Title: Os Modelos de Learning By Doing [Arrow (1962)]
1Os Modelos de Learning By Doing Arrow (1962)
- PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO
- UFRGS
2O Ponto Fundamental das Curvas de Aprendizagem
- The basic theory of the learning curve is
simple a worker learns as he works and the more
often he repeats an operation, the more efficient
he becomes, with the result that the direct labor
input per unit declines. This holds true whether
the industry is aircraft, metalworking, textile,
or candy-making. What was not know until a decade
ago is that the rate of improvement is regular
enough to be predictable. It is this fact that
makes what would otherwise be a rather
commonplace observation the clue to abroader and
more practicable concept for business. - Frank J. Andress (1954)
3Exemplos cf. Samuelson Marks (2003,p. 289)
- Entre 1959 e 1974, a industria japonesa de motos
experimentou uma redução média de custos que se
situou entre 12 e 24 cada vez que a produção
acumulada dobrava. -
- Na década de 1970, a Texas Instruments explorou
os efeitos da learning curve para calculadoras de
mão. A companhia testemunhou um dramático
declínio nos custos de produção de calculadoras
sofisticadas de cerca de US 1.000 para US
10,00 !
4As Diferenças Entre as Economias de Escala e as
Curvas de Aprendizagem
- As economias de escala referem-se as vantagens
de custo que são obtidas da produção de uma
grande quantidade de produto a um dado ponto do
tempo. - As learning curves (ou curvas de aprendizagem)
referem-se as vantagens de custo que são obtidas
através do acumulo de experiência no processo de
produção.
5Externalidades e os Modelos de Learning by Doing
- Um modo pelo qual o progresso técnico (as
melhorias na produtividade) pode ser concebido
como endógeno aos sistema econômico foi
desenvolvido por Arrow (1962 Economic
Implications of Learning by Doing). - Arrow (1962) assumiu que a aquisição de
conhecimento ou aprendizado era produto da
experiência, e o modo que o aumento de
produtividade da economia poderia advir ou
derivar do montante de experiência adquirido na
profissão ou na elaboração de um determinado
produto ou processo.
6Pressupostos sobre o crescimento da produtividade
no modelo de Arrow (1962)
- O processo de learning-by-doing ocorre através
do investimento que cada firma faz em seu
processo produtivo. A idéia aqui é que um aumento
no estoque de capital da firma leve a um aumento
paralelo no seu estoque de conhecimento (Ai).
Este processo reflete a idéia de que os ganhos de
conhecimento e produtividade tem origem no
investimento e na produção da firma. - Tal formulação, têm fundamento nos estudos
empirícos dos efeitos positivos com relação a
experiência adquirida sobre os ganhos de
produtividade na construção de aviões, navios e
manufaturas.
7Learning Curve
8Pressupostos sobre o crescimento da produtividade
no modelo de Arrow (1962)
- O segundo pressuposto chave deste tipo de modelo
é que o conhecimento de cada firma é um
bem-público que qualquer outra firma pode ter
acesso a um custo zero. Assim, uma vez
descoberto, um dado conhecimento transborda
instantaneamente por toda a economia. - Isto implica que uma mudança na tecnologia de
cada firma Ai, corresponde ao aprendizado geral
de todas a economia e é proporcional a mudança no
estoque agregado de capital.
9Origens do Interesse pela Curva de Aprendizado
na Indústria
- A learning curve começou a receber atenção
durante a II GM a medida em que os contratantes
do governo buscavam modos pelos quais eles
pudessem predizer os requisitos de custos e tempo
para a construção de navios e aeronaves a serem
usados durante a guerra. - As experiências dos construtores com o fenômeno
da learning curve levou a sua gradual adoção
pelas empresas privadas depois da II GM.
10A Curva de Aprendizagem (The Learning Curve)
- A curva de aprendizagem (learning curve) mede o
impacto da experiência dos trabalhadores sobre os
custos de produção. - Ela descreve a relação entre o produto
cumulativo da firma e o montante de insumos
necessários para produzir uma unidade de produto.
- Exemplo na linha de montagem de aviões. Os
custos caem em torno de 20 por avião produzido a
cada vez que o produto dobra.
11A Curva de Aprendizagem (The Learning Curve)
- Os benefícios da aprendizagem se manifestam,
eles próprios, em menores custos, alta qualidade,
menores preços de produção e no esforço de
marketing. - A magnitude dos benefícios da aprendizagem são
expressos em termos da inclinação da curva de
custos médios de longo prazo. - A inclinação para um dado processo produtivo é
calculado pelo exame de como ou quão rápido os
custos médios declinam á medida em que a produção
acumulada dobra, por exemplo.
12A Inclinação da Curva de Aprendizagem
- A inclinação da curva de aprendizagem (the
learning curve) é o tamanho relativo do custo
médio quando o produto cumulativo dobra. -
- A inclinação de of 0.9 indica que o custo médio
de longo prazo irá declinar em 10 quando o
produto cumulativo dobra. -
- A curva de aprendizagem torna-se plana al longo
do tempo e a inclinação torna-se igual a 1.
13Estratégia Empresarial Baseada na Curva de
Aprendizagem
- Expandir o produto rapidamente para se
beneficiar dos efeitos de aprendizagem da
learning curve e alcançar vantagens desses
custos. - Pode levar a perdas no curto prazo, mas termos
assegurado lucro no longo prazo.
14Origens da Curva de Aprendizagem
- O estudo de Wright (1936) sobre a fabricação de
aviões encontrou que o número de horas requeridas
para produzir um avião (sem os aviônicos) era uma
função decrescente da produção acumulada de um
determinado tipo produzido. -
- As curvas de aprendizagem (learning curves)
refletem um processo de aprender fazendo
(learning-by-doing our learning-by-producing
within a factory setting).
15Origens da Curva de Aprendizagem
- A curva de experiência (the experience curve)
generaliza a produtividade da mão-de-obra para
incluir todos os custos necessários para a
pesquisa, desenvolvimento, produção e mercado de
um dado produto. - Boston Consulting Groups (1968, p.12)
16Origens da Curva de Aprendizagem
- O efeito de aprendizagem (Learning effect) foi
notado primeiramente por T.P. Wright (1936) que
criou um modelo matemático da curva de
aprendizagem (learning curve) que foi usado para
estimar os custos de produção de aviões na II GM. - A idéia básica da curva de aprendizagem é que, a
medida em que as pessoas repetem uma tarefa, o
tempo que elas levam para faze-la gradualmente se
reduz devido a aprendizagem (learning).
17As mudanças dinâmicas nos custos a curva de
aprendizagem (The Learning Curve)
- A curva de aprendizagem na figura abaixo é
baseada na seguinte relação - N é o número de unidades cumulativas de
produto fabricados L é o insumo trabalho por
unidade de produto A, B e ? são constantes,
sendo A e B positivos e ? situa-se entre 0 e 1.
18As mudanças dinâmicas nos custos a curva de
aprendizagem (The Learning Curve)
- Se N 1, L (A B), de modo que (AB) medirá o
insumo trabalho necessário para a produção da
primeira unidade de produto. - Quando ? 0, o insumo trabalho por unidade de
produto permanecerá o mesmo a medida em que o
nível de produção cumulativa aumentar, portanto
não haverá aprendizagem -
19As mudanças dinâmicas nos custos a curva de
aprendizagem (The Learning Curve)
- Quando ? for positivo e N aumentar cada vez
mais, L ficará arbitrariamente próximo de A, de
tal forma que A representará o mínimo insumo
trabalho por unidade de produto, depois que toda
a aprendizagem já tiver ocorrido.
20As mudanças dinâmicas nos custos a curva de
aprendizagem (The Learning Curve)
- Quanto maior for ?, mais significativo será o
efeito da aprendizagem. Quando ? for, por
exemplo, 0,5, o insumo trabalho por unidade de
produto cai na proporção da raiz quadrada da
produção acumulada. - O grau de aprendizagem pode reduzir
substancialmente os custos de produção da empresa
à medida em que aumenta a experiência
21The Learning Curve
Horas de mão- de-obra por lote
10
8
6
4
2
Número cumulativo de lotes produzidos
10
20
30
40
50
0
22Economias de Escala e Aprendizado
Custo ( por unidade de produto)
Produto
0
23Implicações da Curva de Aprendizagem
- 1) a quantidade de mão-de-obra por unidade de
produto cai - 2) os custos de produção irão ser altos no
início e depois irão cair com a aprendizagem -
24Figura de Uma Curva de Aprendizagem
25As Curvas de AprendizagemVariam Segundo a
Indústria
26Exemplos de Curvas de Aprendizagem
Exemplo Parametro de melhoria Parâmetro cumulativo Inclinação da curva de aprendizagem () Período de análise
1. Produção do Modelo -T Ford Preço Unidades produzidas 86 1910-1926
2.Aircraft assembly Horas-trabalho diretas por unidade de produto Unidades produzidas 80 1925-1957
3. Manutenção dos Equipamentos na GE Tempo médio para substituir um grupo de partes. Número de substituições 76 Por volta de 1957
4. Produção de aço Horas trabalhador por unidade produzida Unidades produzidas 79 1920-1955
5.Circuitos Integrados Preço médio por unidade Unidades produzidas 72 1964-1972
6.Calculadores de mão Preço médio de venda na fábrica. Unidades produzidas 74 1975-1978
7. Disk memory drives Preço médio por bit Número de bits 76 1975-1978
8. Transplantes de coração Taxa de desfechos (mortes) depois de 1 ano Transplantes completados 79 1985-1988
27Estimativas de curvas de experiência NASA
- Indústria aeroespacial 85
- Indústria naval 80-85
-
- Máquinas ferramenta complexas para novos
modelos 75-85 -
- Partes compradas 85-88.
28Fatores que afetam a curva de aprendizagem
29Fatores que afetam a curva de aprendizagem
- Eficiência da mão-de-obra- os trabalhadores
tornam-se fisicamente mais hábeis e tornam-se
mais habilidosos. - Eles tornam-se mentalmente confiantes e gastam
menos tempo hesitando, aprendendo, experimentando
ou cometendo erros. Isto aplica-se não somente
aos trabalhadores do chão da fábrica mas também
aos administradores e pessoal da gerência.
30Fatores que afetam a curva de aprendizagem
- Padronização, especialização e melhoria nos
métodos de produção a medida em que o processo
de produção ocorre e os produtos tornam-se mais
padronizados e a eficiência tende a aumentar. - Quando os empregados se especializam num
limitado conjunto de tarefas, eles ganham mais
experiência com aquelas tarefas e operam a uma
taxa mais rápida.
31Fatores que afetam a curva de aprendizagem
- Shared experience effects os efeitos da curva
de experiência são reforçados quando dois ou mais
produtos dividem uma atividade comum ou recurso.
Qualquer eficiência aprendida em um produto pode
ser aplicada em outros produtos.
32Fatores que afetam a curva de aprendizagem
- Métodos de trabalho e produção - Os
administradores aprendem a programar o processo
produtivo com maior eficácia. - Os engenheiros, por exemplo, acabam adquirindo
experiência suficiente que lhes permite fazer
inovações no desenho do projeto, possibilitando
reduções de custos sem aumento de defeitos. Além
disso podem ser criadas ferramentas e técnicas
para lidar com problemas específicos aos processo
de produção.
33Fatores que afetam a curva de aprendizagem
- A complexidade do processo de produção.
- cf. Hartley, p. 124
- A descontinuidade do processo de produção.
- cf. Hartley, p. 127
- O controle e inspeção e organização da fábrica
como um todo. - O grau de utilização de ferramentas. Quanto
maior o grau de utilização, maior será a
aprendizagem.
34Fatores que afetam a curva de aprendizagem
- Os fornecedores de materiais e insumos podem
aprender maneiras de processar e entregar os
mesmos com maior eficácia, podendo repassar
partes desta vantagem para os custos.
35O formato da curva de aprendizagem
- O efeito das curvas de experiência (the
experience curve effect) podem sofrer uma parada
abrupta. Graficamente a curva é truncada. - Processos existentes tornam-se obsoletos e a
firma deve se atualizar para permanecer
competitiva. A atualização irá significar que a
antiga curva de experiência irá ser substituída
por uma nova. Isto ocorre quando - (i) Os competidores introduzem novos produtos ou
processos aos quais se deve responder - (ii) A mudanças tecnológicas que requeiram
mudanças nos processo produtivos.
36O Formato da Curva de Aprendizagem
- Wright's Cumulative Average Model ou Modelo
Linear de Coordenadas Logaritmicas - No modelo de
Wright, função da curva de aprendizagem é
definida como -
-b - Y AX
- onde Y tempo cumulativo médio ou custo
unitário - X número cumulativo de unidades produzidas
- A tempo ou custos requeridos para produzir a
primeira unidade - b inclinação da função quando plotada em
termo logaritmos - ? taxa de aprendizagem
- n taxa de aprendizagem log(?) /log of 2
- (1- ?) taxa de progresso.
37O Formato da Curva de Aprendizagem
- A equação acima pode ser descrita sob a forma
logarítmica como - Log Y Log A b logX
-
- A taxa de aprendizagem é expressa em termos
percentuais e é obtida a partir da inclinação da
reta logaritmica de aprendizagem, b - -b
- L 2
-
38O Formato da Curva de Aprendizagem
- O modelo Stanford B assume que nas primeiras
repetições de uma atividade produtiva, a
aprendizagem pouco se faz sentir. Porém, é
provável que a experiência anterior das equipes
de trabalho em atividades semelhantes contribuam
para uma ligeira melhoria na produtividade nessas
repetições iniciais. - Com o intuito de considerar-se este gato, o
modelo Stanford B assume que, mantendo-se para as
de aprendizagem constante.
39O Formato da Curva de Aprendizagem
- Equação do Modelo Stanford B
-
- -b
- Y A (X B)
- B é um fator que representa as experiências das
equipes de trabalho, e as restantes variáveis o
mesmo significado anterior. Para uma equipe
inexperiente, B deve ser tomado como igual a zero.
40O Formato da Curva de Aprendizagem
- O modelo cúbico foi desenvolvido por Carlson
(1973) e é uma extensão do modelo anterior no
qual leva-se em conta uma certa desaceleração da
produtividade nas últimas repetições. Assim,
neste modelo a taxa de aprendizagem é variável. -
2 3 - log Y log A n1log X C (logX) D(log X)
41O formato da curva de aprendizagem
- As curvas de aprendizagem podem ser descritas na
forma exponencial como -
- -kx
- y c ae
- c, a e k gt 0
- A função acima cresce rapidamente no começo,
nivela-se e então aproxima-se de sua assíntota em - y c, ando atinge se sua eficiência máxima.
42O Formato da Curva de AprendizagemHackert (1983)
- Modelo Whiltshire
- n
- ?xi
- yi c - ke
- Modelo log
- -1
- log yi b (cgxi)
- Modelo Cumulativo
- yi b ? (ni -1) / 1 ?a (ni 1)
43Curva de Experiência
- P(t) P(0)q(t)/q(0)-b
- Onde
- P(t) é o preço médio de um produto no período t
- q(t) é a quantidade acumulada de produção no
período t - b é o coeficinete de aprendizagem
- PR 2-b
- Onde
- PR taxa de prograsso. Cada vez que a produção
acumulada dobra, o custo marginal se reduz em
(1-PR).
44O Formato da Curva de AprendizagemHackert (1983)
- Modelo de tempo constante
- -t t/?
- yi Yc Yf (1 - e )
45O Formato da Curva de AprendizagemHackert (1983)
- Modelo de Gompertz
- xi
- b
- yi ka
- DeJong Model
- -n
- yi B Axi
- Modelo de Segunda Ordem
- - woti
- Yi Yc Yf -1(1 woti)e
46O formato da curva de aprendizagem
y
c
(o, c-a)
0
x
47Tipos de Curva de Aprendizagem
48Sites Sobre Curva de Aprendizagem
- http//www.pnud.org.br/energia/reportagens/index.
php?id011435layene - http//www.scielo.br/scielo.php?scriptsci_arttex
tpidS0370-44672003000200013 - http//fast.faa.gov/pricing/98-30c18.htm
- http//www.ahrq.gov/clinic/ptsafety/chap19.htm
- http//www.maaw.info/LearningCurveSummary.htm
49Learning Curve O Caso dos Hospitais Regionais
50Learning Curve O Caso dos Hospitais Regionais
- Luft, Burker e Enthoven (1979) encontraram que
centros médicos com maior experiência desfrutam
de uma taxa de mortalidade significativamente
menor para vários procedimentos cirúrgicos
comuns. - isto segundo eles, pode explicar porque os
pacientes que requerem procedimentos médicos
complexos preferem centros médicos com
experiência. - A implicação disto é que deveriam ser
desenvolvidos centros de referência regionais
para a provisão de cuidados médicos altamente
especializados. Estes centros médicos regionais
específicos, substituindo os centros locais com
baixo volume e presumivelmente, taxas de
mortalidade mais elevadas.
51Learning Curve Lição Para os Pacientes
- Os pacientes deveriam evitar os hospitais
escolas no dia em que os residentes começam seus
novos turnos. -
- cf. Besanko, Dravone, Shanley e Schaefer
(2005, p. 118) -
52Learning Curve para o Caso da Ford Modelo T
53Henry Ford e o Modelo T
Modelo T
54Retrospectiva Geral
- O período compreendido entre 1908-1914 conheceu
drásticas mudanças no método e escala de produção
da Ford. - Por volta de 1908, Ford fixou-se sobre o desenho
do modelo T ou Ford Bigode e se propôs a
fabricar apenas este modelo. - O processo produtivo foi simplificado pelo
redimensionamento das oficinas de modo a
minimizar deslocamentos desnecessários de
trabalhadores e de peças.
55Instalação da primeira linha de montagem na Ford
Motors Company - 1913
Ford installs first moving assembly line1913
Moving assembly line at Ford Motor Company's
Michigan plant
56Ford T - 1914
57Learning Curve para o Caso da Ford Modelo T
- O preço do modelo T entre 1909 - 1923 (em
dólares constantes de 1958 ) versus as unidades
cumulativas produzidas (learning or experience
curve). - Em média, a medida em que a produção acumulada
dobrava, os preços se reduziam em torno de 15
em média. - Source W.J. Abernathy and K.Wayne. Limits of
the Learning Curve. Harvard Business Review,
September - October 1974.
58Preço do Ford Modelo T (1910-1921)
Ano Preço nominal () Preço Real ()
1910 950 950.0
1911 780 787.9
1912 690 669.4
1913 600 585.9
1914 550 526.8
1915 490 448.6
1916 440 359.3
1917 360 236.7
1918 450 263.1
1919 525 269.0
1920 507 227.9
1921 397 214.0
59Learning Curve para o Caso da Ford Modelo T
60O Caso da Lockheed Benkard (1998)
61O Caso da Lockheed
- Benkard (1998) afirmou que as políticas de
mão-de-obra na LockheEd evitaram que o
fabricante de fuselagem explorasse totalmente as
oportunidades de aprendizagem na produção do
T-1011 Tristar, pois o contrato sindical da
empresa exigia que ela promovesse trabalhadores
de linha experientes para a gerência, enquanto
requalificava os trabalhadores em níveis mais
baixos. - Isso produziu um efeito dominó, através do qual
10 funcionários mudavam de cargo quando um era
transferido para uma posição gerencial. Como
resultado, os trabalhadores foram forçados a
reaprender tarefas que já eram dominadas pelos
colegas de trabalho em cargos mais elevados. - Benkard (1998) estimou que essa atitude e
políticas relacionadas reduziram a produtividade
da mão-de-obra na empresa entre 40 e 50
anualmente.
62Learning Curve O Caso da Embraer
63Introdução
- O artigo apresenta uma análise das atividades
tecnológicas da Embraer e provê evidência sobre a
taxa de progresso técnico alcançado com a
produção do avião de 30 lugares o Brasília EM
120 que é o seu principal produto no mercado
de aeronaves civis. - Lançado em 1985, o Brasília EM 120 alcançou
25 do mercado mundial em sua categorias de
assentos.
64http//www.embraer.com.br/portugues/content/aerona
ves/emb120.asp?telatour
65(No Transcript)
66Brasília EM 120
O Brasília é um avião bimotor, turbo-hélice,
pressurizado, fuselagem de seção circular, asa
baixa e deriva em " T ", com capacidade para 30
passageiros, em fileiras de um e dois assentos,
separadas por um corredor. Equipado com
guarda-volumes no teto e com altura suficiente
para uma pessoa ficar de pé, o avião aparenta aos
passageiros ser maior do que realmente é.
67Objetivo do Artigo
- Indicar as evidências econométricas referentes
aos substanciais efeitos de aprendizagem
(learning effects), capturados pela elasticidade
de aprendizagem ou da curva de aprendizagem do
avião Brasília EM-120, com base na produção
acumulada de 145 aeronaves no período de 4 anos.
68As Estimativas da Learning Curve do Brasília EM
120
- A Embraer adquiriu substanciais ativos em termos
tecnológicos, sendo sua competência em design,
análise estrutural, uso de novos materiais,
produtos de engenharia, integração de aniônicos e
comandos de vôo e protótipos de teste. - A área chave onde a Embraer teve sucesso foi na
fabricação de aviões e na linha de montagem.
69As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120
- A estimação da learning curve para o aviação
Brasília gero parâmetros com a qual a inclinação
da learning curve é derivada e comparada com a
experiência americana com aviões antes e depois
da II GM. - Frischtak (1994) estimou uma regressão múltipla
baseada numa amostra de 144 observações
iniciadadas com o avião n? 6 (12/06/1985) até o
avião n? 150 (23/06/1989).
70As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120
- Nas análises de regressão, os custos totais L
em horas de produção no caso do airframe e para
fuselagem foram estimadas. - -m
-n - L Ao E S
- L número de horas por unidade de produto
- E índice de experiência na produção
- m elasticidade das economias de aprendizagem
- n economias de escala.
71As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120
- Em logaritmos
- log L log(Ao) m(logE) n(log S)
- Obs embora alguns autores questionassem o uso
da forma funcional log-linear para estimar as
learning function para aviões com base no fato de
que elas não são acuradas e não são uma descrição
acurada da relação entre os custos unitários e o
produto cumulativo, esta objeção aplica-se a
valores de produto cumulativo acima de 300. Sob
tal magnitude, a literatura sugere que a forma
log-linear parece ser a mais acurada. Portanto
ele foi a forma funcional adota no estudo de
Fristack (1994).
72As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120 estrutura(airframe)
Número da equação Variável dependente Variáveis independentes Variáveis independentes Variáveis independentes R2 Inclinação
Número da equação Variável dependente CUM M NUMM R2 Inclinação
1 LH 0,39 - - 0,93 76,3
2 LH - 0,46 - 0,88 72,7
3 LH 0,31 0,1 - 0,94 -
4 LHM 0,29 - - 0,96 81.8
5 LHM - 0,41 - 75,3 -
6 LHM 0,29 - 0,002 0,96 -
7 LHM - 0,37 0,007 0,92 -
73As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120
- LM total do número de horas de trabalho por
unidade de produto - LHM é a média do número total do número de
horas trabalhadas gastas por mês - CUM número acumulado de aviões
- M - é o número de meses
- NUMM - taxa de produção de aviões por mês
- Inclinação da curva de aprendizagem indica quão
rápido é a aprendizagem quando são levados em
conta a redução dos custos em termos (100 da
inclinação) a medida em que a produção dobra. Ela
é calculada na presença de uma única variável
independente (produto cumulativo ou o tempo)
74As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120 fuselagem(fuselage)
Número da equação Variável dependente Variáveis independentes Variáveis independentes Variáveis independentes R2 Inclinação
Número da equação Variável dependente CUM M NUMM R2 Inclinação
1 Lh 0,36 0,90 77,9
2 Lh 0,42 0,85 74,7
3 Lh 0,29 0,8 0,90 -
4 LhM 0,27 0,94 82,9
5 LhM 0,38 0,89 76,8
6 LhM 0,26 0,006 0,94 -
7 LhM 0,33 0,90 -
75As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120
- Lh total do número de horas de trabalho por
unidade de produto - LhM é a média do número total do número de
horas trabalhadas gastas por mês - CUM número acumulado de aviões
- M - é o número de meses
- NUMM - taxa de produção de aviões por mês
- Inclinação da curva de aprendizagem indica quão
rápido é a aprendizagem quando são levados em
conta a redução dos custos em termos (100 da
inclinação) a medida em que a produção dobra. Ela
é calculada na presença de uma única variável
independente (produto cumulativo ou o tempo)
76As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120
- Para o airframe do Brasília EM 120, a
elasticidade de aprendizagem foi, com respeito ao
produto cumulativo, de 0,39. Isto implica que os
custos de mão-de-obra unitários caem em cerca de
23,7 cada vez que a produção dobra. - A inclinação da curva de aprendizagem tanto da
fuselagem como do airframe são muito próximas dos
parâmetros da indústria 80.
77Inclinação da curva de aprendizagem para a
fuselagem (airframe) e número de horas-homem
para primeira unidade produzida
Tipo de aeronave Horas homem para a primeira unidade Inclinação ()
Brasília 18,31 76,3
II GM
Caças 18,8 79
Bombardeiros 16,0 77
Transporte 16,0 77
Pós II GM
F1- F12 (média) 19,62 78,3
F5 19,97 77,5
F7 16,36 79,0
F9 22,51 74,0
F10 21,12 75,8
78As Estimativas da Learning Curve do Brasília
EM-120
- O declínio inicial da learning curve poderia
estar refletindo as ineficiências iniciais de
produção pois claramente um custo inicial de
produção na primeira unidade permitiria um rápido
ganho de produtividade. - A fim de evitar este problema, Frischtak (1994)
iniciou as estimativas a partir da unidade 6 um
ponto no qual o processo de aprendizagem já havia
iniciado.
79As Fontes de Aprendizagem no EM-120 (Brasília)
- Os efeitos de aprendizagem geralmente estão
associados a atividades no qual são trabalhos
intensivas e complexas de estruturar e coordenar. - Quanto maior for a produção cumulativa, mais
familiar se torna o produto e as características
do processo aos trabalhadores da produção,
designers, engenheiros e administradores,
portanto, maior a acumulação progressiva de
capital humano específico.
80Outras Evidências EmpíricasCurvas de Experiência
81(No Transcript)
82Curvas de Experiência Preço para Motocicletas
Japonesas (1959 a 1974)
Preço médio( 000 1965)
126-250 cc
Slope 76
51-125 cc
100
80
lt50 cc
60
Slope 81
40
Slope 88
20
1
10
Volume Cumulativo (milhões de unidades)
83(No Transcript)
84(No Transcript)
85(No Transcript)
86Experience Curve
Time Trend
64
74
Average Selling Price (cents/bit)
70 Slope
1997 National Technology Roadmap for
Semiconductors
84
94
Cum volume (DRAM bits)
10-5
10-6
10-7
1964
1984
1994
2004
2014
1974
87Wireless Terminals - Experience Curves
88Curvas de Experiência
Relógios japoneses (1962-72)
Refrigeradores , 1957-71
Price Index 50 100 200 300
1960 Yen 15K 20K 30K
75
70 slope
100K 200K 500K 1,000K 5
10 50 Accumulated unit
production Accumulated unit
(millions)
89Bibliografia Adicional
- T. P. Wright, (1936) Learning Curve, Journal of
the Aeronautical Sciences, Feb 1936 -
- W. Hirschmann, (1964) Profit from the Learning
Curve, Harvard Business Review, Jan-Feb 1964 -
- Boston Consulting Group, (1972) Perspectives on
Experience, Boston, Mass. -
- W. Abernathy and K. Wayne, (1974) Limits to the
Learning Curve, Harvard Business Review, Sept-Oct
1974 -
- W. Kiechel III, (1981) The Decline of the
Experience Curve, Fortune, October 5 1981 -
- G. Day and D. Montgomery, (1983) Diagnosing the
Experience Curve, Journal of Marketing, vol 47,
spring 1983 -
- P. Ghemawat, (1985) Building Strategy on the
Experience Curve, Harvard Business Review, vol
42, March-April 1985. -
- P. F. Ostwald, (1992) Engineering Cost
Estimating, 3/E, Prentice Hall, ISBN
0-13-276627-2 -
- G. Davies, (2004) Economia New Economic Systems
to Empower People and Support the Living World,
ABC Books, ISBN 0-7333-1298-5.
90Externalidades e os Modelos de Learning by Doing
91Externalidades e os Modelos de Learning by Doing
- Uma das principais implicações do modelo de
Arrow (1962, p.168) e de seu conceito de aprender
fazendo (learning by doing) é que um ato de
investimento beneficie investidores futuros, mas
esse benefício não é pago pelo mercado. - Os benefícios diretos de um investimento podem
ser apropriados pelo investidor, mas os
benefícios indiretos em termos de aumento da
experiência beneficiam toda a sociedade. Esta
divergência ente os retornos privados e sociais
implica em que os mercados geram menos
investimento do que seria socialmente ótimo.
92Externalidades e os Modelos de Learning by Doing
- Kennett Arrow a acumulação de conhecimento é um
subproduto acidental de outras atividades na
economia. -
- Assumimos que as firmas individuais tomam o
nível de B como dado. Mas aqui assumimos que a
acumulação de capital gera um novo conhecimento
sobre a produção na economia como um todo
(learning by doing).
93Externalidades e os Modelos de Learning by Doing
-
- onde A é uma constante
-
- O capital é remunerado segundo seu produto
físico marginal (em concorrência perfeita
?Y/K), mas a acumulação de capital provê
benefícios para toda a sociedade.
94Externalidades e os Modelos de Learning by Doing
- As externalidades podem ser muito importantes no
processo de pesquisa, visto que o conhecimento
criado pelos pesquisadores do passado pode tornar
a pesquisa de hoje muito mais efetiva. -
95Externalidades e os Modelos de Learning by Doing
- "What Descartes did was a good step. You have
added much several ways, and especially in
taking ye colours of thin plates into
philosophical consideration. If I have seen
further it is by standing on ye shoulders of
Giants." --Newton to Hooke, 5 Feb. 1676
96FIM
- PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO
- UFRGS