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O URAGUAI BAS

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O URAGUAI BAS LIO DA GAMA O Uraguai Bas lio da Gama Pobre Bas lio! Tinhas contra ti o assunto estreito e a l ngua escusa. Machado de Assis BASILIO DA GAMA ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: O URAGUAI BAS


1
O URAGUAIBASÍLIO DA GAMA
2
O UraguaiBasílio da Gama
  • Pobre Basílio! Tinhas contra ti o assunto
    estreito e a língua escusa.
  • Machado de Assis

3
BASILIO DA GAMA1741 - 1795
José Basílio da Gama nasceu em oito de abril, de
1741, no então arraial de São José do Rio das
Mortes, hoje cidade de Tiradentes, em Minas
Gerais.

4
Biografia de Basílio da Gama
  • Aos 16 anos, Basílio ingressa no Colégio dos
    Jesuítas no Rio de Janeiro. Concluiu o noviciado
    e fez os primeiros votos para ser padre jesuíta e
    pertencer ao quadro da Companhia de Jesus.
    Pertencer a tal Ordem significava fazer parte de
    uma elite intelectual e política, visto que os
    jesuítas dominavam a educação em Portugal.

5
Biografia de Basílio da Gama
  • Em 1759, os jesuítas foram expulsos da pátria
    portuguesa, como parte de um processo de
    modernização do país protagonizado por Sebastião
    José de Carvalho e Melo (o Marquês do Pombal), e
    Basílio pode ter-se desligado da Companhia para
    evitar problemas.

6
Biografia de Basílio da Gama
  • Entre 1762 e 1764 passa a viver na Itália (Roma),
    onde frequentou os mais sofisticados círculos
    literários. É admitido, como único brasileiro, na
    prestigiosa Arcádia Romana e adota o pseudônimo
    pastoril de Termindo Sipílio.

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Biografia de Basílio da Gama
  • Em 1768, por decreto, vai para Portugal, onde é
    preso, sob a ameaça de exílio em Angola, por suas
    antigas ligações com os jesuítas. Para escapar de
    tal infortúnio, escreve um poema (Epitalâmio da
    excelentíssima senhora dona Maria Amália), em
    louvor ao casamento da filha do todo-poderoso
    Marquês do Pombal (primeiro-ministro português
    entre 1750-1777), mas com um comentário positivo
    das virtudes do pai da noiva e de sua ação
    renovadora em Portugal.

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Biografia de Basílio da Gama
  • Basílio cai nas graças de Pombal e sai da cadeia.
    Em 1769 sai à luz seu livro mais famoso, O
    Uraguai, poema que tem em suas entranhas um
    discurso e uma visão de mundo totalmente afinados
    com as diretrizes da política pombalina.Em 1774,
    começa a trabalhar diretamente com o Marquês de
    Pombal, na condição de seu secretário e
    interlocutor privilegiado.

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Biografia de Basílio da Gama
  • Mesmo depois da queda de Pombal, em 1777, Basílio
    continuou servindo aos principais círculos de
    poder em Portugal. Produziu bastante no campo da
    literatura e veio a falecer em 1795 em Lisboa.

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O Uraguai o tema histórico
  • A região dos Sete Povos das Missões Orientais foi
    colocada em pauta nas disposições do Tratado de
    Madri, firmado entre Portugal e Espanha, em 1750,
    o qual determinava nova demarcação das fronteiras
    de suas colônias na América do Sul.

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O Uraguai o tema histórico
  • A colônia portuguesa do Santíssimo Sacramento (no
    sul do atual Uruguai) ficaria sob os domínios da
    Espanha e os Sete Povos das Missões Jesuíticas,
    os povoados guaranis catequizados por jesuítas
    espanhóis, seriam entregues aos portugueses.

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O Uraguai o tema histórico
  • As fronteiras entre os dois impérios ibéricos na
    América
  • Portugal queria expandir sua fronteira sul ao
    máximo, de preferência até o rio da Prata.
  • Espanha queria empurrar Portugal para o norte,
    preservando para si o domínio daquele rio
    fundamental (O Uruguai).

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O Uraguai o tema histórico
  • Missões reduções (na margem esquerda do rio
    Uruguai) que se espraiaram pelo miolo do
    território sul-americano e consolidaram-se como
    uma verdadeira civilização, organizada,
    produtiva, próspera, integrada aos mercados.
    Pagavam tributos à Espanha e, embora não tivessem
    autonomia política, eram comandadas por padres
    jesuítas espanhóis.

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O Uraguai o tema histórico
  • Os padres jesuítas das Missões foram acusados de,
    a partir da expansão e da consolidação de suas
    reduções, querer fundar um império próprio,
    independente tanto da Espanha quanto de Portugal.
  • População das Missões na altura de 1740 mais
    de 95 mil pessoas, cada aldeia entre mil e seis
    mil habitantes.

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O Uraguai o tema histórico
  • Feito o Tratado de Madri ordem
  • Os índios guaranis e os padres jesuítas deveriam
    abandonar as Missões à margem esquerda do rio
    Uruguai.
  • Agravante A Ordem dos jesuítas estava passando
    por uma conjuntura especial na Europa acusações
    de conspirações contra governos alvo dos
    iluministas.

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O Uraguai o tema histórico
  • TENSÃO guerra e chacina
  • Lideranças indígenas e padres jesuítas
    consideraram um absurdo tal determinação (via
    Tratado de Madri), porque implicava abandonar
    verdadeiras cidades com toda uma organização
    econômica próspera, obtida com o trabalho de
    várias gerações.

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A guerra guaranítica
18
A guerra guaranítica
  • O espaço missioneiro deveria integrar-se ao
    espaço colonial português, não obstante a
    demarcação dos limites desse tratado foi
    interrompida várias vezes pela recusa dos índios
    missioneiros em entregar as terras, culminando na
    Guerra Guaranítica.

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O Uraguai o tema histórico
  • Conflito da parte dos impérios ibéricos
  • 1751 expedição conjunta dos dois exércitos para
    demarcação das fronteiras acertadas no Tratado
  • Líder português Antônio Gomes Freire de Andrada
    (então governador de MG e RJ)
  • Desfecho a expedição luso-espanhola é barrada
    pelos índios.

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O Uraguai o tema histórico
  • 1754 novamente são enviados exércitos à região
    dos Sete Povos, para evacuar aldeias, desta vez
    com forte espírito de guerra.
  • Dificuldades atrasos do exército espanhol que
    enfrentou uma terrível enchente e muitas baixas
    em uma batalha com os índios.

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O Uraguai o tema histórico
  • 1755 Nova tentativa de cumprimento do Tratado
  • Exército português bem organizado (1.600
    militares e uns 200 aventureiros/bandeirantes) em
    armas, mais de 6 mil cavalos e grande poder de
    fogo, além de 200 escravos

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O Uraguai o tema histórico
  • Exército espanhol números parecidos com o
    exército luso aspecto diverso dois terços de
    seus 2 mil homens era de gaúchos (homens livres
    sem organização militar regular) mostraram
    uma face sanguinária (direito ao saque) no
    combate (final) de Caiboaté.

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O Uraguai o tema histórico
  • Horizonte complicado dos índios a resistência
    em desvantagem
  • Não tinham muita capacidade guerreira (nunca
    haviam se preparado para agredir outros povos) e
    uma grande parte, ilusoriamente, tinha esperança
    que a diplomacia dos jesuítas, na Europa,
    conseguisse reverter as cláusulas do Tratado.

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O Uraguai o tema histórico
  • Janeiro de 1756 as tropas luso-espanholas
    encontram-se no atual município de Bagé e começam
    a marcha em direção aos Sete Povos (rumo a
    batalha de final de Caiboaté).

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O Uraguai o tema histórico
  • Reação dos índios alguns líderes deliberaram
    fugir para o outro lado do rio, queimando os
    campos e as plantações, mas outras lideranças
    indígenas, como Sepé Tiaraju, o maior líder
    guerreiro dos guaranis, tentaram articular
    resistência e decidiram combater, à moda
    guerrilheira, as tropas ibéricas.

26
SEPÉ TIARAJU
27
SEPE TIARAJU
  • Sepé Tiaraju nasceu entre a segunda e terceira
    década do século XVIII, na sociedade missioneira
    composta dos trinta povos guaranis. Foi educado
    com esmero pelos espanhóis, principalmente no que
    se refere ao uso das armas, tornando-se alferes
    real e corregedor do povo de São Miguel, o que
    lhe foi de muita valia na Guerra Guaranítica
    pelas suas grandes habilidades como estrategista,
    planejando e executando os movimentos e operações
    da tropa missioneira. Comandou o exército guarani
    de, aproximadamente, dois mil e quinhentos
    índios.

28
SEPÉ TIARAJU
  • Depois de muitos atos de bravura, e de insucessos
    nos confrontos, no dia 7 de fevereiro de 1756
    Sepé foi morto, na sanga da Bica, atualmente
    parte urbana da cidade de São Gabriel (RS)
    primeiro, seu cavalo rodou e o guerreiro guarani
    foi lanceado por um soldado português depois,
    segundo testemunho de um padre, foi baleado pelo
    governador de Montevidéu, José Joaquim Viana, que
    ainda mandou cortar a cabeça ao cadáver.

29
SEPÉ TIARAJU
  • Com a morte heróica foi elevado à condição de
    mito fundador do povo missioneiro e gaúcho.
    Qualidade consolidada após duzentos e cinqüenta
    anos, através do imaginário popular, sendo mais
    conhecido como São Sepé Tiaraju, o mártir da
    terra sem males, o santo protetor de todos os
    povos que lutam pela
  • terra .

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O Uraguai o tema histórico
  • FIM DA GUERRA
  • Os índios que bravamente resistiram foram
    derrotados
  • O exército luso adotou a prática de prender os
    inimigos vivos e o exército espanhol preferiu
    matá-los.
  • Em maio de 1756, o exército luso entrou
    triunfante nas Missões.

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O Uraguai o tema histórico
  • Números da tragédia
  • Para os exércitos ibéricos
  • 1.723 índios mortos
  • 127 prisioneiros
  • 326 sobreviventes que fugiram.

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O Uraguai o tema histórico
  • Registro demográfico feito pelos jesuítas acerca
    dos Sete Povos das Missões em 1753, antes do
    processo de expulsão, morte e fuga
  • População 6.144 famílias, num total de 29.052
  • Menor povoado São Lourenço 1.838 pessoas
  • O mais populoso São Miguel 6.898 pessoas
  • Em 1780 a mais antiga cidade sulina, Rio Grande,
    contava 2.421 habitantes e a aldeia de Porto
    Alegre contava 1.312 habitantes.

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O URAGUAI (1769)
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O URAGUAI (1769)
  • Do título O título do livro de Basílio da Gama é
    o nome do rio (o Uruguai) que faz limite entre o
    atual noroeste do Rio Grande do Sul, no Brasil, e
    o nordeste da Argentina, rio a cuja margem
    esquerda se localizavam os Sete Povos. O nome
    desse rio era grafado com a e com u na
    segunda sílaba Basílio optou pela forma que está
    consagrada no título.

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O URAGUAI (1769)
  • Estrutura da obra Estruturalmente, O Uraguai
    quebra com o padrão épico, nos moldes de A
    Ilíada, A Odisséia e de Os Lusíadas. O poema,
    escrito em decassílabos, possui apenas 1377
    versos brancos (sem rima), sem divisão regular de
    estrofes. Embora flexíveis, é possível perceber a
    sua divisão em partes proposição, invocação,
    dedicatória, narrativa e epílogo.

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O URAGUAI (1769)
  • Estrutura da obra Embora Basílio aborde a
    temática de uma guerra e de heróis em combate,
    conforme a tradição épica, não há um indivíduo
    heróico português que assuma um valor grandioso.
    É, pois, o índio que se torna valoroso, apesar de
    encontrar a morte. Além, disso a caricaturização
    satírica dos padres jesuítas também é um fator
    dissonante do épico.

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O URAGUAI (1769)
  • Uma obra que bajula o poder?
  • O poema é dedicado ao irmão de Pombal, Francisco
    Xavier de Mendonça Furtado, e oferecido ao
    próprio Sebastião José de Carvalho e Melo, então
    Conde de Oeiras, depois Marquês do Pombal (título
    de 1769). Além disso o herói nominal do poema é
    Gomes Freire de Andrada, o executor da política
    pombalina na campanha contra os Sete Povos.

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O Indianismo o heroísmo em O Uraguai
  • Curiosamente, embora o autor tenha composto sua
    obra para ser um hino laudatório ao feito militar
    de portugueses, e de seus aliados espanhóis, na
    figura de Gomes Freire de Andrade, o que de fato
    se lê nos cinco cantos de seu poema é uma
    louvação ao índio do novo mundo com suas virtudes
    naturais intrínsecas.

39
O Indianismo o heroísmo em O Uraguai
  • O índio acaba superando, no seu espírito, o
    guerreiro português, que era preciso exaltar, e o
    jesuíta, que era preciso desmoralizar. Como filho
    da simples natureza, ele aparece como um
    elemento esteticamente mais sugestivo.

40
O Indianismo o heroísmo em O Uraguai
  • Assim, enquanto o herói europeu busca cumprir a
    ordem que lhe foi dada, se possível sem que haja
    conflito, o herói indígena contrapõe-se não por
    um caráter maldoso ou vil. Sepé quer apenas ficar
    em sua terra, reivindicando o direito natural de
    nativo da terra, e manter ali as reduções e os
    padres que as administram juntamente com os
    índios.

41
O Indianismo o heroísmo em O Uraguai
  • Basílio não ignora a legitimidade dos motivos de
    Sepé, apenas atribui estes motivos à manipulação
    dos jesuítas, estes sim, os verdadeiros vilões da
    história. Estes vilões, porém, são elementos
    menores dentro da narrativa, e são quase
    totalmente reduzidos a uma figura, a do padre
    Balda.

42
O Indianismo o heroísmo em O Uraguai
  • Toda a corrupção e maldade dos jesuítas resume-se
    às atitudes do pérfido padre, o que pessoaliza o
    pólo negativo tornando-o, assim, pouco
    representativo. Mais do que uma batalha entre
    heróis e vilões, o que temos no poema é o embate
    e o questionamento dos valores civilizados e
    primitivos, um choque entre a cultura européia e
    a cultura primitiva e autêntica dos reais donos
    do território.

43
O Indianismo o heroísmo em O Uraguai
  • Segundo Sergius Gonzaga, o choque entre a visão
    racionalista européia e o primitivismo americano
    torna-se melancólico e, portanto, não-épico
    quando o general Gomes Freire dialoga com os
    chefes indígenas, Cacambo e Sepé. O ponto de
    vista de Basílio da Gama diante da conversa entre
    os inimigos revela-se, conforme o crítico,
    paradoxal em termos ideológicos, ele é
    favorável aos europeus, mas, em termos
    sentimentais, simpatiza com os índios.

44
O Indianismo o heroísmo em O Uraguai
  • Enfim, para perceber tal ambigüidade, basta que
    se observe a hipocrisia do discurso imperialista
    do general português em confronto com as razões
    muitos mais convincentes e naturais do discurso
    do chefe indígena Cacambo. Assim, a contradição
    de Basílio da Gama que pretende, por força de
    suas conveniências políticas, glorificar tanto o
    conquistador quanto o índio missioneiro, é
    equacionada pela crítica feroz a um terceiro
    elemento os jesuítas.

45
RESUMO DOS CANTOS
46
CANTO I
  • Nos primeiros versos do poema, o leitor é
    colocado diante dos campos devastados e cheios de
    cadáveres onde se deu a batalha entre os
    exércitos português e espanhol e o dos índios
    guaranis.

47
CANTO I
  • Conta Gomes Freire que depois de firmado o
    Tratado de Madri, por D. João V (de Portugal) e
    D. Fernando VI (da Espanha), a fim de resolver os
    problemas de limites territoriais entre os dois
    impérios, foram enviados para a região das
    Missões o exército espanhol e o exército
    português a fim de juntos demarcarem as terras,
    para garantir o acordo entre os países, já que o
    cumprimento do tratado interessava a ambos os
    estados.

48
CANTO I
  • Porém, antes da união dos exércitos, os jesuítas
    induziram os índios a atacar um forte lusitano em
    Rio Pardo. Houve luta, os índios perdem o combate
    e alguns são feitos prisioneiros. Depois disso, o
    general português parte em busca dos Sete Povos,
    sempre na espera da junção com o aliado (Espanha).

49
CANTO I
  • Depois de caminhar muitos dias, o exército
    português enfrenta a travessia do rio Jacuí.
    Nessa altura, Gomes Freire recebe a notícia de
    que o general espanhol não viria mais, porque os
    índios tinham esterilizado os campos dos quais se
    alimentariam os seus cavalos e o gado.

50
CANTO I
  • O general espanhol, então, aconselha que Gomes
    Freire também se retire. Mas, Andrade, indignado,
    não aceita dar passos para trás, retirando-se
    do campo de batalha, e dispõe-se a esperar o
    aliado às margens do Jacuí. Ocorre, então, uma
    enchente tão grande que deixa alagada toda a
    região. Contudo, o general não abandonou o local,
    instalando o seu exército por dois meses no alto
    das árvores.

51
CANTO I
  • Finalmente, obrigado pelas dificuldades, impostas
    pela natureza, e pela demora do aliado, o general
    teve de abandonar o ponto a que chegara e
    retirar-se. Destaca-se, portanto, neste episódio,
    o caráter oportunista dos jesuítas, a bravura dos
    índios, a perseverança do general português, que
    não resultou quase em nada, devido enchente do
    rio Jacuí.

52
Canto II
  • No canto II, enfim, as tropas luso-espanholas
    começam a marchar rumo ao Sete Povos das Missões.
    Depois de muitos dias andando, chegam a um lugar
    onde está o exército guarani.

53
Canto II
  • Gomes Freire de Andrade lamenta a grande
    probabilidade de um conflito e, a fim de tentar
    uma saída diplomática, manda soltar os índios
    prisioneiros, que, pelo bom tratamento recebido
    no cárcere, despende-se calorosamente do general
    e depois, já entre os seus, falam sobre a nobreza
    de Andrade.

54
Canto II
  • Com a chegada de dois embaixadores índios, o
    general tenta negociar uma solução pacífica com
    os dois líderes, Sepé e seu companheiro Cacambo.
    No diálogo, são apresentados fortes argumentos
    das duas partes. Não há julgamento de valor por
    parte do narrador as razões do general e dos
    índios são colocadas em pé de igualdade. Sepé é o
    mais inflexível, não quer negociação, não
    reconhece o poder do rei português nem aceita seu
    domínio sobre o território.

55
Canto II
  • O discurso de Cacambo denuncia a crueldade do
    branco em sua invasão ao índio. Apesar disso, ele
    acredita que a paz seja possível, desde que a
    razão supere o braço armado, pensamento típico do
    ideário iluminista. Dizendo que se o rei de
    Espanha desejasse dar terras a Portugal, que
    desse outras (as Buenos Aires ou Corrientes),
    pois aquelas tinham dono. Além disso, Sacramento,
    em termos estratégicos, era mais importante do
    que as Missões e os portugueses estavam prestes a
    fazer um péssimo negócio.

56
Canto II
  • Cacambo demonstra que possui plena consciência do
    destino de seu povo, que é ser talvez destruído,
    pela astúcia da política européia. A razão de seu
    argumento pode demonstrar, também, que os
    aliados ainda são verdadeiros inimigos entre si,
    e que os índios não passam de vítimas de um
    conflito mal resolvido entre eles. Assim, a sua
    fala parece indicar a superação de seu estado
    natural, porque representa a conquista de uma
    abstração lógica ou pensamento civilizado -
    capaz, em princípio, de reacender a discórdia
    entre os aliados e evitar, com isso, o massacre
    de seu povo.

57
Canto II
  • Percebe-se, portanto, a diferença do caráter de
    Cacambo e a do seu companheiro, Sepé, que é menos
    racional e mais agressivo. Poderíamos dizer que
    Cacambo foi um diplomata e Cepé foi um guerreiro,
    tanto que tiveram mortes diferentes. Sepé na
    batalha e Cacambo através das mãos vis do egoísta
    padre Balda.

58
Canto II
  • Também nesse canto, nos deparamos com o discurso
    persuasivo e hipócrita do general Andrade
    tentando convencer os índios de que estavam sendo
    explorados pelos jesuítas, que haviam construído
    um império tirânico, e que a sua missão ali era
    de libertá-los e torná-los felizes como ele.

59
Canto II
  • A fala de Sepé, mais curta e agressiva, salienta
    o direito natural dos índios pelas terras onde
    vivem, pois como herança de seus antepassados,
    deveriam ofertá-las aos seus descendentes.
    Trata-se, pois, de uma lamentação em reação a
    invasão dos europeus ao continente americano.
    Invasão essa que pretende desalojá-los e
    apoderar-se de forma bárbara de seus recursos
    naturais.

60
Canto II
  • E o bravo guerreiro encerra seu curto discurso
    esclarecendo que se os europeus queriam a guerra,
    então a teriam. O general português também acaba
    por admitir que a guerra era inevitável e permite
    a partida dos dois embaixadores índios, depois de
    presenteá-los. Então, depois de fracassada a
    tentativa diplomática de um acordo de paz, todos
    começam a preparar-se para o confronto.

61
Canto II
  • Apesar da valentia do índio, o poderio bélico do
    europeu impera, sem contudo desmerecer o índio.
    Visto que, apesar da adversidade, o índio não se
    intimidou, lutando até não poder mais. Sepé,
    depois de lutar como um bravo, e de matar
    inúmeros brancos, acaba ferido mortalmente com um
    tiro no peito e tomba morto. Então, na ausência
    do grande comandante e guerreiro, Cacambo, ao
    lado de Caitutu e Tatu-Guaçu, reúne os índios
    restantes e foge.

62
CANTO III
  • O terceiro canto inicia-se com uma imagem
    alegórica de uma povoação destruída pela ambição
    do injusto império europeu. Contudo, o general
    desta investida não se rejubila com a vitória.
    Pelo contrário, ele se compadece dos habitantes
    daquele chão.

63
CANTO III
  • Depois de vencida a batalha, o general luso
    conduz suas tropas para as Missões. Depois de
    dias caminhando pelos campos, acampam às margens
    do Rio Uruguai, próximo ao território a ser
    ocupado. Cacambo dormia na margem oposta do rio a
    espreita dos europeus, e, sem conseguir dormir,
    vê a imagem fantástica (ou talvez ilusória) e
    triste de Sepé, exortando-o vingar a sua morte e
    defender a pátria

64
CANTO III
  • Cacambo tenta incendiar o acampamento europeu e
    consegue atravessar o profundo e irado rio sem,
    no entanto, provocar algum barulho que pudesse
    acordar o exército de Andrade. Conseguindo,
    assim, concretizar a missão a ele incumbida por
    Sepé incendiar o acampamento português,
    voltando, em seguida, para as Missões para dar a
    notícia ao padre Balda. Porém, essa empreitada
    foi debalde, visto que não provocou grandes
    problemas ao exército de Gomes. Já que o fogo foi
    rapidamente controlado, sob a autoridade do
    general.

65
CANTO III
  • O narrador, então, lamenta o destino que aguarda
    Cacambo nas Missões. O heróico índio era o
    cacique da tribo e havia casado com Lindóia,
    também altiva e nobre. E, voltando de forma
    antecipada para o seu povo, é preso, numa escura
    prisão, como traidor e envenenado pelo padre
    Balda, sem receber as honras fúnebres com pouca
    terra cobrindo seus nobres ossos, e sem ter visto
    novamente sua amada esposa antes de seu injusto
    fim.

66
CANTO III
  • O padre Balda, jesuíta e grande vilão da
    história, pretendia com o assassinato de Cacambo,
    colocar seu filho bastardo, Baldetta, no comando
    da tribo. E obrigar a esposa e precoce viúva do
    generoso índio a se casar com seu afilhado.

67
CANTO III
  • Assassinado Cacambo, Lindóia decide se matar ao
    em vez de se entregar ao Baldetta, o filho do
    padre assassino. Recorre, então, à velha
    feiticeira Tanajura na esperança de ela pudesse
    fazer alguma magia que a fizesse encontrar
    Cacambo. A velha leva a jovem viúva à gruta e lá
    elabora um feitiço. E num pote ferrugento com
    água da fonte, a feiticeira fez a nobre índia ver
    a vingança do assassinato de Cacambo, a
    destruição de Portugal por um terremoto (1755), a
    expulsão dos jesuítas e a reconstrução de
    Portugal pelo Marquês de Pombal.

68
Canto IV
  • Sempre lamentando a devastação que vê diante de
    si, Gomes Freire aproxima-se, com seu exército,
    da missão jesuítica. E depois de vencer a última
    resistência nos grandes montes da serra, enfim
    alcança o cimo da montanha, de onde pode ver toda
    a beleza da região as longas campinas, os
    riachos e fontes claras, os arvoredos frondosos,
    as plantações e o vagaroso gado do território das
    Missões. Enquanto isso, o pérfido padre Balda
    prepara o casamento de Lindóia e Baldetta com um
    curioso desfile militar.

69
Canto IV
  • Para que se iniciasse a estranha festa de
    casamento, no meio de uma guerra e ignorando
    totalmente o luto pela morte de Cacambo, faltava
    a noiva a mísera Lindóia. Tanajura, um tanto
    irritada, informa a todos que resolveram procurar
    por Lindóia que a tinha visto entrar sozinha no
    jardim, triste e chorosa, sem deixar que ninguém
    fosse com ela.

70
Canto IV
  • Caitutu, irmão da índia, parte a sua procura e
    entra, enfim, na mais remota e interna parte de
    antigo bosque, escuro e negro, onde ao pé de uma
    lapa (gruta) cavernosa, havia uma rouca fonte que
    murmurava, coberta por uma melancólica parreira
    de jasmins e rosas. Este lugar delicioso e
    triste, cansada de viver, tinha escolhido para
    morrer a mísera Lindóia. A encontra adormecida e
    enrolada em seu corpo, uma serpente. Caitutu
    consegue matar a cobra, mas já era tarde Lindóia
    havia sido picada e morre nos braços do irmão que
    contempla a morte que se faz bela em seu rosto
    (MORTE ROMÂNTICA)

71
Canto IV
  • A MORTE DE LINDÓIA Esta passagem, certamente a
    mais famosa do poema, conhecida como a morte de
    Lindóia é uma das mais belas do texto,
    denunciando o lirismo indianista e pré-romântico
    de Basílio da Gama, através da atitude heróica da
    índia que prefere a morte em vez de trair a
    memória de seu marido, revelando, assim, altivez
    e nobreza de caráter.

72
Canto IV
  • Ao ver frustrados seus planos maquiavélicos, com
    o suicídio de Lindóia, o padre Balda proíbe os
    ritos fúnebres e manda deixar seu corpo exposto
    às feras. Em seguida, culpa a feiticeira Tanajura
    e incita os índios a matá-la, condenando-a em um
    auto de fé. Neste momento, chega um mensageiro
    avisando que o exército ibérico se aproxima.
    Balda manda incendiar a redução, amarra Tanajura
    em um tronco e começa por ela o fogo. Os jesuítas
    além de Balda, há mais dois, pouco expressivos
    Tedeu e Patusca fogem para uma redução vizinha.

73
Canto IV
  • Gomes Freire de Andrade entra, triunfalmente, na
    redução, contém o incêndio iniciado por Balda, e
    mais uma vez lamenta toda aquela destruição. Os
    soldados se impressionam com o tamanho e a
    riqueza do lugar, que ainda pode ser percebido em
    meio às ruínas. Andrade indigna-se com a atitude
    dos padres de não pouparem sequer o altar e os
    símbolos sacros destruídos pelo incêndio. A
    sugestão é de que são justamente aqueles que
    deveriam representar a igreja os seus
    corruptores, que não respeitam os símbolos
    máximos da fé que deveriam pregar.

74
CANTO V
  • No início do quinto canto o narrador descreve o
    teto da catedral, onde os jesuítas tinham feito
    pintar vilas, cidades, províncias e reinos. Tais
    pinturas ostentavam a representação do poder da
    Companhia de Jesus, seus planos de conquista do
    mundo e as ações já realizadas, incluindo uma
    série de atentados e assassinatos, heresias e
    práticas de corrupção.

75
CANTO V
  • O canto quinto, que é mais político, apresenta
    algumas insinuações de Basílio da Gama sobre a
    mão suja dos jesuítas na morte de alguns reis
    na Europa, tais como as mortes de Henrique III e
    Henrique IV, da França. Mostrando assim o grande
    poder que a Companhia exercia não só no Brasil,
    mas também na Europa.

76
CANTO V
  • Enfim, o general Andrade, depois de contemplar
    todas as pinturas, enquanto os seus soldados
    ainda admiravam embevecidos o grandioso afresco,
    decide, meditando consigo mesmo, uma estratégia
    inédita de guerra. Assim, espera o cair da noite
    e volta a marchar com seu exército, a fim de
    surpreender os índios e jesuítas em outra aldeia.

77
CANTO V
  • Então, quando o exército de Andrade chega ao
    local destinado, surpreende os padres abandonando
    os índios à própria sorte, depois de tê-los
    exposto à guerra. Mas, os soldados prendem os
    padres, divertindo-se com o guloso Patusca que
    tentava fugir com presuntos europeus e lingüiças
    saborosas. O general português se mostra
    benevolente para com os índios vencidos.
    Rendidos, os nativos se colocam de joelhos frente
    à Andrade e, humilhados com a derrota, adoram a
    imagem de seu rei que lhe apresentam.

78
CANTO V
  • Enfim, o poeta encerra obra prometendo que sua
    obra terá o reconhecimento da Arcádia Romana, o
    que equivaleria a garantir a posteridade do poema.

79
Sugestão ver o filme A Missão de Rolland Joffé
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