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FUNDAMENTOS HIST

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FUNDAMENTOS HIST RICOS E FILOS FICOS DA EDUCA O INFANTIL Magda Sarat (organizadora) APRESENTA O DO LIVRO No livro que estamos apresentando, diferentes ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: FUNDAMENTOS HIST


1
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
INFANTIL
  • Magda Sarat
  • (organizadora)

2
APRESENTAÇÃO DO LIVRO
  • No livro que estamos apresentando, diferentes
    decifradores debruçaram-se sobre a História e a
    Filosofia, procurando compreender como as
    concepções sobre educação e infância se
    constituíram. A investigação articulou-se entre
    treze pessoas, ou seja, foi um trabalho a vinte e
    seis mãos. Os autores entregaram-se à tarefa com
    dedicação e afinco, procurando inquirir o
    significado da infância e da educação em
    pensadores clássicos e contemporâneos. O
    resultado está sendo apresentado em dez
    capítulos, os quais são expressões das
    perspectivas e das trajetórias de cada autor.

3
SUMÁRIO
  • CAPÍTULO 1
  • O SURGIMENTO DO CONCEITO DE INFÂNCIA DO
    RENASCIMENTO À MODERNIDADE
  • Magda Sarat
  • CAPÍTULO 2
  • INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NAS OBRAS DE ERASMO DE
    ROTERDÃ E NORBERT ELIAS
  • Ademir Gebara e Magda Sarat
  • CAPÍTULO 3
  • INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNE
  • Carlos Harold
  • CAPÍTULO 4
  • EDUCAÇÃO NA REFORMA PROTESTANTE AS CONTRIBUIÇÕES
    DE MARTINHO LUTERO
  • Lílian Sarat de Oliveira
  • CAPÍTULO 5
  • INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS
  • Rita Luiz da Rocha

4
SUMÁRIO
  • CAPÍTULO 6
  • INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAU
  • Adnilson José da Silva
  • CAPÍTULO 7
  • INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANT
  • Paulo Guilhermeti
  • CAPÍTULO 8
  • INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH FROEBEL
  • Thaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • CAPÍTULO 9
  • INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINET
  • Esméria Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e
    Maria Odete Tenreiro
  • CAPÍTULO 10
  • EDUCAÇÃO E FILOSOFIA PARA A INFÂNCIA UMA
    DISCUSSÃO CONCEITUAL
  • Claúdio César de Andrade

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O SURGIMENTO DO CONCEITO DE INFÂNCIA DO
RENASCIMENTO À MODERNIDADEMagda Sarat
  • Podemos dizer que a infância, mais do que um
    período definido biologicamente, é uma categoria
    que surge ao longo das transformações da
    sociedade e se torna uma referência histórica,
    cultural e social. Assim, a infância
    caracteriza-se tanto por períodos em que parece
    estar ausente ou não receber nenhuma valorização
    como por aquele em que se torna parte da
    história, da sociedade e adquire espaço e
    importância na vida dos indivíduos adultos.

6
O SURGIMENTO DO CONCEITO DE INFÂNCIA DO
RENASCIMENTO À MODERNIDADEMagda Sarat
  • É preciso considerar a infância como uma
    condição da criança. O conjunto de experiências
    vividas por elas em diferentes lugares
    históricos, geográficos e sociais é muito mais do
    que uma representação feita por adultos sobre
    essa fase da vida. É preciso conhecer as
    representações da infância e considerar as
    crianças concretas, localizá-las nas relações
    sociais, etc., reconhecê-las como produtoras de
    história (KUHLMANN JÚNIOR, 1998, p. 31).

7
PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - Historicamente, como se vai constituindo o
    conceito de infância?
  • 2 - Indique evidências no texto que demonstram
    que a infância, como conceito, apareceu antes da
    modernidade.
  • 3 - Na sua opinião, as concepções sobre a
    infância podem determinar os relacionamentos
    estabelecidos entre adultos e crianças?
  • 4 - Na sua opinião, como a sociedade concebe a
    infância atualmente?

8
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Erasmo situa-se no interior de uma corrente de
    pensamento denominada de HUMANISMO e foi o autor
    mais universalmente lido e divulgado no início do
    século XVI. Em seu escrito mais conhecido, Elogio
    à loucura, ele retrata, por meio de uma crítica
    ácida a tipos religiosos, a falência do ponto
    de vista dele - da antiga grande civilização
    cristã, que se havia tornado, por volta do fim do
    século XV, algo feito de formas vazias,
    cerimônias, dogmas e rituais, tendo sua vida
    desaparecido (NISBET, 1982, p. 201).

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Entre suas obras sobre educação, o livro A
    Civilidade Pueril refere-se basicamente a um
    conjunto de comportamentos que deveriam ser
    incentivados no processo de instrução, ensino e
    educação das crianças, tendo em vista uma
    sociedade em que a postura, os gestos, o
    vestuário, as expressões faciais denotavam o ser
    dos homens. Erasmo busca construir um discurso
    que coloca politicamente a questão da educação
    como procedimento indispensável aos processos de
    integração social. Ao dar forma escrita às suas
    idéias, ele explicita que sua finalidade é
    ampliar a adoção dos comportamentos dos setores
    mais proeminentes da sociedade de corte e colocar
    seu ensino ao alcance de todos os outros meninos
    ....

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Assim, quando trata das questões referentes à
    convivência social, Erasmo dá expressão à
    universalidade e à historicidade do problema e
    propõe que as regras de civilidade sejam
    extensivas a todas as classes os pobres
    orgulhar-se-ão de receberem uma educação
    semelhante à dos príncipes (ERASMO apud
    FIGUEIRA, 1995-1996). Essa igualdade ou
    aproximação de todas as classes sociais é uma
    necessidade que começa a se desenhar no início da
    modernidade, e Erasmo, produzindo suas obras
    nesse contexto de efervescência e de
    transformações sociais, culturais e políticas, é
    um autor que lhe confere voz.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • A Civilidade Pueril é um texto que, com suas
    lições de civilidade e de educação, pode ser
    considerado um documento atual, uma vez que, com
    o objetivo de normatizar o convívio social,
    Erasmo defende uma educação que inclui todos os
    indivíduos. Conforme aponta Figueira (1995-1996,
    p. 4), cada nova época histórica precisa ensinar
    aos seus membros as regras da sua convivência
    social.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Nesse texto, que foi dedicado ao filho de um
    príncipe, mas que era extensivo a todos os
    meninos, ele defende que a educação das crianças
    deveria ser desenvolvida em etapas, respeitando
    algumas particularidades de suas faixas etárias.
    Assim, Erasmo ensina que a arte de instruir
    criança consta de diversas etapas. A primeira, e
    a principal, consiste em fazer com que o espírito
    ainda tenro receba as sementes da piedade a
    segunda, que tome amor pelas belas artes e as
    aprenda bem a terceira, que seja iniciada nos
    deveres da vida a quarta, que se habitue, desde
    cedo com as regras da civilidade (ERASMO apud
    FERACINE, 1995-1996, p. 5).

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Esta perspectiva de aprendizagem dos
    comportamentos sociais que levaram os indivíduos
    à civilização e provocaram não somente um melhor
    convívio social, mas a reorganização da sociedade
    de corte européia, no tocante à história dos
    costumes e comportamentos, e que hoje nos parecem
    básicos, é fundamental na obra de Norbert Elias
    (O Processo Civilizador - volumes I e II). É esse
    o autor que será abordado neste trabalho,
    juntamente com Erasmo

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Elias valeu-se dos manuais de civilidade de
    Erasmo para escrever a teoria dos processos
    civilizadores. Seu objetivo foi expor o modo como
    a sociedade passou a ser civilizada e aprendeu
    comportamentos que, embora hoje nos pareçam
    naturais, foram construídos no curso de um
    processo extenso e de longa duração, como nos
    mostra a história. Esse processo, no qual, de
    alguma forma, todos os indivíduos estão imersos,
    também pode ser chamado de educação.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Os manuais de civilidade que foram pesquisados
    por Elias apontam para uma nova forma de
    comportamento, que se firma mais amplamente a
    partir do século XV, com as publicações que o
    advento da imprensa e do livro tornou possíveis.
    Assim, o processo de civilização dos costumes,
    que foi construído e preconizado pelos manuais,
    permitiu a internalização de comportamentos desde
    a infância, tornando-se parte da estrutura
    psicológica dos homens do século XVI.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Nesse contexto, pode-se dizer que o livro e o
    humanismo são dois aspectos fundamentais para que
    Elias se fundamente nos escritos de Erasmo O
    livro de Erasmo trata de um assunto muito
    simples o comportamento de pessoas em sociedade
    e acima de tudo, embora não exclusivamente do
    decoro corporal externo (ELIAS, 1994a, p. 69).
    Segundo ele, esse decoro do qual fala Erasmo foi
    construído e ensinado pelos manuais de
    civilidade, buscando uma mudança de
    comportamentos nas relações estabelecidas entre
    seus componentes, a fim de tornar a sociedade
    mais educada dentro dos padrões propostos pelas
    novas exigências do período que se inaugurava na
    Europa.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • A forma e a composição do tratado de Erasmo,
    segundo Elias (1994a), é determinada por uma
    grande preocupação social com sua época. A
    linguagem clara, polida, irônica às vezes, mas de
    uma absoluta precisão, destaca o que deveria ser
    verificado e o que poderia constituir-se num
    comportamento aprendido. Além disso, apesar das
    críticas que o texto sofreu posteriormente, Elias
    (1994a) chama a atenção para o fato de ele ter
    sido escrito num período de transição, quando
    esse novo homem se achava em formação.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • É possível dizer que, em seu manual, Erasmo
    preocupou-se com o processo educativo e de
    formação desse novo homem, procurando incluir as
    crianças. De fato, ele estabelecia regras claras
    para elas, considerando os níveis de seu
    envolvimento com as instituições sociais e
    apontando a necessidade de prepará-las para uma
    vida em sociedade. Além disso, ele acreditava na
    educação como um processo de desenvolvimento que
    permitia ao ser humano potencializar todas as
    capacidades que o diferenciavam dos animais. A
    educação faria a diferença no sentido de que
    ninguém de fato, pode escolher seus pais ou
    pátria, mas todos podem esculpir a própria
    personalidade pela educação (ERASMO apud,
    FERACINE, 1995-1996).

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Nesse sentido, o processo de civilização ou de
    impressão de regras e valores, que foi incutido
    na sociedade ao longo de períodos mais extensos,
    começa a ser pensado também para as crianças por
    meio de um processo educativo voltado para elas.
    A infância passa a ser vista como período de
    preparação para a vida adulta. Nesse período, ela
    deveria aprender de acordo com as normas do seu
    grupo, adquirindo e ampliando o conhecimento
    necessário para viver com seus pares. É possível
    perceber que todo o conhecimento aprendido e
    acumulado ao longo dos séculos e que se tornou
    uma referência internalizada na sociedade, sendo
    parte da natureza humana, precisava ser repassado
    às crianças como garantia de continuidade das
    gerações.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • A contribuição fundamental do pensamento de
    Erasmo, nessa tentativa de humanizar as relações
    e formar um novo homem de acordo com o momento
    histórico em que ele estava vivendo, ultrapassa
    seu tempo. Sua concepção vai inspirar Elias a
    pensar também no homem, no modo como este se
    civiliza e se afasta de suas características mais
    animalescas, buscando um processo de convivência
    social caracterizado pelo diálogo, pela polidez,
    pela capacidade de controle e autocontrole das
    suas emoções. Tal processo pode fazer com que
    este homem se torne uma pessoa mais sociável,
    mais tolerante e mais capaz de conviver com as
    outras pessoas.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ERASMO E NORBERT
ELIASAdemir Gebara e Magda Sarat
  • Percebe-se que o intuito dos dois teóricos foi
    refletir e teorizar sobre as relações sociais e o
    modo como estas são estabelecidas pelos
    indivíduos, os quais buscam sempre se aproximar
    de qualidades que os tornem seres sociais aceitos
    não somente por si mesmos, mas também pelos seus
    pares. Assim, é possível perceber que as
    contribuições tanto de Erasmo quanto de Elias nos
    remetem a uma profunda crença no homem e na sua
    capacidade de buscar relacionamentos que
    construam uma sociedade mais humana.

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PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - Erasmo é considerado uma referência do
    pensamento renascentista por ter vivido um
    período de efervescência e de mudanças.
    Considerando as leituras anteriores caracterize
    este período de transição.
  • 2 - Disserte sobre os conceitos de educação e
    infância encontrados nas obras de Erasmo e Elias.
  • 3 - Na sua opinião, como o uso de manuais de
    civilidade, boas maneiras e regras de conduta
    puderam ser considerados materiais fundamentais
    na formação do homem da nova sociedade?
  • 4 - Relacionando o texto com a atualidade, quais
    as aproximações que poderíamos fazer entre
    educação formal e boa educação, proposta
    evidenciada por Erasmo na Civilidade Pueril?
  • 5 - Na sua opinião, atualmente, a formação de
    professores pode dar conta do tipo de educação
    preconizada pelos autores em questão?

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • Filosoficamente, Montaigne inseriu-se em um
    contexto de transição, questionando radicalmente
    as pretensões do pensamento humano de apreender
    "a verdade" sobre todo e qualquer assunto. Ao
    fazer isso, o filósofo trouxe para a modernidade
    o Ceticismo, escola filosófica sistematizada por
    Pirro de Elis (360-270 a.C.), mas cujas raízes
    são encontradas nos sofistas do século V a.C. É
    com essa defesa da incapacidade humana para
    conhecer e da dúvida sobre tudo o que era dito,
    que o autor dos Ensaios desferiu um dos golpes
    mais duros contra a tradição filosófica de seu
    tempo. Dessa forma, ele aprofundou as angústias
    do homem renascentista, que já questionava aquela
    que detinha a autoridade para determinar o que
    era o conhecimento correto e justo a Igreja.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • Montaigne elaborou uma obra que,
    conseqüentemente, não possui a sistematização
    encontrada em grandes sistemas filosóficos. No
    isolamento de sua torre, seus textos oscilaram
    entre os mais variados assuntos, a tal ponto que,
    às vezes, ele colocava título em ensaios que
    tratavam de outro tema. A firmeza filosófica,
    entretanto, permanecia e pode ser observada na
    intenção do autor de sempre questionar as
    convenções, a arrogância daqueles que pretendiam
    defender suas idéias como se fossem
    inquestionáveis, transmitindo-as como se fossem
    deuses. Pode-se verificar, nessa postura
    montaigneana, o sofrimento de viver em um
    contexto em que as questões religiosas,
    violentamente defendidas por grupos antagônicos,
    só produziam ignorância e muitas mortes.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • A torre, na qual Montaigne se refugiou, era o
    lugar de silêncio absoluto na qual sua
    auto-análise poderia ocorrer sem que ele fosse
    atrapalhado por ninguém. Foi lá que Montaigne
    entregou-se com todo afinco ao entendimento de
    seus sentimentos, de suas virtudes, de suas
    fraquezas e buscou a melhor maneira de se
    comportar para conseguir ser feliz em uma
    sociedade em que os exemplos não deviam ser
    seguidos. Cada homem deveria encontrar o melhor
    caminho para si, um caminho que fosse totalmente
    adequado a ele próprio, pois, em uma sociedade
    cambaleante, que passava por uma transição que se
    acelerava, somente assim seria possível viver sem
    produzir ignorância e violência.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • Nessas reflexões sobre ele mesmo, a temática
    educacional é reiterativa. Afinal, sabendo o
    objetivo a ser alcançado e os procedimentos
    necessários para se ter uma vida plena de
    felicidade, o filósofo sentiu a necessidade de
    pensar o processo que formaria o homem capaz de
    viver nesse momento, assumindo que não há
    verdades a serem buscadas e, conseqüentemente,
    transmitidas e/ou ensinadas.

27
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • Montaigne defendia o estudo sistemático das mais
    variadas ciências, mas de uma forma diferente do
    que se fazia até então o conhecimento deveria
    assumir um valor prático, concreto, que
    possibilitasse ao aluno elaborar e discutir suas
    idéias da melhor maneira. Neste caso, vale a pena
    salientar, a utilidade do conhecimento, defendida
    por Montaigne, apresentava-se como um dos pontos
    revolucionários da nova concepção de ciência que
    começava a ser pensada e defendida por Bacon,
    Bruno, Galileu, Descartes, entre outros.

28
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • Atribuindo, então, à prática educativa uma
    relevância inegável, Montaigne não valorizava
    somente as questões técnico-pedagógicas relativas
    ao método e ao conteúdo, mas, sobretudo,
    detinha-se cuidadosamente na análise das
    necessidades e características da criança. Na
    educação montaigneana está explícita a
    consideração de que a criança se utiliza de
    formas qualitativamente diferentes de
    entendimento e possui interesses específicos,
    todos de grande valor para a autoformação
    intelectual, moral e corporal. O professor, ao
    reconhecer isso, deveria agir de forma a deixar
    que a criança escolhesse o caminho a seguir.

29
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • A incapacidade da velha educação para
    instrumentalizar o indivíduo que de tudo duvidava
    e de nada tinha certeza, a não ser de suas
    opiniões, era, dessa forma, duramente criticada.
    O cerne da crítica sobre essa educação era a
    ausência de condições para conduzir a criança a
    fazer algo por si mesma. Ele questionava o fato
    de o indivíduo estar sempre submetido a
    conhecimentos e atitudes estranhos à sua condição
    e que não o ajudavam a se transformar em um homem
    capaz de viver naquele contexto.

30
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • Vivendo e buscando amenizar o sofrimento
    existencial em uma época de incertezas, duvidando
    de tudo e de todos, a já citada "firmeza
    filosófica" de Montaigne pode também ser
    visualizada na sua crença na possibilidade de um
    mundo mais tolerante, em que os homens soubessem
    conviver com o diferente e com as transformações
    aceleradas, por exemplo, o respeito dado à
    infância. O raciocínio de que não havia "verdades
    absolutas", mas apenas opiniões, a necessidade de
    formar pessoas que soubessem formar e respeitar
    opiniões diferentes, para construir uma sociedade
    melhor, tinha, nas especificidades infantis, seu
    ponto de apoio e, na atuação do professor - livre
    da autoridade e das pretensões escolásticas -, a
    garantia de sua efetivação prática.

31
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE MONTAIGNECarlos
Harold
  • Pensar a educação e a infância em uma época de
    incertezas é também uma tarefa urgente da
    atualidade. Ler Montaigne é, ao mesmo tempo,
    apropriar-se das condições para realizar tal
    pensamento, sem abrir mão da ação que é exigida
    cotidianamente é conhecer uma das partes mais
    valiosas do pensamento educacional moderno, e,
    principalmente, familiarizar-se com um dos
    autores que fundou o pensamento de que devemos
    educar e tratar a infância tendo como norte a
    construção de uma sociedade diferente da nossa.

32
PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - Retomando a leitura do texto e das passagens
    extraídas do ensaio Da educação das crianças,
    Capítulo XXVI dos Ensaios de Montaigne(1984),
    verifique como o autor, baseado em novos valores,
    concebe o relacionamento entre pais e filhos
  • 2 - De que forma o fato de Montaigne escrever no
    século XVI marcou seu pensamento?
  • 3 - Com base nas análises feitas nas questões
    precedentes e na leitura das passagens do texto
    de Montaigne, elabore uma dissertação sobre o
    seguinte tema "Educação e transformação social
    a importância do pensamento sobre a infância,
    elaborado por Montaigne.

33
EDUCAÇÃO NA REFORMA PROTESTANTE AS CONTRIBUIÇÕES
DE MARTINHO LUTEROLílian Sarat de Oliveira
  • Na sua caminhada como reformador, ele atacou
    violentamente as escolas, as matérias ensinadas e
    os textos utilizados. Chamou as escolas de
    infernos e purgatórios, nas quais um menino era
    eternamente atormentado com casos e tempos e
    aprendia, devido a um contínuo açoitamento,
    temor, dor e angústia. (EBY,1976, p. 54)
  • Evidentemente, o tema da educação não poderia
    deixar de se fazer presente na Reforma
    Protestante, e Lutero, ao mesmo tempo em que
    sistematizou severas críticas às escolas de sua
    época, fez propostas inovadoras que deram frutos
    no decorrer da História da Educação.

34
EDUCAÇÃO NA REFORMA PROTESTANTE AS CONTRIBUIÇÕES
DE MARTINHO LUTEROLílian Sarat de Oliveira
  • Lutero reivindicava a inserção da criança na
    escola. Manifesta-se sua preocupação com o tema
    da infância Nenhum pecado merece castigo maior
    do que justamente aquele que cometemos contra as
    crianças, quando não as educamos.
  • Uma vez que Lutero propunha diversas mudanças
    para a educação de sua época, a preocupação com a
    boa educação dos jovens permeou todos os seus
    discursos. Ele acreditava que, formando bem
    meninos e meninas, a sociedade iria ganhar, pois
    teria bons cidadãos, fiéis a Deus e às leis
    civis.

35
EDUCAÇÃO NA REFORMA PROTESTANTE AS CONTRIBUIÇÕES
DE MARTINHO LUTEROLílian Sarat de Oliveira
  • Uma inovação que pode ser apontada no
    pensamento de Lutero era a sua preocupação com a
    co-educação, por meio da qual meninos e meninas
    deveriam ter acesso ao ensino.
  • A punição também foi um aspecto fundamental
    sobre o qual incidiu a crítica de Lutero por
    isso, ele chamou as escolas de purgatórios e
    infernos. O reformador era contra o sistema
    punitivo para educar as crianças Não aprendemos
    simplesmente nada por causa de tantas palmadas,
    medo, pavor e sofrimentos

36
EDUCAÇÃO NA REFORMA PROTESTANTE AS CONTRIBUIÇÕES
DE MARTINHO LUTEROLílian Sarat de Oliveira
  • Uma das mais significativas propostas de Lutero
    foi a de que tanto as escolas como a Igreja
    estivessem sob o controle do Estado, o qual
    deveria manter as autoridades civis como
    responsáveis pelo seu estabelecimento e
    manutenção. Nas palavras de Lutero encontramos
    indícios de uma gênese da laicização do ensino e
    de sua transformação em uma atividade que deveria
    ficar sob a tutela do Estado.
  • Um outro aspecto de suas contribuições foi a
    defesa da educação obrigatória. Segundo ele,
    pessoas educadas resultariam melhores servidores
    civis, juízes, médicos, pastores e súditos
    obedientes.

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EDUCAÇÃO NA REFORMA PROTESTANTE AS CONTRIBUIÇÕES
DE MARTINHO LUTEROLílian Sarat de Oliveira
  • Além de propor que as autoridades assumissem o
    controle e a manutenção da educação escolar,
    Martinho Lutero recomendava que, caso as
    autoridades descobrissem um menino capacitado,
    deveriam mandá-lo à escola e, se ele fosse de
    família pobre, deveria ser custeado pela Igreja.
    Recomendava ainda que os ricos reservassem
    valores para essa finalidade, ou seja, para
    ajudar aquele que era mais pobre. Nota-se que
    tanto o investimento do Estado e da Igreja quanto
    o dos homens mais abastados deveriam ser
    direcionados para a criança que demonstrasse
    capacitação para os estudos. Assim Lutero fazia
    uma distinção entre capacitados e não
    capacitados, privilegiando os que considerava
    mais inteligentes.

38
EDUCAÇÃO NA REFORMA PROTESTANTE AS CONTRIBUIÇÕES
DE MARTINHO LUTEROLílian Sarat de Oliveira
  • São inúmeras as contribuições de Lutero à
    educação de seu tempo. Ele dedicou-se
    ardorosamente a este assunto, pois acreditava
    que, por meio da educação secular e religiosa, o
    ser humano poderia se aperfeiçoar e assim
    tornar-se também um reformador. Uma das frases de
    Lutero que marcou a Reforma foi Igreja
    reformada sempre reformando. È possível pensar
    que este reformador tinha em mente que fazia
    parte de um processo, tal como nós pensamos fazer
    hoje. A educação, a Igreja e todos os indivíduos
    estão sempre em reforma, sempre em transformação,
    podendo mudar os rumos da História a partir de si
    mesmos, conscientes de que fazem parte de um
    processo muito mais amplo de aprendizagem.

39
PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - Explicite a relação entre educação e
    religião.
  • 2 - Qual a importância da Reforma Protestante
    para a História da Educação?
  • 3 - Os discursos de Lutero sobre a educação eram
    carregados de críticas à Igreja de Roma. É
    possível pensar que Lutero usou a educação para
    propagar suas idéias religiosas?
  • 4 - Comente esta frase de Lutero Se as
    autoridades podem obrigar os súditos capazes a
    carregarem lanças e armas de fogo, escalarem
    muros e outras coisas que devem ser feitas numa
    guerra, também podem e devem obrigar os súditos a
    mandarem seus filhos à escola.

40
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • COMENIUS E O CONHECIMENTO UNIVERSAL ARTE DE
    ENSINAR TUDO A TODOS
  • O século XVII caracteriza-se pela efervescência
    epistemológica provocada pelos intelectuais em
    suas discussões sobre os esforços educativos.
    Suas preocupações centraram-se no método e nos
    procedimentos para a apreensão do conhecimento.

41
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • No interior dessas discussões, como contraponto
    ao modelo teológico vigente, emergiram propostas
    educacionais para crianças e jovens, as quais se
    baseavam em uma tendência mais humanista e
    racional. Surgiram, assim, projetos de
    civilidade, roteiros, manuais, enfim, iniciativas
    inovadoras de ações para orientar famílias e
    educadores sobre melhores maneiras de educar as
    crianças e as gerações posteriores. A pedagogia
    assumiu uma dimensão nova, um caráter de
    continuidade na busca de soluções para o ensino e
    a aprendizagem. Essa nova dimensão foi
    referendada na proposta de Joan Amos Komensky,
    que concebeu a chamada Pedagogia Moderna.

42
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Em seus discursos, ele enfatizava necessidade de
    reforma do conhecimento humano e da educação.Como
    aponta Giles (1987, p. 152), ele considerava que
    a sociedade é podre e corrupta, sendo que a
    causa dessa lamentável situação encontra-se na
    corrupção do processo educativo. A educação é uma
    preparação para a vida terrestre e para vida
    futura, por isso a importância de um ensino
    voltado a objetivos morais e religiosos.

43
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Concebeu, assim, uma teoria humanista e
    espiritualista, cujo "locus" essencial da
    formação do homem era a escola. Suas idéias deram
    origem a concepções modernas e a muitas
    propostas pedagógicas atualmente consideradas
    como progressistas.

44
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Entre suas idéias constavam a união da
    família/escola na educação da infância e da
    juventude uma proposta de educação coletiva o
    respeito ao estágio de desenvolvimento da criança
    no processo de aprendizagem a necessidade de as
    classes serem ministradas conforme os diferentes
    níveis de escolaridade a construção do
    conhecimento através da experiência, da
    observação e da ação a organização do tempo
    escolar ensinar o que era significativo para
    aplicação prática a interdisciplinaridade dos
    conteúdos o ensino com afetividade, suavidade e
    rapidez um ambiente adequado para aprender.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Tal pensamento inovador, pressupondo o
    melhoramento do ensino, está contido em sua
    principal obra, A Didáctica Magna. Esse clássico
    moderno, que se constitui num paradigma do saber
    sobre a educação da infância e da juventude,
    contém a proposta de Comenius sobre a ordem nos
    trabalhos relacionados ao ensinar e ao aprender.
    Para ele, ensinar implicava uma habilidosa e
    criteriosa divisão do tempo, das matérias e do
    método.

46
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Seu princípio era de que a educação do homem
    deveria ser sistematizada, ordenada, coletiva,
    universal de que o saber deveria atingir todas
    as pessoas e, para isso, precisar-se-ia de um
    recurso/método homogêneo para o conhecimento.
    ... a possibilidade de chegar ao conhecimento
    adequado dependeria da experiência pessoal e da
    exploração dos sentidos.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Ele preconizava que as experiências deveriam
    ocorrer a partir da infância, pois a criança era
    dotada de potencialidades que se modificavam
    desde o seu nascimento até a maturidade, de
    acordo com as seguintes etapas a primeira
    infância, a criança, o jovem e o adulto. Todas
    elas apresentavam padrões de aprendizagem e
    comportamento e, para ensiná-las, bastava seguir
    as leis do seu desenvolvimento interior. Assim,
    apesar da imaturidade das experiências da
    criança, a infância apresentava-se como um
    período pertinente para o desenvolvimento de
    aprendizagens, pois era por meio destas que o
    homem se tornaria completo e complexo.

48
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • O ensino, como já indicamos, deveria iniciar
    cedo, sem nenhuma distinção de pessoa assim, as
    mulheres, os inteligentes, lentos, preguiçosos,
    dóceis, débeis, teimosos, entre outros, todos
    seriam capazes de aprender se fossem bem
    conduzidos. Segundo ele, todos eram dotados da
    mesma natureza humana, apesar de terem
    inteligências diversas.

49
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Com base nesse fundamento, ele entendia que todo
    o ser humano era capaz de aprender. Esse
    princípio norteador da sua proposta pedagógica
    significa que o homem poderia se colocar no mundo
    não apenas como espectador, mas, acima de tudo,
    como agente de mudanças.
  • Se considerarmos o contexto histórico do século
    XVII, podemos afirmar que popularizar o acesso
    das pessoas à escola era uma idéia inovadora e ao
    mesmo tempo revolucionária, pois significava
    romper com o sistema político e religioso que
    dirigia o ensino até então.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Comenius julgava que o sistema religioso criava
    obstáculos para a aprendizagem dos alunos e
    apontava o dualismo educacional entre pobres e
    ricos o ensino do professor em separado com um
    ou poucos alunos e de vários professores para a
    mesma classe punições para os erros livros que
    não estavam integrados e a falta de harmonização
    das instituições. Por isso, ele propunha a
    reforma e a harmonização da educação.
  • Sugeria que todos atuassem em prol da melhor
    instrução, tentando assim chegar ao funcionamento
    homogêneo e harmônico da escola

51
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Comenius entendia que o processo educativo dos
    saberes-objetos deveria incluir tudo o que o
    homem pudesse aprender, o que fizesse sentido
    para cada um. Os alunos deveriam ser conduzidos
    gradativamente ao maior grau de conhecimento, ou
    seja, todos veriam tudo, um ensino do geral para
    o particular. Nesse processo, apenas o grau de
    profundidade alcançado nos assuntos é que seria
    diferente existiria harmonia no modo/método da
    ação para atingir o conhecimento.

52
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Extremamente importante para o processo
    educacional moderno, a contribuição da teoria
    comeniana, longe de ser uma proposta de controle,
    é o oferecimento de uma escola como realidade,
    com saberes, com metas, objetivos diferenciados,
    que procurem atender também diferenciados alunos,
    de uma maneira justa e igualitária é a proposta
    de uma intensificação do ensino por meio de mais
    escolas, de um sistema público que possa garantir
    uma aliança entre a ação dos adultos e a educação
    de crianças e jovens. Tais possibilidades, que
    Comenius vislumbrou no século XVII como um ideal
    pedagógico, permanecem vivas em práticas de
    muitos educadores, os quais têm a certeza de que
    esses fatores impulsionam a construção do
    conhecimento dos alunos e conseqüentemente se
    refletem na sua construção humana.

53
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE COMENIUS Rita
Luiz da Rocha
  • Comenius convidou-nos a dialogar com um
    conhecimento adequado para ser desenvolvido e
    apreendido na escola. Um conhecimento prazeroso,
    cuja oferta respeite o ritmo individual de
    desenvolvimento dos alunos, bem como a construção
    de um espaço alegre, afetivo e facilitador de
    aprendizagens, onde alunos e professores possam
    compartilhar experiências.

54
PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - O que levou a se considerar Comenius como
    precursor da pedagogia moderna?
  • 2 - Tendo como referência os apontamentos do
    texto, a respeito da seleção dos
    conteúdos/conhecimento escolar, na sua opinião, é
    possível construir um currículo unificado?
  • 3 - Você considera que a organização do
    professor (tempo, plano de aula...) são fatores
    relevantes para uma boa aula. Disserte sobre esta
    questão.
  • 4 - Com base na argumentação ensinar tudo a
    todos, reflita sobre as seguintes questões que
    ensino temos ofertado aos nossos alunos que
    ensino podemos ofertar aos nossos alunos?
    Disserte sobre isso.
  • 5 - Comenius ressalta a importância de um ensino
    diferenciado, e você, professor, qual é o seu
    diferencial ao ensinar? (Compartilhe suas
    práticas com a turma).

55
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAUAdnilson
José da Silva
  • A Europa do século XVIII experimentou o auge das
    transformações que caracterizaram o Iluminismo e
    consolidaram a modernidade. O anseio pelas
    liberdades individuais contrastava com a
    centralização do poder estatal nas mãos de um
    único soberano o incremento das novas formas de
    produção e do comércio fortalecia a classe
    burguesa o desenvolvimento das ciências
    orientava a laicização e o racionalismo.
  • Foi neste ambiente da Europa moderna, que
    Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, Suíça,
    em 1712, ficando órfão de mãe poucos dias depois
    do seu nascimento.

56
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAUAdnilson
José da Silva
  • No Emílio, Rousseau tratou das formas que,
    segundo entendia, seriam as mais adequadas para a
    relação educativa entre o personagem que dá nome
    à obra e seu preceptor, desde o nascimento do
    menino até a idade adulta. Organizado em cinco
    livros, Emílio apresenta linguagem clara, estilo
    bem humorado e por vezes ácido, sempre irônico
    nele, o autor combate as formas usuais de
    educação desde a tenra idade até a fase das
    preocupações com o casamento e com a providência
    material.

57
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAUAdnilson
José da Silva
  • Vamos abordar, a partir deste ponto, alguns
    aspectos dos livros I e II do Emílio, que se
    referem às fases da infância pertinentes ao
    objetivo de formação deste curso, ou seja, a
    preparação para a docência em Educação Infantil e
    anos iniciais do Ensino Fundamental. Os
    comentários e excertos presentes neste texto não
    dispensam a leitura do original, antes, procuram
    proporcionar uma primeira aproximação do conteúdo
    da obra e incentivar a sua leitura.

58
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAUAdnilson
José da Silva
  • Nas primeiras linhas do livro I, que trata da
    primeira fase da infância, que vai até quando a
    criança aprende a falar, a caminhar e a se
    alimentar sozinha, já se percebe o cerne da
    crítica rousseauniana Tudo está bem quando sai
    das mãos do autor das coisas, tudo degenera entre
    as mãos do homem (ROUSSEAU, 1999, p. 7) Isto nos
    leva à constatação de que, para ele, todas as
    coisas seriam boas em seu estado natural e
    tenderiam a se tornar deterioradas e nocivas por
    força das impressões sociais e culturais. Ao
    longo do processo educativo, o homem iria
    perdendo características naturais em benefício da
    aquisição de formas institucionalizadas de
    conduta.

59
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAUAdnilson
José da Silva
  • A obra de Rousseau, sobretudo o Emílio, não se
    reduz a aspectos instrumentais da educação, pois
    sua preocupação com as influências sociais, que
    ele considerava degeneradas pelos costumes e pela
    própria organização econômica e política, é
    constante. Portanto, ainda que o Emílio seja uma
    obra prescritiva sobre educação, possui um
    conteúdo axiológico que revela ao mesmo tempo uma
    crítica e um projeto social.

60
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAUAdnilson
José da Silva
  • A obra de Jean-Jacques Rousseau influencia o
    pensamento pedagógico até os dias atuais,
    sobretudo as correntes que valorizam a autonomia
    e a liberdade dos sujeitos aprendentes, sem
    descuidar dos necessários limites impostos pela
    convivência social. Do ponto de vista de
    Rousseau, o homem educado seria caracterizado
    pela vontade consciente que o manteria autônomo,
    tanto frente aos determinismos naturais quanto
    às imposições sociais.

61
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE ROUSSEAUAdnilson
José da Silva
  • Considerando que o Emílio torna-se quase um
    pacto social de âmbito pedagógico (BOTO, 2002,
    p. 55), entende-se a razão pela qual os
    empiristas rousseaunianos influenciaram, ao lado
    dos pragmáticos, dos liberais e dos positivistas,
    várias tendências pedagógicas que defenderam a
    modernização da sociedade, sobretudo a Escola
    Nova, cuja tentativa de implantação se deu a
    partir de 1932, no Brasil.

62
PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - Considerando as práticas pedagógicas
    anteriores a Rousseau aponte razões que possam
    qualificar suas teses como revolucionárias.
  • 2 - Procure identificar pontos de concordância e
    de oposição entre Comênio e Rousseau.
  • 3 - As críticas de Rousseau às instituições
    sociais caberiam nos tempos atuais?
  • 4 - Nos dias atuais, a educação da vontade tal
    qual pensou Rousseau implicaria benefícios? Quais?

63
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • As grandes transformações econômicas e sociais
    do século XVIII mudaram radicalmente a Europa,
    criando uma atmosfera cultural que promoveu a
    filosofia, a ciência, a técnica e o desejo de um
    novo homem e um novo mundo.
  • Kant é contemporâneo desta época que produz a
    Revolução Francesa e, portanto, vive um momento
    de ampla afirmação do Iluminismo.

64
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • ... a nova razão iluminista fundamenta-se pelo
    menos em três aspectos a racionalidade, a fé no
    progresso da humanidade e a crença no individuo.
    Num sentido amplo, o pensamento iluminista segue
    a aspiração de secularizar a instrução e
    orientá-la para fins utilitaristas.
  • Podemos perceber esta tendência nas concepções
    pedagógicas de Kant, além de outras nuances
    decorrentes do particular processo de
    desenvolvimento do Iluminismo e da formação
    cultural alemã da sua época.

65
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • Para Kant, a humanidade é portadora de germes
    potenciais que precisam ser desenvolvidos pela
    educação em proporções adequadas às suas
    disposições naturais para que o homem atinja sua
    distinção em relação às demais espécies.
    Diferentemente dos animais, que necessitam de
    poucos cuidados para se tornar autônomos, o homem
    precisa ser educado. Com o objetivo é melhorar a
    natureza do homem numa justa proporção e de
    acordo com seus fins, a educação é, assim, uma
    arte desenvolvida por várias gerações, pois o
    indivíduo por si só não pode cumprir esta
    finalidade.

66
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • ... o principal objetivo da Pedagogia de Kant
    é buscar a perfeição da natureza humana, a qual
    ... será sempre melhor desenvolvida e aprimorada
    pela educação, e que é possível chegar a dar
    aquela forma que em verdade convém à humanidade.
    Esta abre a perspectiva para uma futura
    felicidade humana (KANT, 1996, p. 17).

67
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • A educação para Kant pode ser pública ou
    privada. A primeira refere-se à prática dos
    preceitos, ao passo que a segunda refere-se às
    informações. A educação pública completa é aquela
    que reúne, ao mesmo tempo, a instrução e a
    formação moral.

68
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • Kant diz que a educação das crianças realiza-se
    em duas etapas a primeira deve levar o educando
    a mostrar, passivamente, sujeição e obediência a
    segunda deve ser mais flexível, para que o aluno
    possa usar a reflexão e a liberdade, desde que
    submeta uma e outra a certas regras. Há, assim,
    na primeira etapa, um constrangimento mecânico e,
    na segunda, um constrangimento moral. Já em
    relação à duração, a educação deve fazer parte da
    vida do indivíduo até que ele se governe a si
    mesmo até que nele se desenvolva o instinto
    sexual ou até que se torne pai e seja obrigado a
    educar. Enfim, a educação deve durar
    aproximadamente até os 16 anos.

69
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • A Pedagogia, ou a doutrina da educação,
    divide-se em física e prática. A educação física
    é aquela que o homem tem em comum com os animais,
    ou seja, os cuidados com a vida corporal. Esta
    pode ser livre, ou seja, afeta ao divertimento e
    às atividades naturais e espontâneas que a
    criança realiza, ou escolástica, coisa séria,
    atividade obrigatória, que pode aprimorar os
    potenciais da infância. A educação prática ou
    moral ou seja, tudo aquilo que se refere à
    liberdade é aquela que diz respeito à
    construção (cultura) do homem para que ele possa
    viver como ser livre. A educação prática tem em
    vista a personalidade, a formação de um ser
    livre, que, tendo um valor intrínseco, ou seja,
    em si mesmo, é auto-suficiente para se constituir
    membro da sociedade.

70
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • As recomendações metodológicas de Kant para a
    educação física e para a educação prática são as
    seguintes
  • A educação física é a etapa da educação que
    compreende os cuidados com a infância ... é
    aquela que o homem tem em comum com os animais,
    ou seja, os cuidados com a vida corporal (KANT,
    1996, p. 36). Esta consiste em cuidados materiais
    prestados às crianças pelos pais, pelas amas de
    leite ou pelas babás.

71
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • O objetivo da educação prática proposta por Kant
    é a consolidação do caráter. O caráter possui
    alguns elementos essenciais como a obediência, a
    veracidade e a sociabilidade. A educação deve
    valorizar e desenvolver estes aspectos, tornando
    as crianças propensas ao cumprimento de leis e
    deveres, que envolvem tanto sua vida pública
    quanto sua vida privada.

72
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO A PEDAGOGIA DE KANTPaulo
Guilhermeti
  • Embora seja possível ver em Kant um pensador que
    levanta questões atuais ... suas idéias estão
    circunscritas aos limites históricos da época em
    que viveu.
  • Estes limites podem ser observados em várias
    passagens, como, por exemplo, na explicação que
    ele dá para a causa da desigualdade entre os
    homens .... Kant vê a desigualdade e a
    incapacidade dos indivíduos para usarem sua
    própria razão como algo natural, ou seja, como
    resultante de condições ocasionais ou
    circunstanciais, segundo suas palavras, e não
    como resultado da forma de produção e de
    apropriação da existência material da sociedade,
    a qual impõe às pessoas uma subordinação
    compulsória a um modo de vida tutelado e
    desigual.

73
PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - Qual é o contexto histórico em que Kant vive
    e quais são as questões que ele enfrenta ao
    propor uma nova educação e/ou pedagogia?
  • 2 - Quais os fundamentos da pedagogia de Kant?
  • 3 - Como Kant propõe sua pedagogia em termos
    metodológicos?
  • 4 - Em que medida podemos dizer que a
    consciência de Kant em relação aos desafios de
    sua época fica limitada?

74
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • O contexto histórico vivenciado pelo educador
    Froebel (1782-1852) coincide com a Era das
    Revoluções, termo utilizado pelo historiador
    Hobsbawm para se referir ao período de 1789 a
    1848, durante o qual aconteceram a Revolução
    Francesa, a Revolução Industrial, as Guerras
    Napoleônicas e as Revoluções de 1848.

75
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Segundo Koch (1985, p. 43), o objetivo de
    Froebel com seus brinquedos é o desenvolvimento
    das tendências para a atividade, pesquisa e
    formação do futuro homem. Essas criações
    despertaram o interesse de mulheres, governantas,
    mães e senhoras da alta sociedade. Nessas
    condições, em 1840, surge o Kindergarten, ou
    seja, Jardim de Infância.

76
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Os Jardins de Infância foram muito propagados,
    porém nem todos seguiram fielmente as idéias de
    seu fundador. A idéia fundamental proposta por
    Froebel, e realizada pelo Jardim de Infância,
    consistia em educar as crianças com base na
    Unidade Vital, conceito de Froebel representado
    por um triângulo que unia homem Deus
    natureza. A harmonia entre esses três elementos
    levaria o indivíduo ao seu desenvolvimento pleno.
    Nesta concepção, segundo Arce (2002, p. 179),
    Froebel expressa a importância de se desenvolver
    na criança todas as suas potencialidades, de
    corpo, coração, alma e espírito ... o
    descobrir-se enquanto criatura criada por Deus e,
    ao mesmo tempo capaz de criar, imitando no ato
    criativo o seu Criador.

77
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Dessa forma, o objetivo da educação froebeliana
    é despertar a consciência da criança, orientá-la
    para uma vida pura, respeitando a natureza do
    indivíduo e buscando alcançar a união do mesmo
    com Deus e com a natureza.
  • Na expressão Jardim de Infância reflete-se a
    concepção de que as crianças são plantas que
    precisam ser regadas e cuidadas pela professora,
    jardineira.

78
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Partidário da teoria do desenvolvimento
    genético, Froebel afirma que, na educação da
    criança, dever-se-ia ser respeitar as
    peculiaridades de cada uma das etapas de sua
    vida a primeira infância, de 0 a 3 anos, a
    segunda infância, de 4 a 6 anos, e a terceira
    infância, de 7 a 11 anos.
  • Segundo ele, a criança precisa ser entendida
    como um ser em formação e, portanto, os primeiros
    cuidados devem ser uma preparação para que ela
    enfrente os estágios seguintes. A educação deve
    ser realizada de uma forma natural, e não como se
    os pequenos fossem adultos em miniatura.

79
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Segundo a pedagogia froebeliana, a criança que
    brinca sempre, perseverando na tentativa de
    superar as dificuldades, esquecendo-se do
    cansaço, provavelmente irá se tornar um homem
    determinado, capaz de buscar sempre seu bem estar
    e o do próximo.
  • O brincar deve ser visto como uma forma de
    permitir o estabelecimento de relações entre o
    homem e a natureza, os quais estão unidos pelo
    mundo espiritual. Assim, durante a brincadeira, a
    criança se expressa fazendo com que objetos
    inanimados se tornem vivos e, desta forma,
    estabelece relações com o mundo real.

80
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Em 1838, como já foi mencionado, com a criação
    da fábrica de brinquedos, Froebel iniciou a
    produção de brinquedos em série, os quais eram
    chamados de dons. Esses brinquedos nada mais
    são do que materiais empregados pelo pedagogo nas
    ocupações, ou seja, nas atividades que deveriam
    ser desenvolvidas para a educação de crianças
    pequenas. Eles se compunham de diversas formas
    geométricas de madeira e de material explicativo
    sobre as diversas possibilidades de sua
    utilização, ou seja, de sugestões de atividades
    (ocupações) a serem realizadas, de forma que a
    criança fosse levada a simular atividades
    rotineiras de seu meio cultural.

81
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Sabe-se que a visão atual de infância difere
    muito da que existia na época de Froebel, mas
    não é possível negar que, nas propostas atuais de
    educação infantil, os jogos e as brincadeiras são
    componentes do cotidiano da criança, despertando
    seu envolvimento e seu interesse pela educação.
  • Assim, pode-se enfatizar o caráter moderno de
    Froebel, no que diz respeito à brincadeira e ao
    que ela propicia à criança tanto quanto à
    interiorização do mundo exterior existente a sua
    volta como ao desenvolvimento da identidade e
    autonomia da mesma. Apesar das críticas ao RCNEI,
    é necessário destacar que o aspecto lúdico da
    pedagogia froebeliana está contemplado nele.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Outro ponto em comum entre o texto de Froebel e
    o RCNEI refere-se à proposta de que deve haver
    uma grande proximidade entre o adulto e a
    criança. Este procedimento possibilita observar
    os pequenos brincando livremente, relacionar suas
    ações, sentimentos, emoções e significados com o
    que é vivenciado em outras circunstancias,
    podendo a brincadeira ser vista como um meio de
    comunicação entre crianças e adultos.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Outro ponto de convergência, ainda, é a
    importância da utilização de planos de atividades
    organizados pelos professores, nos quais se
    correlacione a realidade das crianças com as
    atividades desenvolvidas por eles. Desta forma, o
    adulto é visualizado como parceiro mais
    experiente e não como superior, podendo interagir
    com os pequenos de maneira natural, fugindo da
    imposição de ações.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Desta forma, é evidente a atualidade das
    concepções de Froebel. É necessário, portanto,
    que os profissionais da educação conheçam e
    utilizem suas contribuições. Dentre essas
    contribuições, destacamos o respeito às faixas
    etárias, os jogos e brinquedos como recursos
    pedagógicos e a iniciativa de pensar atividades e
    procedimentos específicos em acordo com as
    necessidades especiais da infância. Porém,
    destacamos também que, ao romantizar sua
    concepção de educação infantil, como fica
    evidente em sua pedagogia, Froebel, muitas vezes,
    subestima a capacidade das crianças e o trabalho
    pedagógico dos profissionais da educação.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FRIEDRICH
FROEBELThaisa Neiverth e Giselle Martins Gartner
  • Por isso, repetimos que, para que a educação
    infantil seja uma etapa significativa na história
    de vida das crianças, é necessário conhecer e
    respeitar as contribuições do educador, quanto ao
    respeito às capacidades e necessidades infantis,
    a valorização dos profissionais que atendem às
    crianças pequenas bem como a organização
    curricular e o planejamento das atividades.

86
PROPOSTA DE ATIVIDADES
  • 1 - Quem foi Friedrich Wilhelm August Froebel e
    quais suas contribuições para a história da
    Educação Infantil?
  • 2 - Comente como o contexto histórico vivenciado
    por Froebel influenciou sua formação acadêmica.
  • 3 - Considerando o contexto em que surge o
    Kindergarten, em que consiste a Unidade Vital?
    Qual a função didática dos dons? O que eram as
    ocupações?
  • 4 - Quais as principais contribuições de Froebel
    para as práticas pedagógicas na Educação Infantil
    do século XXI?

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • Se você não voltar a ser como uma criança, não
    entrará no reino encantado da pedagogia ... Em
    vez de procurar esquecer a infância, acostume-se
    a revivê-la reviva-a com os alunos... FREINET.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • Celestin Freinet viveu de 1896 a 1966 e, ao
    longo desses setenta anos, revelou-se um homem
    simples e humilde, que defendia o direito da
    criança viver sua vida como criança isto é,
    defendia o direito de ela ser respeitada como ser
    humano.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • Baseado nos ensinamentos de Rousseau, Freinet em
    contato com a natureza, buscou formar na criança
    o homem de amanhã.
  • Para Freinet, toda e qualquer experiência
    tateada era preferível às experiências passivas.
    Segundo ele, a criança tem uma necessidade
    permanente de experimentar, tocar, mexer e
    explorar. Assim, o aluno não pode ser visto
    apenas como um expectador do processo
    ensino-aprendizagem. Ele considerava a criança o
    centro de sua própria educação ela não era, para
    ele, um adulto isolado, mas fazia parte de uma
    comunidade, assumia e participava da organização
    da vida da classe. Suas dificuldades e barreiras
    a impulsionavam a estabelecer e a compreender as
    regras da vida.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • De acordo com suas idéias, a escola deve ser um
    espaço privilegiado que valoriza e oportuniza às
    crianças experiências vivas e significativas uma
    escola ativa, dinâmica, aberta ao encontro com a
    vida, participante e integrada à família e a
    comunidade. Nesse espaço, por meio do seu tatear,
    a criança pode alcançar degraus cada vez mais
    elevados que a levarão mais alto e mais longe.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • Para Freinet (1973), no ambiente escolar deve
    prevalecer um clima de respeito e liberdade é
    neste espaço que a criança, como um sujeito ativo
    do processo, irá interagir, explorar e analisar.
    Assim, terá a oportunidade de acrescentar
    elementos novos e distintos aos seus
    comportamentos e culturas, garantindo a
    possibilidade de construir sua própria cidadania.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • Essa concepção de infância exige um novo olhar
    sobre a prática pedagógica, por isso são
    estabelecidos os princípios norteadores das
    técnicas e da pedagogia Freinet, as quais não se
    constituem em ortodoxias a serem levadas ao pé da
    letra. Ao contrário, o grande educador francês,
    em seus escritos, instiga-nos a ficar atentos aos
    interesses e ritmos das crianças e, portanto, a
    inventar estratégias e técnicas que possam
    estimular seu desenvolvimento. São recursos ricos
    e coerentes, atividades que estimulam um ensaio
    experimental, base do método natural que envolve
    todas as técnicas como a livre expressão, a
    cooperação e a pesquisa do meio.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • A base psicológica da proposta educativa de
    Freinet é o ensaio experimental, o que vale
    também para os professores. Isto implica que a
    aprendizagem se realiza com base nas próprias
    experiências, na observação da realidade, na
    expressão das vivências, na análise do contexto
    que alunos e professores podem formular e
    expressar.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • A base psicológica da proposta educativa de
    Freinet é o ensaio experimental, o que vale
    também para os professores. Isto implica que a
    aprendizagem se realiza com base nas próprias
    experiências, na observação da realidade, na
    expressão das vivências, na análise do contexto
    que alunos e professores podem formular e
    expressar.

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INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA OBRA DE FREINETEsméria
Saveli, Maiza Taques Margraf Althaus e Maria
Odete Tenreiro
  • Dessa forma, na pedagogia Freinet (1973)
    encontram-se tanto os componentes essenciais da
    escola como instituição mediadora como os
    princípios da aprendizagem significativa, segundo
    a qual, para que a educação seja eficaz, deve-se
    partir daquilo que o aluno já sabe princípio
    defendido por Dewey. As técnicas são concebidas
    por Freinet como meio para que professores e
    alunos realizem um projeto compartilhado são
    verdadeiros instrumentos de c
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