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Karl Marx

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Karl Marx 1818-1883 Prof. Ricardo Feij Em 1847, uma organiza o de trabalhadores emigrados da Alemanha com sede em Londres, conhecida como Liga Comunista, convida ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: Karl Marx


1
Karl Marx
  • 1818-1883

Prof. Ricardo Feijó
2
A Segunda Revolução Industrial
  • A Revolução Industrial da segunda metade do
    século XIX teve como base o desenvolvimento do
    eletromagnetismo com as experiências seguidas de
    muitos físicos brilhantes e a síntese matemática
    de James Clerk Maxwell, que com suas quatro
    equações básicas, envolvendo campos elétricos e
    magnéticos, proporcionou uma completa compreensão
    teórica dos fenômenos naturais observados em
    laboratório.

3
Avanço tecnológico e privações sociais
  • A aplicação dos achados da ciência física na
    construção de motores, na comunicação por
    telégrafo, na indústria siderúrgica e em outros
    campos criou as condições para um novo impulso no
    desenvolvimento do capitalismo industrial.
  • Às expensas dos bens de consumo populares,
    intensifica-se o investimento em bens de capital
    cuja criação ampliada cobrava um elevado custo
    social com grandes privações para as massas.

4
Sacrifício e especialização
  • As classes sociais inferiores foram as mais
    sacrificadas. Mais uma vez, as relações
    tradicionais no seio das comunidades eram
    substituídas por pura relação de mercado.
  • O trabalho foi, cada vez mais, especializado em
    operações mecânicas simplificadas e a tirania do
    relógio no interior das fábricas ditava o ritmo
    do trabalho, inteiramente dependente das
    máquinas. Mulheres e crianças eram empregadas nas
    fábricas.

5
Lei dos pobres, capatazes e condição das mulheres
  • A Lei dos Pobres na Inglaterra não conseguia
    assegurar os direitos das crianças e muitas delas
    ficavam aos cuidados de inescrupulosos que se
    dedicavam ao tráfico de crianças.
  • Os capatazes eram pagos para manter a rígida
    disciplina do trabalho e recebiam pela
    produtividade.
  • A condição da mulher na sociedade foi revista na
    medida em que passava ela a desempenhar papéis
    nas fábricas que antes eram prerrogativas de
    homens.

6
Urbanização e conflito
  • Crescem as cidades na Inglaterra, num ambiente
    empoeirado e sem condições mínimas de higiene. O
    poder absoluto e irrefreável dos grandes
    industriais foi contestado em motins organizados
    pelos trabalhadores.
  • Até 1813 eclodem revoltas de grupos de
    trabalhadores contra o sistema fabril, mas os
    ímpetos contestatórios foram sendo dominados pelo
    emprego da força e pela necessidade de
    sobrevivência dos revoltosos.

7
Novas leis sociais
  • O governo tratou de intervir nas relações sociais
    fazendo a revisão das leis que haviam sido
    edificadas no fim do século anterior.
  • A Lei das Associações, de 1799, visava coibir as
    ações dos primeiros grandes sindicatos na
    indústria têxtil.
  • Um complexo sistema de auxílio aos pobres havia
    sido edificado, entretanto, muitos argumentavam
    que tal sistema teria contribuído para a queda
    dos salários e limitado a mobilidade da força de
    trabalho.
  • A nova legislação, de 1834, condicionou a
    assistência ao pobre à exigência de internação
    nas Casas de Trabalho.

8
Novos ideais de sociedade
  • Nem todos, porém, acreditavam que reformas nas
    leis poderiam conter o quadro desumano criado
    pela expansão capitalista.
  • A descrença para com a sociedade, tal como era,
    tinha levado alguns pensadores a imaginarem um
    novo tipo de sociedade regulada por outras regras
    e princípios.
  • Muitos deles chegaram a implementar, em contextos
    particulares, pequenas comunidades regidas pelos
    critérios imaginados. Seguiam o exemplo de
    Gerrard Winstanley (1609-1652) que em sua época
    tinha fundado uma comunidade nas terras da coroa
    inglesa.

9
Socialismo na Revolução Francesa
  • Na época da Revolução Francesa, havia se
    difundido a idéia de que a tomada do poder por
    populares poderia, enfim, eliminar as injustiças
    sociais criadas pela desigual condição humana.
  • Gracchus Babeuf (1760-1797) pregava o socialismo
    como modelo social e foi executado logo após a
    queda de Robespierre.
  • Mas ao contrário de Babeuf, a maioria dos
    socialistas pensava que a transição ao novo
    modelo de sociedade poder-se-ia realizar de modo
    pacífico.

10
Robert Owen
  • Na Inglaterra, conservadores rotulados de Tóris
    propunham reformas sem ruptura na sociedade.
  • Robert Owen (1771-1858) critica os excessos
    cometidos por empresários industriais,
    acreditando que através de empreendimentos
    industriais de caráter experimental poderia
    demonstrar a superioridade de um modelo mais
    humano nas relações de trabalho.

11
A fábrica experimental de Owen
  • Imaginava ele que o ambiente da fábrica poderia
    funcionar como uma irmandade de iguais, onde os
    operários seriam estimulados a dar o melhor de
    si. Em troca, seriam recompensados e tratados com
    toda consideração.
  • Para Owen, o socialismo atenuaria a competição e
    faria prevalecer relações de cooperação entre os
    homens.
  • A fábrica experimental de Owen não foi bem
    sucedida e ela só pode funcionar mantendo uma
    rígida disciplina do trabalho.

12
Willian Godwin (1756-1836)
  • Outros também pensavam que o socialismo poderia
    vir a prevalecer a partir de exemplos bem
    sucedidos em experimentos particulares.
  • Willian Godwin faz a defesa da classe operária
    mostrando que ela tem sido quase sempre
    prejudicada pelas leis que só favorecem os ricos.
    Godwin acredita que a educação e o bom uso da
    razão levariam à transformação social.

13
Henri de Saint-Simon (1760-1825)
  • Outro conservador radical, Henri de Saint-Simon
    pensava que o governo deveria participar
    diretamente na produção e distribuição de
    riquezas. A propriedade privada não deveria ser
    abolida, mas usada no interesse das massas.
  • Tidos como mais eficientes que a pequena
    manufatura, os grandes empreendimentos
    industriais não são combatidos, mas Saint-Simon
    assevera que eles deveriam ser canalizados para
    atender o interesse público.

14
Charles Fourier (1772-1837)
  • Fourier foi outro que acreditou ser possível
    reformar o capitalismo pela força dos exemplos.
  • No entanto, as cooperativas rurais que fundara
    também foram uma experiência fracassada.
  • Fourier critica a concorrência no capitalismo
    alegando que ela leva sempre ao monopólio.
  • O capitalismo é um sistema irracional, já que
    nele poucos realizam trabalho útil para a
    sociedade, enquanto a maioria é composta por
    parasitas.

15
Joseph Proudhon (1809-1865)
  • Finalmente, outro socialista que se destacou no
    período foi Joseph Proudhon que contesta
    radicalmente a existência da propriedade e afirma
    literalmente que a propriedade é um roubo.

16
Do socialismo utópico ao socialismo revolucionário
  • Todos esses socialistas apontados anteriormente,
    a exceção de Babeuf, acreditam que reformas
    políticas graduais poderiam levar a uma sociedade
    melhor.
  • Na segunda metade do século XIX, aparece a
    concepção do socialismo como algo a ser alcançado
    pela revolução social.
  • Ele não seria obtido pelas reformas nas leis e
    nem pelo exemplo particular.

17
  • Os seus adeptos substituem a concepção do
    socialismo como uma utopia ideal pelo socialismo
    como método de interpretação da história e de
    ação política.
  • O principal nome na teoria do socialismo
    revolucionário foi o pensador alemão Karl Marx.

18
A vida de Karl Marx
19
  • Karl Heinrich Marx (1818-1883) nasceu em Trier,
    região então desenvolvida e com moderna indústria
    fabril ao sul da Alemanha.
  • Filho de uma família relativamente abastada, de
    origem judaica e convertida ao cristianismo, seu
    pai foi brilhante jurista e lhe conferiu uma
    vigorosa orientação formadora.
  • Marx perdera-o com apenas 20 anos, mas as
    influências do falecido pai permaneceram por toda
    a vida.

20
  • Aos 17 anos, ingressou no curso de Direito na
    Universidade de Bonn. Em Bonn, iniciou relação
    afetiva com Jenny von Westphalen, com quem viria
    a se casar anos depois.
  • No ano seguinte, o pai de Marx enviou-o à
    Universidade de Berlin, tida como mais séria,
    onde permaneceu por quatro anos, tempo em que
    abandonou o romantismo.

21
A esposa de Marx
  • Jenny era filha do Barão de Westphalen, membro
    proeminente da sociedade de Trier e o responsável
    pelo interesse de Marx na literatura romântica e
    nas idéias saint-simonianas.

22
Hegel e os jovens hegelianos
  • O rico ambiente cultural despertou o interesse de
    Marx pela filosofia, especialmente por G. Hegel
    (1770-1831) e pela leitura dele feita pelos
    Jovens Hegelianos.
  • Marx tornou-se membro desse movimento e seu grupo
    incluía os teólogos Bruno Bauer e David Friedrich
    Strauss que fazem crítica radical ao cristianismo
    e, por implicação, estão contra os opositores
    liberais da aristocracia prussiana, afeitos ao
    regime democrático e constitucional.

23
A concepção materialista
  • A filosofia hegeliana, no entanto, já se
    encontrava em crise e cisão, e dela Marx se ateve
    a certos elementos enquanto negava outros.
  • O que logo de início ele tratou de se
    desvencilhar foi o idealismo, em prol de
    concepção materialista que o levou à escolha do
    tema de sua tese de doutorado em filosofia no
    estudo comparativo dos filósofos gregos
    materialistas Demócrito e Epicuro, defendida na
    Universidade de Iena em 1841.

24
Influência de Feuerbach
  • O materialismo de Marx foi reforçado com a
    leitura da obra de Ludwig Feuerbach (1804-1872),
    A Essência do Cristianismo, lançada em 1841 e que
    propôs apoiar a crença materialista no
    naturalismo antropológico e na revisão do
    conceito hegeliano de alienação.

25
A nova noção de alienação
  • Enquanto a noção de alienação em Hegel descrevia
    o processo em que as idéias se realizam nas
    criações objetivas da história humana, para
    Feuerbach alienação corresponde à perda da
    essência humana, o afastamento de si mesmo em
    prol da submissão ao Deus projetado.
  • No lugar do cristianismo, propõe ele um humanismo
    naturalista.

26
Marx rompe com Feuerbach
  • Embora Marx tenha acolhido com entusiasmo as
    idéias de Feuerbach, ele havia rejeitado a
    descrição naturalista e universal do homem e a
    crítica à dialética hegeliana, tida por Feuerbach
    como mera especulação mistificadora.

27
O que determina o caráter humano?
  • Para Marx, o caráter do homem dependeria do lugar
    por ele ocupado na trama das relações sociais e o
    princípio dialético de Hegel não deveria ser
    descartado, mas elaborado no sentido da criação
    de uma dialética materialista.
  • Assim, Marx, em sua crítica ao idealismo
    hegeliano, ainda manteve a dialética, agora
    redefinida como elemento propulsor do
    materialismo.

28
Diferentes interpretações da dialética
  • Na história da filosofia, a noção de dialética
    ganha diferentes significados.
  • Nos pré-socráticos é a mutabilidade do mundo, a
    transformação de toda propriedade em seu
    contrário.
  • Em Platão e Aristóteles adquire o significado de
    arte da discussão.
  • Em Kant é a força dos aspectos contraditórios no
    processo de desenvolvimento das idéias, que
    possui uma conexão interna a ser desvendada pela
    filosofia.

29
  • Marx reteve a concepção dialética de Hegel, mas
    não como propulsora das idéias e sim como motor
    do desenvolvimento nas relações econômicas.

30
O que é de Marx?
  • As idéias de Marx foram se firmando enquanto
    tendência particular dentro do materialismo
    filosófico.
  • Ele se afastou das noções filosóficas idealistas
    de Hegel, da crença de que todos os fenômenos da
    natureza e da sociedade têm sua base na idéia
    absoluta.
  • Reteve, entretanto, o conceito de alienação e o
    ponto de vista dialético da compreensão da
    realidade.

31
A nova dialética
  • A dialética de Hegel, afirmara Marx, estava
    correta, mas deveria ser posta de cabeça para
    baixo substituindo-se o idealismo pelo
    materialismo, a visão da história como sendo
    movida pelo desenvolvimento do espírito absoluto
    pela idéia de que as condições materiais seriam o
    motor verdadeiro do devir histórico.

32
Prioridade da matéria...
  • A matéria é o princípio primordial e o espírito
    apenas um reflexo secundário dela.
  • Da matéria surge a consciência e o conhecimento
    do universo é a realidade refletida nessa
    consciência. Mas a realidade enquanto tal existe
    independentemente da consciência.

33
Evolução do materialismo
  • Os primeiros filósofos materialistas apareceram
    na Grécia antiga. Tales de Mileto, Anaximandro,
    Anaxímenes, Heráclito, Demócrito e Epicuro, todos
    eles procuraram identificar o elemento material
    básico, o bloco de construção do universo água,
    vapores, átomos materiais e até mesmo o fogo
    foram selecionados como sendo esse elemento.
  • Depois, na Idade Média, as concepções
    materialistas sobreviveram na filosofia
    nominalista. Na Renascença, G. Bruno manteve
    idéias materialistas. Tido como herege, ele foi
    condenado à fogueira.

34
  • O hilozoísmo e o panteísmo acreditam que as
    sensações e outros fenômenos psíquicos possuem as
    mesmas propriedades do mundo físico.
  • No século XVIII, surge o materialismo mecanicista
    de La Metrie, Diderot e Holbach. Tidos como
    ateus, suas concepções escandalizaram o mundo em
    sua época. Feuerbach, portanto, pode contar com
    uma longa tradição em filosofia materialista.
  • Ele usou o materialismo em seu ataque a Hegel, e
    Marx, mesmo não aderindo integralmente às teses
    de Feuerbach, esteve sob suas influências.

35
  • Apenas Marx uniu o materialismo à dialética na
    construção do seu materialismo dialético que
    acredita estar embasado na prática social e
    aspira ser a teoria orientadora da revolução do
    proletariado.

36
A trajetória de Marx
37
Marx jornalista
  • Com a pretendida carreira universitária impedida
    pelo governo prussiano, Marx mudou-se para o
    jornalismo e em outubro de 1842 se tornou editor,
    em Colônia, da influente Gazeta Renana, um jornal
    liberal financiado por industriais.
  • Foi a atividade política, no exercício do
    jornalismo, que o impeliu ao estudo da Economia
    Política e das teorias socialistas. Os artigos de
    Marx, particularmente em questões econômicas,
    forçaram o governo da Prússia a fechar o jornal.
    Marx então emigrou para a França após se casar
    com Jenny em 1843.

38
Marx em Paris
  • Chegando em Paris no fim de 1843, Marx
    rapidamente trava contato com grupos organizados
    de imigrantes alemães que faziam oposição ao
    absolutismo prussiano e também com vários adeptos
    de diferentes seitas socialistas francesas.
  • Ele publica, em colaboração com Arnold Ruge,
    figura destacada da esquerda hegeliana, o
    periódico de curta duração Anais Franco-alemães,
    que pretendia unir os socialistas franceses aos
    radicais alemães de inspiração hegeliana.

39
Manuscritos Econômicos e Filosóficos
  • Durante seus primeiros meses em Paris, Marx
    tornou-se comunista e expôs suas concepções numa
    série de escritos reunidos depois nos Manuscritos
    Econômicos e Filosóficos, que permaneceram não
    publicados até 1932.
  • Nos Manuscritos, Marx delineia uma concepção
    humanista do comunismo, ainda sob influencia da
    filosofia de Feuerbach e com base no contraste
    entre a natureza alienada do trabalho no
    capitalismo e a sociedade comunista na qual os
    seres humanos desenvolveriam livremente sua
    verdadeira natureza na produção cooperativa.

40
  • Nos Manuscritos, Marx delineia uma concepção
    humanista do comunismo, ainda sob a influência da
    filosofia de Feuerbach e com base no contraste
    entre a natureza alienada do trabalho no
    capitalismo e a sociedade comunista na qual os
    seres humanos desenvolveriam livremente sua
    verdadeira natureza na produção cooperativa.

41
O encontro com Engels
  • Foi em Paris que Marx iniciou sua parceria, que
    se desenvolveria por toda vida, com Friedrich
    Engels (1820-1895), filho de um industrial têxtil
    e afastado do curso universitário, mas que se
    tornara incansável autodidata, movido por enorme
    curiosidade intelectual. Engels também se ligou
    ao movimento dos Jovens Hegelianos.

42
  • O primeiro contato intelectual entre ambos se deu
    nos Anais, onde consta artigo de Engels
    intitulado Esboço de uma Crítica da Economia
    Política.

43
  • Esboço de uma Crítica da Economia Política (F.
    Engels) tido como genial na avaliação de Marx.
    O Esboço de Engels focaliza a obra dos
    economistas clássicos ingleses como expressão da
    ideologia burguesa da propriedade privada, que
    não teria, portanto, uma significação científica.
  • Marx ficou convencido, a partir das influências
    do amigo, que sua atividade teórica em
    complemento à ação política teria como orientação
    a crítica da Economia Política.

44
  • Introdução à Crítica à Filosofia do Direito de
    Hegel e A Questão Judaica Marx esboçara, por
    meio de giros dialéticos e da concepção
    teleológica da história, o modo como o
    proletariado alemão seria a classe agente da
    transformação mais profunda que deveria combater
    o absolutismo na Prússia e abolir a divisão de
    classes na nova sociedade.

45
Conceitos de alienação
46
Alienação micro
  • O operário não conhece o efeito real da
    contribuição de seu trabalho particular no
    conjunto das operações da fábrica que resultam no
    artigo vendável a que ela se destina.
  • A essência humana se objetiva nos produtos do
    trabalho do operário que a ele se contrapõem por
    serem produtos alienados e convertidos em
    capital.

47
Alienação macro
  • O automatismo do capital num modo de produção
    particular o capitalismo funcionando como uma
    segunda natureza, a idéia de que o capital
    possui leis próprias de funcionamento e é movido
    por uma lógica intrínseca a ele em direção à
    acumulação, submetendo os agentes a essa mesma
    lógica.
  • Qualquer ator social vira mero suporte de
    relações e deixa de ter uma vida voltada à
    execução de seus próprios desígnios. As
    exigências da acumulação capitalista se impõem
    aos objetivos individuais e empobrecem o sentido
    da vida humana.

48
Alienação em Feuerbach
  • Deus foi inventado pelos homens como projeção das
    próprias idéias deles. Contudo, ao criarem Deus
    como sua imagem haviam alienado o homem dele
    mesmo. Eles criaram outro ser em contraste
    consigo mesmo, reduzindo a si próprio a uma
    criatura pecadora que necessitaria da religião e
    dos governos a fim de guiá-la e controlá-la.
  • Se a religião fosse abolida, diz Feuerbach, os
    seres humanos superariam o estado de alienação.

49
Alienação econômica
  • A idéia de alienação de Marx aplica-se à
    propriedade privada propriedade esta que faz o
    homem trabalhar para ela e não para o bem de sua
    espécie.
  • Nos Manuscritos, a idéia de alienação tem uma
    base econômica. Só a sociedade comunista poderia
    se contrapor ao efeito desumano da propriedade
    privada.

50
A fuga de Paris
  • Sob pressão das autoridades prussianas, o governo
    francês expulsa Marx de Paris no fim de 1844.
  • Na companhia de Engels, ele se move para Bruxelas
    permanecendo por lá nos próximos três anos.
  • Neste período, visita a Inglaterra, onde a
    família de Engels possuía uma indústria de
    tecelagem de algodão em Manchester.
  • Marx iria residir em Londres a partir de 1847.

51
Três novas obras de Marx
  • Marx e Engels trabalham conjuntamente o livro A
    Sagrada Família, de 1845, em que os amigos jovens
    hegelianos são criticados por manterem a
    interpretação hegeliana do conceito de alienação.
  • Ainda em Bruxelas, no mesmo ano Marx trabalha em
    algumas notas, As Teses sobre Feuerbach, que em
    colaboração com Engels seriam ampliadas e
    resultariam no livro A ideologia Alemã.

52
A Ideologia Alemã
53
  • Trata-se de intenso estudo em história em que se
    elabora o que viria a ser conhecido como a
    concepção materialista da história.
  • A tese fundamental é a de que a natureza dos
    indivíduos depende do papel deles na produção
    material ou que o pensamento humano é determinado
    pelas forças socioeconômicas.
  • Marx traça a história de diferentes modos de
    produção desenvolvendo o método de análise do
    materialismo dialético, em que a ação de forças
    históricas leva à mudança na sociedade. Ele prevê
    o colapso do estágio atual, o capitalismo
    industrial, e sua substituição pelo comunismo.

54
  • Na Ideologia Alemã o materialismo de Marx alcança
    plena maturidade.
  • Sua filosofia procura ser antimetafísica e
    contrária ao idealismo. Ela é o estudo das leis
    mais gerais que regem a natureza, a sociedade e o
    pensamento, partindo do modo como a realidade
    objetiva se reflete na consciência.
  • Estuda como se transforma a matéria, como se
    realiza a passagem das formas inferiores às
    superiores. Sua teoria do conhecimento enfatiza a
    prática social como critério de verdade. As
    verdades científicas são sempre parciais enquanto
    conhecimento limitado pela história.

55
  • O materialismo histórico de Marx, tido como uma
    evolução do materialismo dialético, estuda as
    leis sociológicas que caracterizam a vida em
    sociedade, bem como sua evolução histórica e a
    prática social dos homens no desenvolvimento da
    humanidade.
  • Ao mesmo tempo em que estabelece as bases do
    materialismo histórico, a Ideologia Alemã critica
    os jovens hegelianos e Feuerbach, pois,
    contrariamente à opinião deles, a história não é
    o mero resultado de um jogo de ideologias e da
    presença de grandes heróis.
  • O verdadeiro fundamento dela reside nas formações
    socioeconômicas e nas relações de produção.
  • Marx e Engels não negam a força das idéias, pelo
    contrário, afirmam serem elas capazes de
    introduzir mudanças na base econômica que as
    originou. Decorre então a importância da ação dos
    partidos políticos e de outras associações.

56
O materialismo histórico e dialético
57
  • O materialismo histórico trabalha com conceitos.
  • A unidade do processo social é o ser social,
    não o indivíduo mas suas relações uns com os
    outros e com a natureza. Tais relações têm
    existência objetiva, não dependendo da
    consciência.
  • A consciência social é o conjunto de idéias
    políticas, jurídicas, filosóficas, estéticas e
    religiosas, mais a psicologia das classes
    sociais. Esse conjunto de idéias e representações
    constitui-se através da história.

58
  • Outros conceitos centrais são os meios de
    produção, tudo o que é empregado para gerar bens
    materiais, as forças produtivas, que englobam
    meios de produção, capacidade técnica,
    conhecimento e rotinas de produção, as relações
    de produção, relações de cooperação, submissão e
    outros vínculos que se estabelecem entre os
    homens na produção, e os modos de produção,
    conceito mais abrangente que caracteriza o
    estágio de desenvolvimento da sociedade, entre
    comunidade primitiva, escravagismo, feudalismo,
    capitalismo e comunismo, o ápice na escala de
    evolução das sociedades.

59
O modo de produção
  • O modo de produção é basicamente composto de três
    estratos. A base material que são as forças
    produtivas, o conjunto de relação sociais que
    compõe as relações de produção e a
    superestrutura, o conjunto de crenças ou a
    ideologia que mantém a coesão entre os homens
    justificando o status quo e compelindo-os ao
    cumprimento dos papéis individuais.  

60
A concepção materialista da história
  • A filosofia do devir histórico de Marx e Engels é
    cravejada de conceitos, não apenas os que
    definimos anteriormente. Diversos outros termos e
    expressões adquirem conotação particular no
    interior de uma ontologia social. Sociedade,
    formações socioeconômicas, estrutura social,
    organização política da sociedade, vida
    espiritual, cultura, história, personalidade e
    progresso social, cada qual deve ser interpretado
    à luz do quadro de referências associado a este
    sistema filosófico.

61
  • A concepção materialista da história parte da
    materialidade do mundo, onde tudo é matéria em
    movimento e a matéria é anterior à consciência. O
    mundo pode ser conhecido primeiro as qualidades
    e depois os aspectos quantitativos e as causas
    dos fenômenos.

62
Aspectos da lógica no sistema filosófico de Marx.
  • Além de conceitos peculiares, a crença de Marx
    parte de uma ontologia social, que identifica o
    que constitui os objetos da realidade social, e
    de uma lógica.
  • A lógica é apenas uma linguagem. A lógica
    dialética de Marx é uma alternativa à lógica
    tradicional.
  • Esta última aceita o princípio da não
    contradição duas proposições opostas não podem
    ser simultaneamente verdadeiras.

63
  • Marx, seguindo a filosofia hegeliana, acredita
    que em certas circunstâncias o uso dessa lógica
    pode levar a resultados contraditórios e busca
    contornar tais dificuldades.
  • Se a realidade é contraditória, ou seja, se a
    contradição está no próprio objeto de estudo é
    melhor aceitá-la desde o início e examiná-la no
    prisma de uma lógica que aceita a contradição.
  • A lógica que não admite a contradição, ao
    examinar uma realidade ela mesma contraditória,
    leva a resultados também contraditórios. Tratando
    a realidade por meio de uma lógica que admite a
    contradição chega-se a resultados não
    contraditórios. Portanto, a lógica dialética
    apreende melhor a realidade do capitalismo.

64
A Miséria da Filosofia
  • Simultaneamente à composição da Ideologia Alemã,
    Marx trabalha na elaboração de um polêmico
    panfleto, A Miséria da Filosofia, no qual ele
    demarca nitidamente as teses do socialismo
    revolucionário das crenças socialistas
    anteriores.
  • Os escritos de Owen, Godwin, Saint-Simon e
    Fourier, são considerados formulações ilusórias
    do socialismo a que Marx rotula de socialismo
    utópico.
  • Nesse ensaio, ele tem em vista principalmente a
    concepção socialista idealizada de Proudhon. Não
    se pode negar, entretanto, as influências que
    esses socialistas tiveram na formação de Marx.

65
Manifesto do Partido Comunista
66
  • Em 1847, uma organização de trabalhadores
    emigrados da Alemanha com sede em Londres,
    conhecida como Liga Comunista, convida Marx e
    Engels a participarem de uma conferência em
    Londres na condição de líderes teóricos.
  • Ao final dela, eles são solicitados a escreverem
    uma declaração de suas posições pessoais.
  • Ela apareceria no ano seguinte em meio à eclosão
    de diversas revoluções na Europa intitulou-se
    Manifesto do Partido Comunista.

67
  • O Manifesto condensou o trabalho teórico dos
    autores em termos de estratégia e tática
    política.
  • Sua fórmula é simples ele declara que toda a
    história tem sido a história da luta de classes.
    Sobre o capitalismo, o enfrentamento entre a
    classe trabalhadora e os capitalistas resultará
    no comunismo.
  • A eclosão da revolução na Alemanha e em outros
    países da Europa conduziu Marx de volta à
    Colônia, onde ele iniciou a publicação do jornal
    diário Nova Gazeta Renana que até o seu
    fechamento, em maio de 1849, defendeu a
    perspectiva comunista no decurso de uma revolução
    democrático-burguesa.
  • Com o fracasso do movimento liberal na Alemanha,
    Marx transfere-se permanentemente a Londres.

68
Marx em Londres
  • Por muitos anos, Marx e sua família viveram na
    pobreza, ajudados pelas pequenas subvenções de
    Engels e de parentes.
  • De 1851 a 1862, Marx contribui para o jornal
    americano New York Tribune, escrevendo artigos e
    editoriais. Ele permanecia, entretanto, a maior
    parte do tempo no Museu Britânico, estudando
    Economia e história social e desenvolvendo suas
    teorias.

69
  • As idéias de Marx levaram alguns alemães
    refugiados em Londres a estabelecerem, em 1864, a
    Associação Internacional dos Trabalhadores,
    conhecida como Primeira Internacional.
  • No ano de uma breve comuna em Paris, em 1871, o
    nome de Marx começou a se tornar conhecido em
    alguns círculos políticos europeus

70
O Capital
71
  • Os estudos de Economia em Londres resultaram na
    obra O Capital, a mais importante de Marx. Ele
    concluiu o primeiro volume em 1867 e outros dois
    foram editados postumamente em 1884 e 1894.
  • Marx hesitou em publicar esses dois volumes tendo
    trabalhado neles até seus últimos dias. O
    lançamento póstumo deles se deu graças à
    iniciativa de Engels que também reuniu esboços
    feitos por Marx na compilação de um quarto
    volume.

72
  • O Capital é o ápice no desenvolvimento do
    trabalho de Marx em Economia Política.
  • Em 1857 ele já havia produzido um gigantesco
    manuscrito de 800 páginas a respeito de temas
    como capital, propriedade da terra, salário, o
    papel do Estado, comércio exterior e mercado
    mundial intitulado Grundrisse.
  • Tal obra permaneceu desconhecida só sendo
    publicado em 1941. No começo dos anos 60, Marx
    havia composto três volumes reunidos nas Teorias
    da Mais-Valia onde critica as teorias da Economia
    Política, particularmente as de Smith e Ricardo.

73
  • O volume I do capital é uma reelaboração ampliada
    dessas reflexões, analisando o processo
    capitalista de produção e elaborando sua própria
    versão da teoria do valor-trabalho e seus
    conceitos de mais-valia e exploração articulados
    num modelo que levaria à queda na taxa de lucro e
    ao colapso do capitalismo industrial.

74
Participação política
  • Um dos motivos porque Marx demorou em publicar O
    Capital foi que ele estava devotando muito de seu
    tempo e energia à primeira Internacional, onde
    havia sido eleito para o Conselho Geral em 1864.
  • Marx esteve ocupado em preparar os congressos
    anuais da Internacional. Uma batalha interna se
    desenvolve então entre Marx e o anarquista russo
    Mikhail Bakunin (1814-1876), contestado e depois
    expulso por Marx. Embora Marx tenha vencido o
    conflito com Bakunin, a transferência da sede do
    Conselho Geral de Londres para Nova York em 1872,
    apoiada por ele, levou ao enfraquecimento e
    posterior declínio do movimento.

75
  • O evento político mais importante no período de
    existência da Internacional foi a Comuna de Paris
    em 1871, quando os cidadãos de Paris se rebelaram
    contra o governo e mantiveram a cidade sob
    controle por dois meses. Ao longo dos combates
    sangrentos da rebelião, Marx escreveu um de seus
    mais importantes panfletos A Guerra Civil na
    França, uma defesa entusiasmada do comunismo.

76
  • Marx foi demitido da Primeira Internacional em
    1872 e passou seus últimos anos trabalhando na
    sua obra mais importante O Capital, à medida que
    seu estado clínico ia crescentemente se
    debilitando.
  • Mesmo às custas de sua saúde, Marx manteve-se
    ainda engajado em movimentos políticos.
  • Na Alemanha, ele se opôs à aliança entre seus
    seguidores Karl Liebknecht e Augusto Bebel e o
    governo socialista de Lasalle, que procurava
    unificar o partido socialista. O ponto de vista
    de Marx a respeito aparece na Crítica ao Programa
    de Gotha. Em correspondência com Vera Zasulich,
    Marx contemplava a possibilidade da Rússia pular
    o estágio capitalista de desenvolvimento e ir
    direto ao comunismo.

77
A morte de Marx
  • Durante a última década de sua vida, Marx lutava
    para recuperar a saúde. Ele esteve em vários spas
    europeus e até na Argélia em busca de uma
    melhora.
  • O falecimento de sua irmã mais velha e de sua
    esposa o debilitou ainda mais. Falecido em 1883,
    Marx foi enterrado no Cemitério de Highgate em
    Londres

78
(No Transcript)
79
Avaliação da obra de Marx
80
  • Mais do que a especialização em Economia, Karl
    Marx foi filósofo, cientista social e
    historiador, além da atividade prática como
    revolucionário.
  • Ele é, sem dúvida, o pensador social mais
    influente do século XIX. Suas idéias sociais,
    econômicas e políticas tiveram rápida aceitação
    no movimento socialista após a sua morte.
  • Até recentemente quase a metade da população do
    mundo vivia sob regimes que se autoproclamavam
    marxistas. No entanto, em vida, Marx foi
    completamente ignorado nos meios acadêmicos.

81
Marx e a crise da economia
  • Na época em que Marx se dedicou a estudar a
    Economia clássica com o intuito de criticá-la, a
    ciência econômica vinha atravessando um período
    de crise de credibilidade.
  • A contribuição econômica de Marx poderia ter-se
    firmado como novo paradigma em substituição aos
    clássicos. Esta possibilidade não se realizou,
    pois o seu sistema teórico deixou de atrair para
    si os descontentes da época com a Economia de
    Ricardo e Mill.

82
  • No século dele, antes da década de 80 a sua obra
    em nada afetou o ambiente acadêmico dos
    economistas. Embora o primeiro volume de O
    Capital tenha sido publicado no alemão em 1867,
    ele só foi traduzido para o inglês em 1887. Marx
    morreu desconhecido.
  • Os expoentes da Revolução Marginalista, Jevons,
    Menger e Walras, não conheciam as idéias dele.

83
  • Alguns historiadores buscam equivocadamente
    interpretar o surgimento da economia marxista
    como reação ao marginalismo e sua tentativa de
    salvar a crença na eficiência dos mercados
    dando-lhe uma outra roupagem teórica alternativa
    aos clássicos.
  • Ou então que o marginalismo seria uma reação ao
    marxismo.
  • No entanto, nos seus primeiros trabalhos, a
    teoria marginalista não pode ser vista como uma
    mera tentativa de defesa do capitalismo ou como
    uma reação ao avanço das idéias socialistas na
    Europa.

84
  • Somente após a difusão do marxismo, as idéias de
    Marx passaram a ser criticadas pelos
    marginalistas que empregaram seu peculiar
    instrumental teórico para atacá-las.
  • Destacamos, entre os críticos de Marx, os nomes
    de Wicksteed, Pareto, Wieser e Böhm-Bawerk.
    Particularmente, este último procurou refutar
    Marx através de uma nova interpretação do
    conceito de exploração.

85
  • Os marxistas acusam a aparente assepsia da teoria
    da utilidade marginal de ser uma defesa do status
    quo, pois, argumentam, nela não se pode lutar
    contra a propriedade privada, já que a alocação
    eficiente de recursos pressupõe a sua aceitação.
  • Tal teoria também fornece uma justificativa para
    a desigualdade na distribuição de renda ao falar
    em remunerações dos fatores pelas suas
    produtividades marginais.

86
  • Em suma, avaliar o impacto ideológico da
    Revolução Marginalista é uma questão
    controvertida. Para alguns, o conceito de
    utilidade marginal é ideologicamente neutro. De
    fato, algumas coisas na Economia clássica servem
    como instrumento para defender a propriedade
    privada, como, por exemplo, a teoria do fundo de
    salários.
  • Além disso, há certos elementos que poderiam ser
    considerados subversivos no marginalismo de
    acordo com ele, uma distribuição igualitária da
    renda maximizaria a satisfação social, se fossem
    possíveis comparações interpessoais.

87
  • Tal argumento apareceu nos movimento socialista
    Fabiano. Também se argumenta que, dentre os
    marginalistas, Walras era um reformista social e
    que Pigou tinha derivado conclusões
    equalitaristas da teoria da utilidade marginal.
  • Há ainda o caso de George Bernard Shaw que tentou
    construir um socialismo vulgar com base nos
    trabalhos de Jevons e Menger. No estágio inicial
    de desenvolvimento da análise marginalista, ela
    não foi usada para criticar a teoria de Marx.

88
  • A teoria marginalista da utilidade foi atacada
    pelos socialistas como sendo meramente uma nova
    versão da Economia ortodoxa, uma nova linha de
    defesa necessária em face do ataque bem sucedido
    de Marx ao argumento clássico do laissez-faire.
  • No entanto, sabemos que ela não foi uma resposta
    burguesa às teses de Marx.

89
Problemas na interpretação de Marx
  • O sucesso das idéias de Marx no meio político,
    não significa que ele tenha sido completamente
    compreendido no contexto do desenvolvimento
    lógico das teorias econômicas e sociais.
  • O sistema marxista angariou adeptos mais em
    função de seus apelos humanistas e da promessa de
    um mundo melhor do que em função de uma
    compreensão verdadeiramente científica de duas
    idéias.

90
  • O mito de Marx pesou mais do que critérios
    racionais de substituição de teorias. A
    interpretação nebulosa e pontos obscuros do
    sistema marxista resultaram no processo em que
    várias de suas idéias originais foram
    freqüentemente modificadas e seu significado
    adaptado a uma grande variedade de circunstâncias
    políticas.
  • Adicionalmente, há o fato de muitos dos escritos
    de Marx terem sido publicados com grande atraso,
    de modo que apenas em décadas recentes os
    acadêmicos tiveram a oportunidade de apreciarem a
    estatura intelectual de Marx.

91
Raízes do pensamento de Marx
  • Marx é um economista bastante singular no
    desenvolvimento do pensamento econômico. Sua obra
    vastíssima abrange não apenas questões
    econômicas, mas uma ampla variedade de temas.
  • O que torna a interpretação econômica de Marx
    particularmente afastada da ortodoxia é a
    peculiar maneira em que ele combina diferentes
    raízes de seu pensamento na interpretação da
    economia.

92
  • Há o fundamento filosófico alemão, alicerçado na
    visão de Georg Hegel, com a dialética, a noção de
    idéias objetivas e sua teoria do progresso. Dele,
    Marx extrai a interpretação econômica da história
    e certas teses ontológicos e metodológicas.
  • Há também o materialismo de Ludwig Feuerbach e o
    conceito de alienação. Da Economia Política, Marx
    serviu-se de fontes tais como Smith e Ricardo,
    donde encontrou inspiração para sua teoria do
    valor trabalho e outras idéias a divisão de
    classes sociais, a noção de arbitragem entre
    mercados que iguala as taxas de lucro, a
    preocupação com a evolução do capitalismo na
    teoria da queda tendencial da taxa de lucro e uma
    miríade de conceitos.
  • Finalmente dos socialistas utópicos ele extrai a
    idéia de construção de uma nova sociedade com a
    abolição parcial da propriedade privada.

93
  • Esta confluência em um único autor de diferentes
    matrizes de pensamento espalhadas em pelo menos
    três países (Alemanha, França e Inglaterra) era
    novidade na evolução da ciência econômica.
  • Ao mesmo tempo em que tal fato conferiu
    originalidade e brilhantismo aos escritos de
    Marx, tornou-o uma espécie de corpo estranho na
    tradição ortodoxa da Economia. Resultam dele
    dificuldades de interpretação em face do problema
    conceitual e de pressupostos ontológicos nem
    sempre explícitos da análise de Marx.
  • Mas embora se nutrindo de fontes alienígenas ao
    ambiente inglês, o pensador alemão também seguiu
    certos modismos da Inglaterra, um exemplo é a
    admiração que sentia por Darwin e a crença de que
    a Economia deveria seguir o exemplo da biologia.

94
  • Não sem motivos, O Capital foi dedicado a
    Darwin. Marx uma vez escreveu que...
  • O trabalho de Darwin serviu-me como uma base
    natural científica para a idéia de luta de
    classes na história

95
Livros, artigos e entrevistas de Karl
Marx. Crítica à Doutrina do Estado de Hegel
(1843) Cartas a Arnold Ruge (1843) Contribuição à
Crítica à Filosofia do Direito em Hegel (1844) A
Questão Judaica (1844) Notas Críticas sobre o
"Rei da Prússia" (1844) Excertos dos Elementos de
Economia Política de James Mill (1844)
Manuscritos Econômicos e Filosóficos (1844) A
Sagrada Família (1844) Teses sobre Feuerbach.
(1845) A ideologia Alemã (com Engels) (1845) Liga
Comunista (com Engels) (1847) A Miséria da
Filosofia (1847) Discurso Sobre a Questão do
Livre Comércio (1848) O Manifesto do Partido
Comunista (com Engels) (1848) Discurso
Comunismo, Revolução e a Polônia Livre (1848)
Demandas do Partido Comunista na Alemanha (com
Engels) (1848) Salário, Trabalho e Capital.
(1849) A Revolução do Século 17 na Inglaterra
(com Engels) (1850) A Luta de Classe na França
1848 a 1850 (1850) Revolução e Contra-Revolução
na Alemanha (1852) O Dezoito Brumário de Louis
Bonaparte (1852) Revelações sobre a Colônia
Comunista de Trial (1852) Introdução à
Contribuição para a Crítica à Economia Política
(1857) Formações Econômicas Pré-Capitalistas
(1857) Grundrisse (1857) Contribuição para a
Crítica à Economia Política (1859) Teorias da
Mais Valia, Vol. 1 (1861-63) Teorias da Mais
Valia, Vol. 2 (1861-63) Teorias da Mais Valia,
Vol. 3 (1861-63) Proclamação na Polônia (1863)
Valor, Preço e Lucro (1865) O Capital, Vol. 1
(1867) A Abolição da Propriedade da Terra (1869)
New York World Entrevista com Marx (1871)
Resolução da Conferência de Londres sobre a Ação
Política da Classe Trabalhadora (com Engels)
(1871) A Guerra Civil na França (1871) A Alegada
Ruptura na Internacional (com Engels) (1872)
Relatório para o Congresso de Hague (1872)
Conspectos do Livro de Bakunin Estatismo e
Anarquia (1875) Para a Polônia (com Engels)
(1875) Crítica ao Programa de Gotha (1875)
Chicago Tribune Entrevista com Marx (1879)
Reformistas no Partido Social-Democratica da
Alemanha (com Engels) (1879) Carta Circular a
Bebel, Liebknecht, Bracke, et. al. (com Engels)
(1879) Notas Marginais sobre o Lehrbuch der
politischen Okonomie de Adolph Wagner (1880)
Introdução ao Programa do Partido dos
Trabalhadores Franceses (1880) O Capital, Vol. 2
(1885) O Capital, Vol. 3 (1894).
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