Title: NATURALISMO
1NATURALISMO
2NATURALISMOA APROXIMAÇÃO ENTRE LITERATURA E
CIÊNCIA
- DETERMINISMO o ser humano como produto do meio
em que se encontra, da herança (cultural, social
e biológica) recebida e das condições históricas
características do momento em que vive.
- POSITIVISMO apontava o saber positivo, baseado
- nas leis cientificas, como superior ao
teológico ou ao metafísico.
3ROMANCE EXPERIMENTAL
- Emile Zola define o Naturalismo como uma
aplicação na Literatura, do método de observação
e de experimentação. - Literatura de tese porque desenvolve uma
estrutura pensada para provar a visão
determinista da sociedade. - O aviltamento e a perda da dignidade dos
indivíduos é a grande tese exposta nos romances
naturalistas.
4E na literatura Naturalista do século XIX que,
pela primeira vez, o papel principal será
destinado à classe trabalhadora.
5(No Transcript)
6Constituídos como grupo, os operários são seres
anônimos. São a força de trabalho que move a
sociedade, mas vivem em condições indignas.
7ANÁLISE DE O CORTIÇO, DE ALUÍSIO DE AZEVEDO
8(No Transcript)
9(No Transcript)
10 1. NARRADOR EM TERCEIRA PESSOA, ONISCIENTE.
- 2. ANÁLISE DO ENREDO E DOS PERSONAGENS
- 2.1. TRAMA CENTRAL
-
- JOÃO ROMÃO x MIRANDA
- O CORTIÇO x O SOBRADO
- Ponto de Partida
- A vizinhança (João Romão) é aquilo que viria a
ser o cortiço x Miranda e seu novo sobrado. - Definição dos elementos da trama central
- O narrador, nos três capítulos, apresenta os
elementos básicos que irão constituir a trama
central da narrativa Assim
11CAPÍTULO I foco central João Romão e
Bertoleza Contraponto Miranda e Estela A
história e as características de João Romão
Bertoleza
O CONTRAPONTO Miranda compra o prédio vizinho a
Romão
12TENSÃO PESSOAL DE MIRANDA
Miranda
Prezava, acima de tudo, a sua posição social e
tremia só com a idéia de ver-se novamente pobre.
Conflitos de Miranda posição social, atração
sexual por Estela, a quem devia odiar pelas
infidelidades.
Estela, senhora pretensiosa e com fumaça de
nobreza mulherzinha levada da breca, que
adultera desde antes de terminar o segundo ano
de matrimônio
13Primeiro conflito Romão x Miranda Miranda quer
comprar parte do terreno de Romão.
Projeto de Romão construir a estalagem.
Destinada a matar toda aquela miuçalha.
A Construção do muro
Primeira tensão vitória de Romão Miranda
constrói o muro. Muro símbolo da diferença,
limite.
14CAPÍTULO II
Foco central Miranda e seu sobrado. Contrapont
o João Romão e a estalagem
Personagens do sobrado Miranda Estela
Zulmira
Henrique
Botelho
15IDÉIAS DE BOTELHO
Isso é uma imprudência.. Numa casa, em que há
tantos quartos, é preciso vir meterem-se neste
canto de quintal. A senhora está moça, está na
força dos anos seu marido não a satisfaz, é
justo que o substitua por outro! Ah! Isto é o
mundo e, se é torto, não fomos nós que o fizemos
torto!.
O narrador insinua agrados homossexuais de
Botelho a Henrique, que se afasta do velho com
um gesto de repugnância e desprezo.
Compõe ainda a casa de Miranda o moleque
Valentim, filho de uma escrava que foi de Dona
Estela, a mulata Isaura, a negrinha virgem Leonor.
16VERDADE DAS RELAÇÕES MIRANDA ESTELA
DEFINIÇÃO DA TRAMA SOCIAL OS CONFLITOS SOCIAIS
DE MIRANDA ANTE O SUCESSO ECONÔMICO DE ROMÃO.
MIRANDA QUESTIONA O SEU PRÓPRIO MODO DE VIDA.
A escandalosa fortuna de Romão incomoda a
Miranda, ( Romão fizera fortuna, sem precisar
roer nenhum chifre )
Incomodava-o grosseiro rumor que vinha da
estalagem numa exalação forte de animais
cansados
17A SAÍDA PARA OS CONFLITOS a idéia do baronato
Foi da supuração fétida destas idéias que se
formou no coração vazio de Miranda um novo ideal
o título o baronato.
VIABILIDADE DA LUTA PELO TÍTULO
Para conseguir o título, contava com a vaidade de
Estela.
DESENVOLVIMENTO DA TRAMA ROMÃO x MIRANDA
Evolução de Romão
18 Visconde
Proprietário da avenida
Proprietário da estalagem
Proprietário do
cortiço Proprietário do terreno vendeiro
falseia a alforria de Bertoleza
rouba material rouba Domingos e
Libório cumplicidade
implícita na morte de Bertoleza
19AGRAVAMENTO DA TENSÃO DE ROMÃO
O título de Miranda faz Romão questionar seu modo
de viver Saídas mudanças de hábitos, de roupas,
transformação do cortiço, casamento com Zulmira,
título de visconde.
Comparar Cap. II com o cap. X Fui uma
grandíssima besta Uma grande besta...
A partir do cap. XIII, o narrador nos dá notícias
das mudanças de João Romão Botelho começa a
trabalhar para que Romão se case com Zulmira.
Miranda já o tratava de forma diferente,
convidando-o, até, para jantar.
20TENSÃO PESSOAL
Romão mudava, mas tinha de estirar-se ali, ao
lado daquela preta fedorenta a cozinha e bodum de
peixe!. E lhe surge a idéia da morte de
Bertoleza. Cabeça de Gato. O cortiço
aristocratizava-se.
CLÍMAX E DESFECHO
CAPÍTULO XXIII
Chega o filho mais velho do antigo senhor de
Bertoleza. Ao mandar prender Bertoleza, esta,
com ímpeto de anta bravia, rasga o ventre de
lado a lado. Romão foge até o canto mais escuro,
tapando o rosto com as mãos. Nesse momento, uma
comissão de abolicionistas vem entregar a Romão o
diploma de sócio benemérito da causa
abolicionista.
21O CORTIÇO x SOBRADO DE MIRANDA
Ponto de partida Apresentação dos elementos da
trama
No capítulo III, o narrador nos apresenta o outro
elemento central da trama o cortiço e seus
moradores
A linguagem identifica homem, animal, inseto
(visão monista).
Linguagem escandalizadora.
22PERSONAGENS DO CORTIÇO
- Jerônimo Piedade e a filha Marianita
- ( Senhorinha )
23Conjunto 1 Cortiço coletivismo tribal ( cortiço abelhas ) Conjunto simples, constituição primária Natureza, instinto, horizontal, violência. Sensualismo sensíveis a impressões sensoriais Conjunto 2 Casa de Miranda Conjunto complexo Vertical, trocas
No conjunto complexo há um regime de trocas
necessárias à sua própria sobrevivência Estela /
Miranda. Botelho, Hentique, Zulmira
João Romão X Miranda
Personifica a falta de escrúpulos e a exploração do homem pelo homem Representa a simulação, forçada pelas convenções sociais.
O São Romão x o Cabeça-de-Gato
24TRAMAS SECUNDÁRIAS
a) Jerônimo Piedade- Rita Baiana Firmo. b)
Leocádia Bruno Henrique. c) Léonie,
Pombinha, Senhorinha. d) O JUDEU o velho
Libório. e) Marciana Florinda.
FUNÇÃO DA MULHER
- Mulher sujeito que regula os regimes de troca,
capaz de - Impor condições e manobrar o macho em beneficio
próprio.
25ESPAÇO
O espaço físico retratado é o microcosmo de uma
sociedade em formação o cortiço x sobrado. Os
dois locais ressaltam o engalfinhar constante de
forças econômicas e sociais.
O espaço físico é urbano, pois o proletariado e a
classe média ganharam campo e a mão-de-obra
principalmente de italianos e portugueses era
muito necessária.
TEMPO
Situa-se alguns anos antes da publicação do
romance (1890). O tempo do realista-naturalista
é mesmo o agora. O enredo é linear segue os
passos do vendeiro João Romão desde a juventude
pobre até a maturidade abastada e inescrupulosa.
O tempo do romance é cronológico..
26LINGUAGEM
A língua de Aluísio Azevedo em sua plurivalência
de nacionalidades mostra como o Francês, o
Italiano, o Português de Portugal, o falar do
cortiço se mesclam, constituindo conjuntos que
integralizam a língua brasileira num sentido mais
amplo. Sua língua é mestiça como seus personagens
e se espalha pelo simples e pelo complexo.
Embora tenha, em vários momentos, ousado
infringir as normas prescritas pela gramática
normativa, no nível do narrador, a linguagem é
sempre cuidada e presa aos cânones
tradicionais. Ela acompanha o grau de instrução
das personagens.
27Linguagem coloquial brasileira (alguns exemplos)
Ao apresentar-nos Estela, o narrador diz que ela
era uma mulherzinha levada da breca, com
fumaça de nobreza. Miranda, ao pensar nas
infidelidades de Estela, percebe que Romão
progredira, sem precisar roer nenhum chifre.
Estela se refere a Miranda como aquele traste
do senhor meu marido , uma besta daquela
ordem! Ao descrever os movimentos do cortiço,
o narrador nos diz que os homens esfregavam com
força as ventas e as barbas, fossando e fungando
contra as palmas da mão., que as portas das
latrinas não descansavam.. Léonie é cocote
de trinta mil-réis para cima
28Observe os comentários que os moradores do
cortiço fazem sobre Rita Baiana E não é que o
demo da mulata está cada vez mais sacudida?...
Então, coisa-ruim! por onde andaste atirando
esses quartos? Desta vez a coisa foi de
esticar, hein?! ... E a fala de Rita Ora,
nem me fales, coração! Sabe? Pagode de roça! Que
hei de fazer? é a minha cachaça velha!...
29? Com quem te esfregavas tu, sua vaca?! Bradou
ele a botar os bofes pela boca. ? Vá à pata que
o pôs! Exclamou ela, com a cara que era um
tomate. Já lhe disse que não quero saber de você
pra nada, seu bêbado!
? Sai daí, safado! Toca lá no que quer que seja,
que te arranco a pele do rabo!.
Eu quero saber quem lhe encheu o bandulho! E ela
há de dizer quem foi ou quebro-lhe os ossos. E,
após saber que Florinda fugira, diz Rita a
Marciana Fugiu-lhe, é bem feito! Que diabo! Ela
é de carne, não é de ferro! Agora chore na cama,
que é lugar quente.
Rita estava inspirada! Divina!
30? Pula cá pra fora, perua choca, se és capaz.
? Toma pro teu tabaco! Toma, galinha podre! Toma
pra não te meteres comigo! Toma!Toma! Baiacu da
praia!
Qualquer pé-rapado
Quem me comeu a carne tem de roer-me os ossos.
31Linguagem coloquial portuguesa. Diz Jerônimo
? Ó filha! Por que não experimentas tu fazer uns
pitéus à moda de cá.. ... Pede a Rita que to
ensino. Os camarões souberam-me tão bem.
Um diálogo rápido, conciso, sugestivo e uma
precisão descritiva extremamente aguda são os
traços marcantes da personalidade literária de
Aluísio