em um nível no
    qual existe um custo de utilidade em perder o
    emprego, os trabalhadores automaticamente
    escolherão trabalhar duro. Assim, altos salários
    substituem os custos de monitoramento e controle
    dos trabalhadores em suas tarefas.

87
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • As evidências apontam que os trabalhadores
    trabalharam mais arduamente após a adoção do
    programa.
  • A tabela 8 mostra uma pronunciada queda no
    absenteísmo, bem como nas demissões. Abell(1915)
    relata que as demissões caíram 90 entre março de
    1913 e março de 1914, enquanto Lee(1916) observa
    que ocorreu apenas uma demissão na primeira parte
    de 1916.

88
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • A queda nas demissões pode muito bem ter
    refletido tanto a alteração das políticas(a
    empresa tentando manter seus empregados), como a
    melhoria do desempenho dos trabalhadores em
    função do aumento do custo da demissão.

89
Tabela 8 Absenteísmo na Ford (1913-1914) (p.80)
Período Total de trabalhadores Número ausente Percentual ausente
06/10/1913 12.548 1.250 10.0
06/10/1914 12.645 311 2.5
90
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Os autores apontam que uma dificuldade da
    explicação do incremento da produtividade via
    esforço dos trabalhadores é que muitas das
    espécies de mal-comportamento destes na Ford eram
    fáceis de serem controlados, como o absenteísmo.

91
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • A introdução da linha de montagem facilitou o
    controle. Neste caso, seria de esperar que os
    salários caíssem.
  • No entanto, como observa Mathewsons (1931)
    existia amplos espaços na indústria
    automobilística para comportamentos de conluio
    dos trabalhadores com o objetivo de restringir a
    produção.

92
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Uma outra vertente das teorias do
    salário-eficiência baseia-se em considerações
    morais, como a que foi exposta por Akerlof
    (1982).
  • Explicações morais, em geral, e as trocas de
    presentes como proposta por Akerlof (1982), em
    particular, têm recebido relativamente pouca
    atenção em relação a outras teorias do
    salário-eficiência, sendo plausível que os
    salários mais altos possam ter elevado a moral e
    contribuído para incrementar a produtividade na
    Ford.

93
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Anteriormente às modificações feitas, não
    existia nenhuma dignidade nas condições de
    trabalho da Ford.
  • Os autores apontam evidências de que a nova
    situação deixou os trabalhadores bastante
    satisfeitos. Passaram a existir muitos clubes da
    Ford e sociedades. Nevins (1954) comenta que os
    trabalhadores passaram a usar os seus crachás com
    orgulhos em festas e em outros eventos sociais.

94
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • Outros aspectos do programa envolviam classes de
    ensino de inglês, lições sobre o american way of
    life, ensino de civismo, história
    norte-americana, instituições dos EUA, assuntos
    gerais como eficiência industrial e relações de
    trabalho. Tudo isso consistia num programa de
    formação de novas atitudes dos trabalhadores da
    Ford.

95
IV.1 As Fontes de incremento na produtividade
  • A Ford, segundo os autores, pode ter pensado no
    programa como uma espécie de barganha com os
    trabalhadores na tentativa de dissuadi-los a
    formarem conluios.
  • A participação nos lucros também era algo
    inovador em relação às crenças pré-estabelecidas.

96
Principais conclusões do artigo
  • A principal conclusão do artigo de R S (1987)
    foi de que a experiência da Ford referente ao
    pagamento five dollar a day corrobora,
    fortemente, a relevância das teorias de salário
    eficiência.
  • Há um clara evidência de que a introdução do
    programa five dólar a day resultou em filas
    substanciais para os empregos na Ford. Além
    disso, ele provocou significativos aumentos na
    produtividade e nos lucros da empresa.

97
Principais conclusões do artigo
  • A conclusão geral que R S (1987,p.560)
    chegaram foi que a experiência da Ford a partir
    de janeiro de 1914 sustenta a relevância da
    teoria dos salários eficiência. Ainda segundo
    eles, a estrutura do programa é consistente com
    as predições geradas pela teoria dos
    salários-eficiência.

98
Principais conclusões do artigo
  • R S (1987) destacaram também que, embora a
    experiência da Ford seja, de um modo geral ,
    consistente com as teorias de salário eficiência,
    não é fácil explicarmos o significativo aumento
    na produtividade ocorrido na planta de Detroit
    completamente em termos dos mecanismos destacados
    na literatura sobre salários-eficientes.

99
Principais conclusões do artigo
  • (i) era improvável que a elevada rotatividade
    fosse extremamente cara e dispendiosa para a
    época
  • (ii) a seleção dos trabalhadores fosse ou
    tivesse efeitos importantes
  • (iii) embora a melhoria na produtividade
    estivesse associada a uma notável aumento no
    esforço, os aumentos do esforço eram facilmente
    monitorados, contrariando as implicações das
    teorias baseadas sobre as dificuldades de
    monitoramento perfeito.

100
Principais conclusões do artigo
  • Segundo R S (1987,p.83), é razoável
    concluirmos sobre a experiência da Ford com
    relação ao programa Five Dollar a Day, que Ford
    foi capaz de reduzir a rotatividade entre seus
    trabalhadores e extrair um esforço muito mais
    intensivo e produtivo.
  • Tais desenvolvimentos gerenciais complementaram
    a revolução no processo de produção a
    introdução da linha de montagem assembly line.

101
Principais conclusões do artigo
  • A Ford em 1913-1914 necessitava manter sua
    equipe de trabalho estável. Em 1914, quando a
    remuneração diária no setor industrial era de
    US2 a 3, Ford introduziu a política de
    remuneração de US 5 por dia.
  • A razão de tal política estava na busca de maior
    eficiência da mão-de-obra. O objetivo era atrair
    os melhores trabalhadores para que permanecessem
    em seus empregos e que isto gerasse maiores
    lucros.

102
Principais conclusões do artigo - resumo
  • A política adotada por Ford foi um sucesso,
    pois
  • 1 a equipe de trabalho se tornou mais
    estável
  • 2 ele pode contratar um grupo cuja
    produtividade estava acima da média
  • 3 o salário mais elevado aumentou a
    lealdade e a eficiência de seus empregados

103
Principais conclusões do artigo - resumo
  • 4 - houve uma queda acentuada na taxa de
    absenteísmo (75 entre outubro de 1913 e outubro
    de 1914) e nas demissões por justa causa
  • 5 - a produtividade aumentou entre 40 a 70
  • 6 os lucros da Ford passaram de US 30
    milhões em 1914 para 60 milhões em 1916.

104
Principais conclusões do artigo - resumo
  • Incentivos importam !
  • Lazear (1988)

105
Personnel Economics is real. Lazear (1998)
106
FIM
  • Economia dos
  • Recursos Humanos
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