Title: Dispersхes
1Dispersões
2As misturas de substâncias não nascem todas
iguais. Por exemplo, quando dissolvemos açúcar no
chá, o açúcar já não se separa espontaneamente do
chá, nem mesmo usando filtros extremamente finos
ou centrifugadoras extremamente potentes. As
estas misturas chamamos soluções.
3Por outro lado, o sumo de laranja recém espremido
é também uma mistura aparentemente homogênea.
Porém, se esperarmos um pouco, a polpa da laranja
deposita-se no fundo do copo sob a ação da
gravidade. A estas misturas chamamos suspensões.
4Existe ainda um terceiro tipo de misturas, onde
as substâncias não se separam sob a ação da
gravidade, mas onde é possível separá-las usando
filtros extremamente finos ou centrifugadoras
extremamente potentes.
5O leite é uma dessas misturas. A este tipo de
misturas chamamos colóides. A diferença está no
tamanho das partículas suspensas. Esse tamanho
das partículas é usado como critério na definição
dos colóides.
6Nos colóides as partículas dispersas estão em
movimento constante e errático devido às
moléculas do fluido estarem constantemente
colidindo umas contra as outras. É por esta
razão que as partículas dispersas não se
depositam no fundo do recipiente sob a ação da
gravidade.
7Os colóides dispersam fortemente a luz, pois as
partículas dispersas têm tamanhos semelhantes ao
comprimento de onda da luz visível. Este fenômeno
é chamado efeito de Tyndall e permite distinguir
as soluções verdadeiras dos colóides, pois as
soluções verdadeiras são transparentes, ou seja
não dispersam a luz.
8Colóides - São classificados a partir dos vários
estados do meio contínuo e da fase dispersa, como
ilustrado na tabela
9Aerossóis líquidos e sólidos
- Os aerossóis líquidos (exemplos neblina, nuvens
e sprays) são bastante comuns, assim como os
aerossóis sólidos (exemplos poeira e fumaça)
apesar de por vezes só nos apercebemos da
presença deles devido ao efeito de Tyndall.
Catedral de Saint Germain (Paris).
10- Menos conhecidos, são os aerogéis, onde a fase
sólida dispersa no ar é também contínua. Os
aerogéis são literalmente feitos de quase nada!
Aerogel composto de 96 de ar e 4 de sílica
11As espumas líquidas (exemplos chantilly, espuma
da cerveja e espuma de barbear) e espumas sólidas
(exemplos pipocas, farofas e espuma de
poliuretano também conhecida por esponja) são
exemplos banais de colóides.
Chantilly e a sua estrutura microscópica
12Emulsões (líquidas) e emulsões sólidas O leite e
a maionese (meio contínuo água, fase dispersa
gordura) assim como a manteiga e a margarina
(meio contínuo óleo, fase dispersa água) são
exemplos de emulsões (líquidas).
Estrutura microscópica do leite, onde são
visíveis os glóbulos de gordura (cinzento) e
micelas de caseína (preto), as quais são
responsáveis pela estabilidade do leite
13O queijo (meio contínuo proteínas, fase
dispersa gordura) assim como o gelado (meio
contínuo água, fase dispersa gordura) são
exemplos de emulsões sólidas.
Fatias de queijo cheddar e na respectiva
microfotografia da direita (escala 1 µm) podemos
ver os glóbulos de gordura (amarelo) num meio
contínuo de proteínas (azul).
14A gelatina (meio contínuo água, fase dispersa
proteínas) antes de arrefecer é um exemplo de um
sol (líquido). Porém quando arrefece
transforma-se num gel, onde a fase dispersa passa
também a ser contínua.
15No estado gel as proteínas da gelatina formam um
agregado fractal auto-semelhante.
Na microfotografia da direita (escala 1 µm)
podemos ver um gel de lisozina (uma proteína)
16As pérolas (meio contínuo proteínas, fase
dispersa placas de aragonite) assim como o aço
ao carbono (meio contínuo ferro, fase dispersa
carbono) são exemplos de sóis sólidos.
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Estrutura de uma pérola, onde as placas de
aragonite (mineral) têm cerca de 10 µm de
diâmetro e 0.5 µm de espessura.
17Estabilidade dos Colóides
A estabilidade dos colóides depende em grande
medida das propriedades da fase dispersa,
nomeadamente se esta é liofílica ou liofóbica. O
termo lio refere-se ao meio dispersante. Os
termos mais familiares fóbico (do grego, "ter
medo") e fílico (do grego, "gostar") servem para
indicar se as partículas dispersas têm uma
afinidade fraca (liofóbica) ou forte (liofílica)
com o meio dispersante.
18Um exemplo comum de sistema liofílico é o sabão
disperso na água. O óleo suspenso na água, pelo
uso de uma técnica de dispersão por ultra-sons,
por exemplo, representa um colóide liofóbico
típico. A rigidez inerente dos colóides não
fluidos, tais como as espumas sólidas ou os sóis
sólidos é, naturalmente, o fator principal que
determina a sua estabilidade.
19Exemplos comuns deste tipo de moléculas são o
sabão e os detergentes, os quais têm uma cabeça
hidrofílica e uma cauda hidrofóbica. O mecanismo
da estabilização baseia-se na formação de
micelas
20As micelas normais, onde as moléculas do
surfactante envolvem a substância hidrofóbica
(óleo, por exemplo). Esta é uma forma bastante
eficiente de estabilizar uma emulsão de óleo na
água, pois o surfactante cria uma barreira
mecânica que envolve cada gotícula de óleo,
impedindo que estas se juntem quando chocam entre
si.
21A existência de cargas do mesmo sinal, associadas
às cabeças hidrofílicas, é um fator adicional de
estabilidade devido às repulsões eletrostáticas
entre as micelas.
22Algumas aplicações tecnológicas
23Referência Eletrônicahttp//cftc.cii.fc.ul.pt
/PRISMA/capitulos/capitulo3/modulo6/topico5.php