Title: Slide sem t
12.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
- Os comportamentos do homem no trabalho podem ser
estudados sob dois ângulos - Sistema de transformação de energia atividades
motoras (ou musculares) de trabalho, que permitem
a transformação da energia físico-muscular em
energia mecânica de aplicação de forças, de
deslocamentos, de movimentos, de manutenção de
posturas,... - Sistema de recepção e tratamento de informação
atividades cognitivas de trabalho, que permitem a
detecção, a percepção e o tratamento das
informações recebidas do meio ambiente de
trabalho.
22.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
Sub-sistema de estocagem
Memória de curto-termo
Memória de longo-termo
Discriminação
Olhos
Membros
Energias do meio ambiente
Respostas verbais ou motoras
Reconhecimento de padrões
Interpretação
Ouvidos
Posturas
Outros órgãos
Voz
Tomada de decisão
10² BIT/S Sub-sistema tratamento informação
107 BIT/S Sub-sistema resposta
109 BIT/S Sub-sistema sensorial
32.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- A descrição do trabalho muscular permite
evidenciar as relações existentes entre o ser
humano e seu posto de trabalho - Sem detalhar os aspectos histológicos e
bioquímicos, de pouco interesse para a ergonomia,
salientamos a existência dos músculos sinérgicos
e dos músculos de controle - Os músculos sinérgicos são enganjados
principalmente nas atividades dinâmicas. Os
músculos de controle são enganjados nas
contrações prolongadas.
42.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- O tecido muscular é um tecido adaptado à
contração. Distingue-se - A contração estática ou isométrica
- A contração dinâmica ou anisométrica.
- A tensão desenvolvida ao nível da extremidade dos
tendões depende dos seguintes aspectos - número de fibras musculares excitadas
- ângulo de articulação
- estado do músculo
- tipo de organização espacial das fibras
- cor do músculo (branca ou vermelha).
52.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Toda atividade profissional necessita um trabalho
muscular, mais ou menos importante, segundo as
tarefas a serem realizadas. Este trabalho
muscular é necessário tanto para a manutenção de
uma simples postura, quanto para a execução de
gestos e movimentos de trabalho - O conhecimento da fisiologia muscular é a base
dos estudos ergonômicos do homem como um sistema
de transformação de energia, onde um arranjo
físico do posto de trabalho pode diminuir os
gastos energéticos e a fadiga física produzida
pela realização de uma tarefa com forte
solicitação muscular.
62.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- PROPRIEDADES ESSENCIAIS DOS MÚSCULOS
- O músculo é constituído de um grande número de
fibras musculares (de 100.000 à 1.000.000) - Este sistema de fibras é constituído de
substâncias proteicas a actina e a miosina - Este sistema de fibras apresentam dois estados
possíveis contração ou relaxamento
actina
miosina
Fibra relaxada
Fibra contraída
Figura 2.1 - Contração e relaxamento das fibras
musculares
72.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Figura 2.2 - Fibras musculares
82.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- A contração muscular depende do influxo nervoso,
por intermédio de unidades motoras (uma unidade
motora é representada por uma fibra nervosa que
aciona várias fibras musculares) - No relaxamento, poucas unidades motoras são
acionadas, apenas aquelas responsáveis pela
manutenção do tonus muscular - Quando de uma contração muscular, ocorre um
recrutamento, maior ou menor, de unidades motoras
em função da intensidade de contração.
92.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Atividade Muscular
- Cada fibra muscular se contrai com uma
determinada força e a força total do músculo é a
soma das forças das fibras envolvidas na
contração - A força absoluta do músculo está na faixa de 30 à
40 N/cm2 da seção transversal de músculo. Isto
significa que um músculo com 1cm2 de seção
transversal pode suportar de 3 à 4 Kg no sentido
vertical
102.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Os movimentos são comandados pelos centros
motores corticais com uma frequência de influxo
que leva a uma resposta do músculo em tétanos
perfeitos (40/s)
- As intervenções dos centros motores são
conscientes, mas, na medida em que se estabelece
um condicionamento, a execução do movimento passa
ocorrer sem intervenção da consciência
(automatismo).
112.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Sinapse neuro-muscular
Sinapse interneuronal
Axônio
Músculo
Dendritas
Figura 2.3 - Transmissão da informação entre
diversos elementos nervosos ou musculares
122.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Aspectos físico-químicos da atividade muscular
Toda atividade muscular implica em um gasto de
energia. Esta energia necessária à contração
muscular é de origem química
- O organismo produz trabalho a partir da energia
química. A alimentação aporta os nutrientes que,
uma vez metabolizados no organismo, servirão para
cobrir as necessidades básicas e energéticas do
conjunto das células. É principalmente a partir
dos glicídeos e dos lipídeos que as necessidades
energéticas serão cobertas
132.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Ao nível dos músculos esta cobertura se fará
- diretamente, a partir da glicose ou do
metabolismo dos ácidos graxos, segundo o tipo de
músculo - indiretamente, a partir da fosfocreatina que se
decompõe em presença da ADP, em creatina e ATP.
142.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Glicose
Fosfatos ricos em energia
Sem O2
Ácido pirúvico
Ácido láctico
Regeneração
Contração muscular
Com O2
Com O2
H2o e CO2
Fosfatos pobres em energia
Figura 2.4 - Diagrama do metabolismo energético
no trabalho muscular
Fluxo de energia
Rotas de reação
152.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Segundo o músculo, o metabolismo envolvido será
diferente. Assim sendo - Na musculatura estriada a respiração constitui a
principal fonte de energia utilizada para
fosforizar a ADP por fosforização oxidativa. As
células musculares estriadas são particularmente
ricas em mitocôndrias, sede das cadeias
respiratórias de resíntese da ATP. Os músculos
estriados utilizam em geral os ácidos graxos como
principal combustível. São músculos posturais
ricamente vascularizados.
162.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Na musculatura lisa é a glicose que constitui a
principal fonte de energia para a refosforização
da ADP. - Segundo o princípio da conservação da energia, a
energia química assim gasta, é restituída sob a
forma de energia mecânica (1/4) e de energia
calorífica (3/4). - Durante um trabalho muscular, ocorre produção de
dejetos metabólicos ácidos, pirúvicos e láticos,
que estão na origem da acidez observada quando de
um trabalho muscular intenso ou anaeróbico.
172.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- O corpo humano como um sistema de alavancas
- Os músculos, ossos e juntas formam diversas
alavancas no corpo, semelhantes as alavancas
mecânicas. Para cada movimento, há pelo menos
dois músculos que trabalham antagonicamente
quando um se contrai, o outro se distende. Por
exemplo, ao dobrar o braço sobre o cotovelo, há
uma contração do bíceps e uma distensão do
tríceps. - Os músculos podem funcionar de forma mais ou
menos complexa, fazendo parte de um conjunto mais
amplo, permitindo várias combinações de
movimentos, como as contrações associadas a
movimentos rotacionais.
182.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Alavanca interfixa o apoio situa-se entre a
força e a resistência. Um exemplo típico é o
tríceps. Este tipo de alavanca é o mais adequado
para transmitir velocidade e pouca força - Alavanca interpotente a força é aplicada entre o
ponto de apoio e a resistência. É caso do bíceps.
Este tipo de alavanca é um dos mais comuns no
corpo. Os músculos se inserem próximos à
articulação e facilitam a realização de
movimentos rápidos e amplos.
192.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Alavanca inter-resistente a resistência situa-se
entre o ponto de apoio e a força. É o caso dos
músculos da face posterior da perna
(panturrilha), que se ligam ao calcanhar e
permitem suspender o corpo na ponta dos pés. Este
tipo de alavanca sacrifica a velocidade para
ganhar força.
202.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- COLUNA VERTEBRAL
- A coluna vertebral é constituída de 33 vértebras,
classificadas em cinco grupos - Vértebras cervicais (7)
- Vértebras torácicas ou dorsais (12)
- Vértebras lombares (5)
- Vértebras sacrococcigenas (9) (5) estão fundidas
e formam o sacro e as (4) da extremidade inferior
são pouco desenvolvidas e formam o cóccix.
212.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Das 33 vértebras, apenas 24 são flexíveis e,
destas, as que têm mais mobilidade são as
cervicais e as lombares - As vértebras dorsais estão unidas a 12 pares de
costelas, formando a caixa torácica, que limitam
os movimentos - Entre uma vértebra e outra existe um disco
intervertebral cartilaginoso. As vértebras também
se conectam entre si por ligamentos - Os movimentos da coluna são possíveis pela
compressão e deformação dos discos e pelo
deslizamento dos ligamentos.
222.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Figura 2.5 - A coluna vertebral
232.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- As principais deformações da coluna são
- Escoliose é um desvio lateral da coluna
- Cifose é o aumento da convexidade, acentuando-se
a curva para a frente na região torácica,
correspondendo ao corcunda - Lordose é um aumento da concavidade posterior da
curvatura na região cervical ou lombar,
acompanhado por uma inclinação dos quadris para a
frente.
242.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Noção de trabalho muscular
- A força muscular é uma ação com uma direção, um
sentido e uma intensidade. Ela varia em função - dos músculos solicitados
- das atitudes (alongamento, obliqüidade e
gravidade) - dos sujeitos (sexo, idade, lateralidade,
treinamento). - Noção de trabalho estático é um trabalho sem
deslocamento aparente. Ele corresponde à
contrações musculares isométricas. Este trabalho
permite a manutenção dos segmentos ósseos numa
determinada atitude (postura, segurar um
objeto,...)
252.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Noção de trabalho dinâmico é um trabalho que
permite contrações anisométricas sucessivas com
alternância de relaxamentos dos músculos, como
nas tarefas de martelar, serrar, girar um volante
ou caminhar. - A atividade dinâmica resulta da ação
- dos músculos sinérgicos envolvidos no início do
movimento - dos músculos de controle que regulam o movimento
em curso da ação, permitindo assim a precisão do
gesto.
262.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- TÉCNICA DE ESTUDO - EXPLORAÇÃO FUNCIONAL DO
MÚSCULO - Medida da força muscular é realizada com a
utilização de um dinamômetro. Assim, pode-se
medir a força máxima dos diferentes músculos que
intervêm em uma atividade profissional. Força
muscular máxima é a maior força que um sujeito
pode manter constante durante um determinado
lapso de tempo (2 à 5 segundos). - Medida do trabalho muscular
- dinâmico o trabalho é o produto da força
aplicada pelo deslocamento realizado. Ele se
exprime em Joules (1 Kgm 9,82 J 2,35 Cal
0,49 ml O2 ). Mede-se por meio de ergômetros,
bicicletas ou esteiras ergométricas.
272.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Estático a partir do momento em que este tipo de
trabalho muscular foi definido como um trabalho
sem deslocamento, do ponto de visto físico do
termo não existe trabalho. Para avaliar a
intensidade deste tipo de atividade muscular,
pode-se medir o gasto energético que ele provoca.
Entretanto, é preciso saber que esta medida é
sempre sub-avaliada. - Eletromiografia permite avaliar a intensidade
da contração muscular. De fato, ela permite
avaliar o envolvimento do número, mais ou menos
importante, de unidades motoras no interior de
cada músculo.
282.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- CAPACIDADES DE TRABALHO DE UM MÚSCULO
- A capacidade de trabalho faz intervir a força
realizada e a duração do esforço. - Capacidade de trabalho estático é o produto da
força exercida (F) pelo tempo máximo ou limite (t
lim), durante o qual a força pode ser exercida. - Quando F é máxima, o tempo limite é de 2,5 à 10 s
- abaixo de 20 da Fmax , a contração pode ser
mantida durante um tempo teoricamente ilimitado - acima de 20 da Fmax , o t lim de manutenção
(aparecimento de fadiga) é função do nível de
contração.
292.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- Capacidade de trabalho dinâmico
- potência de pico potência máxima em um trabalho
dinâmico ativo - potência crítica potência que pode ser mantida
sem limite de tempo.
302.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
- SOLICITAÇÃO FISIOLÓGICA E TRABALHO MUSCULAR
- Solicitação absoluta
- A contração muscular necessita um aporte em
princípios nutritivos assegurada por adaptações
vegetativas - Vasodilatação e aumento do fluxo sangüíneo nos
músculos. - Aceleração cardíaca e conseqüente aumento do
fluxo e do trabalho cardíaco - Aumento da capacidade respiratória e conseqüente
aumento do fluxo de oxigênio através dos pulmões
no sentido do sangue
312.3 - Antropometria Medidas e Aplicações
322.4 - Biomecânica Ocupacional
Fisiologia do Trabalho Muscular
A atividade muscular se acompanha de um aumento
de gasto energético, avaliado pela medida de
consumo de O2 por calorimetria respiratória e
expressa em Kcal/min.
- Solicitação relativa
- Todos os sujeitos não apresentam a mesma aptidão
ao trabalho muscular - Uma mesma carga física de trabalho não constitui
uma mesma solicitação para o organismo segundo a
morfologia, a idade, o sexo e o condicionamento,
sem esquecer o estado de saúde.
332.4 - Biomecânica Ocupacional
- A DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA
- A observação direta
- Pesquisa o alcance, a repartição da atividade
muscular, o tipo e as modalidades de contração,
as características dimensionais do posto de
trabalho, as conseqüências fisiológicas e a
intensidade aparente da tarefa. - A observação instrumental
- Gravação do movimento (fotografia, vídeo e
crono-ciclografia) - Análise eletromiográfica (EMG) quando de uma
contração, a ativação das fibras musculares é
acionada pelo aparecimento de um PA do músculo
que se propaga à superfície da fibra e que é
detectado por meio de eletrodos de superfície,
colados sobre a pele dos músculos estudados.
342.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- TAREFAS MANUAIS E MOVIMENTOS DAS MÃOS
- Atividade da mão e tarefa manual (figuras 2.6 e
2.7) - Importância da mão nos gestos de trabalho grande
plasticidade mecânica, importante mobilidade dos
dedos em relação a multiplicidade de ossos,
músculos e articulações e, em relação a fineza da
inervação motora e sensitiva (tato) - A mão é um instrumento de pega e de manipulação
delicada, pois é nela que se observa uma
convergência dos efeitos resultantes da
mobilização, mais ou menos generalizada, dos
membros, do tronco,...
352.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
desfavorável
modificada
Figura 2.6 - Atividade da mão e tarefa manual
adaptações de empunhadura em função da anatomia
da mão.
362.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Os movimentos manuais
- Os movimentos especificamente manuais Envolvem
atividades de manipulação com imobilização do
tronco, dos braços, dos ante-braços. Esses
movimentos são encontrados em tarefas finas e
delicadas como micro-soldagem, desenho decorativo
em cerâmica, relojoaria, micro-eletrônica.
Figura 2.7 - Três posições de preensão
especificamente manuais. Os valores referem-se as
forças nos dedos.
372.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Os movimentos não especificamente manuais
- Envolvem um certo número de segmentos corporais
mobilização do ante-braço, do braço e, às vezes,
de movimentos de acompanhamento do tronco. Esta
mobilização é necessária à aplicação de força e a
realização eficaz do gesto de trabalho, como por
exemplo em tarefas de aperto de parafusos de
maiores dimensões, conforme figura 2.8.
382.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
Envolvimento do tronco, do braço e do antebraço,
além , é claro, da mão, para a realização do
gesto de trabalho
Figura 2.8 - Movimentos não especificamente
manuais.
392.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- A análise das tarefas manuais
- Uma tarefa manual pode ser definida como sendo
constituída de uma ou mais seqüências de
movimentos, específicos e não específicos,
comportando exigências cumulativas de precisão,
velocidade e/ou força - Diversos estudos foram realizados na indústria,
com o objetivo de racionalizar e quantificar as
atividades gestuais desenvolvidas pelos
trabalhadores, dando origem à vários métodos de
análise e de medida dos tempos e movimentos.
402.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Os movimentos gestuais dirigidos
- Hierarquia muscular e gestos
- segundo as características da atividade manual, a
musculatura utilizada será totalmente diversa - Os movimentos delicados (atividades específicas
de pequenas manipulações, por exemplo) mobilizam
a musculatura fina - Em contrapartida, as atividades não
especificamente manuais, mobilizam uma
musculatura mais robusta (necessidade de
mobilização de segmento de membro mais pesado) - A boa coordenação desses dois tipos de
musculatura faz do gesto de trabalho um movimento
dirigido.
412.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Tipos de gestos em função dos circuitos
empregados - Os gestos voluntários
- São os gestos realizados de forma consciente pelo
sujeito e que envolve o córtex cerebral. Como
todos os gestos, eles subentendem uma interação
entre a força muscular e a força gravitacional.
Eles podem ser - Gestos voluntários subentendidos
- São gestos lentos, tensos, operados por
contração dos músculos sinérgicos e de controle,
que trabalham em sentido opostos. - A duração desses gestos é igual à soma do tempo
de reação, da duração do movimento primário
(deslocamento do membro superior) e da duração do
movimento secundário (ajustamento final do gesto)
422.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Gestos voluntários balísticos
- São gestos mais econômicos em termos
energéticos, eles são muito mais rápidos e a ação
simultânea dos músculos sinérgicos e de controle
é bastante reduzida. - A duração desses gestos é igual à soma do tempo
de reação e do tempo de movimento primário, e o
ajuste final é reduzido quase a nada. - Este tipo de gesto é utilizado, por exemplo, em
caso de perigo, quando de uma parada brusca de
uma máquina em funcionamento. O movimento
balístico termina, então, sobre o botão vermelho
de parada de urgência, que está localizado,
normalmente, ao lado do painel de comando das
máquinas e equipamentos, cujo diâmetro é
aproximadamente o da palma da mão.
432.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Os gestos automáticos ou automático-voluntários
- São os gestos que correspondem às atividades
motoras que envolvem um nível de integração
sub-cortical. Pode ser observado em trabalhadores
experientes. Um exemplo de atividade
automática-voluntária é dado pela análise do
comportamento operativo de um motorista quando da
condução de um veículo em uma rua bastante
conhecida. - Os gestos reflexos
- São gestos que correspondem a circuitos reflexos
bem conhecidos, do ponto de vista fisiológico.
Este tipo de gesto ocorre, por exemplo, em caso
de perigo para a integridade física corporal do
sujeito reação à choque, calor, gesto de
proteção do rosto.
442.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- A classificação dos gestos em função do tipo de
tarefa - A tarefa de ajustamento contínuo
- Este tipo de tarefa é caracterizada pela
necessidade de ajustar, a cada instante, a ação
motora a seu objetivo. As informações vindo do
ambiente de trabalho e variando de forma
aleatória, exigem uma resposta motora contínua e
permanentemente corrigida. Por exemplo, a
condução de um automóvel e o corte de
determinados materiais segundo um traçado
pré-determinado.
452.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- A tarefa de ajustamento descontínuo
- Este tipo de tarefa é caracterizada pelo fato de
que a necessidade de ajustar a ação motora ao seu
objetivo não ocorre a todo instante. As
informações provenientes do ambiente de trabalho
são independentes da natureza da resposta motora
precedente. Entram neste tipo de tarefa aquelas
que comportam uma única e mesma ação (por
exemplo girar um botão com duas posições) e
aquelas que comportam uma seqüência de gestos,
mais ou menos isolados (por exemplo digitação,
onde após um erro o digitador pode perfeitamente
continuar a digitar o texto)
462.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Classificação em função da cinemática do gesto
- Cadeia articulada (ou cinemática) é um sistema
de segmentos móveis ligados entre si por meio de
articulações - Cadeia articulada aberta quando nenhuma
resistência exterior apreciável não se opõe ao
movimento de sua extremidade distal - Cadeia articulada fechada uma cadeia cuja
extremidade distal encontra uma resistência
exterior que impede ou limita seu movimento
livre. Neste caso três possibilidades podem
ocorrer a parte distal se move, apesar da
resistência (esforço dinâmico) a parte próxima
se desloca em relação a parte distal imobilizada
nenhum movimento ocorre (esforço estático)
472.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
OS FATORES QUE INFLUENCIAM OS GESTOS
- A aprendizagem
- A aprendizagem de um trabalho consiste em criar
circuitos sensório-motores preferenciais que, na
medida em que vão sendo elaborados, tendem a se
tornar cada vez menos conscientes - Neste sentido, o endereço gestual máximo é obtido
quando este circuito torna-se perfeitamente
automático - O gesto pode, então, ser executado em um nível
sub-cortical e o nível cortical intervêm somente
para criar a concentração necessária à realização
da tarefa - Dois processos neuro-fisiológicos concorrem à
aprendizagem o processo central e o periférico.
482.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Processo central
- Estabelecimento de planos de cooperação muscular,
por meio da criação de vias neuro-fisiológicas
particulares - Nota-se ao nível dos gestos uma diminuição
progressiva dos movimentos acessórios (diminuição
das co-contrações) dos grupos musculares cuja
intervenção é útil à atividade considerada - Objetivamente, isto se traduz por um gesto fácil
e simples com um sujeito experiente, em oposição
à um gesto hesitante e contraído com um sujeito
aprendiz.
492.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Processo periférico
- Adaptação fisiológica cardio-respiratória,
muscular, desenvolvimento do tato. Por exemplo
ao nível muscular observa-se um aumento da força
e da velocidade de execução. - Na prática, para a aprendizagem, na medida em que
se necessita uma forte concentração mental e
motora, é desejável, ao menos no início, que as
seções sejam curtas e repetitivas. - A análise do trabalho pelo futuro operador é um
elemento importante para a descrição e a
compreensão das operações elementares que serão
em seguida repetidas.
502.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Os estereótipos mentais
- DEFINIÇÃO
- A aprendizagem de uma profissão, assim como o
projeto de uma máquina ou de um posto de
trabalho, deve respeitar os estereótipos mentais
- Estereótipo é a tendência que um sujeito tem de
atingir uma certa reação dos aparelhos que ele
utiliza quando ele age sobre um comando, assim
como o significado que ele tem tendência a dar na
interpretação de uma informação lida sobre um
painel, por exemplo - Identifica-se dois tipos de estereótipos mentais
os universais e os culturais.
512.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Os estereótipos universais
- Existem determinados estereótipos, universalmente
aceitos, que podem ser caracterizados qualitativa
e quantitativamente. - Noção qualitativa
- A noção qualitativa está relacionada com a ação
motora realizada. Por exemplo quando uma
alavanca é puxada de sua posição central para a
direita ou para frente, espera-se que a agulha de
um painel que visualize esta ação, gire no
sentido horário ou para cima, conforme figura 2.8.
522.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
Figura 2.8 - Esteriótipos universais noção
qualitativa
532.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Noção quantitativa
- Sobre uma escala graduada horizontal o zero está
a esquerda - Sobre uma escala graduada vertical o zero está
em baixo - Nestes dois casos, um aumento do parâmetro que
se estuda, deverá se traduzir, respectivamente,
por um deslocamento da esquerda para a direita, e
de baixo para cima, conforme figura 2.9.
542.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
Figura 2.9 - Esteriótipos universais noção
quantitativa
552.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- Os estereótipos culturais
- São estereótipos adquiridos em função de nosso
ambiente cultural, não sendo portanto
universalmente aceitos - O exemplo mais típico está relacionado a
estratégia de leitura e da influência desta
estratégia sobre os erros na visualização de um
quadro sinótico, conforme figura 2.10 - Os métodos eletro-oculográficos permitem estudar
os movimentos do globo ocular, durante uma
leitura ou durante a exploração de um quadro de
comando.
562.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
Erro 14
45,5
29
11,5
14
Erro 95
Figura 2.10 - Esteriótipos culturais erro na
leitura de um quadro sinótico
572.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHO
- O tremor
- Consiste em uma oscilação concomitante ao esforço
aplicado, desenvolvido para conservar a posição
ou a direção fixada do gesto. - O tremor diminui com a aprendizagem, em caso de
trabalho com atrito ou se o membro superior for
apoiado (se isto for possível), assim como se o
corpo for bem equilibrado. - O tremor aumenta em caso de fadiga, quando se faz
um esforço para não tremer ou em caso de emoção.
582.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
- Considerações gerais
- A postura é a organização no espaço dos
diferentes segmentos corporais. Ela é o suporte
da busca e das tomadas de informações para a ação
do sujeito - A postura é então, principalmente, determinada
- pelas características e exigências da tarefa
- pelas condicionantes internas formas
fisiológicas e biomecânicas de manutenção do
equilíbrio - pelas características do meio ambiente de
trabalho. - Nenhuma postura de trabalho é neutra. Nenhuma má
postura é adotada livremente pelo sujeito, mas
é resultado de um compromisso entre os pontos
citados.
592.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
- Elementos fisiológicos e biomecânicos da
manutenção postural - Condição da manutenção do equilíbrio
- A manutenção do equilíbrio implica que uma certa
parte da massa muscular estabiliza o corpo numa
postura lhe permitindo evitar a queda - Um sujeito em pé, e sem outro ponto de apoio,
está em equilíbrio se a projeção vertical do seu
centro de gravidade estiver dentro do polígono de
sustentação - No caso do sujeito utilizar um apoio (por
exemplo uma cadeira), os pontos de apoio entram
na determinação do polígono de sustentação.
602.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
- Modificação do equilíbrio
- Todo desvio do CG dos segmentos corporais, em
relação à linha de gravidade e ao polígono de
sustentação, necessita o emprego de forças
musculares de manutenção da posição. A posição da
projeção do CG não é, então, em postura em pé
fixa, mas varia em função do estado do sujeito
(idade, sexo, fadiga, álcool,...) - A manutenção do equilíbrio é assegurada
principalmente pela contração dos músculos
posturais sob o controle de estruturas nervosas
que recebem informações diversas (labirínticas,
visuais e táteis,..).
612.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
- Modificação do equilíbrio
- Manutenção postural estática
- Na criança, a manutenção do equilíbrio é
instável. Com a aprendizagem ela se estabiliza
até próximo dos 60 anos. A partir daí ocorre uma
degradação - A amplitude dos reajustamentos posturais pode
ser evidenciada por estático-fisiometria - A manutenção do equilíbrio utiliza, de forma
preponderante, as informações de origem visual.
No caso de variação da vertical subjetiva ou do
deslocamento de uma parte do campo visual, a
manutenção postural sofre modificações e o risco
de queda aumenta.
622.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
- Modificação do equilíbrio
- Perturbação postural
- Em caso de desequilíbrio do corpo, as mesmas
modalidades sensoriais são utilizadas, com
prioridade para as informações visuais em relação
às vestibulares e às cinestésicas. Com os cegos a
situação é diferente porque a hierarquia
sensorial é modificada - O envelhecimento diminui a adaptação da resposta
muscular que permite evitar a queda - O tipo de tarefa e o treinamento modificam a
performance do sujeito - Em situação real, as estratégias empregadas
pelos sujeitos, graças à experiência, também
melhoram a performance.
632.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
- Características das principais posturas de
trabalho - Existe uma variedade considerável de posturas de
trabalho (72 segundo método OWAS) - Tentativas de classificação em vista de uma
avaliação - Limites posturais
- Um deslocamento, mesmo fraco, de um segmento
corporal, pode modificar a estabilidade da
postura e as contrações musculares estáticas do
equilíbrio - A duração da manutenção de uma postura imóvel é
um fator essencial de avaliação do
constrangimento postural.
642.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
- Os principais métodos de avaliação postural
- Medida do custo energético (ver figuras 2.11 e
2.12) - A contração estática dos músculos não leva à um
considerável aumento do consumo de oxigênio - Os efeitos hemodinâmicos e biomecânicos não
aparecem em termos de custo energético.
652.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
1
2
3
4
5
0,1 5
0,2 10
0,3 15
0,4 20
0,5 25
Kcal/min puls/min
0
Figura 2.11 - Custo fisiológico de diferentes
posturas
662.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
3. Reto e torcido
4. Inclinado e torcido
1. Reto
2. Inclinado
Dorso
2. Um braço para cima
3. Dois braços para cima
1. Dois braços para baixo
Exemplos Código 127 215 327
Braços
3. Duas pernas flexionadas
1. Duas pernas retas
2. Uma perna reta
Pernas
4. Uma perna flexionada
5. Uma perna ajoelhada
6. Deslocamento com pernas
7. Duas pernas suspensas
Figura 2.12 - Classificação das diferentes
posturas, segundo Método OWAS
672.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHO
Figura 2.13 - Consumo de energia no lazer. Os
valores dão o consumo médio de energia em
minutos para os homens em Kcal/min. Para as
mulheres (10 a 20 menos)