Title: LESSLOSS SP7
1LESSLOSS Workshop - Lisboa, 24/Maio/2007
LESSLOSS SP7 Técnicas e métodos para redução da
vulnerabilidade
sísmica IST Metodologia de projecto de
grandes estruturas subterrâneas de
betão armado em solos brandos
Mário Lopes (mlopes_at_civil.ist.ult.pt)
2ANTECEDENTES Sismos recentes mostraram que as
estruturas subterrâneas podem ser vulneráveis aos
sismos.
3 COMPORTAMENTO DINÂMICO Devido à grande
massa de solo, o comportamento dinâmico do
sistema soloestrutura é controlado pela rigidez
e amortecimento do solo. A estrutura acompanha o
movimento do solo e as suas zonas mais flexíveis
ficam sujeita a deslocamentos horizontais
semelhantes aos do solo. A estrutura não precisa
de resistir a forças de inércia horizontais, que
são tansferidas directamente para o solo dos
lados da estação.
4superfície
- O colapso das estações de metropolitano durante o
sismo de Kobe foi devido ao colapso dos pilares
dos alinhamentos flexíveis, que não suportaram os
deslocamentos transversais impostos pelo solo
envolvente
5DESADEQUAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS REGULAMENTARES As
estruturas subterrâneas não têm de resistir a
forças de inércia horizontais. No contexto
regulamentar corrente isto é equivalente a
considerar o qoeficiente de comportamento
infinito (q?), o que mostra a a sua
desadequação, EC8 incluido.
6METODOLOGIA DE PROJECTO Aplicação dos
princípios de Capacity Design para maximizar a
ductilidade ? 1 Escolher o mecanismo de
deformação plástica apropriado tendo em conta os
potenciais perfis de deslocamento do solo. 2
Dimensionar as rótulas plásticas com capacidade
resistente à flexão necessária para resistir às
restantes acções (os momentos flectores devidos à
acção sísmica são nulos). 3 Dimensionar as
zonas que se pretende fiquem em regime elástico
com excesso de resistência. Dimensionar as
rótulas plásticas com armadura de confinamento.
7CAPACITY DESIGN
Projecto Directo du4dy Capacity Design
du3dydu13dy20 dy23dy
8CONCEPÇÃO Objectivo projectar estrutura com
capacidade de deformação para deslocamentos
horizontais relativos ao longo da altura. 1
Contrafortes ou outros elementos rígidos, como
vigas curtas, devem ser evitados. 2 Deve
usar-se aço e betão de resistência elevada. 3
A espessura do recobrimento de solo sobre a
estrutura deve ser minimizada (para reduzir os
esforços axiais nos pilares). 4 Elementos
estruturais secundários (por exemplo escadas) e
elementos não estruturais (por exemplo paredes de
alvenaria) não devem restringir a deformação da
estrutura principal.
9ANÁLISE Cálculo da capacidade de deformação da
estrutura ? comportamento plástico pós-cedência ?
analise não linear ? conhecimento prévio de
quantidades e detalhes de armaduras
10- METODOLOGIA DE PROJECTO
- Prática corrente
- Concepção da estrutura
- Análise estrutural global baseada em rigidez
constante - Verificação da segurança ao nível das secções ou
dos materiais. Em estruturas de BA isto
corresponde ao cálculo de armaduras. - Metodologia proposta
- A terceira fase é uma fase real de verificação,
pois as armaduras têm de ser conhecidas antes da
análise não linear. - Projectar a estrutura para as outras acções pelos
procedimentos correntes - Acrescentar armaduras para aumentar a ductilidade
- Verificação da segurança
- Resultado não aceitável ? repetir (ii) e
(iii) ? procedimento iterativo
11COMPARAÇÃO EC8 METODOLOGIA PROPOSTA
Acção sísmica ?? deslocamentos impostos
Estrutura exemplo
d
5m
6m
Solo brando
5m
6.5m
9m
9m
Solo rígido
Laje de topo - espessura 1.20m Laje de fundo
espessura 2.00m Paredes periféricas espessura
1.20m Pilares 0.7 x (1.4) m2 Vigas 0.9 x (1.4)
m2 Distância entre alinhamentos flexíveis 7.0 m
12EC8, Classe de Ductilidade Baixa, q1.5
13Metodologia proposta 1 escolha de mecanismo de
deformação plástica É inevitável a formação de
rótulas plásticas nas extremidades de vigas e
pilares
1
2
3
Perfis de deslocamentos irregulares (devido a
extractos de solo com rigidez diferentes) ?
rótulas plásticas nos pilares são inevitáveis (3)
? escolher o mecanismo 2 Não há necessidade de
evitar o mecanismo de soft-storey como em
edifícios
14Metodologia proposta Paredes periféricas não há
necessidade de conferir resistência adicional à
flexão (q? ? Msd0). Adicionar armadura de
confinamento. Lajes aumentar a resistência à
flexão junto às paredes para garantir que não
plastificam (Msdslab ?0.MRdwall) Vigas 1-
extremidades adicionar armadura de confinamento
nas rótulas plásticas
2 junto aos nós pilar/viga aumentar
resistência à
flexão Pilares adicionar armadura de
confinamento junto aos nós
15Metodologia proposta
16ANÁLISE Cálculo da capacidade de deformação ?
regime plástico (pós cedência) ? análise não
linear (considerando os efeitos do endurecimento
das armaduras, do confinamento do betão,
etc.) RESULTADOS EC8, análise linear, q1.5 ?
?max 8.2x10-3 EC8, análise não linear ?
?max 5.0x10-3 Metodologia proposta, análise não
linear ? ?max 14.6x10-3
17CONCLUSÕES A análise de acordo com o EC8 é contra
a segurança, pois sobrestima a capacidade de
deformação da estrutura. A razão deve-se ao
facto de que aumentar a resistência de secções de
betão armado à flexão não aumenta a sua
capacidade de deformação, como se assume nas
metodologias regulamentares baseadas na divisão
dos resultados das análises elásticas pelo
coeficiente de comportamento.
18CONCLUSÕES
A aplicação do EC8 pode induzir o projectista em
erro se se usar um coeficiente de comportamento
baixo, pois cria a ilusão de que a estrutura
resiste em regime elástico. Na realidade há uma
clara penetração na fase plástica, como se
observa nos diagramas de curvaturas.
19CONCLUSÕES
1 A estrutura projectada de acordo com a
metodologia proposta permite uma muito melhor
exploração da ductilidade em toda a estrutura,
como se constata pela comparação dos diagramas
curvaturas na rotura.
20CONCLUSÕES 2 A ductilidade disponível em
curvatura é muito superior na estrutura
projectada de acordo com a metodologia
proposta 1 2 ?? a estrutura projectada de
acordo com a metodologia proposta tem uma
capacidade de deformação (?max 14.6x10-3) 3
vezes superior à da estrutura projectada de
acordo com o EC8 (?max 5.0x10-3) Num projecto
real a diferença tenderia a ser bastante
superior, pois o projectista não conceberia e
pormenorizaria a estrutura para ser flexível e
dúctil, pois estaria na ilusão de que esta
resistiria em regime elástico.
21 CONCLUSÕES A estrutura projectada de acordo
com a metodologia proposta é ligeiramente mais
barata do que a projectada de acordo com o EC8.
22Aplicações a outros elementos e estruturas
Alguns dos conceitos descritos podem ser
parcialmente aplicados ao projecto de pontes,
estacas e alguns elementos de estruturas de
edifícios, conduzindo a projectos mais uniformes
e económicos.