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Acima de tudo, educadores...

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Title: Acima de tudo, educadores...


1

Curso de Extensão em Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva estratégias
pedagógicas para favorecer a inclusão escolar
2
O Curso de Extensão em Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva estratégias
pedagógicas para favorecer a inclusão
escolarobjetiva proporcionar aos professores
participantes conhecimentos sobre as diferentes
dimensões que envolvem a implementação da
Política de Educação Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva e as Diretrizes Operacionais
do Atendimento Educacional Especializado na
modalidade de Educação Básica, Educação Especial.
3
  • Proporcionar conhecimentos sobre a implementação
    do Atendimento Educacional Especializado conforme
    as diretrizes do Ministério da Educação.
  • Oferecer aos professores conhecimentos para a
    produção de material adaptado (em braille,
    comunicação alternativa, entre outros) para
    atender alunos com necessidades educacionais
    especiais de escolas públicas dos sistemas
    educacionais da Baixada Fluminense.
  • -

4
  • Promover reflexões sobre as diferentes
    possibilidades pedagógicas presentes no uso de
    ajudas técnicas (tecnologias assistivas) para a
    inclusão de alunos com necessidades educacionais
    especiais nos diferentes contextos educacionais.

5
1. Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva dimensões filosóficas, políticas e
pedagógicas. 2. O processo de ensino-aprendizagem
de alunos com diferentes necessidades
educacionais especiais em decorrência de
deficiências sensoriais, transtornos globais do
desenvolvimento, altas habilidades/ superdotação
e outros.
6
3. O Plano de Desenvolvimento Psicoeducacional
Individualizado (PDPI) uma estratégia para
favorecer o atendimento educacional especializado
em salas de recursos multifuncional. 4.
Comunicação alternativa e tecnologias assistivas.
7
5. O ensino de Braille, sorobã e tecnologias
assistivas. 6. O ensino de Libras e tecnologias
assistivas. 7. O trabalho colaborativo entre o
professor da sala de recursos e do ensino regular.
8
Financiamento
PROEXT 2009
9
1. Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva dimensões filosóficas, políticas e
pedagógicas. 2. O processo de ensino-aprendizagem
de alunos com diferentes necessidades
educacionais especiais em decorrência de
deficiências sensoriais, transtornos globais do
desenvolvimento, altas habilidades/ superdotação
e outros.
10
O desenvolvimento humano pode ser explicado
basicamente por três vertentes
EMPIRISTA diz que o conhecimento vem primeiro
através de uma informação sensorial, sendo
transmitido do exterior do indivíduo par ao seu
interior (o individuo é comparado a uma folha
branca de papel na qual as experiências vão sendo
escritas).
11
RACIONALISTA (Descartes e Kant) nega a
importância da experiência sensorial e defende a
razão como o mais poderoso meio para se chegar a
verdade, Defendem o raciocínio como uma
capacidade INATA. RELATIVISTA construtivismo
de Piaget (interacionista/cognitivista) e
sócio-histórico de Vygostky (sócio-interacionista)
visão dinâmica e construtivista do conhecimento.
Também temos Wallon nessa vertente.
12
(No Transcript)
13
PIAGET
  • Nasceu na Suíça em 1896.
  • Piaget foi biólogo, zooólogo, filósofo,
    epiastemólogo e piscólogo.
  • Desde muito cedo mostrou interesse pela ciência
  • Aos 10 anos publicou o seu primeiro artigo sobre
    um pardal totalmente albino que observava num
    parque público.
  • Em seguida iniciou seu trabalho como voluntário
    no Museu de Ciências Naturais (durante 4 anos).
    Nesse período publicou 20 artigos sobre moluscos
    e temas zoológicos afins.

14
  • Em 1915 licenciou-se como Biólogo. Três anos
    depois doutorou-se em moluscos de Valois.
  • De 1857-1939 estudou psiquiatria em Zurique
  • Em París (1875-1911) estudou filosofia e
    trabalhou com a padronização de testes de
    raciocínio (textos de QI) no Laboratório Criado
    por Binet.

15
  • Em 1921 ingressou no Instituto Jean JACQUES
    Rousseau de Genebra a convite do editor que
    impressionou-se com a originalidade dos escritos
    de Piaget.
  • Em 1923, Piaget casou-se com Valentine Châtenay,
    com quem teve três filhas Jacqueline (1925),
    Lucienne (1927) e Laurent (1931). As teorias de
    Piaget foram, em grande parte, baseadas em
    estudos e observações de seus filhos que ele
    realizou ao lado de sua esposa.

16
  • Em 1925, Piaget foi nomeado titular de Filosofia
    em Neuchâtel (Suíça) onde lecionou até 1929
    quando voltou para Genebra. Lecionou história da
    matemática, da física e da biologia. Nesse
    período foi nomeado Diretor do Departamento
    Internacional de Educação. Foi nesse período que
    começou a introduzir suas grandes descobertas
    sobre o desenvolvimento das crianças.

17
  • Em 1936 recebeu o título de Doutor Honoris Causa
    da Universidade de Harvard.
  • De 1939 a 1952, foi professor de sociologia da
    Universidade de Genebra.
  • Em 1940 tornou-se diretor do laboratório de
    psicologia experimental.
  • Seu projeto de elaborar uma epistemologia
    baseado nas ciências concretizou-se em 1955.
  • Piaget morreu em 16 de setembro de 1980.

18
Epistemologia genética Supõe que o indivíduo
passa por várias etapas de DESENVOLVIMENTO ao
longo da sua vida (teoria do conhecimento).
Conforme Piaget, a aprendizagem é um processo que
começa no nascimento e acaba na morte. DEASAFIO
DESEQUILÍBRIO
    ASSIMILAÇÃO/ACOMODAÇÃO     ADAPTAÇÃO     EQU
ILIBRIO  
19
Isto é, a inteligência se constrói com a
participação ativa do sujeito, a partir da
interação do indivíduo com o meio.
s
Sujeito e meio experiência sensorial e razão
juntas
20
Imagem extraída da palestra proferida por
Ferreira (2009).
21
Inserido no social
Pensamento simbólico (irracional)
Pensamento lógico (racional)
Sujeito cognoscente
base biológica
Fonte Ferreira (2009).
22
É com base nessa lógica que Piaget define os
esquemas e as estruturas em dois processos
Esses processos são permanentes e acontecem o
tempo todo.
23
O desenvolvimento e a construção do conhecimento
segundo Piaget
  • Base biológica
  • Trocas com o meio físico
  • Trocas com o meio social.

Vale lembrar que os esquemas são modos de agir
mentalmente sobre objetos.
24
Definição de Assimilação segundo Ferreira (1994,
2009)
É a transformação do objeto a partir dos esquemas
do sujeito.
25
Já a acomodação segundo a mesma autora
Fonte Ferreira (1998 2009)
É a reestruturação ou transformação dos esquemas
antigos frente a novos objetos que resistem à
assimilação através dos esquemas familiares
usados (FERREIRA, 2009).
26
Em síntese
Para Piaget, o ser humano assimila as informações
que recebe do exterior, mas uma vez que já tem
uma estrutura mental que não está "vazia",
precisa de adaptar esses dados à estrutura mental
já existente. Uma vez que os dados são adaptados
a si, dá-se a acomodação. Para Piaget nenhum
conhecimento nos chega do exterior sem que sofra
nenhuma alteração pela nossa parte, ou seja, tudo
o que aprendemos é influenciado por aquilo que já
tínhamos aprendido.
27
Estágios de desenvolvimento
  • Inteligência sensório-motora
  • Inteligência pré-operatória
  • Inteligência operatória concreta
  • Inteligência operatória formal

28
Inteligência sensório-motora
  • Dura do nascimento ao 18º mês de vida
  • A criança busca adquirir controle motor e
    aprender sobre os objetos físicos que a rodeiam.
    Esse estágio se chama sensório-motor, pois o bebê
    adquire o conhecimento por meio de suas próprias
    ações que são controladas por informações
    sensoriais imediatas.

29
1ª FASE Exercícios reflexos (0 a 1 mês) - nessa
fase a criança só possui como meio de adaptação
os reflexos hereditários. 2ª FASE Reação
circular primária (1 a 4 meses) - o bebê repete
os movimentos que prolongam as atividades
reflexas que são desprovidas de intencionalidade.
3ª FASE 3ª FASE- Reação circular secundária (4 a
8 meses) - o bebê se focaliza mais no mundo dos
objetos ao seu redor que no seu próprio corpo. 4ª
FASE Coordenação de esquemas secundários ( 8 a
12 meses) - O bebê experimento vários esquemas
conhecidos como balançar, puxar, etc. Estes são
usados como meio para conseguir determinada coisa
(brinquedo).
30
5ª FASE Reação circular terciária (12 a 18
meses) A criança varia e experimenta novos
padrões de comportamento, para analisar e
compreender o que acontece. Ex. a criança joga o
brinquedo fora do berço várias vezes, mas cada
vez observa a trajetória diferente e o lugar onde
caiu. 6ª FASE Combinações mentais (18 a 24
meses) A criança inicia o jogo simbólico, o
faz-de-conta, recorda-se de fatos passados e os
imita depois de algum tempo decorrido.
31
Estágio Pré-operatório
  • No estágio pré-operatório, que dura do 18º mês
    aos 8 anos de vida, a criança busca adquirir a
    habilidade verbal. Nesse estágio, ela já consegue
    nomear objetos e raciocinar intuitivamente, mas
    ainda não consegue coordenar operações
    fundamentais.

32
Pensamento simbólico ex. uma uma caixa e faz de
conta que é um carrinho. Pensamento intuitivo
é uma espécie de ação executada em pensamento
encaixar, seriar, deslocar, etc. A imitação é
uma das manifestações da função simbólica. O
jogo simbólico Em várias de suas obras Piaget
mostra a importância do brinquedo e do jogo em
termos de evolução social e crescimento
intelectual
33
O Desenho É uma forma de função simbólica.
Apresenta-se em diferentes fases. A imagem
mental considera-se a imagem mental como uma
imitação interiorizada A linguagem aparece
paralelamente ás outras formas de função
simbólica. Começa no período sensório motor com
o balbuciar da criança.
34
Estágio - Operatório concreto
  • No estágio operatório concreto, que dura dos 8
    aos 12 anos de vida, a criança começa a lidar com
    conceitos abstratos como os números e
    relacionamentos. Esse estágio é caracterizado por
    uma lógica interna consistente e pela habilidade
    de solucionar problemas concretos.

35
- Noção de conservação de quantidades (construção
do nº) - Noção de classificação (ex. diferentes
figuras) - Noção de seriação (ex. a seriação das
frutas) - Noção de espaço (deslocamento) - Noção
de tempo (se constrói junto com as noções de
movimento, velocidade e espaço) - Noção de
causalidade (causa e efeito)
36
Para refletir.....
Tonucci, 1979. Homenagem a Piaget.
37
Operatório formal
  • No estágio operatório formal desenvolvido entre
    os 12 e 15 anos de idade a criança começa a
    raciocinar lógica e sistematicamente. Esse
    estágio é definido pela habilidade de engajar-se
    no raciocínio abstrato. As deduções lógicas podem
    ser feitas sem o apoio de objetos concretos.
  • No estágio das operações formais, desenvolvido a
    partir dos 12 anos de idade, a criança inicia sua
    transição para o modo adulto de pensar, sendo
    capaz de pensar sobre idéias abstratas.

38
Em síntese....
39
(No Transcript)
40
WALLON
  • Nasceu na França em 1879.
  • Antes de chegar à psicologia passou pela
    filosofia e medicina e  ao longo de sua carreira
    foi cada vez mais explícita a aproximação com a
    educação.
  • Em 1902, com 23 anos, formou-se em filosofia
    pela Escola Normal Superior, cursou também
    medicina, formando-se em 1908.

41
  • Viveu num período marcado por instabilidade
    social e turbulência política. As duas guerras
    mundiais (1914-18 e 1939-45), o avanço do
    fascismo no período entre guerras, as revoluções
    socialistas e as guerras para libertação das
    colônias na África atingiram boa parte da Europa
    e, em especial, a França.

42
  • Em 1914 atuou como médico do exército francês,
    permanecendo vários meses no front de combate. O
    contato com lesões cerebrais de ex-combatentes
    fez com que revisse posições neurológicas que
    havia desenvolvido no trabalho com crianças
    deficientes.
  • Até 1931 atuou como médico de instituições
    psiquiátricas.
  • Paralelamente à atuação de médico e psiquiatra
    consolida-se seu interesse pela psicologia da
    criança.

43
  • Na 2ª guerra atuou na Resistência Francesa
    contra os alemães, foi perseguido e teve que
    viver na clandestinidade.
  • De 1920 a 1937, fez conferências sobre a
    psicologia da criança na Sorbonne e outras
    instituições de ensino superior.

44
  • Em 1925 fundou um laboratório destinado à
    pesquisa e ao atendimento de crianças ditas
    deficientes.
  • Ainda em 1925 publicou sua tese de doutorado A
    Criança Turbulenta. Iniciou um período de
    intensa produção com todos os livros voltados
    para a psicologia da criança. O último livro
    Origens do pensamento na criança, em 1945.

45
  • Em 1931 viajou para Moscou e é convidado para
    integrar o Círculo da Rússia Nova, grupo formado
    por intelectuais que se reuniam com o objetivo de
    aprofundar o estudo do materialismo dialético e
    de examinar as possibilidades oferecidas por este
    referencial aos vários campos da ciência.
  • Faleceu em 1962.

46
DIALÉTICA
É o modo de pensarmos as contradições da
realidade, o modo de compreendermos a realidade
como essencialemnte contraditória e em permanente
transformação (KONDER,2006, p. 8).
47
Desenvolvimento saegundo Wallon
"o ser humano é organicamente social e sua
estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura
para se atualizar" (DANTAS, 1992). O QUE ISSO
QUER DIZER? Que a teoria do desenvolvimento
cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da
pessoa como um todo. Ou seja afetivo, cognitivo
e motor.
48
Para Wallon a educação é Um fato social. o
homem é um ser social e mais ainda, membro de uma
sociedade concreta, nela atuando, modificando-a e
sendo por ela modificado.
49
O estudo de Wallon é centrado na criança
contextualizada. Ou seja, o ritmo no qual se
sucedem as etapas do desenvolvimento é
descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e
reviravoltas, provocando em cada etapa profundas
mudanças nas anteriores. Ou seja, a passagem dos
estágios de desenvolvimento não se dá
linearmente, por ampliação, mas por reformulação,
instalando-se no momento da passagem de uma etapa
a outra, crises que afetam a conduta da criança.
50
  • Conflitos se instalam nesse processo e são de
    origem exógena quando resultantes dos
    desencontros entre as ações da criança e o
    ambiente exterior, estruturado pelos adultos e
    pela cultura e endógenos e quando gerados pelos
    efeitos da maturação nervosa (Galvão, 1995).
    Esses conflitos são propulsores do
    desenvolvimento.
  • Os cinco estágios de desenvolvimento do ser
    humano segundo Wallon são
  • Estágio impulsivo puro Estágio emocional ou de
    simbiose afetiva
  • Estágio sensitivo-motor ou sensóriomotor o
    projetivo personalismo.

51
1- ESTÁGIO IMPULSIVO PURO ESTÁGIO EMOCIONAL OU
SIMBIOSE AFETIVA
  • 1º ano de vida esse estágio tem como principal
    característica a atividade motora reflexa.
  • No primeiro ano a criança também vive o 2º
    estágio que é o estágio emocional ou de simbiose
    afetiva.

A emoção é altamente contagiante e, através do
choro, se configura como a primeira expressão
social do ser humano (FONTES, 2003, p. 54). OBS
Ex. jogo de futebol.
52
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO ATRAVÉS DA EMOÇÃO
(WALLON)
Mundo cultural/ social
Mundo biológico
53
EXPLICANDO O ESQUEMA....
Por meio da linguagem a emoção pertence a dois
mundos simultaneamente o biológico e o social. A
emoção está na base do desenvolvimento
intelectual do ser humano, influenciando-o, da
mesma forma como a inteligência desempenha forte
influência no desenvolvimento da emoção, ao longo
de toda a vida, numa relação visivelmente
dialética da constituição do sujeito.
54
2- SENSITIVO MOTOR OU SENSÓRIO MOTOR
- Surge no final do 1ª ano ou início do segundo
- A criança orienta-se para objetos e descobre o
mundo dos objetos
3- PROJETIVO
- Atividade mental (ato de acompanhar a
representação).
55
4 - PERSONALISMO
  • A criança chega ao CONCEITO DO EU.
  • Nessa idade (6 anos) a criança possui os meios
    intelectuais e as oportunidades de
    individualizar-se.
  • OBS ESCOLA

56
QUESTÕES IMPORTANTES SOBRE A TEORIA DE WALLON
Podemos identificar 4 grandes temas na teoria de
Wallon.
1ª A motricidade ou psicomotricidade Para Wallon
a motricidade é a 1ª forma de manifestação do ser
humano. Para ele a motricidade é sempre afetiva.
O bebê por ser prolongadamente dependente do
outro utiliza-se de recursos da afetividade para
agir sobre o outro. O movimento pode ser dividido
em duas dimensões a) Dimensão afetiva reforço
da comunicação, por ex., a mímica do bebê,
movimentos das pernas e dos braços, etc. b)
Dimensão práxica quando atua sobre o ambiente
(envolve a cognição)
57
Wallon é considerado o pai da psicomotricidade.
A postura está ligada também à atividade
intelectual.Ao mesmo tempo em que expressamos por
gestos nossas reflexões, a função postural dá
sustentação à atividade de reflexão
mental. Através da expressividade, o indivíduo
atua sobre o outro e isto lhe garante a
sobrevivência O que isso quer dizer?
58
2ª - A questão da emoção a emoção é orgânica e
social. É por meio dela que o indivíduo se
socializa.
No primeiro ano de vida nutrir a inteligência é
nutrir o afeto
A afetividade não é apenas uma das dimensões da
pessoa, é a fase mais primitiva do
desenvolvimento (NAUJOKS, 2001). Com a linguagem
surgem ouras formas de vinculação afetiva (1
afetividade emocional 2 afetividade simbólica
e 3 afetividade categorial)
59
Importante....
A construção da pessoa é sempre uma
auto-construção. O vínculo afetivo supre a
insuficiência da inteligência do início da vida.
(...) o estágio afetivo cria os elos os elos
necessários à ação coletiva (NAUJORKS, p. 56).
3º - A questão da inteligência Para Wallon a
inteligência se desenvolve por meio de saltos.
Para tal é necessário o amadurecimento
neurológico e também a influência da cultura. São
dois os momentos principaisa inteligência
sensório-motor e a inteligência representativa.
60
4º Questão a formação do eu personalidade o
eu se estrutura por um processo de diferentes
etapas.
Na estruturação do eu os aspectos cognitivos
estão misturados, incorporados nos aspectos
afetivos e um nutre o outro. Primeiramente,
quando o indivíduo é bebê, este afetivo é quase
corporal. É necessário que o bebê consiga uma
ruptura com estes elementos para que construa,
progressivamente, a consciência de si e adquira
autonomia. Nesta fase o conflito com o outro está
sempre presente caracterizando atos de rebeldia e
negação. É a tempestade do personalismo que
permite ao indíviduo diferenciar-se,
progressivamente do outro ( NAUJORKS, p. 56).
61
VIGOSTKI
  • Nasceu em 1896 na Rússia.
  • Filho de família com boas condições financeiras e
    alta escolaridade
  • Estudou até os 15 anos com tutores particulares
  • Aos 17 anos completou o secundário em uma escola
    privada
  • De 1914 a 1917 estudou direito e literatura e
    História e Filosofia. Estudou também medicina

62
Vigotski acompanhou de perto a instalação da
revolução comunista de 1917. Período de grandes
mudanças sociais e culturais da Russia.
63
  • O interesse pelo desenvolvimento psícólogico do
    ser humano teve início por meio de um curso de
    formação de professores de crianças com problemas
    como cegueira, retardo mental severa, afasia
    (termos usados por Vigostki), etc
  • Em 1925 fundou o laboratório de psicologia para
    crianças deficientes.

64
  • De 1924 até a sua morte, apesar da tuberculose e
    das inúmeras internações, Vigotski produziu
    muito. Escreveu aproximadamente 2000 artigos,
    incluindo temas desde a neurologia até a crítica
    literária, passando pela deficiência, linguagem,
    psicologia, educação e questões teóricas e
    metodológicas relativas ao desenvolvimento
    humano.

65
Defectologia
66
Defectologia é a ciência geral da deficiência,
com carater de um sistema, que integra, numa
unidade, os aspectos neurológicos, psicológicos,
scoaisi e educativos na anaálise da deficiência
(PADILHA, 2001).
  • Curiosidades
  • Casou-se aos 28 anos e faleceu aos 37 anos em
    Moscou dia 11 de junho de 1934.
  • Durante o período de 1936 a 1956, devida á
    censura do regime stalinista sua obra foi
    proibida no ocidente. Contudo, circulava
    clandestinamente.
  • Vygotsky é considerado um dos maiores psicólogos
    do século XX.

67
O desenvolvimento para Vigotski
Origem histórico-cultural
Origem biológica
Processos psicológicos superiores
Estruturas elementares são
Referem-se aos processos que caracterizam o
funcionamento psicológico tipicamente humano,
como, por exemplo, ações conscientemente
controladas, atenção voluntária, memorização
ativa, pensamento abstrato, etc).
(reflexos, reações automáticas, associações
simples, entre outros) condicionadas
principalmente por determinantes biológicos.
68
Isto é....
Para esse autor o ser humano nasce apenas com
recursos biológicos, mas com a convivência
social, com seus valores e sua cultura, esses
recursos concretizam o processo de humanização
(de desenvolvimento humano), essencialmente
possível por meio do processo ensino-aprendizagem.

69
Essas estruturas por sua vez são construídas e
(re)construídas com base no uso de instrumentos e
de signos ao longo de toda a vida do sujeito.
70
Os instrumentos são elementos externos ao
indivíduo usados para alcançar objetivos
Por exemplo, o uso do material dourado pela
criança na resolução de problemas matemáticos
constitui um instrumento que mediará o processo
de apreensão das operações matemáticas.
71
Os signos são representações internas sobre
objetos, por exemplo, os números são signos
usados para representar quantidades. Podemos
citar também a linguagem (oral, gestual,
escrita), o desenho, etc.
72
É o que ele denomina de experiência simbólica
É graças ao sistema de signos que o homem pode
nomear as coisas e suas experiências (dizer o que
elas são, pensá-las), compartilhar estas
experiências com os outros e interrelacionar-se
com eles, afetando os seus comportamentos e sendo
por eles afetados transformando-se ele mesmo e
desenvolver diferentes níveis de consciência a
respeito da realidade social-cultural e de si
mesmo (PINO, 1995, p. 33).
73
Exemplo O jogo é fruto do processo social
mediatizado pelos sistemas simbólico e
normativo INSTRUMENTO BRINQUEDO
SIGNO A essência do brinquedo é a
criação de uma nova relação entre o campo
do significado e o campo da percepção
visual, ou seja, entre situações de
pensamento e situações reais (Vygotsky)
74
É com base na relação entre essas ferramentas
internas e externas que a pessoa constrói o seu
conhecimento. Em outras palavras, é por meio
dessa relação que o sujeito continuamente
transforma os seus conhecimentos contidianos
(experiências vividas) e conceitos científicos.
75
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES- SÃO ESTRUTURA
MEDIATIZADA
  • 1. Social
  • - papel do outro na formação da consciência
  • - papel dos grupos sociais
  • 2. Organismo.
  • 3. Instrumentos
  • ferramentas transformam a realidade
  • signos- permitem a regulação da vida social e a
    auto-regulação da própria atividade.

76
MEDIAÇÃO
77
  • Compreender o conceito de mediação é essencial
    para entender as proposições vigotskianas, no que
    se refere ao funcionamento psicológico.
  • A mediação não deve ser entendida como algo que
    só ocorre quando se observa e descreve a relação
    direta entre as pessoas. Ela também pode ocorrer
    no processo de ensino-aprendizagem sem a presença
    visível ou participação imediata do outro, por
    meio da representação mental ou simbólica.

78
A aprendizagem é um ato mediado....
79
A aprendizagem não ocorre de maneira espontânea,
mas sim a partir da interação e do
desenvolvimento de práticas curriculares
planejadas e sistematizadas de forma intencional.
Saviani (2007) explica que o trabalho educativo
é o ato de produzir, direta e intencionalmente,
em cada indivíduo singular, a humanidade que é
produzida histórica e coletivamente pelo conjunto
dos homens (p.17).
Obs concepções sobre o construtivismo.
80
Para Vigotski......
  • Todas as funções psicológicas superiores aparecem
    duas vezes
  • 1ª- nas atividades sociais, nas funções
    intersubjetivas.
  • 2ª- nas atividades individuais, como funções
    intrasubjetivas.

O conceito de internalização ajuda a compreender
esse processo.
81
interações
plano interpsíquico
ajuda
comunicação
Plano Intrapsíquico
internalização
interiorização
Fonte Ferreira (2009)
82
O conceito de internalização
Compreender o conceito de internalização no
contexto escolar é importante, porque lida com
formas culturais e conteúdos que precisam ser
apreendidos pelos sujeitos. Para Vigotki a
internalização é uma atividade em que o sujeito
transforma uma atividade externa par auma
atividade interna, isto é, um processo
interpessoal para um processo intrapessoal.
Entra a função da linguagem/palavra
83
NA ESCOLA.....
O conceito de internalização, promove no sujeito
uma reorganização individual em oposição a uma
transmissão automática dos instrumentos
fornecidos pela cultura (CAVALCANTE, 2005,
p.191). Esse processo sempre ocorre de fora para
dentro e promove as transformações necessárias
para o desenvolvimento das funções psicológicas
superiores que, como veremos no próximo encontro,
ocorrem no ambiente escolar a partir da
elaboração dos conceitos científicos/escolares
(anterior, superios, maior, menor, antes, depois,
sequenciação, seleção, menos, mais, lucro,
prejuízo, a vista, a prazo, entre outros).
84
No caso do aluno com deficiência mental
Para concretizar tal processo, as mediações com
uso de signos e instrumentos são necessárias. No
caso de uma criança com deficiência mental em
contexto escolar em que se prioriza a
internalização de conteúdos científicos
culturalmente valorizados, esse processo também
ocorre. Contudo, muitas vezes, em função do ritmo
mais lento para o desenvolvimento das funções
superiores, as mediações usadas para os demais
alunos, não efetivam a internalização ou
aprendizagem desejada para o aluno com
deficiência mental.
85
Para tanto, na maioria das vezes, é necessário
usar durante as práticas curriculares mediações
com ferramentas externas diferentes daquelas
usadas comumente para os demais alunos em sala de
aula. Assim como, outras vezes, poder-se fazer
necessário realizar tais mediações em ambientes
diferenciados à sala de aula comum para que esses
sujeitos tenham possibilidade de realizar as
chamadas zonas de desenvolvimento proximal. Ex O
caso de Bianca descrito por Padilha (2001).
86
Para Vigotski a linguagem tem como
funçãocomunicação e o pensamento generalizante
87
PENSAMENTO LINGUAGEM
SIGNIFICADO DA PALAVRA - comunicação - pensamento
generalizante SENTIDO DA PALAVRA - subjetivo -
depende de afetos e contexto
88
SENTIDO E SIGNIFICADO PARA VIGOTSKI
Para Vigottski o sentido de uma palavra é a soma
de todos os eventos psicológicos que a palavra
desperta em nossa consciência. Já o significado é
apenas uma das zonas do sentido. É durante a
internalização dos conhecimentos externos
(culturais), enquanto reconstrução interna e
subjetiva dos sentidos e dos significados, que a
linguagem (fala) tem papel central. Cabe a ela
controlar, planejar e ordenar o pensamento para
que ocorram os processos intelectuais superiores.
89
ZONA DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
Real
zona d. proximal
real
POTENCIAL
90
Zona de desenvolvimento proximal é
A distância entre o nível de desenvolvimento
real, que se costuma determinar através da
solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através da
solução de problemas sob a orientação de um
adulto ou em colaboração em companheiros mais
capazes (VIGOTSKI, 2003, p. 112).
91
  • O uso da mediação para impulsionar a ZDP é o
    aspecto primordial da educação escolar, pois
    implica
  • a transformação de um processo interpessoal
    (social) num processo intrapessoal (individual)
  • os estágios de internalização dos conhecimentos
    reconstrução interna, intersubjetiva, de uma
    operação externa com objetos em interação
  • o papel da mediação dos mais experientes, que
    podem ser os professores ou os colegas.

92
Questões para pensar...sobre o processo avaliativo
O único bom ensino é o que se adianta ao
desenvolvimento. Medir, além do
desenvolvimento atual, o desenvolvimento
potencial.
93
Como é o desenvolvimento de uma criança com
deficiência mental?
Para Vigotski (1984) a criança com deficiência
mental se desenvolve a partir dos mesmos
pressupostos que uma criança dita normal. No
entanto, defende que elas tem um desenvolvimento
diferenciado, principalmente pq desde o
nascimento são expostas a vivências sociais
diferenciadas, o que implica em relações sociais
diferentes. Em outras palavras, o
desenvolvimento, fruto da síntese entre os
aspectos orgânicos, socioculturais e emocionais,
manifesta-se de forma peculiar e diferenciada em
sua organização sociopsicológica.
94
  • Nesse sentido, é importante destacar que devemos
    ter claro que não podemos reduzir a pessoa com
    deficiência mental as suas limitações e nem
    imaginar que todas as pessoas com determinado
    tipo de deficiência sejam exatamente iguais.

95
O CONCEITO DE COMPENSAÇÃO
Tese central dos estudos da defectologia
Consiste em criar condições e estabelecer
interações que possibilitem aos sujeitos com
deficiência mental se desenvolverem.
96
Para Vigotski (1997), a deficiência de uma função
ou lesão de um órgão, faz com que o sistema
nervoso central e o aparato psíquico assumam a
tarefa de compensar o defeito. Essa concepção
antecipa a idéia de plasticidade do funcionamento
humano, bastante investigada na atualidade
todo defeito cria os estímulos para elaborar uma
compensação (VIGOTSKI, 1997, p.14).
97
Proporcionar elementos pedagógicos baseados na
compensação não possibilita a cura da
deficiência, mas oferece alternativas que podem
contribuir para o desenvolvimento de áreas
potenciais.
Vale chamar atenção para a necessidade de
conhecer e compreender as formas como a pessoa
que apresenta um déficit age sobre o meio, sem
perder de vista as condições que o constituem.
Ex. conceitos de deficiência primária e
secundária (discutir as questões psicossociais
que envolvem a condição de deficiência mental).
98
A superação das dificuldades decorrentes de uma
deficiência só é possível com a ajuda de uma
série de formações psicológicas que não são
intrínsecas, mas que se formam no percurso do
próprio processo de desenvolvimento e que não
dependem apenas do caráter e da gravidade das
formas de manifestação do que é organicamente
dado, mas também da forma como ocorre o
desenvolvimento cultural da pessoa, da realidade
social do defeito, das dificuldades que este
provoca, das condições socioculturais de
existência (CARVALHO, 2006, p. 35).
99
No entanto, Vigotski alerta para o fato de que a
compensação nem sempre tem resultados positivos,
pois Como qualquer processo de superação e de
luta, a compensação pode ter resultados extremos
a vitória e a derrota. Mas, seja qual for o
resultado, sob qualquer circunstância, o
desenvolvimento agravado por uma deficiência
constitui um processo criador, de construção e
reconstrução da personalidade da criança, sobre a
base da reorganização de todas as funções de
adaptação e da formação de novos niveladores,
equilibradores que são gerados pela deficiência
(1997, 16-17).
100
Isto é, a promoção do desenvolvimento do sujeito
com deficiência mental está diretamente
relacionada às possibilidades para compensar
seu déficit oferecidas a ele na interação social,
no processo de ensino-aprendizagem. Em outras
palavras, o processo não é espontâneo, mas
mediado pelo outro, pela aprendizagem.
Estimulação essencial e precoce, as interações
oferecidas desde o nascimento.
101
É nessa direção que entram as práticas
curriculares, mas antes vamos ver o que dizem as
pesquisas a respeito.
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