Title: Artr
1Artrópodes Vetores de Doenças e Parasitas
Sirlei Daffre Depto Parasitologia -ICB-USP
2(No Transcript)
31.5 million
NATURE REVIEWS MICROBIOLOGY VOLUME 3 MARCH
2005 262
4NATURE REVIEWS MICROBIOLOGY VOLUME 3 MARCH
2005 262
Mortalidade
5NATURE REVIEWS MICROBIOLOGY VOLUME 3 MARCH
2005 262
Morbidade
Burden
6Controle de vetores tem se mostrado eficiente
para o controle de doenças
Exemplos (Programa de controle por
Inseticida) erradicação da Malária nos países de
clima temperado do Hemisfério Norte redução da
Oncocercose em 11 países do oeste da África
7Causas para o sucesso relativo do controle de
doenças através dos Vetores
- Pouco incentivo à área de pesquisa em vetores (no
passado) - Efeitos dos agentes químicos causados ao meio
ambiente (spray de DTT) - Resistência aos agentes químicos
- Complexidade biológica das populações de vetores
- Problemas no uso dos véus de cama impregnados
de piretróides sintéticos estratégia limitada,
uso impróprio, resistência ao inseticida
Além dos problemas relativos à falta de vacinas
efetivas e resistência dos parasitas aos
medicamentos
8- Classe Insecta (os mais numerosos animais da
Terra) - todos os artrópodes que apresentam o corpo
dividido em cabeça, tórax e abdomen - três pares de patas
- podem ou não apresentar asas
- muitos deles interagem com o homem
9Muitos deles se alimentam de sangue Ordem
Hemiptera (barbeiros, percevejos) Ordem Diptera
(moscas e mosquitos) Ordem Siphonaptera
(pulgas)
- Fêmeas e machos se alimentam de sangue
pulgas, mosca do sono, mosca de estábulo -
Somente fêmeas se alimentam de sangue mosquitos,
flebotomímeos e borrachudos.
10Ciclo de vida
Ametábolas Formas jovens são semelhantes aos
adultos. Thysanura - traças
11Ciclo de vida
Hemimetábola Insetos que passam por metamorfose
gradual (fases de ovo, ninfa e adulto, sendo que
as ninfas diferem dos adultos pelo ambiente e
alimentação) Odonata - libélulas
12Ciclo de vida
Holometábola Insetos que apresen- tam
metamorfose completa (fases de ovo, larva, pupa e
adulto. Diptera - moscas e mosquitos Siphonapter
a - pulgas
13Insetos de importância médica
- Diptera
- ocupam diferentes habitats
- holometábolos(larvas aquáticas ou terrestres
inseto adulto alado) - são vetores de vírus, protozoários e helmintos
14Interesse Médico-Veterinário
Famílias 1. Culicidae 2. Psychodidae 3.
Simuliidae 4. Ceratopogonidae 5. Tabanidae 6.
Muscidae 7. Calliphoridae 8. Sarcophagidae 9.
Oestridae 10. Hippoboscidae
8
9
7
6
10
1
3
4
5
2
Ordem Diptera
15Diptera
- Psychodidae flebotomíneos
- Simuliidae borrachudos. Aproximadamente 1.000
espécies no mundo - Culicidae pernilongos. Aproximadamente 3.000
espécies no mundo - Muscidae moscas. Compreende as mutucas, as
moscas domésticas e a mosca tsé-tsé (mosca do
sono) - Ceratopogonidae mosquito pólvora
- Tabanidae moscas do gado e dos cavalos
16Diptera
- hematofagia fêmeas
- estímulos gás carbônico, odor do corpo, calor,
movimentos do ar - inoculação de potenciais patógenos
17Psychodidae os flebotomíneos
Lutzomya vetores de leishmanioses nas Américas
- Phlebotomus vetores de leishmanioses no Velho
Mundo
18Simuliidae os borrachudos
- transmissão de oncocercose nas Américas e na
África - larvas aquáticas água bem oxigenada
19Culicidae os pernilongos
- duas subfamílias de grande importância médica
Anophelinae e Culicinae
20Fases de desenvolvimento da Família Culicidae
21Anofelinos
- desenvolvimento em diferen- tes tipos de coleções
de água - salobra, doce - adulto hábitos noturnos ou crepusculares
- ciclo esporogônico completo de Plasmodium
- Vetores mais importantes da malária no Brasil
- A. darlingi, A. aquasalis e A. cruzi
22Culicíneos
- maior subfamília de mosquitos
- Culex e Aedes
- transmissão de importantes endemias
- filariose linfática, febre amarela urbana e
silvestre, dengue e outras arboviroses
23Culicíneos
- Aedes aegypti urbano e doméstico
- altamente antropófilo
- hábitos diurnos
- principal transmissor da febre amarela urbana e
do dengue - desenvolvimento água limpa parada
24Aedes albopictus
25Mosaic
White
Rockfeller
Red
Pink
26Scient. Amer., 218112-120, 1978
27Culicíneos
- Culex quinquefasciatus mosquito doméstico
- altamente antropófilo
- hábitos noturnos
- transmissor da filariose linfática
- desenvolvimento água limpa ou poluída
28Culex sp
29Mosquitos e AIDS
- o HIV é digerido pelo aparelho digestivo dos
mosquitos
- portanto, ele não se multiplica e não infecta as
glândulas salivares
- a possibilidade de se infectar através de peças
bucais contaminadas é 110 milhões
30Mosquitos - controle
- inseticidas
- predadores
- telas em janelas e caixas de água
- controle de objetos que possam formar coleções de
água - repelentes químicos e roupas compridas
- mosquitos transgênicos
31(No Transcript)
32Vitellogenin promoter
Carboxypeptidase promoter
33Transgenic anopheline mosquitoes impaired in
transmission of a malaria parasite Nature 2002,
vol 417 452-455 Ito, J., Ghosh, A., Moreira, L.
A., Wimmer, E. A.,Jacobs-Lorena, M. Linhagem
estável de transgênico com SM1 (obtido por uma
biblioteca de phago-display)
Fitness of anopheline mosquitoes expressing
transgenes that inhibit Plasmodium
development Genetics 2004, vol 166
1337-1341 Moreira, L. A., Wang, J., Collins, F.
H., Jacobs-Lorena, M. Parâmetros analisados
sobrevivência, fecundidade, fertilidade medida em
mosquitos mantidos em gaiolas. Diferenças no
fitness de mosquitos transformados com SM1 e
fosfolipase. SM1 não transg. Foslip lt não
transg.
Transgenic malaria-resistant mosquitoes have a
fitness advantage when feeding on
Plasmodium-infected blood Proc Natl Acad Sci U S
A, 2007, vol 104 5580-5583 Marrelli, M. T., Li,
C., Rasgon, J. L., Jacobs-Lorena, M.
34Muscidae as moscas
- motucas ou mutucas algumas espécies são
hospedeiras intermediá- rias da filária Loa Loa - mosca doméstica vetor mecânico de bactérias e
vírus - moscas do berne e varejeiras
35miíases
- afecções produzidas pela presença de larvas de
moscas em tecidos de animais vertebrados
- larvas biontófagas, capazes de invadir tecidos
sadios (Dermatobia hominis berne Cochliomya
hominivorax mosca varejeira ou bicheiras). Pode
ser a porta de entrada de tétano
- larvas necrobiontófagas, invasoras de lesões
preexistentes (importantes em medicina forense)
36Outros insetos de importância médica
- Hemiptera espécies hematófagas
- 1.Reduviidae - Triatominae (barbeiros)
- 2.Cimicidae - percevejos de cama
- hemimetábolos
- todos os estágios e ambos os sexos são
hematófagos
37Interesse Médico-Veterinário
Famílias 1. Reduviidae 2. Cimicidae
Ordem Hemiptera
38Triatomíneos mais importantes na transmissão da
doença de Chagas
Triatoma infestans Panstrongylus megistus
Rhodnius prolixus Triatoma
dimidiata
Triatoma pallidipennis Triatoma sordida
Triatoma brasiliensis
39Triatomas
40Triatomas (barbeiros)
- Triatoma infestans principal vetor na América do
Sul - Clima temperado e seco
- Habitat doméstico ou peridomiciliar
- Cada repasto sangüíneo desencadeia a produção de
ovos pela fêmea (fecundada ou não)
41Triatomas (barbeiros)
- Panstrongylus e Rhodnius
- Habitat doméstico e silvestre
42Dentro da Ordem Hemiptera, além dos triatomíneos,
temos os percevejos
- Hematógagos 2 espécies vivem habitualmente no
domicílio humano - Cimex lectularius (regiões temperadas e áreas de
imigração européia)
Conhecidos como percevejos de cama Hábitos
noturnos Além do homem, picam outros mamíferos
(rato, morcego, etc...) Patogenia Urticárias,
crises asmáticas e transmissor de doenças (?)
43 Outros insetos de importância médica, além dos
dípteros e hemípteros
Pulgas (Ordem Siphonapera)
Piolhos (Ordem Anaplura)
44Pulgas
- Domicílio
- Pulga do homem (Pulex irritans)
- Pulga de cães e gatos (Ctenocephalides canis e
C. felis) - Pulga de ratos e camundongos (Xenopsylla,
Nosopsyllus e Leptopsylla) - Peste (Bactéria Gram-negativa Yersinia pestis)
- Tifo murino (Rickettsia typhi)
- Helmintíases
45Piolhos
Pediculus capitis cabeça das pessoas Pediculus
humanus partes cobertas do corpo Pediculus
pubis região pubiana e perineal
Dermatites Pediculose Doenças transmitidas
Tifo, Febre das trincheiras (rickéttsias)
Febre das Trincheiras (Borrelia
recurrentis)
46Carrapatos e Ácaros
47- Os ácaros são encontrados em todos os lugares,
podendo ser de vida livre ou parasitas. - Os de
vida livre podem se alimentar de detritos, tais
como matéria orgânica em decomposição) ou são
predadores. Os parasitas se alimentam tanto de
animais como plantas, sendo muitos deles
transmissores de agentes causadores de
doenças. - Cerca de 35000 espécies de ácaros já
foram descritas.
48Vista ventral de um ácaro
49Ciclo de Vida dos ácaros
Ovo----gt Larva---gt Ninfa---gt Adulto
- Morfologicamente os estágios de larva, ninfa e
- adulto se assemelham, exceto pela larva ter 3
pares de patas - e as ninfas e adultos, 4 pares.
- Sexos separados e dimórficos
- Variação dos estágios dependendo do grupo de
ácaro
50(No Transcript)
51Argasídeos
- 5 gêneros e 170 espécies - não apresentam placa
esclerotizada no lado dorsal aspecto couráceo -
alimentam-se rapidamente e portanto não ficam
muito tempo no seu hospedeiro. Normalmente a
fêmea apresenta vários ciclos de ovoposição com
alimentações intercaladas - estão frequentemente
associados com pássaros e roedores - transmitem
poucos agentes infecciosos, entre eles o vírus
ASF (Febre suína africana)
52Ixodídeos
- economicamente mais importante - apresentam um
grande número de gêneros (13) e espécies
(650) - apresentam placa esclerotizada no lado
dorsal - se alimentam vagarosamente (dias) e
tomam uma alimentação sanguinea por estágio de
vida - formam um grupo com uma forte similaridade
tanto estrutural como nos ciclos de vida. Todos
apresentam estágios de ovo, larva, ninfa e
adulto. A variação nos ciclos de vida está
relacionada com o número de hospedeiros (1 a 3).
53Comparação entre carrapatos e outros artrópodes
hematófagos
54Via de transmissão de patógenos pelos carrapatos
Carrapato
Vertebrado
Tubo digestivo
Glândula salivar
Hemocele
Glândulas coxais
ovos
55Principais patógenos transmitidos por carrapatos
56Principais patógenos transmitidos por carrapatos
- Doenças produzidas por carrapatos
- Dermatite
- Paralisia motora ascendente (casos humanos
registrados Hemisfério norte)
57Carrapatos e Ácaros
58Principais doenças produzidas por ácaros
Dermatoses Ornithonyssus bacoti (roedores e
homem) Dermanyssus gallinae (aves e
homem) Pyemotis tritici (cereais e homem Sarna
dos cereais) Sarcoptes scabiei (homem Sarna ou
escabiose Tyrophagus putrescentiae (farinha e
homem Sarna dos especieiros) Alergias
respiratórias Ácaros da família Pyroglyphidae.
Ex. Dermatophagoides farinae (poeira doméstica)
Doenças transmitidas por ácaros
Encefalite tipo St. Louis (virus Erro)
Ornithonyssus bacoti, Dermanyssus gallinae e
mosquitos dos gêneros Culex, Aedes,
Anopheles. Doença Tsutsugamushi (Ricktsesia
tsusugamushi) Leptotrombidium sp.
59Aspectos a ser considerados nos vetores
- Alimentação sanguínea
- Ciclo do parasita no vetor
60(No Transcript)
61Desenvolvimento do Plasmodium no mosquito
Ghosh et al. (2003) Trends in Parasitology
1994-101.
62time bomb model Anopheles stephensi
63Estratégias para armazenar o sangue 1.
Armazenado e digerido no mesmo compartimento
no instestino médio (mosquitos, pulgas e
piolho) -absorção da água inicia durante a
alimentação e as células epiteliais que envolvem
o bolo alimentar secretam as enzimas (digestão
completada em 2 dias)
642. Armazenado e digerido em compartimentos
diferentes (Rhodnius,Stomoxys, Glossina) -absorçã
o da água no papo ou instestino médio anterior e
digestão no intestino médio posterior
65Cobertura do epitélio do intestino médio
Matriz peritrófica contendo quitina ( membrana
peritrófica) Quitina (3 a 13), proteínas,
glicoproteínas e proteoglicanos
Funções -proteção ao epitélio intestinal
mucosa do intestino de mamíferos -barreira contra
patógenos -compartimentalização da digestão
66Lise dos eritrócitos
Vários mecanismos
- pulgas (espinhos no proventrículo)
- mosquitos e outros dípteros (espinhos no
cibário) fatores hemolíticos lipases,
moléculas anfipáticas e proteases
67HEME O que fazer?
Peroxidação de lipídeos promovendo a danificação
de células epiteliais
Membrana peritrófica, hemozoina e outros sistemas
destoxificantes
68(Extraído da Dissertação de Flávio Alves Lara
apresentada ao Centro de Biociências e
Biotecnologia da UENF).
69Glândulas salivares A. darlingi
- Modificado de Moreira-Ferro Marinotti
Bijovsky, 1999.
70Glândulas salivares
Alimentação com sangue
Alimentação com açúcares
Anticoagulantes anti-Fator Xa anti-trombina
Alfa-glicosidade Alfa-amilase
Anti-agregante plaquetário apirase
Vasodilatadores sialoquinina,
catecol-oxidase/peroxidase
Aumento da infectividade do parasita Anti-TNF
Aglutininas
71Sistema imune de invertebrados
LPS / b 1,3-glicano
72(No Transcript)
73Plasmodium berghei ookinetes crossing the midgut
epithelim
Christophides 2004 Immunol Review 198127
74TEP1 (Blandin, 2004 Cell 116661)
75 Acanthoscurria gomesiana
Boophilus microplus
76(No Transcript)
77Vetores na era genômica
78(No Transcript)
79Vetores na era genômica
80Novas estratégias de controle de vetores baseadas
em Genoma Genômica Funcional dos Artrópodes
(ESTs, microarrays RNA de interferência) Insetos
Transgênicos Estudos populacionais de vetores
no campo
81(No Transcript)