Title: RECONVERSГO AGROPECUБRIA E POLНTICA AGROINDUSTRIAL
1RECONVERSÃO AGROPECUÁRIA E POLÍTICA AGROINDUSTRIAL
- Fundamentos de um projeto para o enfrentamento da
estagnação econômica da metade sul e região
noroeste do Rio Grande do Sul
2 resumo executivo da pesquisa Reconversão
Produtiva Agropecuária no Enfrentamento das
Desigualdades Territoriais no Rio Grande do Sul
INSTITUIÇÕES FEE / UNISC EQUIPE Carlos
Águedo Paiva (coord.) Dilson Trennepohl Janete
Stoffel José Antônio Assumpção Farias
Cristiano Sehn
3- Apesar da existência de uns pouco dissidentes,
parece que a maioria dos economistas concorda que
a agricultura contribui pouco para o crescimento
econômico. - Ouso discordar.
-
Douglass North A agricultura no crescimento
econômico regional. Journal of Farm Economics
(1959)
4Por que estagnação?
- Não existe uma medida perfeita de desempenho
socioeconômico local e regional - O PIB é apropriado desigualmente nos diversos
municípios - Há municípios onde a renda não chega à 3 do
PIB, e há outros onde a renda monetária
disponível é significativamente maior que o PIB - Não se pode tomar a taxa de crescimento do PIB
como referência metodologias variáveis
5Por que estagnação?
- Contradição do PIB per capita em diversos
municípios gaúchos o PIB per capita sobe porque o
capita (a população) decresce mais rapidamente do
que o PIB.
A elevação do PIB per capita é uma das expressões
da crise
- Tomamos, pois uma variável muito simples e
censitada. O peso da inferência, aqui, é mínimo.
Trata-se de dados dos Censos Demográficos de 1991
e 2000 e da Contagem da População de 2007.
6(No Transcript)
7Por que estagnação?
- 241 municípios do Estado (48,59 do total e que
ocupam 36,69 da área) perderam população em
termos absolutos entre 1991 e 2007 - 369 municípios (74,4 do total e ocupam 82,7 da
área) apresentaram performance populacional
abaixo da média estadual de 0,95 ao ano - Poucos municípios - menos de 17,3 do território
do Rio Grande do Sul - vêm ganhando participação
relativa no quesito população. A grande maioria
na Macro Região Nordeste.
8Como enfrentar este quadro?
- Para analisar as dificuldades imanentes ao
enfrentamento deste quadro, vamos escolher um
município e refletir sobre sua situação - Tomemos a capital da Metade Sul Santa Maria
- Este município parece ir bem segundo o critério
populacional adotado acima ao longo do período,
cresceu a uma taxa anual de 1,18 (acima do média
estadual de 0,95 a.a.).
9Dinâmica demográfica dos municípios gaúchos entre
1991 e 2007
10Santa Maria
- Possui atributos exaltados pelos teóricos do
desenvolvimento regional que privilegiam o
supply-side e/ou se filiam às correntes
pós-modernas (imaterialistas) da Economia
Política
logística privilegiada, centros de excelência
universitária, disponibilidade dos mais diversos
serviços
- Enfim Santa Maria parece possuir as
características típicas de um pólo urbano
pós-moderno
produção agrícola pouco expressiva, virtualmente
sem indústrias (sem poluição), tem atividades
baseadas em serviços de média sofisticação, com
elevado potencial para a complexificação e
integração em redes globais
11Santa Maria
12Santa Maria
13Que tipo de pólo é Santa Maria?
- Acriticamente, Santa Maria parece ter uma
estrutura produtiva diversificada e com
capacidade propulsiva. Infelizmente a realidade é
mais complexa - O primeiro a entender é que nenhum pólo é igual
aos demais. E Santa Maria é sui generis - Mais do que um pólo de serviços, Santa Maria é um
pólo de consumo. A renda disponível de Santa
Maria em 2000 (Censo Demográfico) correspondia a
108 do seu PIB - A taxa média de absorção (na forma de renda
disponível local) do PIB, para o conjunto dos
municípios gaúchos, era de 47,36 em 2000 - Triunfo caso extremo absorvia como renda
disponível apenas 2,53 do seu PIB
14Santa Maria
15Qual a capacidade propulsiva de um pólo de
serviços e de consumo? (1)
- A característica mais marcante da Economia
Pós-Moderna é o elogio à força propulsiva do
imaterial os serviços em geral, a ciência, o
capital social, as finanças globalizadas, etc - Ousamos contrapor ao pós-modernismo um único
argumento oriundo do senso comum
Um pólo de serviços e consumo não move nada, é
movido pela demanda (de serviços e consumo) que
incide sobre ele.
16Qual a capacidade propulsiva de um pólo de
serviços e de consumo? (2)
- Na verdade, como diversas vezes lembrou Keynes,
este senso comum, é o argumento de Malthus contra
Ricardo - É o argumento que estrutura o Princípio da
Demanda Efetiva a oferta responde à demanda - E ele se desdobra no reconhecimento de que
existem demandas autônomas (que puxam a oferta
e a renda global) e demandas derivadas (em
particular o consumo, que é puxado pela renda
derivada das demandas autônomas).
17Demanda efetiva e crescimento
- A síntese neoclássico-keynesiana restringiu o
funcionamento do PDE ao curto prazo e às
condições de crise. No longo prazo, a lei de
Say e o ricardianismo reinariam soberano - Alguns poucos autores Kalecki e Steindl à
frente ousaram discordar - Mas a crítica mais relevante para nós porque
diretamente vinculada à questão do
desenvolvimento regional - veio de Douglass North.
18Demanda efetiva e crescimento o modelo
keynesiano tradicional
- Um modelo estritamente keynesiano de crescimento
da renda com base no PDE assume o seguinte
formato - 1) Y C I G X M
- 2) C c Y
- 3) M m Y
- 4) Y c Y I G X m Y
- 5) Y (I G X) / (1 c m)
- Neste caso, as três variáveis de demanda autônoma
Investimentos, Gastos do Governo e Exportações
teriam a mesma capacidade propulsiva da renda
regional.
19Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(1)
- O ponto de partida do modelo de North é o
reconhecimento de que as regiões (e localidades)
são mais especializadas que as nações. E poucas
regiões (ou localidades) produzem bens de
investimento (aço, máquinas, implementos
mecânicos, etc.). E mesmo aquelas que os
produzem, o fazem para um território muito mais
amplo do que o seu próprio. Vale dizer exportam
estes bens. - As regiões que não produzem bens de capital,
exportam outros bens. E todos os produtos
exportados por uma região para o SEU exterior
(que pode ser uma outra região da mesma nação)
são produzidos internamente e apresentam um
conteúdo de importação à montante (consumo
intermediário) inferior ao dos bens finais
adquiridos via importação. - Em suma não se pode tratar a propensão marginal
a importar m como um valor único, comum a
todas as variáveis de gasto autônomo. O modelo
assume, pois, uma nova forma
20Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(2)
- Y C (1 mc) I (1 - mi) G (1 - mg) X (1 -
mx) - C c Y
- Y c Y (1- mc) I (1 - mi) G (1 - mg) X (1
- mx) - Supondo, para simplificar, que, nas regiões não
industrializadas - mi 1 mg 0 e mx e 1, onde 0 e 1
- Temos, como resultado, que a renda é determinada
da seguinte forma
Y (G e X) / (1 c cmc)
21Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(3)
- O primeiro a observar é que a renda regional
passa a ser função apenas de duas demandas
autônomas as exportações e os gastos
governamentais. Mas o sistema vai ainda mais
longe - Se tomamos a renda disponível como variável
relevante, e supomos que o governo opere com
déficit zero, temos o seguinte resultado
22Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(4)
- Yd C I (G T) X M
- G T
- Yd C I X M
- Yd c Yd (1- mc) I (1 - mi) X (1 - mx)
- Se mi é próximo de 1 e (1-mx) é igual a e , que
varia entre 0 e 1, temos - Yd (e X) / (1 c cmc)
23Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(5)
- Vale dizer, a renda disponível para os habitantes
de uma região é função direta do - 1) valor de suas exportações para outras regiões
- 2) grau de integração vertical, na região, da
cadeia exportadora - 3) da propensão a consumir na região dos que
recebem renda nas cadeias exportadoras e no
subsetor de consumo para o atendimento da demanda
local.
24North e Santa Maria
- O primeiro desdobramento do modelo de North é que
regiões e localidades que se especializam em
atividades voltadas à demanda local (vale dizer
regiões especializadas em Comércio e Serviços,
como Santa Maria) têm a sua dinâmica determinada,
ou pelas transferências governamentais, ou pela
dinâmica de apropriação de renda dos agentes
exportadores no seu entorno - As únicas regiões especializadas em Serviços que
atendem uma demanda extra-regional são os pólos
turísticos e de serviços altamente
especializados, que atendem demandas de usuários
de territórios não circundantes - Este é o caso, no RS de Gramado/Canela e do
Litoral Norte. Não é o caso de Santa Maria.
25Outras implicações (legítimas) do modelo de North
(1)
- 1) Os gastos governamentais são tão mais
propulsivos quanto mais difusos (vale dizer
baseados em transferências às famílias, via
pagamento de pensões e aposentadorias, salários,
bolsa família, etc.) e mais deficitários - 2) Se o Estado diminui os gastos com
transferências às famílias e amplia, no mesmo
tanto, as transferências para as empresas, com
estímulos e subsídios aos Investimentos, o
resultado imediato é a queda da renda regional,
pois os gastos com investimentos sejam normais
ou subsidiados vão estimular a demanda, a
produção e a renda em outras regiões (as que
produzem bens de capital)
26Outras implicações (legítimas) do modelo de North
(1)
- 3) Quanto mais intensiva em trabalho e quanto
mais bem distribuída for a renda nas atividades
exportadoras, maior a propensão marginal a
consumir (c) e menor a propensão a importar dos
consumidores (mc) - 4) Assim, quanto mais intensiva em trabalho as
atividades exportadoras (menos intensivas em
capital), maior o seu efeito multiplicador sobre
a renda regional - 5) Quanto mais integrada a cadeia produtiva na
região, maior o multiplicador da renda, pois
maior a parcela das vendas totais que tomam a
forma de valor agregado na região.
27Falsas Implicações do Modelo de North
- O foco nas exportações e na integração da cadeia
pode conduzir à conclusão de que caberia aos
governos atrair (genericamente) empresas
industriais - Esta conclusão é precipitada. Uma empresa
exportadora só mobiliza a renda regional se
emprega agentes e/ou insumos da região. Empresas
que importam os insumos , que exportam o
excedente operacional e que deslocam os gastos
governamentais de suas aplicações difusas
(transferências) não mobilizam em nada a renda
regional - Mesmo quando a empresa atraída utiliza insumos
regionais, o movimento de atração pode ser
economicamente incosistente. Há exemplos
conhecidos.
28Implicações do Modelo de North (1)
- Alguns produtos, como a soja, permitem um grau de
aproveitamento tal (óleo, farelo para ração,
proteína alimentar, etc.) a partir de padrões
tecnológicos tão disseminados (indústria
alimentícia) que seus demandantes usualmente
privilegiam sua aquisição in natura e a granel - Assim, são deprimidos os custos de transporte do
importador, ao mesmo tempo em que se estimula a
agregação de valor no país ou região importadora - Políticas locais de integração desta cadeia a
jusante tendem a ser ineficazes. Não
gratuitamente, mais da metade da soja produzida
no Rio Grande do Sul é exportada em grão, sem
qualquer processamento interno (exceto secagem).
29Implicações do Modelo de North (2)
- Na mesma situação encontram-se outros grãos
(arroz), ou de forma ainda mais marcante o
tabaco. - Este último carrega uma característica peculiar
seu produto final é uma folha de fumo cheia de
ar. De sorte que um container de fumo prensado
se transforma em diversos containers de cigarro.
É irracional, em termos logísticos, processar o
cigarro perto dos centros produtores de tabaco
este processamento deve se dar próximo aos
centros consumidores. - Integrar uma cadeia como a do tabaco através da
concessão de benefícios fiscais para a atração de
empresas cigarreiras é um exemplo típico de
desperdício de dinheiro público, pois não é uma
política sustentável no médio e no longo prazo.
30Implicações do Modelo de North (3)
- Diferentemente, existem cadeias onde a integração
a jusante e a montante é virtualmente impositiva.
Sem ser impossível, é altamente custoso deslocar
leite, aves, e animais vivos a grandes
distâncias. A perda de volume e o ganho de
estabilidade do produto associados ao
beneficiamento estimulam que o mesmo se dê nas
proximidades da região produtora. - Neste caso, o apoio governamental à atração de
empresas forâneas para a integração da cadeia
pode ser uma política economicamente consistente.
Mas também pode ser desnecessária. A atração é
natural, movida pela busca do lucro.
31Implicações do Modelo de North (4)
- Para que se possa avaliar o custo/benefício de
uma política de atração de empresas em cadeias
agroindustriais é preciso resgatar os seguintes
elementos - 1) A demanda externa para o produto da região
pode ser atendida com a capacidade instalada
atual? - 2) Em caso negativo, as empresas já instaladas
podem atender a demanda crescente através da
ampliação da sua capacidade produtiva?
32Implicações do Modelo de North (5)
- Caso a resposta para as perguntas 1 e 2 seja
SIM, qualquer subsídio ou apoio financeiro à
atração de novas empresas deve trazer as
seguintes consequências - 1) aceleração da concentração do capital, com a
falência das empresas de base local que não
receberam benefícios fiscais - 2) como as empresas expulsas usualmente adotam
padrões técnicos pregressos (mais intensivos em
trabalho), a concentração do capital se associará
à destruição de postos de trabalho e à depressão
da renda regional - 3) caso o Estado se encontre financeiramente
comprometido e adotar políticas de déficit zero,
a depressão dos gastos governamentais difusos
(com transferências e serviços), em prol dos
subsídios imporão nova depressão da renda
regional .
33As lições de North para o RS (1)
- Para que uma região tenha uma dinâmica econômica
virtuosa é necessário que ela se especialize em
uma gama de produtos de exportação que - 1) sejam relativamente intensivos em mão-de-obra,
para que se gere um mercado local/interno
expressivo - 2) tendam a integrar a cadeia produtiva na
própria região produtora do bem de exportação
original - 3) apresentem demanda externa crescente a taxas
compatíveis com o crescimento potencial da oferta
local - 4) a região apresente vantagens competitivas
estruturais (naturais ou adquiridas/induzidas).
34As lições de North para o RS (2)
- Além disso, North salienta que em regiões
periféricas (estagnadas ou ainda não
industrializadas), a base de exportação original
deve advir da agropecuária, pois qualquer ponto
de partida industrial envolverá malgrado
exceções a atração de indústrias sob efeito
estufa, vale dizer, sem consistência econômica. - Ora, se o exposto é correto, para avaliar o
potencial de retomada do crescimento das regiões
Sul e Norte-Noroeste do RS é preciso avaliar as
características de sua produção agropecuária
35As lições de North para o RS (3)
- De forma geral, a produção agropecuária gaúcha é
bastante concentrada em um número relativamente
pequeno de produtos - Dentre estes, chamam a atenção a soja e o arroz,
com 23,03 e 15,63 do VBP agropecuário,
respectivamente. Se somamos a estes produtos o
fumo e o trigo (de acordo com os dados da MIP de
2003), atingimos um total de 51,57 do VBP. - Vale observar que estes percentuais foram obtidos
junto à Matriz de Insumo Produto do RS do ano de
2003. A despeito de contarmos com informações
mais atualizadas, as informações da MIP, para
além de serem particularmente confiáveis (pela
necessidade de compatibilizar informações de
oferta e demanda), são as informações pertinentes
para os cálculos de impacto na agregação de valor
no RS das diversas cadeias produtivas. Estes
resultados serão apresentados logo adiante.
36(No Transcript)
37As lições de North para o RS (4)
- As informações sobre a estrutura produtiva gaúcha
são particularmente preocupantes. Os produtos
supra-referidos têm por característica serem - 1) relativamente pouco exigentes em mão-de-obra
- 2) significativamente exigentes em área,
combustíveis, e mecanização (capital),
apresentando elevado vazamento de Valor Agregado
a montante - 3) exigirem pouquíssimo beneficiamente a jusante,
limitando o processo de ampliação e integração da
cadeia produtiva neste sentido. - Além disso, a soja apresenta uma produtividade
crescente no Centro-Oeste Cerrado, deprimindo os
preços nacionais. Enquanto arroz e fumo
apresentam demanda interna e internacional
relativamente saciada.
38As lições de North para o RS (5)
- De outro lado, nos deparamos com 4 outras
especializações expressivas bovinos, suínos,
aves e leite com características opostas. - Em conjunto, estes 4 itens da agropecuária
respondem por pouco mais de ¼ da produção
regional (25,29 do VBP) - Seu potencial de crescimento é, contudo, muito
maior do que o de quaisquer outros segmentos
(excetuado a cana-de-açúcar / etanol, a qual
voltaremos adiante). Senão vejamos.
39North e a Macro Norte-Noroeste (1)
- Dadas as características (e problemas)
diferenciada(o)s de cada região, é preciso
tomá-las separadamente. Comecemos pela Macro
Norte-Noroeste - Em termos de estrutura fundiária esta região é
muito similar à região Nordeste do RS, bem como à
região Oeste de Santa Catarina. Contudo as taxas
de crescimento demográfica e econômicas das
últimas décadas da região são marcadamente
inferiores às de suas vizinhas.
40North e a Macro Norte-Noroeste (2)
- Não resta mais dúvida de que a performance
peculiar desta região está diretamente ligada à
sua especialização produtiva agropecuária,
marcada pelo binômio trigo-soja. - Se identificamos (por simplificação), a Macro
Norte-Noroeste do RS (padrão FEE) com a
Meso-Noroeste do IBGE (que é significativamente
menor), temos que a mesma é responsável por
73,22 do valor da produção da soja e 72,72 do
trigo gaúcho. - No cômputo geral da agricultura temporária, a
região é responsável por 43,26 da produção
gaúcha, a despeito de contar com pouco mais de
25 da área dos estabelecimentos agropecuários .
(Fonte Censo Agropecuário 2006).
41North e a Macro Norte-Noroeste (3)
- Os desdobramentos do protagonismo da região no
binômio trigo-soja são múltiplos e, de forma
alguma, são apenas negativos - Em particular, há que se observar os
desdobramentos positivos no que diz respeito à
integração a montante de uma indústria
metal-mecânica voltada à produção de implementos
e máquinas agrícolas, que se desdobrou em uma
base de exportação autônoma da região - Não obstante, no plano estrito da geração de
renda (valor agregado) e emprego no campo e nos
centros urbanos integrados às cadeias
sojo-tritícola a jusante e a montante, as
consequências são perversas. Vejam-se as tabelas
a seguir.
42(No Transcript)
43North e a Macro Norte-Noroeste (4)
- A primeira coisa a observar nos dados da tabela
anterior são os diferenciais de agregação de
valor no conjunto da cadeia das distintas
especializações agropecuárias. - Em média, os setores pecuários geram um valor
agregado 50 maior do que o gerado pelo binômio
trigo-soja no Rio Grande do Sul. - Isto equivale a dizer que qualquer estímulo ao
crescimento da produção pecuária (suposta a
existência de demanda e a manutenção do grau
atual de integração das cadeias produtivas) tende
a gerar um acréscimo de renda no Rio Grande do
Sul que é 50 maior do que o acréscimo de renda
alimentado pela cadeia sojícola-tritícola.
44North e a Macro Norte-Noroeste (4)
- Mas esta conclusão é conservadora. Na verdade,
não há porque se tomar a estrutura produtiva e o
grau de integração atual da cadeia como dados. - Pelo contrário, é preciso trabalhar para que a
matriz produtiva industrial da região
Norte-Noroeste acompanhe o crescimento da oferta
de produtos pecuários, com integração
vertical/regional crescente das cadeias
relevantes. - O impacto potencial de um tal movimento na
geração de empregos na região pode ser intuido a
partir da tabela subsequente.
45(No Transcript)
46North e a Macro Norte-Noroeste (5)
- Mas não basta avaliar o impacto interno (no plano
da geração de emprego e renda e integração das
cadeias produtivas) no momento de se fazer uma
aposta em uma reconversão produtiva. - É preciso avaliar a demanda potencial destes
produtos e a competitividade estrutural do
território.
47North e a Macro Norte-Noroeste (6)
- A competitividade gaúcha e brasileira no trigo é
estruturalmente baixa vis-à-vis nossos parceiros
sulistas do Mercosul. E, na soja, a produtividade
do RS é discretamente inferior à do Centro-Oeste,
que opera com estruturas fundiárias muito mais
adequadas a culturas exigentes em território. - De outro lado, a competitividade da região
noroeste na pecuária estabulada (exigente em
mão-de-obra, mas não em território) é estrutural.
48North e a Macro Norte-Noroeste (7)
- O mais importante, contudo, é que a demanda
interna e externa pelos produtos da pecuária
estabulada é vigorosamente crescente. - De acordo com o relatório conjunto OCDE-FAO de
2009, o Brasil deverá participar com pelo menos
1/3 do mercado mundial de carnes em 2018. - Esta perspectiva é particularmente importante, na
medida em que projetamos um real apreciado (dólar
barato) para os próximos anos, de forma que a
produção agropecuária voltada aos mercados
externos só se sustentará se contar com políticas
públicas articuladas nacionalmente. - O mercado de carnes e lácteos, por sua expressão
crescente na balança comercial brasileira, deverá
receber atenção privilegiada dos órgãos
governamentais de apoio à Exportação.
49- Participação do Brasil no comércio decarnes e
leite
50North e a Macro Norte-Noroeste (8)
- O mais interessante é que a participação
brasileira no subsetor de carne suína e de leite
é pequena, vis-à-vis a participação nas carnes
bovina e de ave. - O ingresso do Brasil como um produtor expressivo
no mercado mundial de lácteos deverá ocorrer. Mas
há muito o que trabalhar no mercado interno
(também crescente, impulsionado pela distribuição
de renda) e fomentar a qualidade do produto. - De outro lado, as perspectivas para o crescimento
do mercado mundial de carne suína e derivados
são excelentes e esta ocupação poderia se dar com
relativa rapidez.
51North e a Macro Norte-Noroeste (9)
- O centro dinâmico do mundo está se transferindo
para o Pacífico e o Índico. Justamente onde o
consumo de carne suína é expressivo e crescente,
e onde os déficits comerciais no setor são mais
elevados. - Além disso, nossa vizinha Argentina é importadora
líquida de carne suína, e os grandes exportadores
(Dinamarca, EUA, Canadá e Alemanha) estão
estabilizando sua produção em função do impacto
ambiental da mesma.
52- Saldo Comercial em Carne Suína e Derivados de
Países Selecionados
53North e a Macro Norte-Noroeste (10)
- Não obstante, os maiores mercados importadores de
carne suína (Japão e Coréia) se encontram
fechados à produção brasileira e gaúcha pela
ausência de barreiras sanitárias com nossos
vizinhos do Mercosul e pelos baixos padrões de
rastreamento e qualidade no processamento da
carne suína pela indústria. - Santa Catarina está desenvolvendo barreiras
sanitárias e apoiando sua indústria regional na
conquista do mercado asiático. O Paraná tem
expandido a concessão de incentivos fiscais para
a venda de produtos da cadeia no interior do
próprio Estado, com vistas a alavancar a
lucratividade de sua indústria local, que pode
operar com margem de contribuição menor nas
vendas para outros Estados e o exterior.
54North e a Macro Norte-Noroeste (11)
- Qual a política do governo gaúcho para o setor de
carne suína? Não me parece que haja qualquer
política articulada. - O que só não é pior do que a política
recentemente adotada para o setor leiteiro
atração de investimentos forâneos redundantes,
com a concessão de incentivos fiscais geradores
de pesadas vantagens competitivas para empresas
que operam com um mínimo de agregação de valor ao
produto local. - Como consequencia, o setor de laticínios vem
passando por um processo acelerado de
concentração e desgauchização. Pequenos
produtores industriais estão sendo expulsos do
mercado na região Noroeste. E, com eles, os
produtores rurais que produzem menos de 100
litros de leite dia, que não se mostram
interessantes para os grandes conglomerados. - Uma política deste padrão só pode alimentar o
aprofundamento do êxodo rural e da depressão
econômica da Região Norte-Noroeste. Urge
infletí-la . -
55North e a Metade Sul (1)
- O problema da Metade Sul é muito mais grave do
que o da Região Norte-Noroeste. - A despeito da dinâmica demográfica recente desta
última região ter sido inferior à de sua
congênere estagnada, isto só é assim porque a
crise do Sul é mais antiga, de forma que o
processo de evasão já atingiu um determinado
platô e se estabilizou. - Contudo, para além da especialização produtiva no
binômio arroz / bovinocultura extensiva
(completado, na porção leste da Metade Sul, pelo
fumo), a região também se depara com um grave
problema fundiário.
56North e a Metade Sul (2)
- Sem dúvida, nos termos mesmos de North alguma
democratização da propriedade fundiária seria
necessária para estimular a formação de um
mercado local e, consequentemente, estimular a
diversificação produtiva urbana. - Ainda que em uma velocidade (e, talvez, também,
em uma forma) inadequada, este processo de
democratização da propriedade vem ocorrendo. E,
essencialmente, ele depende de recursos e
mobilização política nacional. - No plano estritamente regional, o que cabe fazer
é definir uma política de diversificação
produtiva regional, capaz de estimular a
agregação de valor nas cadeias agroindustriais.
57North e a Metade Sul (3)
- Este tema vem sendo objeto de alguma atenção do
governo do Estado, que desenvolveu todo um
programa (até agora fracassado) de reconversão
produtiva de parte do território em direção à
silvicultura e à exploração madeireira (em
particular, com vistas à produção de celulose). - O primeiro a observar é que um tal programa de
reconversão vai na contramão das políticas
propostas por North. - A silvicultura (em especial, com vistas à
produção de celulose) emprega relativamente pouca
mão-de-obra direta e indiretamente. A renda
gerada e distribuída é concentrada no tempo e não
alimenta um intenso fluxo comercial urbano de
base local. Os setores a jusante e a montante são
intensivos em capital e não tendem a se localizar
na região.
58North e a Metade Sul (4)
- A iniciativa do governo não é exclusivamente
negativa, contudo, e comporta três dimensões
louváveis, associadas ao reconhecimento de que - 1) alguma reconversão produtiva é necessária
- 2) a base desta reconversão deve ser a produção
agropecuária - 3) as empresas industriais a serem atraídas
para a região devem ter motivações
econômico-racionais para se instalarem
definitivamente (e não apenas enquanto durar o
incentivo) na mesma.
59North e a Metade Sul (5)
- Para além disso, o movimento do governo do Estado
envolve reconhecer que o bioma Pampa apresenta
limites de diversificação, em particular no
sentido de uma agricultura temporária mais
exigente e mais agressiva com relação ao solo - Simultaneamente, o movimento governamental vai ao
encontro de uma das exigências cruciais do modelo
northiano a identificação de nichos de mercado
com demanda crescente e dentro dos quais a região
apresente competitividade estrutural.
60North e a Metade Sul (6)
- Não obstante, a estratégia governamental peca por
dois motivos - desconhece o fato de que a Metade Sul não é uma
unidade simples, mas complexa, comportando
significativas diferenças em sua porção leste e
oeste - 2) desvaloriza relativamente as alternativas
produtivas tradicionais, tomando sua forma atual
(e insuficiente, no plano da dinamização do
território) de exploração como a única forma
possível.
61North e a Metade Sul (7)
- No plano da distinção entre porção leste e oeste
da Metade Sul, é preciso ver que a porção leste
apresenta uma estrutura fundiária muito mais
democrática (vide Canguçu, por exemplo) e uma
diversidade produtiva muito maior, contando com
uma bacia leiteira expressiva em torno de Pelotas
e uma fruticultura importante (mormente de
pêssego, seguida de perto pela viticultura).
Igualmente importante é a produção de tabaco nos
territórios de estrutura fundiária mais
democrática. - Para esta porção do território, entendemos que a
estratégia a ser seguida é similar à já apontada
para a porção Noroeste, com a especificidade de
que caberia, aqui, um apoio maior à alternativa
da fruticultura.
62North e a Metade Sul (8)
- Mas é a porção oeste da Metade Sul que vem
apresentando as performances mais preocupantes,
em particular as regiões da Campanha e da
Fronteira Oeste. A estrutura produtiva deste
território é altamente concentrada em duas
alternativas bovinocultura de corte e
orizicultura. - Ora, malgrado a aparência em contrário (se
tomamos sua dinâmica secular, em continuada perda
de importância relativa na economia gaúcha desde
a entrada do século XX), a bovinocultura
apresenta um elevado potencial de dinamização da
Metade Sul.
63North e a Metade Sul (9)
- Desde logo, há que se entender que, em relação à
silvicultura, a bovinocultura de corte é - 1) uma alternativa que pelo menos tão
alvissareira no plano do mercado (interno e
externo) - 2) muito menos agressiva ao meio ambiente
- 3) muito mais incorporadora de mão-de-obra
- 4) implementável sem renúncia fiscal, mas com a
ampliação dos dispêndios governamentais difusos
e estimuladores dos mercados urbanos regionais.
64North e a Metade Sul (10)
- A alternativa parece escapar por sua demasiada
obviedade a pecuária bovina. - A despeito do território já ser especializado em
bovinocultura de corte, a produtividade gaúcha é
muito inferior ao potencial da Macro-Região - Hoje o Rio Grande do Sul apresenta uma
produtividade média no rebanho bovino inferior a
80 kg por ha por ano - Entretanto, diversos pecuaristas, alcançam
produtividades até 20 vezes maior, acima dos 1500
kg por ha por ano.
65North e a Metade Sul (11)
- Este expressivo acréscimo de produtividade pode
ser alcançado com uma combinação de três fatores - 1) pastoreio rotativo (Voisin)
- 2) plantio de forrageiras (mormente as perenes,
que prescindem de re-plantio) - 3) adubação/fertilização das pastagens.
66North e a Metade Sul (12)
- O primeiro a salientar em um tal projeto de
ampliação da produtividade é que ele não apenas
gera emprego no campo (o Voisin é um sistema
relativamente intensivo em mão-de-obra), mas
integra e complexifica a cadeia da bovinocultura
a montante - Como se isto não bastasse, a cadeia produtiva a
jusante grandemente empregadora seria
amplamente beneficiada - Se conseguíssemos multiplicar por 5 a
produtividade da pecuária bovina no RS, atingindo
a meta apenas sofrível de 400 kg por ha por ano,
e supondo que os abates se realizassem em
território gaúcho, também multiplicaríamos por 5
o número de empregados nos frigoríficos.
67North e a Metade Sul (13)
- De acordo com a RAIS, os abatedouros de bovinos
empregaram, em 2008, 6.740 trabalhadores. Com uma
produção/desfrute 5 vezes maior, o número de
empregados no setor poderia se elevar a 33.700 - Supondo, ainda, que o número de empregados no
segmento de fabricação de produtos de carne
vinculados à cadeia bovina seja de apenas 1/5 do
total no RS, o número de empregos gerados se
elevaria em mais de 5.000, totalizando algo em
torno de 40.000 empregos.
68North e a Metade Sul (14)
- Evidentemente, tais prognósticos envolvem
pressupor a existência de mercado para a produção
ampliada - Mas já vimos o que embasa esta pressuposição. O
Brasil está se tornando o maior produtor mundial
de carnes, e a qualidade do produto gaúcho é
diferenciado, muito mais adequado ao exigente
paladar europeu - Além disso, a produção de bovinocultura de corte
é solidária da bovinocultura do leite (a Nova
Zelândia que o diga). De sorte que o apoio a um
segmento repercute positivamente sobre o outro.
Há sinergia e ganhos de escala neste processo.
69E a soja? E o trigo? E o arroz? E o tabaco? (1)
- A agricultura temporária tradicional do Estado
cumpre um papel importante na geração de renda
interna e, de forma alguma, estamos propondo a
desestruturação destas cadeias - Contudo, é preciso reconhecer que com exceção
do arroz e, secundariamente, do tabaco não
temos vantagens competitivas estruturais nas
mesmas, de sorte que qualquer política agrícola
deve tomá-las como uma fonte de diversificação
produtiva (e financeira) do produtor rural.
70E a soja? E o trigo? E o arroz? E o tabaco? (2)
- Ora, tomados nestes termos, existe toda uma gama
de culturas temporárias, cuja demanda projetável
é ainda melhor que a da soja, do arroz, do tabaco
e do trigo, e que apresentam uma sinergia
superior com as pecuárias já referidas. - Pensamos, aqui, fundamentalmente em duas
culturas o milho e a cana/etanol - O primeiro é um problema do RS. A produtividade
do milho em nosso território é marcadamente
inferior ao do restante do Brasil. E ele é um
componente central da alimentação das diversas
pecuárias.
71E o milho? E a cana? (1)
- A pesquisa de novos varietais de milho em
particular, de varietais irrigados, capazes de
ocupar parte das várzeas hoje ocupadas apenas
pelo arroz urge, e deve ser levada à frente com
apoio financeiro do governo do Estado - No que diz respeito à cana, um amplo território
do RS acaba de ser incorporado ao zoneamento
agroecológico desta cultura. Parcela não
desprezível deste território se encontra,
justamente, na divisa entre a Metade Sul e a
Região Norte-Noroeste - As perspectivas de demanda são, pelo menos, tão
alvissareiras quanto as das carnes (em particular
após o anúncio da instalação da fábrica de
plástico verde no RS).
72E o milho? E a cana? (2)
- Não obstante, em função de determinações postas
no plano das características edafo-climáticas do
RS, parece que a produtividade média da cultura
da cana em solo gaúcho é estruturalmente inferior
à produtividade no Centro-Sul - Longe de ser um impedimento para a diversificação
produtiva nesta direção, este fato contribui para
que se projete o desenvolvimento da cultura da
cana como cultura casada, assumindo pelo
menos em parte o papel que a soja e o tabaco
cumprem hoje para parcela não desprezível dos
pequenos produtores nos municípios mais bem
sucedidos (em termos de dinâmica econômica) da
região Nordeste (como Tapejara, por exemplo),
onde as atividades agropecuárias dominantes são a
avicultura e o leite.
73E o milho? E a cana? (3)
- Vale observar, ainda, que se a produção de cana
se faz casar com a produção leiteira, é possível
aproveitar o bagaço da cana como elemento de
alimentação do gado. - Nesta alternativa, o esmagamento da cana já se
faz na propriedade rural, o que envolve a
produção e aquisição de esmagadoras,
centrifugadoras e recipientes para a fermentação
inicial do caldo de cana. - Para além do que este modelo representa em termos
de agregação de valor para o pequeno produtor,
ele implica um estímulo importante ao
desenvolvimento da indústria metal-mecânica
gaúcha, apta a fornecer os equipamentos
necessários à qualificação e mecanização da
produção leiteira e canavieira sulina.
74Considerações Finais (1)
- Como já nos ensinava Adam Smith, a
competitividade não é um atributo natural, mas
conquistado - Ocupar, de forma sólida e sustentável, cadeias
produtivas baseadas na agropecuária exige uma
atenção diuturna dos agentes envolvidos e do
setor público no sentido de ampliar e aprofundar
a integração interna das cadeias produtivas, bem
como o enfrentamento das mais diversas barreiras
não alfandegárias à conquista de mercados
forâneos
75Considerações Finais (2)
- Neste particular, cabe especial atenção às
barreiras fitossanitárias e ecológicas (os
green boxes) que, crescentemente, se tornam o
principal instrumento de defesa dos países
desenvolvidos de sua produção agropecuária
custosa e pouco competitiva - Uma questão que se torna ainda mais candente
quando se opera no interior das cadeias
pecuárias. Num mundo obcecado com o efeito
estufa, o metano torna-se um adversário não
desprezível na conquista de mercados forâneos
76Considerações Finais (3)
- Mas este adversário pode e deve se tornar um
aliado - Na realidade, o metano gerado pela pecuária
estabulada pode vir a se constituir numa fonte de
competitividade estrutural da cadeia pecuária
gaúcha. Desde que seu potencial combustível seja
adequadamente explorado - Esta exploração sistemática esbarra hoje nos
custos de manutenção/depreciação de motores a
metano, de alto poder corrosivo - Não obstante, o Brasil possui, hoje, mais que
potencial possui acúmulo tecnológico para
enfrentar este grave problema. Um acúmulo aurido
da superação de problemas similares interpostos
pela queima de etanol
77Considerações Finais (4)
- O que abre espaço para nossa conclusão efetiva a
aposta na agroindústria não significa o abandono
da pesquisa tecnológica de ponta ou de
fronteira - Significa, tão somente, a eleição da fronteira
que nos interessa investigar. Uma fronteira que
envolve combustíveis renováveis, produção de
máquinas para processamento e beneficiamento de
leite, máquinas para micro-usinas de etanol,
novas forrageiras (produzidas com ou sem
engenharia genética), novos sistemas de
rastreamento animal, novos serviços de
consultoria e extensão empresarial, novos
sistemas logísticos, etc
78Considerações Finais (5)
- Neste sentido, a especificidade de um projeto de
desenvolvimento baseado na agroindústria não se
encontra em qualquer pretenso resgate do
antigo, mas na certeza de que há fronteira
tecnológica em todos os setores. - Ser dependente é tomar por referência a fronteira
do outro. Só se é autônomo quando sabemos
identificar a nossa própria fronteira, a
fronteira que nos interessa investigar.
79RECONVERSÃO AGROPECUÁRIA E POLÍTICA AGROINDUSTRIAL
Agradecimentos Agradeço ao Prof. da Unijuí,
Dilson Trennepohl, doutorando da Unisc, bolsista
da Fundação Celso Furtado e nosso orientando por
haver calculado os impactos sobre o valor
agregado no Rio Grande do Sul da expansão do VBP
das diversas cadeias produtivas na região
Norte-Noroeste. A metodologia de cálculo foi
desenvolvida em conjunto, por mim e pelo Prof.
Dilson, com o apoio do Prof. Dr. Benedito Silva
Neto, a cujo apoio também agradeço. Pelo
processamento dos dados da Rais, agradeço à
colega feeana Shelia Sternberg. Pela produção das
lâminas para a exposição em Power-point, agradeço
ao bolsista Cristiano Sehn.