Title: ORGANIZA
1ORGANIZAÇÃO PARA GESTÃO PELA QUALIDADE
2Objetivos
- Apresentar considerações para uma estratégia de
implementação da Gestão Pela Qualidade com base
nos critérios do Prêmio Nacional da Qualidade -
PNQ. - Apresentar modelos usuais para a estrutura
organizacional para gestão da qualidade e sua
aplicabilidade a empresas de diversas áreas.
3Sumário
- Aspectos da Gestão pela Qualidade
- Estratégia para implementação
- Organização para gestão da qualidade
- Aspectos gerais
- Atribuições típicas
- Modelos usuais
- Conclusões
4Aspectos da Gestão pela Qualidade
- A Gestão pela Qualidade, também conhecida como
Gestão da Qualidade Total GQT ou Total Quality
Management TQM, é a base conceitual dos modelos
de excelência da gestão utilizados pelos prêmios
da qualidade em todo o mundo, incluindo o PNQ. Os
princípios e conceitos chave da Gestão pela
Qualidade são traduzidos pelo PNQ como
fundamentos da excelência. - Adotar a Gestão pela Qualidade é uma decisão
estratégica que implica mudanças significativas
na filosofia e na maneira como a empresa é
gerenciada. Isto significa também mudar o
comportamento das pessoas, em todos os níveis da
organização. - Por esta razão, a implementação da Gestão pela
Qualidade deve ser conduzida com a ativa
participação da Alta Direção e requer educação e
treinamento de forma continuada. - O objetivo da Gestão pela Qualidade é
proporcionar resultados superiores em todas as
dimensões do negócio, de maneira sustentável e
alinhada com as estratégias e prioridades da
organização. - O ponto central é a contínua satisfação do
cliente, como base para a sobrevivência e
crescimento da empresa. Também enfoca a
satisfação das demais partes interessadas
(empregados, acionistas, fornecedores e sociedade
em geral) e a redução de custos em geral pela
eliminação de perdas e desperdícios.
5Aspectos da Gestão pela Qualidade (cont.)
- Ao contrário das abordagens tradicionais, a
Gestão pela Qualidade proporciona à Alta Direção
mecanismos que facilitam o gerenciamento dos
aspectos estratégicos e organizacionais da
empresa, integrando o desenvolvimento
organizacional ao planejamento estratégico
convencional. - No campo organizacional, a Gestão pela Qualidade
se caracteriza pela intensa utilização de
metodologias e ferramentas de gestão, incluindo o
uso extensivo de técnicas estatísticas, e pelo
forte envolvimento das pessoas em todos os níveis
da organização. - Em termos práticos, a Gestão pela Qualidade é
suportada por um sistema de gestão que abrange
todos os mecanismos e ferramentas para
estabelecer, implementar e monitorar as
estratégias do negócio. - O propósito é capacitar e instrumentalizar as
pessoas para que possam trabalhar com o mínimo de
supervisão e tomar as decisões corretas
(emporwerment). - A Gestão pela Qualidade abrange todos os
processos da empresa, com ênfase naqueles
voltados a atender e satisfazer os clientes, como
projeto e desenvolvimento e a realização de
produtos e serviços. Os processos administrativos
e de apoio são também considerados, pois são
necessários para suportar os processos voltados
ao cliente e prover a satisfação das demais
partes interessadas.
6Estratégia para Implementação
- A implementação da Gestão pela Qualidade é um
processo evolutivo de longo prazo (3 a 5 anos)
que integra o desenvolvimento organizacional ao
planejamento estratégico do negócio. O objetivo é
promover o desenvolvimento de elementos
organizacionais necessários para suportar a
estratégia. - Também permite direcionar esforços para as áreas
que podem trazer maior retorno ou que apresentem
alguma vulnerabilidade ou desempenho inferior.
Além disso, possibilita produzir resultados
palpáveis desde o início e criar uma maior
motivação para com o programa. - A implementação da Gestão pela Qualidade não é um
processo soft. Ao contrário dos programas
iniciais de Qualidade Total, que eram mais
voltados ao chão de fábrica, a abordagem atual,
chamada por alguns autores de Segunda Geração,
está intimamente ligada à estratégia do negócio.
Por esta razão, exige o envolvimento direto da
alta direção e pode, ao longo do tempo, levar a
mudanças organizacionais significativas. - Não há um modelo padrão a ser seguido. Cada
empresa deve desenvolver seu próprio programa de
acordo com sua cultura, estágio de
desenvolvimento ou maturidade organizacional e
características do negócio.
7Estratégia para Implementação (cont.)
- O plano de implementação abrange diversas áreas
(ou frentes) referentes aos diferentes elementos
do sistema de gestão e a evolução do nível de
maturidade organizacional da empresa ao longo do
tempo. - O sistema de gestão inclui diversos elementos, os
quais são estabelecidos de acordo com as
características da empresa e com as
especificidades do setor. Tipicamente, abrangem
atuação da liderança, sistemas de gestão,
processos e fatores críticos do negócio. Como
referência, pode-se utilizar as normas de gestão
da qualidade (como ISO 90012000) e os critérios
do PNQ. - A evolução do nível de maturidade organizacional
pode ser determinada por meio de estágios, os
quais sintetizam um determinado nível de
desempenho esperado e de abrangência ou
funcionalidades do sistema de gestão. Tanto o
nível de desempenho como as funcionalidades do
sistema são determinados a partir do planejamento
estratégico. - Os estágios de maturidade podem ser classificados
ou definidos com base nas seis faixas de
pontuação do PNQ, sendo que uma abordagem prática
pode ser estabelecida com quatro níveis, conforme
exposto a seguir.
8Estratégia para Implementação (cont.)
- Estágios típicos de maturidade organizacional
- Convencional caracterizado por resultados
razoavelmente satisfatórios e por sistemas de
gestão tradicionais, com pouca formalização e
dependentes das pessoas. - Organização para melhoria do desempenho
resultados ainda razoavelmente satisfatórios, com
melhorias localizadas, e sistemas de gestão
formalizados, com processos definidos e mapeados
e indicadores de desempenho estabelecidos. - Melhoria contínua resultados superiores nos
principais processos de negócio, sistemas de
gestão otimizados, medição sistemática de
resultados e aplicação disseminada de ferramentas
de gestão e de melhoria da qualidade. - Excelência resultados consistentes de classe
mundial e benchmark no setor sistemas de gestão
consolidados e uso de ferramentas avançadas de
gestão e melhoria da qualidade. - Para cada estágio, devem ser estabelecidos o
padrão de desempenho ou as funcionalidades
esperadas para cada elemento do sistema de
gestão. Desta forma, o plano de implementação
pode ser representado por uma grande tabela ou
grade que permite visualizar os elementos do
sistema de gestão e sua evolução ao longo do
tempo, de acordo com os estágios de maturidade. - Para cada caixa ou box da grade devem ser
estabelecidos planos de ação que detalhem as
atividades especificas para alcançar o desempenho
esperado.
9Estratégia para Implementação (cont.)
- O plano de implementação que deve ser
estabelecido e conduzido por um time
multifuncional com a participação direta e
aprovação formal da alta direção. Os planos de
ação para cada elemento do sistema de gestão
devem ser desenvolvidos por times formados pelos
gestores funcionais envolvidos. - Em grandes empresas pode ser necessário desdobrar
o plano geral em planos específicos para as
diversas unidades de negócio ou divisões. - A representação do plano em forma de grade
permite que se indique o estágio de maturidade de
cada um dos elementos ou subsistemas do plano a
partir de uma auto-avaliação e diagnóstico
iniciais, e acompanhar sua evolução. - A implementação da Gestão pela Qualidade deve ser
conduzida pelas linhas hierárquicas da empresa,
sob a liderança da Alta Direção. Os líderes e
gestores devem assumir a propriedade
(ownership) do processo e assegurar que o
programa permeie toda a organização. - Grupos de trabalho funcionais e multifuncionais
devem ser estabelecidos para coordenação e
desenvolvimento conceitual. - O emprego de consultores externo pode ser útil
para apoiar a implementação, entretanto o
programa e os sistemas de apoio são específicos
da empresa e devem ser desenvolvidos internamente.
10Organização para gestão da qualidade
- Aspectos Gerais
- Tipicamente a estrutura para implementação e
condução da gestão da qualidade envolve a
liderança regular da empresa e os seguintes
elementos de coordenação e apoio - Comitê Central ou equivalente
- Coordenador e equipe de coordenação
- Comitê Executivo
- Coordenadores ou facilitadores setoriais (pontos
focais) - Deve ficar claro que cada diretor e a linha
hierárquica correspondente são os responsáveis
pela implementação em sua área de atuação, daí a
importância que todas as áreas estejam
representadas no Comitê Central. - O papel fundamental dos comitês é a validação e
uniformização de conceitos, políticas e
diretrizes. - O comprometimento e a visibilidade da alta
direção e todo o grupo gerencial são essenciais
para o sucesso do programa. Para isto, é
imprescindível que os líderes acompanhem
pessoalmente o progresso do programa, participem
de projetos de melhoria e mantenham canais
efetivos de comunicação com os empregados.
11Organização para gestão da qualidade (cont.)
- Constituição e atribuições típicas - Comitê
Central ou equivalente - Formado pelos principais executivos,
representando todas as áreas da empresa, e
liderado pelo presidente. O Coordenador do
programa, quando não é um membro da diretoria,
participa como secretário. Suas principais
responsabilidades são - Formular e aprovar a missão, visão e valores
(código de ética) da empresa. - Estimular a cultura da excelência.
- Conduzir o processo de planejamento estratégico e
seu desdobramento para toda a organização. - Definir os principais processos da empresa,
responsabilidades e níveis de autoridade. - Analisar e aprovar o plano de implementação da
gestão pela qualidade e monitorar sua evolução. - Analisar e aprovar definições propostas pelo
Comitê Executivo. - Avaliar e analisar criticamente o desempenho
global da organização, definindo projetos de
melhoria e prioridades para alocação de recursos.
12Organização para gestão da qualidade (cont.)
- Constituição e atribuições típicas - Comitê
Executivo - Formado pelos gestores funcionais das diversas
áreas da empresa (donos dos processos) e
liderado pelo Coordenador do programa. Suas
principais responsabilidades são - Estabelecer, documentar e implementar o sistema
de gestão da empresa, incluindo - Definição e mapeamento dos processos da
organização. - Elaboração da documentação necessária.
- Estabelecimento do sistema de indicadores de
desempenho. - Implementação da documentação.
- Treinamento do pessoal.
- Elaborar propostas de políticas e diretrizes e
encaminhá-las ao Comitê Central - Condução dos projetos de melhoria de desempenho.
- Monitorar e reportar o progresso do processo de
implementação ao Comitê Central.
13Organização para gestão da qualidade (cont.)
- Constituição e atribuições típicas - Equipe de
coordenação - O Coordenador do programa deve ser um executivo
em nível de diretoria ou, no mínimo, um
profissional experiente com reporte direto à
presidência, e que tenha bom trânsito em todos os
níveis e funções da empresa. - Além do Coordenador, a equipe pode incluir
Facilitadores, que irão atuar como ou
consultores internos junto às áreas da empresa.
Os facilitadores geralmente são profissionais com
potencial para funções gerenciais. A equipe
também pode incluir uma ou duas pessoas para
trabalho administrativo. - O Coordenador e os facilitadores devem conhecer a
empresa, ter bons conhecimentos de técnicas de
gestão, boa capacidade de planejamento e
comunicação e, principalmente, ser pessoas
entusiasmadas e identificadas com os conceitos da
Gestão pela Qualidade. - É conveniente que tanto o coordenador como os
facilitadores se dediquem em tempo integral ao
programa entretanto é freqüente encontrar
empresas em que o coordenador é responsável
também por funções técnicas ou administrativas.
14Organização para gestão da qualidade (cont.)
- As atribuições típicas da equipe de coordenação
são - Coordenar a elaboração do plano de implementação
da Gestão pela Qualidade e sua realização junto à
Direção e todas as áreas da empresa. - Apoiar as diversas áreas da empresa, atuando como
consultores internos. - Apoiar o desdobramento de objetivos e metas para
as diversas áreas e funções da empresa a partir
do planejamento estratégico. - Coordenar o sistema de medição do desempenho,
incluindo o estabelecimento dos indicadores de
desempenho e os métodos para coleta e análise de
dados. - Apoiar o processo de análise crítica do
desempenho global pela Alta Direção. - Coordenar projetos de melhoria e a introdução de
novas metodologias e ferramentas de gestão. - Coordenar a implementação de sistemas
complementares, como gestão ambiental, gestão da
saúde e segurança ocupacional, responsabilidade
social e outros. - Coordenar programas de educação e treinamento
referentes ao sistema de gestão. - Administrar os elementos centrais do sistema de
gestão global, como controle de documentos,
auditorias internas e controle de ações
corretivas e preventivas. - Atuar como elo de ligação com entidades externas
de consultoria, auditoria e avaliação.
15Organização para gestão da qualidade (cont.)
- Constituição e atribuições típicas -
Facilitadores setoriais (pontos focais) - São pessoas designadas pelos gestores funcionais
para coordenar e apoiar a implementação da Gestão
pela Qualidade em suas áreas de atuação, em
conjunto com a equipe de coordenação. Podem atuar
em tempo integral ou parcial. - Suas atribuições são similares às da equipe de
coordenação, incluindo - Elaboração e controle de documentos
- Treinamento do pessoal
- Solução de problemas e encaminhamento de ações
corretivas e preventivas - Interface com auditorias internas e externas
- Treinamento do pessoal.
- Após a implementação, os facilitadores setoriais
poderão atuar em projetos de melhoria, auditorias
e outras atividades.
16Conceitual
Principais vantagens são o apoio e comunicação
direta com o Presidente e a independência em
relação às áreas da empresa. Risco de
centralização excessiva. Risco de deficiências
operacionais nas áreas.
17Indústrias (típico)
Principais vantagens são o conhecimento das
questões técnicas e a racionalização de
recursos. Risco de alinhamento insuficiente com
temas estratégicos e desenvolvimento
organizacional. Envolvimento do diretor técnico
nem sempre é efetivo, com risco de perda de
independência e de falta de comprometimento das
demais funções.
18Indústrias e Empresas de Serviços
Principais vantagens são a independência em
relação às funções operacionais, maior
alinhamento com as questões estratégicas e a
racionalização de recursos. Nem sempre o
comprometimento do diretor de RH é efetivo e/ou
existe o apoio necessário da presidência e demais
diretores, com risco de baixo comprometimento das
demais funções.
19Grandes empresas Nível corporativo
Principais vantagens são a independência em
relação às funções operacionais, o alinhamento
com as questões estratégicas e a descentralização
das tarefas, com maior envolvimento das
áreas.. Principal desvantagem é o eventual peso
da estrutura, sendo fundamental a manutenção do
foco em resultados. () Títulos e abrangência
variam bastante. Freqüentemente incluem
Segurança, Meio Ambiente e temas regulamentares.
20Grandes corporaçõesSites
Replica o modelo corporativo. () Títulos e
abrangência variam bastante. Freqüentemente
incluem Segurança, Meio Ambiente e temas
regulamentares, podendo abranger também outras
funções. Vínculo funcional com gestor corporativo
e pontos focais
21Bibliografia
- Giorgio Merli Eurochallenge The TQM Approach
to Capturing Global Markets - Conceitos Fundamentais da Excelência em Gestão
FNQ - Fundação Nacional da Qualidade - Agradecimentos
- - Agradecemos ao Eng. Simon P. Sala, consultor
líder da Wey Excel Comércio e Serviços Ltda. por
suas contribuições sempre importantes a este
importante tema.