Title: DSI- Doutrina Social da Igreja
1DSI- Doutrina Social da Igreja
- Aula ministrada na escola de política e fé
- Profº Glaucio A. F. de Souza
- Contato gafs74_at_ig.com.br
2Terminologia
- Diversas expressões ao longo da história
- Magistério social da Igreja
- Ensino social da Igreja
- Filosofia Social
- Pensamento social católico
- DSI- Doutrina social da Igreja
3Conceito (etnologia)
- Doutrina Social da Igreja
- O termo doutrina e sua multiplicidade
- Filosófica-política-científica...
- A palavra doutrina refere-se a matriz religiosa.
- Doutrina a partir da fé cristã.
4Conceito (etnologia)
- O termo social- vem do latim socialis- está
radicado na palavra socius. - Social- indica sócio, companheiro, associado,
isso demonstra o caráter relacional do ser
humano. O social é marcado pela política,
economia, ética... - Social está voltado para o institucional
5Conceito (etnologia)
- O termo da Igreja expressa que esta reflexão faz
parte de uma instituição denominada Igreja
Católica Apostólica Romana.
6Tendo em conta a definição de João Paulo II no
discurso do ano novo de 1991 DSI como um
conjunto orgânico de princípios de reflexão,
critérios de julgamento e diretrizes para a ação,
sobre as relações sociais formais derivadas da
vida social humana institucionalizadas ensinado,
à luz do Evangelho e no exercício da sua função
pastoral, pelo magistério da Igreja Católica, com
a assistência do Espírito e a cooperação dos
teólogos e dos especialistas nas ciências
sociais.
7Um saber iluminado pela fé
- CDSI 62- ... não se trata simplesmente de
alcançar o homem na sociedade ...mas de
fecundar e fomentar com o Evangelho a mesma
sociedade. ... A convivência social, com
efeito, não raro determina a qualidade de vida e,
por conseguinte, as condições em que cada homem e
cada mulher se compreendem a si próprios ....
8Um saber iluminado pela fé
- CDSI 63- Com a sua doutrina social ... Ela
atualiza no curso da história a mensagem de
libertação e de redenção de Cristo....
Evangelizar o social é, pois, infundir no coração
dos homens a carga de sentido e de libertação do
Evangelho ... é construir uma cidade do homem
mais humana porque sic mais conforme o Reino de
Deus.
9- Partindo da comunhão dentro da Igreja, a
caridade abre-se, por sua natureza, ao serviço
universal, frutificando no compromisso dum amor
ativo e concreto por cada ser humano. Este âmbito
qualifica de modo igualmente decisivo a vida
cristã, o estilo eclesial e a programação
pastoral. É de se esperar que o século e o
milenio que estão a começar hão-de ver a
dedicação a que pode levar a caridade para com os
mais pobres.
10- Se verdadeiramente partimos da contemplação
de Cristo, devemos saber vê-Lo sobretudo no rosto
daqueles com quem Ele mesmo Se quis identificar
(Mt 25,35-36). Esta página não é um mero convite
à caridade, mas uma página de cristologia que
projeta um feixe de luz sobre o mistério de
Cristo. Nesta página, não menos do que o faz com
a vertente da ortodoxia, a Igreja mede a sua
fidelidade de Esposa de Cristo. - (Novo Millennio Ineunte, n. 49).
11Capítulo IIMissão da Igreja e Doutrina Social
- I. Evangelização e Doutrina Social
- Solicitude Social da Igreja (Sollicitudo Rei
Socialis) n. 41 O exercício do ministério da
evangelização em campo social, que é um aspecto
do múnus profético da Igreja, compreende também a
denúncia dos males e das injustiças. - Centésimo Ano (Centesimus Annus) n. 5 a DSI é um
conteúdo essencial da evangelização. - Centésimo Ano (Centesimus Annus) n. 54 a DSI tem
o valor de um instrumento de evangelização.
12II. A natureza da Doutrina Social da Igreja
PALAVRA DE DEUS
SOCIEDADE
- Teórica
- Histórica
- Prática
DSI
13- A DSI é
- Tal doutrina é caritas in veritate in re
sociali, ou seja, a proclamação da verdade e do
amor de Cristo na sociedade é serviço da
caridade, mas na verdade. Esta preserva e exprime
a força libertadora da caridade nas vicissitudes
sempre novas da história. (CV 5). - O que não é DSI- Uma doutrina política...
Portanto ela não constitui uma modelo social de
nada. - A DSI é evangelização?
14Declara, finalmente, que a DSI é essencialmente
teologia (cf. SRS 41g), isto é, um discurso que
concerne ao desígnio de Deus sobre o homem e se
interessa, portanto, pela economia e pela
política, não para avaliar seus aspecto técnicos
e organizativos, mas para clarificar suas
inevitáveis implicações éticas. Seu conteúdo não
é desenhar um sistema, mas indicar os limites
inegociáveis e sugerir itinerários possíveis para
que os diversos projetos políticos e econômicos,
formulados na historia concreta dos povos em
relação com inúmeras variáveis, sejam dignos do
homem e em conformidade com a lei moral.
15Capítulo IIIA pessoa humana e seus direitos
- I. DSI e o princípio personalista
- Todos os caminhos da Igreja levam ao
homem(Redemptor Hominis, 14) - A sociabilidade é uma dimensão essencial da
natureza humana. - A DSI afirma que a sociedade não se encontra nem
fora e nem acima dos homens, mas existe neles e
para eles. É a organicidade da sociedade. - Pessoa ser de relações ? de indivíduo.
16II. A pessoa humana imago Dei
- A 1ª narração acentua que o ser humano foi criado
à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27). - A semelhança divina é atribuída neste texto a
todas as pessoas, ao passo que, no Antigo
Oriente, apenas os reis e seus representantes
eram vistos como imagem da divindade. - Desta maneira, é democratizada a prerrogativa
de ser imagem de Deus.
17- A dignidade humana- deve fundamentar todo e
qualquer direito. - Hexaémeron- a criação não fica solta a sua
subjetividade. - O jardim- lugar de encontro
- Adão e Eva como comunidades.
- O bem comum- Não deve ser entendido como uma soma
dos bens particulares, entende-se comum aquilo
que é do sujeito e de todos.
18O bem comum
- CDSI 167-O bem comum empenha todos os membros da
sociedade ninguém está escusado de colaborar, de
acordo com as próprias possibilidades, na busca e
no seu desenvolvimento .... - CDSI 384- ... A comunidade política, realidade
conatural aos homens, existe para obter um fim
comum, inatingível de outra forma ....
19- O divórcio entre a fé professada e a vida
cotidiana deve ser enumerado entre os erros mais
graves de nosso tempo.(Gaudium et Spes, 43)
20CAPÍTULO IV PRINCÍPIOS DA DSI
PESSOA
POLÍTICA
- Dignidade humana
- Direitos humanos
- Sociabilidade
ECONOMIA
SOCIEDADE
- Destino universal dos bens
- Justiça (social)
- Subsidiariedade
- Opção preferencial pelos pobres
- Caridade (social)
- Solidariedade
Já vistos anteriormente
21- Participação Bem comum
- É uma exigência da democracia
- Não pode ser reduzida a formalidade do voto
- Canais de participação SABs, Conselhos
Paritários, Acompanhamento de Governo, etc.
22(Política) Bem Comum
- Bem comum finalidade da ação política.
- Não é somatória dos interesses individuais, mas
aquilo que é o mais importante para todos, na
perspectiva dos mais frágeis da sociedade. - Origem deste conceito filosofia grega. O
importante era buscar o bem da Pólis, que
estava acima do bem dos indivíduos.
23- Bento XVI introduz um terceiro aspecto, ao
relacionar justiça, caridade e bem comum. - Assim, o bem comum passa de conceito
ético-social, que vinha na tradição da DSI, para
uma dimensão teológica, pois se torna realização
concreta da caridade, já que ele é resultado de
um amor que procura dar respostas às necessidades
reais do próximo. - Ama-se tanto mais eficazmente o próximo, quanto
mais se trabalha em prol de um bem comum que dê
resposta também às suas necessidades reais. (CV,
n. 7). - Texto Sobre Política e Jardinagem.
24(Sociedade) Solidariedade
- DSI começa a falar de solidariedade,
substituindo a expressão caridade social. - O termo é uma derivação da palavra latina solidum
(inteiro, comum, todo) e sua utilização foi
inicialmente de tipo jurídico. Designava o
tributo que os devedores deveriam pagar para
saldar um débito comum indivisível
25- Ele apresenta como que um caminho, que vai da
interdependência ao grande mandamento da
caridade, sendo a solidariedade um momento ético
desse percurso (Srs 1738-40). -
-
-
26Definição de solidariedade
- Srs 38 Esta, portanto, não é um sentimento de
compaixão vaga ou de enternecimento superficial
pelos males sofridos por tantas pessoas próximas
ou distantes. Pelo contrário, é a determinação
firme e perseverante de se empenhar pelo bem
comum ou seja, pelo bem de todos e de cada um,
porque todos nós somos verdadeiramente
responsáveis por todos.
27(Sociedade) Caridade
- Caridade tema central no pontificado de Bento
XVI. Sua duas primeiras encíclicas Deus caritas
est Sacramentum Caritatis. - Terceira encíclica Caritas in Veritate. Esta é
uma encíclica social, que entra para o patrimônio
da DSI. - Nessa encíclica, a caridade vem apresentada como
uma força que impele os cristãos a se empenharem
na causa da justiça e da paz.
28- O Pontífice estabelece uma correlação entre
justiça, caridade e bem comum. A justiça é
intrínseca à caridade, pois não se pode dar ao
outro do que é próprio, sem antes dar-lhe o que é
de direito, sendo a justiça a medida mínima da
caridade. - Decorrente disso, vem o empenho pelo bem comum,
uma vez que não se pode amar o próximo sem se
empenhar eficazmente em ações que dêem respostas
às suas necessidades reais. - Política uma forma exigente de se viver a
caridade (OA 46).
29- Para a DSI vínculo do cristão com os outros
cidadãos, não na sua dimensão íntima e privada ou
interpessoal ? que costuma abranger um número
muito limitado de pessoas ? mas como vínculo
aberto a toda a sociedade. Essa caridade é
chamada também de caridade civil ou caridade
natural.
30(Economia) Destinação universal dos bens
- Deus destinou a terra com tudo o que ela contém
para uso de todos os homens e povos de modo que
os bens criados devem chegar equitativamente às
mãos de todos, segundo a justiça, secundada pela
caridade. Sejam quais forem as formas da
propriedade, conforme às legítimas instituições
dos povos e segundo as diferentes e mutáveis
circunstâncias, deve-se sempre atender a este
destino universal dos bens.
31- Por esta razão, o homem que usa desses bens, não
deve considerar as coisas exteriores que
legitimamente possui só como próprias, mas também
como comuns, no sentido de que possam beneficiar
não só a si mas também aos outros. Além disso,
todos têm o direito de ter uma parte de bens
suficientes para si e suas famílias. Assim
pensaram os Padres e Doutores da Igreja,
ensinando que os homens têm obrigação de auxiliar
os pobres, e não apenas com os bens supérfluos.
Aquele, porém, que se encontra em extrema
necessidade, tem direito a tomar, dos bens dos
outros, o que necessita. - (Gaudium et Spes, n. 69)
32Reflexão
- O mundo tem recursos suficientes para atender as
necessidades de todos, mas não a ambição de
todos - Mahatma Gandhi