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A MOLÉCULA QUE VICIA
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Cerca de 30 da população brasileira adulta é
viciada em nicotina. Além de prejudicar o
orçamento doméstico, o consumo de tabaco leva ao
surgimento de vários males e, conseqüentemente, à
diminuição da expectativa de vida da população.
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Nicotina, uma substância química capaz de nos
fazer encher o pulmão de fumaça, botando a nossa
própria vida em risco, conscientemente.
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• A nicotina é um composto orgânico, e é o
  principal alcalóide do tabaco. (Alcalóides são
  compostos orgânicos nitrogenados provindo de
  plantas, que tem efeitos fisiológicos nos seres
  humanos).

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• A nicotina está presente em toda a planta do
  tabaco, mas principalmente nas folhas,
  correspondendo a 5 em peso da planta.

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• A nicotina em estado bruto já era conhecida em
  1571, e o produto purificado foi obtido em 1828.

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• A fórmula molecular, C10H14N2, foi estabelecida
  em 1843, e a primeira síntese em laboratório foi
  publicada em 1904.

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• A nicotina é um dos poucos alcalóides
  líquidos, à temperatura ambiente.

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• É um líquido incolor e inodoro, oleoso quando
  exposto ao ar ou à luz, adquire uma coloração
  marrom e um odor característico do tabaco.

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• A nicotina age de duas maneiras distintas
  tem um efeito estimulante e, após algumas
  tragadas profundas, tem efeito tranqüilizante,
  bloqueando o stress.

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• Seu uso causa dependência psíquica e física,
  provocando sensações desconfortáveis na
  abstinência.

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• Em doses excessivas, é extremamente tóxica
  provoca náusea, dor de cabeça, vômitos,
  convulsão, paralisia e até a morte. A dose letal
  (LD50) é de apenas 50 mg/kg.

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• É utilizada como um inseticida (na
  agricultura).
• e vermífugo (na pecuária).

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• Pode ainda ser convertido para o ácido
  nicotínico e, então, ser usado como suplemento
  alimentar.

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• Dados estatísticos indicam que há uma clara
  correlação entre o número de cigarros fumados
  diariamente e o risco de morte por câncer no
  pulmão e doenças cardiovasculares.

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A NICOTINA NO CÉREBRO
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• Em baixas concentrações, a nicotina ativa o
  receptor, que causa a liberação do
  neurotransmissor glutamato, que é um transmissor
  excitatório muito importante no SNC.

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• As ações da nicotina se fazem fundamentalmente
  através do sistema nervoso autônomo.

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• Pequenas doses de nicotina agem nos gânglios
  do sistema nervoso autônomo, inicialmente como
  estímulo a neurotransmissão e, subseqüentemente,
  como depressor.

• O uso de altas doses de nicotina tem rápido
  efeito estimulante seguido de efeito depressor
  duradouro.

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• Os cientistas não encontraram nenhum indício
  de que os cigarros com baixos teores de alcatrão
  e nicotina diminuam o risco de doença cardíaca
  coronariana.

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• Muitos fumantes que mudam para cigarros com
  baixos teores de alcatrão e nicotina acabam por
  fumar mais e tragar mais fundo para compensar o
  menor teor de nicotina.

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FUMAÇA DE SEGUNDA MÃO
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• Os fumantes não são os únicos afetados pela
  fumaça do cigarro. A fumaça do cigarro no meio
  ambiente (FCM), também chamada de fumo passivo ou
  fumo de segunda mão, é um perigo sério para o não
  fumante, principalmente para as crianças.

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• Os estudos mostram que o risco de morte por
  doença cardíaca é aproximadamente 30 maior em
  pessoas expostas à fumaça do cigarro no meio
  ambiente e em casa.

• Os filhos de fumantes apresentam muito mais
  casos de infecção do que crianças de
  não-fumantes.

• Mulheres não-fumantes expostas à fumaça de
  cigarro também têm mais chances de dar a luz à
  bebês de baixo peso.

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CÂNCER
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• A fumaça do cigarro contém várias substâncias
  carcinogênicas, como a nornicotina, monóxido de
  carbono, acroleína, benzeno, tolueno, cresol,
  fenol, cloreto de vinila, benzoantraceno,
  benzopireno, etc. Essas substâncias foram
  detectadas no tabaco através de análises químicas
  conduzidas pelos pesquisadores Hoffmann e
  Brunnemann, em 1976/77.

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AMÔNIA NO CIGARRO
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• Algumas companhias tabagistas já foram
  acusadas de adicionarem amônia aos cigarros, numa
  tentativa de aumentar a liberação de nicotina.

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• Este processo é conhecido como "free-basing",
  que é semelhante ao processo utilizado para
  aumentar os efeitos da cocaína.

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• Parar de fumar é fácil - o difícil é
  permanecer parado... a nicotina vicia não pelo
  prazer que proporciona, mas sim pelo desprazer
  provocado pela sua ausência, em um dependente.

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• Pesquisadores da Universidade da Califórnia,
  liderados por Brenda Eskenazi, estudando a
  capacidade de fecundação de 1.341 mulheres
  jovens, verificaram que elas têm uma taxa de
  fertilidade 50 por cento menor que a taxa de
  fertilidade das não-fumantes.

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• Mesmo consumindo menos de 10 cigarros por dia,
  a capacidade de engravidar é menor do que o
  normal, segundo artigo publicado na revista
  Epidemiology, em março de 95.

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• Nessa situação, elas passam para o feto
  basicamente duas substâncias o monóxido de
  carbono e a nicotina, responsáveis por quase
  todas as anomalias que ocorrem no desenvolvimento
  do feto.

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• Quando os teores de arboxiemoglobina atinge
  nove por cento, verifica-se acentuada queda no
  fornecimento de oxigênio para o feto.

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• Este alcalóide, reconhecidamente
  vasoconstritor, não só aumenta a resistência do
  fluxo sangüíneo, como também estimula a glândula
  supra-renal a fabricar mais epinefrina
  (adrenalina), substância que provoca aumento no
  batimento cardíaco, sobrecarregando o coração
  obrigando-o a um trabalho maior.

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• Por isso, o coração do feto executa em média
  cinco batidas a mais por minuto, todas as vezes
  que a mãe traga a fumaça do cigarro. Isto
  representa desgaste físico com acentuado reflexo
  no desenvolvimento normal do feto.

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• Trabalhando com 12.190 gestantes, ele verificou
  que os recém-nascidos de mães fumantes, mesmo sem
  encurtamento da gravidez, pesavam em média 600
  gramas a menos e que o tamanho era de oito a 10
  centímetros menor que o tamanho normal.

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• O efeito nocivo do cigarro interfere também no
  QI dos recém-nascidos. Butler e Alberman,
  analisando em 1969 a capacidade de compreender e
  interpretar textos de filhos de mães que fumaram
  durante a gravidez, verificaram que é bem menor
  quando comparado a filhos da mesma idade de mães
  não-fumantes.