Title: PIAGET, Jean; INHELDER, B
1PIAGET, Jean INHELDER, Bärbel. A psicologia da
criança. Rio de Janeiro Bertrand Brasil, 1993.
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3- O NÍVEL SENSÓRIO-MOTOR
- O bebê ainda não apresenta pensamento, nem
afetividade ligada a representações que permitam
evocar pessoas ou objetos na ausência deles. - Elabora o conjunto das subestruturas cognitivas,
que servirão de ponto de partida para as suas
construções perceptivas e intelectuais
ulteriores, assim como certo número de reações
afetivas elementares, que lhe determinarão, em
parte, a afetividade subseqüente.
4- A inteligência sensório-motora essencialmente
prática, tendente a resultados favoráveis e não
ao enunciado de verdades, constrói um sistema
complexo de esquemas de assimilação, e de
organização do real de acordo com um conjunto de
estruturas espácio-temporais e causais. - Estádio I - reflexos
- Assimilação reprodutiva ou funcional
- Assimilação generalizadora
- Assimilação recognitiva
5- Estádio II - primeiros hábitos
- Esquema - estrutura ou organização das ações, as
quais se transferem ou generalizam no momento da
repetição da ação, em circunstâncias semelhantes
ou análogas. - Estádio III - hábito em estado nascente, sem
finalidade prévia estremada dos meios empregados. - Estádios IV e V - impõe-se ao sujeito uma
finalidade prévia, independentemente dos meios
que vai empregar. E no V estágio, acrescenta-se a
procura de meios novos por diferenciação dos
esquemas conhecidos (conduta de suporte)
6- Estádio VI - fim do período sensório-motor. A
criança torna-se capaz de encontrar meios novos
por combinações interiorizadas. - A construção do real
- Constrói as grandes categorias da ação que são os
esquemas do objeto permanente, do espaço, do
tempo e da causalidade, subestruturas das futuras
noções correspondentes. - Descentração geral (a criança é um objeto entre
os outros num universo formado de objetos
permanentes, estruturado de maneira
espácio-temporal e sede de uma causalidade ao
mesmo tempo espacializada e objetivada nas
coisas).
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8- Espaço e tempo grupo dos deslocamentos
(primeiramente material e depois no plano da
representação do conjunto. - Causalidade mágico-fenomenista, depois se
objetiva e espacializa - O esquematismo sensório motor manifesta-se em
três grandes formas sucessivas - )as formas iniciais são constituídas por
estruturas de ritmos - )regulações diversas que diferenciam os ritmos
iniciais segundo esquemas múltiplos - )princípio de reversibilidade
9- Aspecto afetivo das reações sensório-motoras
- Adualismo inicial - não há fronteira entre o
mundo interior ou vivido e o conjunto das
realidades exteriores. - Sorriso
- Satisfação biológica satisfação psicológica
sistema de trocas graças à imitação, à leitura
dos indícios dos gestos e das mímicas. Modulação
dos afetos, controle das excitações,
possibilidade de adiar reações. - Relações "objetais" a afetividade é solidária
com o conjunto da conduta sem consistir em
10 11- em causa nem em efeito das estruturações
cognitivas, o fator essencial nas relações
objetais é a relação como tal entre o sujeito e o
objeto afetivo. - O DESENVOLVIMENTO DAS PERCEPÇÕES
- A inteligência procede da ação em seu conjunto,
na medida em que transforma os objetos e o real,
e que o conhecimento, cuja formação pode
seguir-se na criança, é essencialmente
assimilação ativa e operatória.
12- Percepção depende do aspecto figurativo do
conhecimento real - Ação sensório-motora operativa e transforma o
real. - Constância e causalidade perceptiva
- Constância de grandeza percepção da grandeza
real de um objeto situado a distância
independentemente do seu apequenamento aparente.
A grandeza de um objeto é variável à visão mas
constante ao toque e todo desenvolvimento
sensório-motor impõe uma correspondência entre
escala perceptiva visual e a escala
táctil-cinestésica.
13- Constância da forma percepção da forma habitual
do objeto, independentemente da sua apresentação
perspectiva. - Efeito anteparo a passagem de um objeto A por
baixo de outro objeto B se reconhece, quando A
está em parte oculto, pela organização das
fronteiras as leis da figura e do fundo) - Efeito túnel quando A passa por baixo de B a
uma velocidade constante, percebida antes da
entrada, experimenta-se uma impressão perceptiva,
mas não sensorial, de suas posições e
antecipa-se-lhe a saída. - A atividade perceptiva pode ser dirigida a uma
inteligência isso não substitui a percepção,
mas, ao estruturar o real, contribui para
programar as colheitas de informação perceptiva,
isto é, para indicar o que se deve olhar com mais
atenção.
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15- Nas constâncias perceptivas, o objeto não é
modificado na realidade, mas apenas na aparência,
isto é, do ponto de vista do sujeito. Sendo
necessária uma regulação perceptiva. No caso das
conservações, o objeto é modificado em realidade
e, para compreender a invariância, é preciso
construir operatoriamente um sistema de
transformações que assegura as compensações.
16A HORA DAS REFEIÇÕES
17- A FUNÇÃO SEMIÓTICA OU SIMBÓLICA
- Poder representar alguma coisa (um "significado"
qualquer objeto, acontecimento, esquema
conceitual, etc.) por meio de um "significante"
diferenciado e que só serve para essa
representação linguagem, imagem mental, gesto
simbólico, etc. - Função semiótica funcionamentos fundados no
conjunto dos significantes diferenciados.
18- Aparecimento da função semiótica
- Imitação diferida criança imita uma cena nova,
após esta ter ocorrido. É o início da
representação e o gesto imitativo é o princípio
de significante diferenciado. - Jogo simbólico menina finge dormir, fechando os
olhos e refazendo o ritual que observa ao
adormecer faz dormir seu urso de pelúcia coloca
uma concha numa caixa e diz miau (após ver um
gato). Nítida representação e o significante
diferenciado é um gesto imitativo, acompanhado de
objetos que vão se tornando simbólicos
19- Desenho ou imagem gráfica intermediário entre
jogo e imagem mental. - Imagem mental imitação interiorizada
- Evocação verbal de acontecimentos não atuais
sinais da língua em vias de aprendizagem - Imitação é uma prefiguração da representação,
constitui no decurso do período sensório-motor
uma espécie de representação em atos materiais e
ainda não em pensamento. - A função semiótica engendra duas espécies de
instrumentos os símbolos, que apresentam, embora
significantes diferenciados, alguma
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21- semelhança com os seus significados
(individuais), e os sinais que são arbitrários ou
convencionais (coletivo). - O jogo transforma o real por assimilação mais ou
menos pura às necessidades do eu, ao passo que a
imitação (quando constitui fim em si mesma) é
acomodação mais ou menos pura aos modelos
exteriores e a inteligência é o equilíbrio entre
a assimilação e a acomodação. - Tipos de jogos
- Jogo de exercício repetir pelo prazer das
atividades adquiridas, com uma finalidade de
adaptação
22- Jogo simbólico
- Jogos de regras que se transmitem socialmente de
criança a criança - Jogos de construção construções mecânicas, etc.
Solução de problemas e criações inteligentes. - Tipos de desenho
- Realismo fortuito garatuja com significação
descoberta em seu desenrolar - Realismo gorado fase de incapacidade sintética,
em que os elementos da cópia estão justapostos em
vez de estarem coordenados num todo.
23CONHECER-SE
24- Realismo intelectual apresenta os atributos
conceituais do modelo, sem preocupação de
perspectiva visual. - Realismo visual o desenho não representa o que é
visível de um ponto de vista perspectivo
particular. - Imagens mentais
- Reprodutivas limitam-se a evocar espetáculos já
conhecidos e percebidos anteriormente - Antecipadoras imaginam movimentos ou
transformações, assim como seus resultados, mas
sem haver assistido anteriormente a sua realização
25- Caráter estático das imagens pré-operatórias, não
se tornando possíveis as imagens cinéticas e de
transformação senão depois dos 7-8 anos, e isso
graças a antecipações ou reantecipações, que se
apóiam na compreensão operatória. - A memória e a estrutura das lembranças-imagens
- memória de reconhecimento
- memória de evocação
- Nem toda conservação do passado é memória, pois
um esquema se conserva pelo funcionamento, mesmo
independente de qualquer memória (...) a
memória de um esquema é o próprio esquema.
26- A partir de experimentos com bebês chegou-se aso
seguintes resultados - a lembrança-imagem apóia-se no esquema e não no
modelo perceptivo. - Os progressos intelectuais do esquema acarrearam
os da lembrança - os elementos motores ou operatórios são
importantes em todos os níveis de memória. - A linguagem
- na criança normal, a linguagem aparece mais ou
menos ao mesmo tempo que as outras formas do
pensamento semiótico.
27- Evolução
- fase de falação espontânea (comum às crianças de
todas as culturas de 6 a 10-11 meses) - fase de diferenciação de fonemas por imitação
(desde os 11-12 meses) - final do sensório-motor, fase das
palavras-fases - final do segundo ano de vida frases de duas
palavras, depois pequenas frases completas sem
conjugações nem declinações e, em seguida, uma
aquisição progressiva de estruturas gramaticais
28A linguagem, ao contrário dos outros instrumentos
semióticos (imagem, etc.) construídos pelo
indivíduo à proporção das necessidades, a
linguagem já está toda elaborada socialmente e
contém de antemão, para uso dos indivíduos que a
aprendem antes de contribuir para o seu
enriquecimento, um conjunto de instrumentos
cognitivos (relações, classificações, etc.) a
serviço do pensamento.
29TCHAU, PESSOAL