Title: JO
1- JOÃO COELHO NETO
- LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA
- IVONIR RODRIGUES AYRES
- AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO EXIGÊNCIAS
PARA A EDUCAÇÃO ESCOLAR. - Profa. Teresa KazukoTeruya
2TEORIA CRÍTICA E NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
3BIOGRAFIA JOSÉ LEÓN CROCHIK
- Possui graduação em Psicologia pela Universidade
de São Paulo (1979), mestrado em Psicologia
Social pela Universidade de São Paulo (1985),
doutorado em Psicologia Escolar e do
Desenvolvimento Humano pela Universidade de São
Paulo (1990) e livre-docência em Psicologia pelo
Instituto de Psicologia da USP (1999). - Atualmente, é Professor Titular do Instituto de
Psicologia da USP, no qual atua na graduação e na
pós-graduação no Departamento da Psicologia da
Aprendizagem, do Desenvolvimento e da
Personalidade.
4Segundo CROCHIK, as tecnologias modernas trazem
em si a dinâmica da produção para o mercado por
serem resultados do processo capitalista de
produção, citando as vantagens das mídias sobre o
modo convencional.
5Evolução dos Computadores
-
- Embora as máquinas tenham evoluído tanto,
desde 1623 até 1937, nenhum dos inventos é
considerado um computador. O computador surgiu no
momento em que os equipamentos eletromecânicos
foram substituídos por componentes eletrônicos
(válvulas, transistores e chips). A história dos
computadores está dividida em gerações, e o
início de cada geração está relacionado a uma
evolução significativa nos componentes
eletrônicos utilizados pelas máquinas.
6PRIMEIRA GERAÇÃO VÁLVULAS1951/1959
- O exército americano constrói o ENIAC. O
objetivo dessa máquina era facilitar os cálculos
das trajetórias dos mísseis, na Segunda Guerra
Mundial. - Só ficou pronta após a guerra e acabou sendo
usada para construção de bombas atômicas. Possuía
18.000 válvulas
ENIAC http//www2.arnes.si
7SEGUNDA GERAÇÃO TRANSISTORES (1959/1965 )
- Criação do transistor, que pode ser visto
como uma válvula miniaturizada e muito mais
veloz. As válvulas esquentavam e queimavam
facilmente. O transistor permitiu a diminuição do
tamanho dos computadores e aumentasse a
velocidade de processamento. Os defeitos nos
componentes eletrônicos diminuíram bastante.
TRADIC www.liafa.jussieu.fr
8TERCEIRA GERAÇÃO CHIPS (1965/1975 )
- Surgem os circuitos integrados
- Diminuição do tamanho
- Maior capacidade de processamento
- Início da utilização dos computadores pessoais
ALTAIR www.digibarn.com
9QUARTA/QUINTA GERAÇÃO CHIPS E IA (1975/19?? )
- Surgem os softwares integrados
- Processadores de Texto
- Planilhas Eletrônicas
- Gerenciadores de Banco de Dados
- Gráficos
- Gerenciadores de Comunicação
- Robótica
- Inteligência Artificial
10- O objetivo das novas tecnologias educacionais
não é somente o de transmitir informações no meio
educacional, mas também um meio de socialização
entre as classes. Com o advento das novas
tecnologias CROCHIK cita algumas vantagens.
11VANTAGENS
- Digitação sobre a escrita
- Fotografia sobre a pintura
- Romance filmado sobre escrito
- O computador surge pela necessidade das
indústrias e da pesquisa - A televisão nasce para o entretenimento
12CRITICAS DE CROCHIK
- Ingênuo julgar que as novas tecnologias são
responsáveis pela racionalidade da educação - Diferenciação entre os alunos a usar o computador
e transmitir informações por ele
13PROPOSTA DO USO DO COMPUTADOR NO ENSINO
- O ensino pelo computador em contradição com a
televisão, o telespectador não é passivo, há uma
interação entre homem-máquina - 2) Motivação ao usuário dada pelos softwares
educacionais simulação e atenção do usuário para
o conteúdo a ser trabalhado. - 3) Disposição do conteúdo
14- Apostilas Eletrônicas são meramente textos
digitalizados que pode proporcionar um tempo de
leitura maior que um texto convencional, pela
fácil localização de um determinado trecho no
texto. - A máquina produz uma simulação da realidade. Nas
formas de uso do computador como ferramenta
educacional estão presentes fundamentos
educacionais.
15IMPACTOS DO SURGIMENTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
- Surgimento do espaço cibernético
- Relacionamento Virtual
- Geração de Novas abordagens sociais
- Isolamento
- Implicação tanto nas indústrias, quanto na
dominação social
16AFIRMAÇÃO
- Para CROCHIK, o computador e os meios que o
compõem são formas alternativas de exibição de
discussões, enfatizando assim a importância de
modelos e críticas de idéias, onde a formação
individual se desenvolve a partir do próprio
indivíduo.
17(No Transcript)
18- FILME NOVAS TECNOLOGIAS
- REALIDADE x VIRTUAL
19- Segundo Teruya (2006, p.11) o acúmulo de
conhecimento cientifico e tecnológico gerou uma
sociedade altamente informatizada. O aluno
pertence às famílias de baixa renda está diante
desses acontecimentos e vive um mundo sem
parâmetros, indefinido e obscuro, absorvendo
superficialmente alguns elementos da informação
que é vinculada aos meios de comunicação e no
saber escolar.
20PABLO GENTILI
21PABLO GENTILI
- Nasceu em Buenos Aires, em 1963.
- Graduação em Ciências da Educação pela Facultad
de Filosofía y Letras da Universidad de Buenos
Aires, Argentina (1988). - Mestrado em Ciências Sociais com menção em
Educação pela Facultad Latinoamericana de
Ciencias Sociales, FLACSO, Argentina (1994).
Título Poder Economico, Ideologia y Educacion Un
estudio sobre los empresarios, las empresas y la
discriminacion educativa en la Argentina de los
anos 90. Orientador Daniel Filmus. - Doutorado em Ciencias da Educação pela
Universidad de Buenos Aires Facultad de Filosofía
y Letras, UBA, Argentina (1998). Título
Retorica de la desigualdad - Los fundamentos
doctrinarios de la reforma educativa neoliberal.
Orientador Gaudêncio Frigotto.
22PABLO GENTILI
- Atualmente é professor adjunto da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área
de Educação, com ênfase em Filosofia da Educação. - Atua principalmente com os temas da educação,
neoliberalismo, reformas educacionais,
neoliberalismo e educação e políticas públicas. - O texto Três teses sobre a relação trabalho e
educação em tempos neoliberais, faz parte do
livro Capitalismo, trabalho e educação,
organizado por Demerval SAVIANI, José Claudinei
LOMBARDI e José Luis SANFELICE. - A obra publicada em 2002, pela editora Autores
Associados, de Campinas, analisa as
transformações que vêm se operando no mundo do
trabalho e da educação relacionadas às mudanças
referentes à reorganização do capital.
23PABLO GENTILI
- Os textos originaram-se no V Seminário do Grupo
de Pesquisas HISTEDBR História, Sociedade e
Educação no Brasil. - O seminário foi realizado de 20 a 24 de agosto de
2001, na UNICAMP, tendo como tema central
Transformações do Capitalismo, do Mundo do
Trabalho e da Educação.
24GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- O autor discute três teses para compreensão da
relação trabalho-educação no contexto dos
processos de reforma educacional promovidos pelos
governos neoliberais na América Latina. - PRIMEIRA TESE
- Na sua formulação clássica, a Teoria do Capital
Humano está esgotada e, isso, infelizmente, não
parece ser uma boa notícia.
25GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- A Teoria do Capital Humano teve origem na segunda
metade do século XX, numa conjuntura de
desenvolvimento capitalista marcada pelo
crescimento econômico, pelo fortalecimento dos
Estados de Bem-Estar e pela confiança na
conquista do pleno emprego. - Neste período, identificado por Eric Hobsbawm
(2000) como a Era de Ouro do desenvolvimento
capitalista, ganhou importância o suposto
impacto econômico da educação e a contribuição da
escola para a integração econômica da sociedade e
das pessoas. - Desde a segunda metade do século XIX, a expansão
dos sistemas escolares nacionais já difundia a
promessa da escola como entidade integradora.
26GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Os sistemas educacionais eram considerados pelos
grupos dominantes e pelas massas que lutavam pela
sua democratização como um poderoso dispositivo
institucional de integração social num sentido
amplo. - A escola se constituía num espaço institucional
que contribuía para a integração econômica da
sociedade formando o contingente da força de
trabalho que se incorporaria gradualmente ao
mercado. - A dimensão social e individual dos benefícios
econômicos decorrentes do processo de
escolarização obrigava a pensar o planejamento da
educação como uma atividade central na definição
das políticas públicas.
27GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Afinal, da educação dependia também, em parte, a
conquista de mercados e o aumento do bem-estar
individual da população. - Estatísticas corroboravam a visão, na perspectiva
das interpretações oficiais, de que uma sociedade
rica deveria ser uma sociedade de pessoas ricas,
assim como uma sociedade competitiva deveria ser
uma sociedade de pessoas competitivas. - Essa promessa integradora atribuía ao Estado um
papel central não apenas nas atividades de
planejamento como também um desempenho decisivo
na captação dos recursos financeiros e na
atribuição e distribuição de verbas destinadas ao
sistema educacional.
28GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Desta forma, o Estado contribuía não somente para
o aumento da renda individual (derivada do
incremento do capital humano individual) como
também para o aumento da riqueza social (derivada
do incremento no estoque de capital humano
social). - Nos anos de 1950 e de 1960 surgiu a disciplina da
Economia da Educação, dedicada ao estudo de tais
questões, e uma teoria oficial destinada a
fornecer coerência às reflexões produzidas nesse
campo, a Teoria do Capital Humano. - Mas, a crise do capitalismo contemporâneo, nos
anos de 1970, marcou o início de uma profunda
desarticulação dessa promessa integradora em
todos os seus sentidos.
29GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- A ruptura da promessa da escola como entidade
integradora começou a se desencadear de forma
definida nos anos de 1980, num contexto de
revalorização do papel econômico de educação. - Proliferaram discursos que enfatizavam a
importância produtiva dos conhecimentos e, até
mesmo, a configuração de uma verdadeira
Sociedade do Conhecimento como resultado da
Terceira Revolução Industrial. - As décadas de 1980 e 1990 ofereceram a forte
evidência do fracasso da Teoria do Capital Humano
na sua formulação original. Porém, longe de
debilitá-la, acabou lhe fornecendo novo impulso e
dinamismo.
30GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
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- A desintegração da promessa integradora não negou
a contribuição econômica da escolaridade, mas sim
uma transformação substantiva de sentido. - Passou-se
- - de uma lógica da integração em função de
necessidades e demandas de caráter coletivo (a
economia nacional, a competitividade das
empresas, a riqueza social etc.) - - para uma lógica econômica privada e guiada
pela ênfase nas capacidades e competências que
cada pessoa deve adquirir no mercado educacional
para atingir uma melhor posição no mercado de
trabalho.
31GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Morta a promessa do pleno emprego, restou ao
indivíduo, e não mais ao Estado ou às empresas,
definir suas próprias opções, suas próprias
escolhas que permitam (ou não) conquistar uma
posição mais competitiva no mercado de trabalho. - A desintegração da promessa integradora deixou
lugar à difusão de uma nova promessa, agora sim,
de caráter estritamente privado a promessa da
empregabilidade.
32GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
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Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
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- SEGUNDA TESE
- A empregabilidade é o eufemismo da desigualdade
estrutural que caracteriza o mercado de trabalho
e que sintetiza a incapacidade também
estrutural da educação em cumprir sua promessa
integradora numa sociedade democrática.
33GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- A empregabilidade ganhou espaço a partir de 1990,
oferecendo coerência a três elementos que
permitiriam superar a crise do desemprego a
redução dos encargos patronais, a flexibilização
trabalhista e a formação profissional permanente. - A tese da empregabilidade recupera a concepção
individualista da Teoria do Capital Humano, mas
acaba com o nexo que se estabelecia entre o
desenvolvimento do capital humano individual e o
capital humano social. - As possibilidades de inserção de um indivíduo no
mercado dependem da posse de um conjunto de
saberes, competências e credenciais que o
habilitam para a competição pelos empregos
disponíveis.
34GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Porém, o desenvolvimento econômico da sociedade
não depende, hoje, de uma maior e melhor
integração de todos à vida produtiva. - Um incremento no capital humano individual
aumenta as condições de empregabilidade do
indivíduo, o que não significa, necessariamente,
que todo indivíduo terá seu lugar garantido no
mercado. - A evidência parece ser outra as economias podem
crescer excluindo e multiplicando a discriminação
a milhares de pessoas.
35GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- O discurso da empregabilidade reconhece que
existe também a possibilidade de que pessoas,
mesmo tendo investido no desenvolvimento de suas
capacidades empregatícias, não terão sucesso na
disputa pelo emprego. - Alguns triunfarão, outros fracassarão.
- Assim, o indivíduo é um consumidor de
conhecimentos que o habilitam a uma competição
produtiva e eficiente no mercado de trabalho. - A tese da empregabilidade acaba também com a
concepção do emprego e da renda como esferas de
direito.
36GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
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Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- O indivíduo pode possuir determinadas condições
de empregabilidade e nem por isso garantir sua
inserção no mercado de trabalho. E a renda
depende desta inserção no mercado de trabalho. - O que torna concretas as oportunidades de emprego
e renda não é o quantum de empregabilidade que
possuem, e sim a maneira como essa
empregabilidade é colocada em prática na hora de
concorrer pelo único emprego. - Fazem parte da empregabilidade conhecimentos
vinculados à formação profissional, o capital
cultural socialmente reconhecido e, também,
determinados significados de diferenciação que
entram em jogo nos processos de seleção ser
branco, ser negro, ser imigrante, ser gordo, ser
surdo, ser nordestino...
37GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
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- TERCEIRA TESE
- A desintegração social promovida pelos regimes
neoliberais, em contextos marcados por um aumento
significativo dos índices de escolarização,
demonstra que a educação e o desenvolvimento se
relacionam e influenciam, mas não,
necessariamente, de uma forma positiva.
38GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Paradoxalmente, alguns teóricos críticos e boa
parte dos políticos progressistas se empenham em
manter viva a chama de um mito a educação tem
valor porque dela depende o desenvolvimento
econômico. - Ou seja, mais educação significa maior
desenvolvimento. - O autor chama a atenção sobre o risco deste tipo
de afirmação e afirma que o Brasil é,
provavelmente, o melhor e mais dramático exemplo
da não correlação entre educação e
desenvolvimento econômico.
39GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
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- Durante a segunda metade do século XX, o Brasil
foi a economia mais dinâmica do planeta,
apresentando significativos índices de
crescimento no volume de riquezas acumuladas. - Este crescimento conviveu com também
espetaculares índices de concentração de renda,
pobreza, exclusão e segregação social da grande
maioria do povo brasileiro. - E, neste período, tanto no Brasil quanto na
América Latina, os índices de escolarização
melhoraram significativamente.
40GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
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Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
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- Ainda com amplos setores da população adulta
excluídos do direito à educação, os níveis médios
de acesso à escola por parte das crianças e dos
jovens latino-americanos tenderam a aumentar. - O dado, certamente alentador, longe de confirmar
a correlação direta entre educação e
desenvolvimento, não consegue ocultar uma brutal
realidade a América Latina é a região mais
injusta, mais desigual do planeta. - É uma região que hoje possui o maior número de
pobres de toda sua dramática e colonial história
mais de 210 milhões de pessoas sobrevivem abaixo
da linha da pobreza.
41GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Pior ainda a metade dos latino-americanos abaixo
da linha da pobreza são crianças ou jovens com
menos de 20 anos. - A América Latina ainda possui mais de 40 milhões
de analfabetos absolutos. - E estes índices de vulnerabilidade social tendem
a se aprofundar de forma inversamente
proporcional à riqueza e ao poder acumulado por
elites. - Expressão do abismo que separa os ricos dos
pobres é a polarizada distribuição de renda que
historicamente caracterizou o desenvolvimento
latino-americano e que piorou depois de vinte
anos de políticas de ajuste neoliberal.
42GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- Em torno de 50 milhões de brasileiros e
brasileiras encontram-se abaixo da linha da
indigência, ou seja, possuem uma renda inferior a
oitenta reais por mês. - É o valor estimado para satisfazer as
necessidades alimentares básicas da anorexica
dieta que os órgãos oficiais definem para os mais
pobres. - Em Alagoas, por exemplo, 56,84 da população
encontram-se abaixo da linha da indigência no
Piauí, 61,26 e, no Maranhão, terra de aparentes
milagres modernizadores, 62,37.
43GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- E os pobres brasileiros são mais pobres se são
negros, índios, mulheres e nordestinos. - Se as promessas da Teoria do Capital Humano
fossem minimamente compatíveis com a realidade
latino-americana, o aumento nos índices de
escolarização deveriam ter promovido um
correlativo aumento na renda dos mais pobres,
diminuindo a disparidade endêmica que caracteriza
a desigual distribuição da riqueza na região. - Os pobres latino-americanos são hoje mais pobres
e mais educados.
44GENTILI, Pablo. Três Teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais. In
LOMBARDI, José Claudinei e outros (orgs).
Capitalismo, trabalho e educação. Campinas
Autores Associados. 2002. pp.45-59.
- São educados num sistema escolar pulverizado,
segmentado, no qual convivem circuitos
educacionais de oportunidades e qualidades
diversas. - Oportunidades e qualidades que mudam conforme a
condição social dos sujeitos e os recursos
econômicos que eles têm para acessar a
privilegiada esfera dos direitos da cidadania.
45A TERCEIRA REVOLUÇÃO EDUCACIONAL A EDUCAÇÃO NA
SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
- JOSÉ MANUEL ESTEVE ZARAZAGA
46Biografia - JOSÉ MANUEL ESTEVE ZARAZAGA
- Catedrático da Universidade de Málaga, Espanha.
2005. - Nasceu em Melilla (Málaga) em 1951.
- Doutor em Ciencias da Educacão pela Universidad
Complutense de Madrid, na qual foi também
professor durante 8 anos. Em outubro de 1980
iniciou como docente na Universidade de Málaga,
lecionando Pedagogia Geral e Teoria da educacão.
Onde a atualmente é catedrático de Teoria da
Educação na Faculdade de Ciências da Educacão
47- CONTEXTO SOCIAL
- Atualmente a educação não é uma prioridade
social. - Nos encontramos num momento em que a sociedade é
multicultural e mulitlingue que exige dos
professores alteração do materiais didáticos e a
modificação dos programas de ensino (fazer uma
adaptação dos materais para que todos os alunos
possam aprender o que querem ensinar). - Além disso, os valores sociais são muito
materialistas, e centram-se no sonho americano de
consumo quando deveriam ajudar os estudantes a
pensarem por si mesmos, e promover seu acesso à
cultura. - Poucos valorizam o saber, ao trabalho de formação
das crianças e o cultivo das ciências.
48- Os pais não estão de acordo que o sistema
educacional garanta a formação e querem que
continue garantido futuro de seus filhos como era
possível a 30 anos. - Antes o sistema trabalhava só com os que
proseguiriam nos estudos e poucos tinham
escolaridade média. - Na atualidade existe a presença de uma maioria
para a qual se deve dar toda a ciência e cultura
(mesma oportunidade), tanto para quem vai
prosseguir estudando com para os que não cultura
e valores transmitidos no tempo em que é
estudante e lhe poderão ajudar no resto da vida.
49- O autor discute a "crise" dos sistemas
educacionais, causada por essas mudanças, a
partir da análise de três contextos históricos - ?(1) o macro, que depende da evolução das forças
sociais, dos grupos políticos e dos setores
econômicos e financeiros - ? 2) o contexto político e administrativo, que
ordena a realidade por leis e decretos - ? (3) e o contexto da prática, que se refere ao
trabalho real dos professores e ao dia-a-dia da
escola. - A partir de uma reflexão sobre os processos de
mudança social registrados nos últimos 30 anos,
oferece elementos para um debate sobre a
realidade atual dos sistemas educacionais, as
transformações sofridas nos últimos anos e os
desafios mais importantes do futuro, que exigirá
a integração da aprendizagem eletrônica e do
ensino por internet.
50- PRINCIPAIS IDÉIAS e APORTES DO PENSAMENTO
FILOSÓFICO - Educar é iniciar a pessoa na autonomia, na
liberdade, na responsabilidade e na atitude
crítica, criando esquemas conceituais e pautas
para consegui-lo, sob a orientação do professor.
Finalizada esta etapa o aluno seguirá por si seu
caminho. - Diante disso, o mais importante e essencial é a
formação da atitude filosófica do aluno
(desenvolver a capacidade pensar por si mesmo,
inclusive de por-se contra o estabelecido). Não é
tarefa fácil pensar por si mesmo, exige um grande
esforço e treino constante. - O pensamento filosófico não é independente do
pensamento educativo, se influem e se
complementam, determinando as distintas
concepções de vida, de como se quer vivê-la,
primando a educação em e para a liberdade.
51- IDÉIAS CENTRAIS DO CONCEITO DE EDUCAÇÃO
- o PRINCIPAL para o autor é o desenvolvimento
integral da pessoa (educar-se em todos os
aspectos possíveis, exercitando as capacidades
racionais do sujeito). - para que o processo possa ser qualificado de
educativo debe respeitar os seguintes critérios - Que respeite a liberdade e dignidade da pessoa
que aprende - Que a pessoa seja capaz de organizar
intelectualmente as razões de sua atuação. Deve
estar consciente a todo momento do que está
fazendo e qual a meta que pretende com o que faz.
52- A sociedade do conhecimento tem provocado
inúmeras e velozes transformações em todas as
esferas sociais, apontando novas tendências de
valores e concepções de vida. Por conseqüência, o
sistema educacional precisa atender às novas
necessidades, adaptar-se às imprevisíveis
demandas e desafios gerados por essas mudanças.
As novas tecnologias de informação e comunicação
abrem novas possibilidades e trazem novas
exigências para desenhar a aprendizagem do século
21, com base não em tradições ancestrais, mas em
análises científicas e novos postulados
metodológicos.
53Para Esteve ... os professores se encontram
ante o desconcerto e as dificuldades de demandas
mutantes e a contínua crítica social por não
chegar a atender essas novas exigências. Às
vezes, o desconcerto surge do paradoxo de que
essa mesma sociedade, que exige novas
responsabilidades do professores, não lhes
fornece os meios que eles reivindicam para
cumpri-las. Outras vezes, da demanda de
exigências opostas e contraditórias (1999, p.13).
... uma pessoa condenada a fazer mal seu
trabalho, já que nos últimos anos acumulou-se
sobre suas costas a quantidade de
responsabilidades, sem as contrapartidas
correspondentes para poder cumpri-las, que
profissionalmente se encontra esgotado,
faltando-lhe tempo material para cumprir tudo
aquilo que considera seu dever (1999, p.144-145).
54ESTEVE, José M. A terceira revolução educacional
A educação na sociedade do conhecimento. São
Paulo Moderna, 2004
- Palavras-chave Revolução, pedagogia da exclusão,
mentalidade seletiva, novas demandas, novas
estratégias.
55Introdução
- O objetivo do texto é compreender a gênese da
terceira revolução educacional nos países mais
desenvolvidos.
- Revoluções silenciosas resistem melhor ao tempo
por serem resultado de um processo lento de
mudança de mentalidades até que idéias e valores
se tornem corrente de opinião
56A primeira Revolução Educacional
- Se deu com a criação e generalização do conceito
de escola com função de ensinar.
- Tem sua origem no Egito do Antigo Império com as
Casas de Instrução e as Escolas dos Escribas.
- Reservada a uma elite pequena de eleitos define
privilégios da posição social com retribuições
econômicas para uma minoria.
57A segunda Revolução Educacional
- Se deu a partir do século XVIII, quando em 1787,
Frederico Guilherme II da Prússia promulgou um
código educacional que tirava do clero a
administração das escolas e passava-a ao
Ministério da Educação.
- Esta atitude responsabiliza o Estado pela
criação, manutenção e fiscalização de um sistema
de escolas que garantisse o acesso de todas as
crianças.
58A segunda Revolução Educacional
- A contrariedade dos grandes proprietários fez com
que na Inglaterra Joseph Lancaster (1804) e o
projeto de Whitebread das escolas elementares em
todo o país fossem acusados de fosse acusado de
destruir a oferta de serviçais, e criar
questionadores e insolentes
- A centralidade da educação fez surgir no século
XX a Teoria do Capital Humano que enfatiza a
importância da formação para o impulso dos
benéficos econômicos e para a coesão social.
59A segunda Revolução Educacional
- Apesar dos empenhos as ofertas de vagas
continuaram escassas até os anos 1950, mesmo em
países mais desenvolvidos.
- Na pedagogia da exclusão o primeiro mecanismo de
exclusão é a mentalidade seletiva os exames vão
excluindo os que são considerados inadequados aos
estudos. O segundo mecanismo são os problemas
graves de conduta
60A terceira revolução educacional
- Estabeleceu-se o Ensino fundamental para toda a
população e obrigatoriedade do Ensino Médio..
- Elemento fundamental da mudança é a superação da
pedagogia da exclusão
61A terceira revolução educacional
- A generalização do ensino exige mudanças nos
objetivos, formas de trabalho e na essência do
sistema educacional
- (a escolarização do aluno, mesmo do aluno dito
fracassado, é um êxito porque para a um nível de
escolarização que não tinha antes consideração
do fato de ser a primeira geração escolarizada da
família crescimento do nível educacional geral e
individual dos melhores alunos).
62A terceira revolução educacional
- Diante das novas dificuldades dos professores é
preciso dar atenção aos problemas pessoais dos
alunos desajustados.
- Surgem novas demandas aos professores do EM,
como formação geral (foco não só na formação
acadêmica tradicional) esforço de integração
(enfrentamento com generosidade) apoio da
sociedade oferecendo meios adequados, modificando
a formação inicial, melhores condições de
trabalho e salário (superação de estruturas de
trabalho seletivas).
63A terceira revolução educacional
- A obrigatoriedade do EM provocou a ruptura da
relação educacional ao inserir aqueles que não
querem estar na escola, o que tem gerado
agressividade pela imposição social/legal ou pela
permanência de estratégias segregadoras. Diante
da falta de oportunidade de emprego retira o
apoio aos professores, e educação é abandonada
como promessa de futuro melhor.
- Reforça-se a solução da retomada da pedagogia da
exclusão (sociedade, pais mídia, educadores).
Mesmo assim, ainda há uma prevalência do
argumento econômico sobre o argumento da formação
das pessoas.
64A terceira revolução educacional
- O mais alto nível de formação é sempre melhor que
a ignorância (independente de vaga no mercado de
trabalho), possibilita novos campos de atividade.
- A desorientação e mal-estar começam a ser
superadas na realidade escolar com os professores
mudando a forma de ver os problemas da educação
atual, abandonando progressivamente a pedagogia
seletiva, elaborando novas estratégias, soluções,
mentalidades e propostas.
65A terceira revolução educacional
- Na Europa o esforço é já de extensão (ampliação)
do ensino entre os 18 e 24 anos para atender aos
jovens que abandonaram de forma prematuramente a
escola (não concluíram o EM).
66- Bibliografia
- ESTEVE, José M. A terceira revolução educacional
A educação na sociedade do conhecimento. São
Paulo Moderna, 2004. - ESTEVE, José M. O mal-estar docente a sala de
aula e a saúde dos professores. Bauru, SP EDUSC,
1999. Disponível emlthttp//es.wikipedia.org/wiki/
JosC3A9_Manuel_Esteve_Zarazagagt. Acesso em 08
nov. 07. - GENTILI, Pablo. Três teses sobre a relação
trabalho e educação em tempos neoliberais in
LOMBARDI, J.C. e outros (orgs). Capitalismo,
trabalho e educação. Campinas Autores
Associados, 2002. - GIROUX, Henry A. A cultura de massa e o
surgimento do novo analfabetismo implicações
para a leitura in GIROUX, Henry A. Os professores
como intelectuais rumo a uma pedagogia crítica
da aprendizagem. Trad. Daniel Bueno. Porto
Alegre Artes Médicas, 1997, pg. 111-121. - TERUYA, Teresa Kazuko. Trabalho e educação na era
midiática um estudo sobre o mundo do trabalho na
era da mídia e seus reflexos na educação.
Maringá, PR. EDUEM, 2006.
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