Title: Economia de Empresas Apostila 1
1Economia de EmpresasApostila 1
- Prof. Hélio Henkin
- Curso de Ciências Econômicas
- Faculdade de Ciências Econômicas
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul
21. A empresa na ciência econômica uma introdução
em perspectivas teóricas e históricas
31.1 A empresa na teoria econômica
- A teoria da firma no contexto da ciência
econômica moderna. - A proposição de Demsetz do nascimento da
moderna economia em 1776 a 1970, um período de
quase 200 anos, somente dois trabalhos sobre a
teoria da firma parecem ter alterado a
perspectiva da profissão - Risco, Incerteza e
Lucro, de Knight (1920) e A Natureza da Firma, de
Coase (1937).
41.1 A empresa na teoria econômica
- Qual a razão desta reduzida dedicação ao estudo
da firma? Fundamentalmente, isto é resultado da
preocupação maior dos economistas com o sistema
de preços, caracterizado pela firma
representativa de Marshall e pelo leiloeiro de
Walras.
5- O resultado foi a falta de consideração mais
séria e rigorosa à firma como instituição
voltada a solução de problemas (problem solving
institution). - O artigo de Coase é seminal, entre outras razões,
por ter chamado a atenção para a ausência de uma
teoria da existência da firma e da importância do
fato de que há custo na operação (ou no uso) do
mercado (como mecanismo de coordenação e
alocação).
6- A questão básica de Coase é acerca da existência
da firma. Está subjacente a esta questão a idéia
de que mercado e firma são modos alternativos de
organizar as mesmas transações. Em termos
práticos, a questão se refere a
fazer-ou-comprar.
7- A questão central proposta por Coase pode ser
representada por duas perguntas fundamentais
(duas perguntas gêmeas)1) Por que existe
qualquer organização interna? 2) Por que toda a
produção não é feita por uma única grande firma? - As respostas iniciais de Coase foram 1) Existe
um custo para utilizar o mercado (o custo de
transação) 2) Há retornos decrescentes do
gerenciamento.
8- A falta de atenção ao artigo de Coase nas décadas
seguintes e as imprecisões do tratamento dos
custos de transação (ou dos custos implícitos na
utilização do mercado ou da firma na organização
da produção) contribuem para a existência de
lacunas importantes na elaboração de uma mais
completa teoria da firma.
9- O modelo de concorrência perfeita como descrição
da função coordenadora do mercado (e as razões do
seu tratamento insatisfatório à questão da
firma). - O modelo de competição perfeita tem muito a dizer
sobre o sistema de preços, mas pouco a dizer
sobre competição ou organização das firmas.
10- Isto se explica pela origem intelectual do
modelo, localizada no século XVIII, no âmbito do
debate entre mercantilistas e free traders. Este
debate não era sobre a competição entre firmas ou
sobre a organização das firmas, mas sobre o
escopo apropriado da atuação dos governos sobre
os assuntos dos países europeus.
11- A questão central era verificar a necessidade de
uma planificação central para evitar condições
econômicas caóticas. A visão de Smith, deixando
um limitado papel ao estado, foi objeto de
investigação mais rigorosa ao longo dos séculos
XIX e XX, a qual resultou na formalização do
modelo de concorrência perfeita.
12- Segundo Demsetz, este modelo se caracteriza pela
completa abstração do controle centralizado da
economia. O que é modelado é descentralização e
não competição. Cada agente no modelo maximiza
utilidade ou riqueza, independentemente das
decisões ou da existência de outros agentes. As
mesmas decisões decorrem dos mesmos preços e
mesma tecnologia, sem a consideração de reações
pessoais diante destes parâmetros.
13- Não se inclui neste modelo a perspectiva de se
fazer coisas melhor do que outros fazem. Um
comportamento maximizador impessoal como este não
pode ser chamado de competição. Segundo Demsetz,
o nome apropriado deveria ser descentralização
perfeita. - Em termos teóricos, a descentralização perfeita é
realizada a partir da garantia de que autoridade
ou comando não cumprem nenhum papel no processo
de coordenação.
14- Os parâmetros que orientam as escolhas independem
de uma autoridade ou comando central (são os
hábitos e preferências, a tecnologia de produção,
bem como os preços determinados de forma
impessoal no mercado). Trata-se de um modelo que
deduz as situações de equilíbrio a partir da
extrema descentralização da propriedade de
recursos.
15- Virtudes do modelo facilidade de compreensão
sobre como os preços orientam as decisões numa
economia descentralizada facilidade de análise
dos impactos de mudanças exógenas (tarifas,
alíquotas) ou de controle de preços.
16- Todavia, é um modelo que contribui pouco para a
compreensão do funcionamento de uma economia de
comando ou de de processos políticos que envolvam
autoridade (exemplos comportamento de partidos
políticos, instituições legais voltadas ao
controle da fraude, análise dos custos de
operação do sistema de propriedade - tão
fundamental à operação do próprio modelo). - Estas lacunas são justificáveis, porque o
objetivo real do modelo é o de investigar a
alocação de recursos na ausência de autoridade ou
comando central.
17- Um aspecto importante do modelo, especialmente
para os estudos posteriores direcionados à teoria
da firma, é a suposição de a firma faz as
escolhas maximizantes num contexto de pleno e
livre conhecimento das possibilidades de produção
e dos preços.
18- Num modelo com estas características, torna-se
difícil analisar o papel do gerenciamento,
relativos a explorar possibilidades incertas e
controlar recursos de forma consciente, onde os
proprietários de recursos buscam o seu próprio
interesse. Segundo Demsetz, a firma, neste
modelo, é apenas um instrumento retórico para
facilitar a discussão sobre o sistema de preços.
19- Neste modelo, as tarefas reais do gerenciamento
ou administração empresarial, tais como
identificar novas oportunidades de mercado,
produtos e técnicas de produção e ativamente
comandar as atividades dos empregados, não são
consideradas porque há a suposição de que estas
variáveis são conhecidas a um custo zero.
20- A única tarefa gerencial que parece subsistir
neste modelo é a seleção das quantidades de
insumos e produtos que maximizarão o lucro, dados
os parâmetros de preços e tecnologia. Mas como,
por hipótese do modelo, as informações
necessárias a estas tarefas são obtidas sem
custo, o mesmo ocorrendo para os cálculos
necessários, então a tarefa de gerenciamento não
implica nenhuma variação de produtividade entre
diferentes firmas.
21- O custo de gerenciamento é zero e os recursos
necessários às tarefas gerenciais são
considerados não escassos (a única exceção é a
hipótese da curva em U, que implica rendimentos
decrescente da capacidade gerencial, o que
implica que ela tem custos, porque é limitada
entretanto, esta é uma hipótese inconsistente com
o modelo e deve ser considerada como exógena. Num
mundo de livre informação sobre técnicas e
preços, porque o tamanho da firma afetaria a
capacidade gerencial ou empreendedora?)
22- O modelo de perfeita descentralização (conhecido
como concorrência perfeita) pressupõe ausência de
coordenação gerencial substantiva. Tem o mérito
da compreensão do funcionamento do sistema de
preços em condições de extrema descentralização
(a mão invisível de Adam Smith), ao lado da
fragilidade em analisar a coordenação gerencial.
Isto implica dizer que a teoria da firma,
capítulo dos livros-texto de microeconomia, não é
propriamente uma explicação do funcionamento da
firma como organização.
23- Conforme Demsetz, a compreensão da firma pode ser
aprimorada com o reconhecimento de que a tarefa
gerencial é um recurso escasso empregado num
mundo em que o conhecimento é incompleto e sua
obtenção é onerosa.
24- Tanto Knight quanto Coase incorporam esta
dimensão da relação entre firma, gerenciamento e
custo da informação ou do conhecimento. - Em Knight, a firma é uma instituição desenvolvida
para obter uma eficiente proteção ao risco da
atividade empreendedora, com base na idéia de
aversão ao risco e conhecimento oneroso.
25- Em Coase, o tema central é o da relevância do
custo de transacionar e de gerenciar para
explicar o desenvolvimento da firma (a teoria é
conhecida como a teoria dos custos de transação).
Em ambos os casos, estão presentes custos de
informação, de forma importante.
26- O conceito de governança (ou estrutura de
governança) a forma ou tipo de arranjo
organizacional através dos quais se realiza um
conjunto de operações. - A governança do mercado caracterizada pela
descentralização e pelo sistema de preços.
27- A governança da firma caracterizada pelas
relações hierárquicas. - A correlação entre governança e estrutura legal.
- A aplicação do termo governança a outras temas
concessão de serviços públicos, controle
monetário, clubes de futebol, logística de
exportação, entre outros.
28- Custo de transação custos da governança através
do mecanismo de mercado. - Custo de gerenciamento custos da governança
através da organização interna da firma. - A questão básica proposta por Coase por que as
firmas emergem como instituições viáveis se o
modelo de descentralização perfeita demonstra
amplamente a eficiência alocativa dos preços em
mercados impessoais?
29- A resposta de Coase a busca de eficiência (ou a
maximização do lucro) leva a substituição do
mercado pela firma se o custo de usar o mercado é
maior do que o custo de gerenciar (organizando
internamente as atividades produtivas). - Esta é condição formal que define a extensão da
firma a verticalização ocorre até que os custos
marginais de transação e de gerenciamento se
igualem.
30- A igualdade entre os custos marginais define uma
fronteira entre, de um lado, os recursos que
serão gerenciados pela firma e, de outro lado, os
recursos cuja utilização será orientada pelos
preços nos mercados. - Esta comparação entre custos de transação e de
gerenciamento tem sido o foco conceitual da
teoria dos custos de transação nas suas diversas
aplicações.
31- Dificuldades na utilização dos conceitos para
analisar a substituição entre firmas e mercados - Custo de transação não são eliminados quando a
firma realiza internamente uma maior parte do
processo de transformação dos insumos e
matérias-primas, porque a aquisição destes deve
ser feita no mercado. De forma análoga, comprar
produtos mais acabados no mercado não elimina
custos de gerenciamento, pois a firma que está
vendendo estes produtos pode estar produzindo
internamente de forma significativa, incorrendo
em custos de gerenciamento.
32- Portanto, a pergunta correta, no âmbito do
problema de Coase, não é se o custo de transação
é maior ou menor do que o custo de gerenciamento,
mas se a soma dos custos de transação e
gerenciamento na organização interna é maior ou
menor do que a soma dos custos de transação e
gerenciamento incorridos quando se compra no
mercado
33- Por outro lado, mesmo quando o custo de transação
for zero e toda a produção for realizada através
de operações no mercado, com produtores
independentes individualizados, ainda assim há um
custo de gerenciamento, pois cada indivíduo
planeja e executa a sua produção e isto implica
um custo de gerenciamento (a não ser que custo de
gerenciamento fosse definido de forma a
representar apenas o custo de lidar com outras
pessoas).
34- Isto significa que as decisões de
fazer-ou-comprar não estão associadas de forma
restrita a uma dicotomia entre custo de transação
e custo de gerenciamento, mas entre somas de
custo de transação e gerenciamento (associadas a
cada modo de organizar a produção de um
determinado produto).
35- A importância da existência de economia de escala
do gerenciamento mesmo se o custo de transação
for zero, organizar a produção na firma (ou
verticalizar) pode ser conveniente, se houver
economias de escala significativas no
gerenciamento. - Impactos das novas tecnologias (produção,
organização, informação) sobre as decisões
fazer-ou-comprar.
36- Num contexto mais realístico, em que os custos de
gerenciamento, transação e produção são todos
positivos, a decisão de fazer-ou-comprar (ou a
escolha do mix organizacional) depende das
somas alternativas de todos estes custos
(associadas a cada modo de coordenar a
produção. - Uma firma comprará insumos no mercado se o preço
do insumo, que reflete os custos de produção dos
vendedores, somado aos custos de transação e
transporte, forem menores do que o custo de
produzir o insumo internamente.
37- A ênfase proposta por Demsetz é diferente daquela
proposta pelos autores da teoria dos custos de
transação. Segundo estes, a firma é substituída
pelo mercado quando os custos de transação são
menores (ou, inversamente, o mercado é
substituído pela firma quando os custos de
transação são maiores)..
38- Segundo Demsetz, a forma de gerenciar é que muda.
Se os custos de transação se elevam, o
gerenciamento da firma implicará maior integração
vertical. - Se os custos de transação se elevam, o
gerenciamento implicará menor integração
vertical. Esta ênfase implica admitir que sempre
há gerenciamento (o que significa romper com o
paradigma da descentralização perfeita e da
impessoalidade, mesmo quando todas as firmas são
constituídas apenas por um indivíduo, produtor
independente).
39- Não é realista, como muitos autores fazem ao
utilizar a teoria dos custos de transação, supor
que todas as firmas podem produzir bens ou
serviços com a mesma qualidade ou produtividade. - Ou, em outras palavras, uma firma e o mercado
(que inclui outras firmas) não são substitutos
perfeitos (segundo Demsetz, a razão está no custo
de informação.).
40- Mesmo que os custos de transação fossem zero e o
custo de gerenciamento fosse positivo, poderia
ser conveniente para a firma internalizar a
produção, se os seus custos de produção fossem
menores do que qualquer outra alternativa. Ao
contrário do que supõe o modelo de concorrência
perfeita, a informação não é perfeita nem livre.
41- A diferença entre firmas importa muito. Uma
determinada firma pode não ser capaz de replicar
a soma do que é realizado independentemente por
um conjunto de firmas, por razões que não estão
ligadas a custo de transação ou de gerenciamento. -
- Cada firma é um conjunto de arranjos e
compromissos, envolvendo tecnologia, pessoas e
métodos, que estão contidos no conjunto de
informações especificamente associado a esta
firma, o qual não pode ser facilmente alterado ou
imitado. Os componentes deste conjunto incluem
custos de transação, mas estes não são os únicos.
42A teoria neoclássica da empresa
- Aspectos internos (estrutura interna) são
desconsiderados - A empresa como uma black box
- A empresa como função de produção
- Problema da empresa é eficiência na escolha da
cesta de fatores/insumos e na cesta de produtos
43A teoria neoclássica da empresa
- Razões para a vigência do enfoque neoclássico da
empresa (cf. Hart (1995) - Qualidade da formalização matemática, geral e
elegante - Utilidade para analisar a reação da firma diante
de mudanças exógenas no ambiente, tais como
impostos, preços dos fatores, salários etc. - Utilidade para analisar interação estratégica
entre oligopolistas, relacionando o grau de
concentração na indústria e o nível de produção e
preços
44A teoria neoclássica da empresa
- Se a troca no mercado gera eficiência e bem-estar
social (com pressupostos de racionalização e
informação perfeita), por que parte das
transações são internalizadas?
45A teoria neoclássica da empresa
- Por que os sistemas capitalistas não são
caracterizados predominantemente por um amplo
conjunto de produtores independentes operando nos
mercados?
46O problema da existência da empresa A
formulação de Coase
- Qual a natureza da empresa?
- Quais são os limites da empresa?
- O que determina o escopo horizontal da empresa?
- O que determina o escopo vertical da empresa?
Perguntas não respondidas pela teoria neoclássica
da empresa
47O problema da existência da empresa a formulação
de Coase
- O escopo horizontal deseconomias de escala
determinam o limite superior de produção
potencial da empresa - Mas quais são as fontes das deseconomias?
- Por que não replicar a planta, se houver custo
médio crescente na produção? - Teoria tradicional é teoria da planta e não da
empresa
48O problema da existência da empresa a formulação
de Coase
COMPONENTES
MATÉRIAS PRIMAS
SISTEMAS
MONTAGEM
DISTRIBUIÇÃO
SERVIÇOS DE SUPORTE contabilidade, assessoria
jurídica, finanças, processamento, sistemas de
informação, planejamento estratégico, recursos
humanos TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
49O problema da existência da empresa a formulação
de Coase
- O escopo vertical o que determina o número de
estágios do processo de produção que serão
internalizados na organização interna da empresa?
50O problema da existência da empresa a formulação
de Coase
- A teoria tradicional apenas sustenta que a
especialização e divisão do trabalho gera
economias de escala que justificam a
internalização de atividades ou estágios
produtivos. - Pergunta por que as transações entre os estágios
sucessivos não poderiam ser feitas usando a
coordenação do sistema de preços (mercados)?
51O problema da existência da empresa a formulação
de Coase
- Proposição 1 empresas e mercados são modos
alternativos de coordenação das transações
inerentes ao sistema econômico - Mercado coordenação por sistema de preços
(incentivo) - Empresa coordenação por autoridade (comando)
52O problema da existência da empresa a formulação
de Coase
- Proposição 1 empresas e mercados são modos
alternativos de coordenação das transações
inerentes ao sistema econômico - Com a suposição de que as trocas no mercado levam
à minimização de custos e exaustão dos ganhos de
comércio (eficiência produtiva e alocativa, por
que então existem empresas?)
53O problema da existência da empresa a formulação
de Coase
- Proposição 2 há custos de utilizar o mecanismo
de mercado que são economizados através da
utilização do mecanismo de comando na empresa - Qual a natureza destes custos?
- O que determina o limite de integração vertical?
- Quais são os custos da organização interna?
54A investigação sobre a natureza da firma e o
desenvolvimento da teoria dos custos de transação
- Williamson transações, incerteza, comportamento
oportunista, especificidade de ativos, estruturas
organizacionais de governança das transações
(leitura do texto original)
55A decisão de fazer ou comprar (make or buy)
MATÉRIAS PRIMAS
INSUMO B
PRODUTO A
CLIENTE
56A decisão de fazer ou comprar (make or buy)
- Modos de organização alternativos
- Mercados spot
- Contratos de longo prazo
- Integração vertical
57A decisão de fazer ou comprar (make or buy)
- Modos de organização alternativos
- Mercados spot a quantidade e o preço do insumo
são determinados no mercado. Os termos de troca
são determinados a cada transação.
58A decisão de fazer ou comprar (make or buy)
- Modos de organização alternativos
- Contratos de longo prazo os termos de troca
entre produtores de A e fornecedores de B são
determinados em um contrato (preços e
quantidades), que governarão as presentes e as
futuras transações
59A decisão de fazer ou comprar (make or buy)
- Modos de organização alternativos
- Integração vertical a produção de B é integrada
à produção de A (in-house)
60SPOT MARKETS
- Vantagens
- 1) Eficiência adaptativa
- 2) Minimização de custo
- 3) Realização de economias de escala.
61SPOT MARKETS
- Vantagens
- 1) Eficiência adaptativa
- Variações no preço do insumo ou na demanda pelo
insumo provocarão alterações (respectivamente)
na quantidade e no preço do insumo, garantindo a
realização do excedente máximo
62SPOT MARKETS
- Vantagens
- 2) Minimização de custos
- - dado que a firma é o residual claimant
(absorve a renda líquida da empresa),
internalizando os benefícios marginais de
investimento em redução de custo
63SPOT MARKETS
- Vantagens
- 2) Minimização de custos
- Exemplo Lucro (q, e) p.q - c(q,e) - e
- onde e investimento ou esforço de reduzir o
custo - A hipótese de maximização do lucro leva a
- d c(q,e)/de -1. Neste ponto o investimento
para reduzir o custo é maximizado, pois dc/delt0.
64SPOT MARKETS
- Vantagens
- 3) Economias escala
-
- Se há economias de escala, é vantajoso fazer
outsourcing quando a escala de utilização do
insumo é menor do que a correspondente à escala
ótima mínima (esta é uma razão da especialização,
a la A. Smith)
65Implicação das fontes das vantagens dos Spot
Markets
- Se a fonte está associada a adaptação e
minimização de custo, quando estas não forem
facilmente viabilizadas (por ser onerosa a troca
de fornecedor) então haverá limites para os
ganhos da troca. Se houver algo que ligue
(tranca) o comprador ao fornecedor, então
haverá incentivos à integração (em algum grau)
66Implicação das fontes das vantagens dos Spot
Markets
- A situação de relação ligada ou trancada
ocorre quando há investimentos específicos à
relação, formando especificidade de ativos
67Especificidade de ativos
- Quando a realização do potencial de ganhos de
troca exige investimentos específicos, que
customizarão o suprimento para um determinado
comprador, surgem duas possibilidades - há um custo adicional da customização
- o uso alternativo do ativo propicia um valor
inferior ao valor investido
68Especificidade de ativos
- O custo do investimento específico é um custo
irrecuperável (sunk costs) - A existência dos investimentos específicos
representa um incentivo a uma relação de longo
prazo.
69Especificidade de ativos
- Especificidade de ativos físicos
- Especificidade de localização
- Especificidade de recursos humanos
- Ativos dedicados.
70O Problema de Holdup
- Seja
- A empresa fornecedora do input A
- B empresa compradora de A e produtor de B
(produto final)
71O Problema de Holdup
- Ca Custo de produzir o input A
- Ca F TVA
- onde
- F custo fixo para produzir A
- TVA custo variável para produzir A
72O Problema de Holdup
- R receita esperada de vender o produto
final B - TVB custo variável de produzir B exceto
o custo de produzir A - T custo adicional de obter um outro
fornecedor que não A
73O Problema de Holdup
- V ganhos de troca entre A e B
- V R - TVA - TVB
- V é o excedente operacional que pode ser
dividido entre as duas empresas após F ter sido
comprometido
74O Problema de Holdup
- Em caso de descontinuidade da relação de
suprimento, quais são as melhores alternativas
para as duas empresas? - A empresa A pode vender o seu equipamento por S
no mercado de usados - A quase-renda de A é (F-S), que é o benefício de
continuar no negócio. (F-S) é o sunk-cost,
coberto pela quase-renda, neste caso
75O Problema de Holdup
- Em caso de descontinuidade da relação de
suprimento, quais são as melhores alternativas
para as duas empresas? - A empresa B deveria despender F mais T (seja
terceirizando ou produzindo internamente) - O retorno de B passa a ser (V-F-T)
- A diferença de retorno entre manter a relação é a
quase-renda de B retorno de não mudar (V-F) e
retorno ao mudar (V-F-T). - Portanto, a quase-renda de B é igual a T.
76O Problema de Holdup
- Em caso de descontinuidade da relação de
suprimento, quais são as melhores alternativas
para as duas empresas? - O excedente alternativo (outside surplus) é o
excedente agregado que é gerado se a relação
termina O (V-F-T)S. O primeiro termo é o
retorno de produzir na nova condição. O segundo é
o valor da venda do ativo específico.
77O Problema de Holdup
- A decisão de manter ou mudar
- A vantagem das duas empresas em manter a relação
é dada pela diferença entre V (o ganho de troca
ex-post dentro da relação) e O (o ganho fora da
relação). - Por definição, esta diferença é a quase-renda
total (agregada) Q (F-S)T.
78O Problema de Holdup
- A decisão de manter ou mudar
- Se ( F-S) - a quase-renda do fornecedor - for
igual a zero (FS), e se T(a quase-renda do
comprador) for igual a zero, então não há
vantagens numa relação de longo-prazo e não
haveria problemas de holdup. As empresas podem
facilmente encontrar outros parceiros, sem custo
adicional. Não há custo irrecuperável na produção
do input.
79O Problema de Holdup
- A decisão de manter ou mudar
- Mas se (F-S) gt0 e Tgt0 (e portanto Qgt0), então há
vantagens de manter a relação e as duas partes
estão locked in (the relationship).
80O Problema de Holdup
- A decisão de manter ou mudar
- Romper a relação destruiria ganhos potenciais de
troca equivalentes à quase-renda. (Ou, diminuiria
os ganhos de troca da relação no montante
equivalente à quase-renda). Por definição, a
quase-renda é a diferença entre ficar e não-ficar
no negócio, isto é, o que se ganha para cobrir os
custos irrecuperáveis (no caso específico, o
custo irrecuperável de B é T).
81O Problema de Holdup
- Holdup e incentivo ex-post à apropriação de
quase-renda - A criação de quase-renda (ou a existência de
quase-renda) propicia um incentivo à renegociação
e à apropriação de quase-renda da outra parte no
contrato. - Exemplo após a compra de F e a celebração do
contrato, B pode propor a A pagar apenas STVB
1,00, ao invés de pagar F TVB (pode alegar
queda na demanda, por exemplo....).
82O Problema de Holdup
- Holdup e incentivo ex-post à apropriação de
quase-renda - Se A recusa, sua alternativa é ganhar S. Se
aceita, ganha S 1,00! - Se aceita, a perda é (F-(S1)).
83O Problema de Holdup
- Holdup e incentivo ex-post à apropriação de
quase-renda - Mas A pode também holdup B, dizendo que seus
custos aumentaram e que somente pode fornecer o
input a um preço (F T TVB - 1,00). Se B
recusa, sua alternativa é obter o input ao preço
(FTTVB). Se aceita, gasta (FTTVB - 1,00). Se
aceita, então, gasta menos (equivalente a 1,00)!
84O Problema de Holdup
- Holdup e incentivo ex-post à apropriação de
quase-renda - Mas, aceitando, A tem uma perda na sua
quase-renda de (T - 1,00). - Nos dois casos, a ameaça está baseada em retirar
a quase renda do outro menos 1,00. Isto é,
marginalmente a outra parte continua melhor na
relação em relação a sair. Mas em ambas as
ameaças, há perdas consideráveis em relação ao
que foi negociado ex-ante.
85O Problema de Holdup
- Holdup e incentivo ex-post à apropriação de
quase-renda - Se uma relação contratual de longo-prazo é
estabelecida - em decorrência de vantagens
comparadas à situação de estar fora desta relação
- então surge espaço para o comportamento
oportunístico de qualquer parte do contrato, que
buscará apropriar parcela substancial da vantagem
que a outra parte tem em estar na relação (esta
vantagem é a quase-renda desta parte!)
86O Problema de Holdup
- Holdup e incentivo ex-post à apropriação de
quase-renda - O problema de holdup refere-se à situação em que
o comportamento oportunístico ex-post pode
ameaçar expropiar a quase-renda de uma das partes
(e se, bem sucedido, promover uma redistribuição
das quase-rendas).
87O Problema de Holdup
- Holdup e incentivo ex-post à apropriação de
quase-renda - A redistribuição dependerá do poder de barganha
de cada parte. O poder de barganha está associado
à existência de alternativas. Quem tem mais
alternativas, tem maior poder de barganha. - Quanto mais fácil for reutilizar os ativos, maior
o poder de barganha ou menor a vulnerabilidade à
ameaça e comportamento oportunístico.
88O Problema de Holdup
- Especificidade temporal
- Ocorre quando o tempo de performance é crítico.
- Exemplos
- o valor depende do prazo de entrega (jornais)
- a produção ocorre em série (exemplo T A)
- o produto é perecível (vegetais)
- o custo de armazenamento é alto (energia
elétrica, gás natural).
89O Problema de Holdup
- O problema de holdup e a coordenação da produção
- Quando há problema de holdup, a utilização de
spot markets não é adequada (pois não há punição
para o comportamento oportunístico)
90O Problema de Holdup
- O problema de holdup e a coordenação da produção
contratos - Um contrato não seria um mecanismo baseado em
mercado, capaz de alinhar os incentivos e
promover eficiência adaptativa? - Incluindo sanções, os incentivos ao comportamento
oportunístico seriam atenuados. - Incluindo contingências, a adaptação a mudanças
seria considerada.
91O Problema de Holdup
- O problema de holdup e a coordenação da produção
contratos - Exemplo se um subcontratante eleva a demanda por
um insumo, o subcontratado pode exigir que este
aumento seja acompanhado de um aumento do preço
(mesmo que o custo marginal seja constante).
92O Problema de Holdup
- O problema de holdup e a coordenação da produção
contratos - Mas não seria a solução um contrato que
estabelecesse uma regra de de custo preço
marginal e de determinação da quantidade pelo
comprador? Trata-se de um cost-plus contract
(plus refere-se a lucros normais). Este contrato
propiciaria eficiência adaptativa. - Mas ainda assim, haveria problemas, pois há
incentivos para o fornecedor superestimar os seus
custos.
93O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- Contrato Completo nunca precisará ser revisado
ou modificado é aplicável, pois a corte
judiciária terá elementos para promover o
enforcement do contrato, de forma que as partes
deverão cumprir o contrato, incluindo as sanções
em caso de não performance. Um contrato completo
governa uma relação de troca de forma não ambígua.
94O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- Custos de transação são os custos de negociar,
celebrar e aplicar acordos. Se os custos de
transação são nulos, todos os contratos seriam
completos e, pelo teorema de Coase, todos os
acordos seriam eficientes e os ganhos de troca
seriam exauridos!
95O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos.
- Mas - no mundo real - os custos de transação não
são nulos! Eles envolvem - Custos de antecipar contingências e adaptação
- Custos de fazer acordo para cada contingência
- Custo de elaborar o contrato de forma adequada e
clara, para que sua interpretação seja
viabilizada (inclusive pela corte judiciária). - Custo de monitoramento (assimetrias) Ex VEM
-presença de engenheiros da companhia aérea. - Custos de enforcement (ex honorários, depósitos
judiciais).
96O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- Como há custos de transação, os contratos são
incompletos - Haverá contingências não previstas e lacunas
contratuais. - Haverá problemas de interpretação da linguagem e
dos termos do contrato, de modo que será difícil
especificar e medir a performance (e será difícil
para a corte avaliar as obrigações).
97O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- Como há custos de transação, os contratos são
incompletos - Haverá contingências não previstas e lacunas
contratuais. - Haverá problemas de interpretação da linguagem e
dos termos do contrato, de modo que será difícil
especificar e medir a performance (e será difícil
para a corte avaliar as obrigações).
98O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- Quanto mais complexas as transações e quanto mais
incertezas houver, mais elevados são os custos de
transação - Quanto mais complexas as transações e quanto mais
incertezas houver, maior a propensão a haver
contratos incompletos. - Quando os contratos são incompletos, os
incentivos são alinhados de modo imperfeito e há
espaço para o comportamento oportunístico.
99O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- Num mundo de contratos incompletos
- 1) As empresas procurarão firmar contratos mais
complexos, para antecipar problemas de holdup - 2) O problema de holdup levará a custos de
renegociação de contrato - 3) Há custos de promover ou prevenir o holdup
(recursos produtivos podem se dedicar a isto, o
que tem valor privado - redistribuição de
excedente - mas não tem valor social - nada é
produzido). - 4) Falhas na renegociação provocarão queda no
excedente produzido (trocas não exauridas)
100O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- Num mundo de contratos incompletos
- 5) As empresas poderão elevar seus investimentos
ex-ante, procurando evitar a dependência de um
único fornecedor pode haver, em decorrência,
redução de economias de escala e perda em
eficiência produtiva - 6) Subinvestimento as empresas poderão reduzir
seus investimentos em ativos específicos,
procurando investir em ativos de propósito geral
isto gerará ineficiência. Nos dois casos, há
perdas nos ganhos de troca. O problema do
subinvestimento ocorre porque o holdup elimina a
condição de residual claimant. A firma não
captura na margem todos os ganhos criados pelo
investimento.
101O Problema de Holdup
- Contratos completos e contratos incompletos
- O contrato de longo prazo busca minimizar o
problema de holdup. Mas ele também pode ser fonte
de holdup! Na medida em que cria rigidez no
tratamento de contingências, e na medida em que
há erros ou inadequações verificadas ex-post,
manter o contrato pode ser vantajoso para uma das
partes e criar um problema de holdup. (Ex
contratos pelo IGP-M, dolarizado).
102O Problema de Holdup
- Subinvestimento em Ativos Específicos e Holdup
- Seja S fornecedor de um input
- Seja p o preço acertado ex-ante entre comprador e
vendedor. - Seja C c(e) e
- C custo de produção do input
- e investimento em ativo específico à relação
- dc/de lt 0
103O Problema de Holdup
- Subinvestimento em Ativos Específicos e Holdup
- Seja o lucro do fornecedor p p - c (e) - e
- Se o produtor espera com certeza receber p,
então o esforço de investimento será dado por - (-dc(e)/de) 1 (ou seja, -dc(e) de)
- esta expressão indica que o benefício marginal em
redução de custo iguala o custo de fazer e.
104O Problema de Holdup
- Subinvestimento em Ativos Específicos e Holdup
- A quase renda do vendedor é dada por
- q p - c(e) (receita menos custos recuperáveis)
- Se o comprador está apto a se apropriar de metade
da quase-renda, então o pagamento esperado para o
fornecedor é ph p - ((p-c)/2) (pc)/2 - Os lucros do fornecedor são ph (p-c(e)) /2 - e
- Qual é, nesta situação de holdup, o nível de
investimento em ativo específico que maximiza o
lucro?
105O Problema de Holdup
- Subinvestimento em Ativos Específicos e Holdup
- A maximização de lucro implica
- 0 -dc(e)/2.de - 1
- Logo -dc(eh)/de 2.
- Como dc/delt0, isto implica que quanto maior e,
menor o custo. Para maximizar o lucro, o
investimento não precisa ir até o ponto em que
dc/de -1. Portanto, o investimento será menor do
que na situação sem holdup.
106O Problema de Holdup
- Subinvestimento em Ativos Específicos e Holdup
- Exemplo
- Seja c(e) F/e
- dc(e)/de - F/e2.
- Na situação 1, dc(e)/de -1. Logo, - F/e2 -1.
Teremos, então, e F(1/2) - Na situação 2, dc(eh)/de -2. Logo, - F/e2 -2.
Teremos, - então, eh (F/2) (1/2) lt e. Portanto,
confirma-se que há subinvestimento em ativos
específicos quando há problema de holdup.
107O Problema de Holdup
- Neste enfoque, o investimento específico é
sensível (negativamente) à expectativa de
comportamento oportunístico (e também à
autopercepção do poder de barganha do agente
vis-a-vis o outro contratante) - O problema de holdup existe potencialmente para
ambas as partes. Mas quanto maior o valor dos
investimentos em ativos específicos à relação de
um agente (em proporção ao seu capital), maior
sua vulnerabilidade ao holdup.
108O Problema de Holdup
- Se a expectativa de holdup é muito elevada, a
tendência é de redução dos investimentos
específicos. Ao longo do tempo, esta pode ser uma
situação que estimule a integração vertical.
109A integração vertical sob o enfoque dos custos de
transação e custos de organização
110Custos de Transação
- 1) Custo de descobrir quais são os preços
relevantes para se estabelecer determinadas
escolhas
111Custos de Transação
- 2) Custos de negociar e concluir um contrato
separado para cada transação que ocorre no
mercado
112Custos de Transação
- 3) Dificuldades para estabelecer especificações
no suprimento de bens e serviços em contratos de
longo prazo
113Determinantes organizacionais do tamanho da
empresa
- 1) Quanto menor for o custo de organização e
mais lento for o aumento de custo à medida que se
aumenta a quantidade de transações organizadas
114Determinantes organizacionais do tamanho da
empresa
- 2) Quanto menor for a ocorrência de erros no
processo de coordenação por parte do
entrepreneur e menor o crescimento de erros
quanto a organização aumenta
115Determinantes organizacionais do tamanho da
empresa
- 3) Quanto menor for o preço da oferta de fatores
da produção para as empresas que aumentem de
tamanho
116Hipóteses comportamentais
- Comportamento oportunístico
- Racionalidade limitada
117Taxonomia dos contratos
- Contrato clássico busca facilitar a troca ou
transação através da ênfase em duas
características básicas - 1) Autonomia (do contrato), no sentido de que os
termos do contrato não se relacionam com fatos
que estão além da transação presente
118Taxonomia dos contratos
- Contrato clássico busca facilitar a troca ou
transação através da ênfase em duas
características básicas - 2) As contingências futuras relevantes estão
previstas no contrato
119Taxonomia dos contratos
- Contrato neoclássico contrato que introduz
flexibilidade através da presença de uma terceira
parte (arbitragem), evitando o litígio e
propiciando a perspectiva de continuidade ou
completude do contrato.
120Taxonomia dos contratos
- Contrato relacional contrato que inclui um amplo
conjunto de normas que vão além daquelas
centradas na transação ou nos processo
imediatamente ligados a ela, implicando uma
espécie de mini-sociedade e uma característica
de maior adaptabilidade às contingências
121Dimensões críticas das transações
- Incerteza
- Freqüência
- Nível de investimentos específicos à transação
122Freqüência das transações
- Única
- Ocasional
- Recorrente
123Grau de investimentos específicos à transação
- 1) Investimentos não específicos
- 2) Investimentos mistos
- 3) Investimentos específicos
124Quadro de exemplos de transações quanto aos
critérios propostos
FREQÜÊNCIA INVESTIMENTO NÃO-ESPECÍFICO INVESTIMENTO MISTO INVESTIMENTO ESPECÍFICO
OCASIONAL Aquisição de equipamento standard Aquisição de equipamento customizado Construção de uma fábrica
RECORRENTE Aquisição de produto intermediário standard Aquisição de produto intermediário customizado Suprimento localizado de produto intermediário em estágios sucessivos
125Estruturas de governança das transações
- Formas organizacionais e contratuais
126Tipo de Transação Tipo de estrutura de governança
Ocasional com investimento não específico Regência pelo mercado contratação clássica
Recorrente com investimento não específico Regência pelo mercado contratação clássica
Ocasional com investimento misto Regência trilateral contrato neoclássico
Recorrente com investimento misto Regência trilateral contrato neoclássico
Ocasional com investimento específico Regência Bilateral contratação relacional
Recorrente com investimento específico Regência unificada integração vertical
127A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- Langlois e Robertson (L R) proposição de uma
teoria da firma como (i) parte de um enfoque
dinâmico sobre o papel das instituições e (ii)
como um enfoque de longo prazo que tende a
complementar, ampliar e englobar o enfoque da
teoria dos custos de transação - Uma teoria dinâmica das business institutions
(organizações de negócios) - Filiação pós-Marshalliana neoshumpeteriana
128A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- A Nova Economia Institucional foco na natureza e
no papel das instituições sociais (reconhecida
com os Prêmios Nobel de Economia para Coase e
para North) - A firma como parte de um subconjunto das
instituições sociais business institutions
(instituições econômicas ou de negócios)
129A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- Business institutions o largo conjunto de
estruturas organizacionais, que vai da firma
(como business organization) até os mercados - BI são parte das instituições legais, mas aqui se
trata de mais do que a questão dos direitos de
propriedade e do arcabouço legal que define as BI
130A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- Na teoria geral das instituições, destaca-se a
idéia de padrões recorrentes de comportamento
rotinas, convenções e hábitos. - Na teoria dinâmica das BI, Langlois e Robertson
propõem uma perspectiva similar a forma mais
elementar de uma BI é a rotina produtiva, um
padrão habitual de comportamento que incorpora o
conhecimento tácito e skill-like
131A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- Nelson e Winter utilização da noção de rotina
como base para uma teoria evolucionária da
estrutura setorial e do crescimento econômico - Mas o tratamento da Nova Economia Institucional
às questões organizacionais foi pioneiramente
realizado com base na TCT - O enfoque de Langlois-Robertson é uma tentativa
de tratar a questão da organização pelo enfoque
evolucionário das economic capabilities
132A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- O tema das BI transcende a esfera de interesse
teórico. Muito do debate sobre política
industrial dos anos 90 e do início do século XXI
é implicitamente um debate acerca de padrões e
estruturas organizacionais.
133A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- Apesar da recorrência dos temas sobre regime
regulatório e política governamental, também há o
tema das BI está presente no debate quais são os
padrões de organização mais capazes de propiciar
inovação e crescimento econômico? Grandes
empresas verticalizadas são uma forma superior às
redes flexíveis de firmas especializada, ou
vice-versa? Os padrões institucionais, por
exemplo, do Japão, são superiores a outros
padrões em outros países?
134A firma como instituição de coordenação de
recursos e capacitações/competências
- Antecedentes Adam Smith, Alfred Marshall,
Schumpeter - G. B. Richardson, Edith Penrose, Alfred Chandler,
Richard Nelson, Sidney Winter, Brian Loasby,
David Teece, Morris Silver.
135Panorama da teoria da firma
- A TCT (segundo L R) vê as instituições (BI)
como respostas ótimas a problemas de incentivo - Embora a TCT também admita a importância do
problema de coordenação de recursos (por exemplo,
quando fala de especificidade de ativos), o foco
principal está em aspectos de comportamento que
impedem o mercado de prover a melhor solução para
o problema de coordenação.
136Panorama da teoria da firma
- Observação (HH) parece necessário definir melhor
os conceitos de coordenação, coordenação de
recursos, coordenação efetiva impedida por
aspectos de comportamento. - Langlois a TCT mainstream explica a firma como
uma solução de um jogo tipo dilema do
prisioneiro neste jogo, o problema é menos de
informação (pois realmente os jogadores têm
informação sobre as alternativas e pay-offs) do
que de incentivo.
137Panorama da teoria da firma
- Observação (HH) parece necessário definir melhor
os conceitos de coordenação, coordenação de
recursos, coordenação efetiva impedida por
aspectos de comportamento. - Langlois a TCT mainstream explica a firma como
uma solução de um jogo tipo dilema do
prisioneiro neste jogo, o problema é menos de
informação (pois realmente os jogadores têm
informação sobre as alternativas e pay-offs) do
que de incentivo.
138Panorama da teoria da firma
- A escolha da estrutura de governança - nos termos
propostos por Williamson - é um problema de
alinhamento de incentivos e superação do
comportamento oportunístico. - Conforme L R, na formulação de Williamson a
razão de ser da firma não está na coordenação em
si (como tal), mas na habilidade de prover
coordenação quando incentivos divergentes entre
compradores e vendedores e entre agentes e
principais impedem a operação eficiente e smooth
do mercado
139Panorama da teoria da firma
- Ainda conforme Langlois, a TCT não examina
detidamente a razão pela qual a coordenação é
necessária - Para L R), a coordenação eficiente dos recursos
não apenas permite eficiência operacional na
produção e distribuição de produtos e serviços
nos sistemas produtivos existentes, mas também é
de vital importância para usos estratégicos que
requerem nova (e incerta) combinação de
recursos.
140Panorama da teoria da firma
- Neste linha de raciocínio, as BI e, de modo
especial, as firmas têm valor porque elas podem
prover esta função de coordenação e não a mera
função de alinhamento de incentivos. Num mundo de
incerteza fundamental, no qual as capacitações e
conhecimento diferem entre os diferentes atores,
esta função de coordenar o emprego dos recursos
pode ser mais importante do que a de resolver
problemas de incentivo (e oportunismo?).
141Panorama da teoria da firma
- L R estão propondo uma abordagem que
complementa e amplia a perspectiva teórica da
firma, enfatizando a relação entre incerteza,
mudança tecnológica e a necessidade de
coordenação dos recursos. - HH esta é uma perspectiva que - além de não ser
excludente com a TCT e o problema dos incentivos,
como propõem os próprios L R - associa
coordenação com comando estratégico
142Panorama da teoria da firma
- HH tanto ou mais do que um problema de
coordenação (no sentido de ajustar e
compatibilizar), parece estar implícito na
perspectiva dinâmica de L R que a firma tem
valor porque propicia direcionamento estratégico
em condições de incerteza e mudança econômica e
tecnológica - HH direcionamento estratégico implica definir o
mercado-alvo (geografia, segmentos de mercado
consumidor), analisar a concorrência efetiva e
potencial, fazer a escolha de produtos e
processos, entre outros aspectos
143Panorama da teoria da firma
- L R O repertório de rotinas em uma
organização (ou rede de organizações) forma o
conjunto de capabilities (competências) da
organização ou rede de organizações - A la Shumpeter 1) as organizações que criam e
utilizam competências superiores apresentam uma
melhor performance 2) o processo competitivo é o
processo em que surgem e são testadas novas
competências
144Panorama da teoria da firma
- L R Este processo competitivo (no enfoque
shumpeteriano) é complexo e sujeito a
circunstâncias históricas mas há algumas
(poucas) generalizações teóricas que se podem
fazer para prever que alguns tipos de BI terão
mais probabilidade de ser bem sucedidas do que
outras, em várias circunstâncias.
145Panorama da teoria da firma
- Aspectos críticos na determinação da forma
apropriada de BI 1) a natureza da mudança
econômica com a qual a instituição se confronta
2) a estrutura existente de competências
(capabilities) relevantes, incluindo o conteúdo
substantivo destas competências e a estrutura
organizacional que as utiliza no processo
competitivo.
146Panorama da teoria da firma
- Aspectos críticos na determinação da forma
apropriada de BI (1) - Um padrão típico de mudança na história das BI
- surgimento de uma inovação sistêmica, que traz o
potencial de criação de novo valor através de um
novo produto, ou redução de preço, ou retorno