Title: A HIST
1A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO NA
TRAJETÓRIA DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
- Jurema Alves Pereira Assistente Social da UERJ e
Professora da UCB - E-mail jusocial_at_yahoo.com.br
2CONCEPÇÃO DE FORMAÇÃO POLÍTICA E IDEOLÓGICA
- A construção da hegemonia das classes
subalternas deve implicar primeiro uma tomada de
consciência dos grupos sociais de sua própria
condição de classe e do mundo que os cerca. E,
aqui, Gramsci entende a consciência não como
resultado de um esforço individual, de uma
simples reflexão, mas como uma formação crítica,
a passagem do conhecimento da realidade, pautado
no senso comum, ao conhecimento da realidade mais
elaborado, filosófico. O processo de construção
da hegemonia é, desta forma, também um processo
de formação política e ideológica, de uma nova
prática política e de uma nova ideologia. É um
processo de intervenção ativa e consciente do
homem tanto na sua própria história como na
história do mundo. É descobrir-se e descobrir seu
lugar na história. (ALMEIDA, 1997)
3Origem do Serviço Social na Educação
- A inserção dos assistentes sociais na área de
educação não se constitui em um fenômeno recente,
sua origem remonta aos anos iniciais da profissão
em sua atuação marcadamente voltada para o
exercício de um controle social sobre a família
proletária e em relação aos processos de
socialização e educação na classe trabalhadora
durante o ciclo de expansão capitalista
experimentado no período varguista (ALMEIDA,
2004, p.2).
4BREVE HISTÓRICO DE INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA
EDUCAÇÃO.
- A relação entre Serviço Social e Educação na
sociedade brasileira se desenvolveu a partir do
final da década de 1930, durante o primeiro
mandato de Getúlio Vargas. Coerente com o caráter
desenvolvimentista adotado em sua política
interna, Vargas, em 1942, cria o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI), tendo como um
dos seus principais intuitos a adequação da força
de trabalho às necessidades do setor industrial
em desenvolvimento através da qualificação da
mão-de-obra. Neste sentido, o assistente social
juntamente com outros profissionais foi
requisitado a trabalhar no SENAI com vistas ao
ajustamento e disciplinamento do operário às
exigências impostas pelo contexto da época.
5BREVE HISTÓRICO DE INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA
EDUCAÇÃO.
- Em 1946, houve a fundação do Serviço Social da
Indústria (SESI) tendo como pano fundo a mudança
política, social e econômica ocorrida no
pós-guerra. Tanto o SENAI quanto o SESI, com seus
processos educacionais voltados diretamente para
o mundo do trabalho, configuraram um alargamento
dos espaços da educação formal brasileira que se
constituíram para além da escola.
6BREVE HISTÓRICO DE INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA
EDUCAÇÃO.
- Para Carvalho (2008), a incorporação dos
assistentes sociais nas empresas e indústrias
fazia parte do conjunto de estratégias de frear a
organização operária, uma vez que o propósito de
inserir estes profissionais nas indústrias era o
de promover o controle político e ideológico dos
trabalhadores através de mecanismos que abarcavam
processos pedagógicos e ações assistenciais.
7BREVE HISTÓRICO DE INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA
EDUCAÇÃO.
- O aumento da necessidade da capacitação técnica
da força de trabalho e, na esteira desta lógica,
da ampliação da educação escolarizada, ganhou
expressividade em meados da década de 1950 e
início dos anos 1960, uma vez que o parque
industrial brasileiro estava em desenvolvimento
acelerado e que a urbanização trazia reflexos
para a vida social. Após o Golpe de 64, a
educação brasileira ganha contornos mais
particulares.
8BREVE HISTÓRICO DE INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA
EDUCAÇÃO.
- Em 1968-1969, a política educacional da ditadura,
para realizar a filosofia que a norteava, passa
a operar a refuncionalização que lhe era
necessária e, para tanto, à sua dimensão
negativa, acopla-se uma dinâmica construtiva
(positiva) o regime autocrático burguês,
redefinindo-se na vertente do militar-facismo,
começa a instaurar o seu modelo educacional,
congruente com a concretização do seu modelo
econômico. (NETTO, 2008 58).
9BREVE HISTÓRICO DE INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA
EDUCAÇÃO.
- A relação entre a Educação e o Serviço Social na
década de 1970 e 1980 esteve mais relacionada ao
campo da formação profissional e das práticas
sobre educação popular e na efetiva atuação dos
assistentes sociais no âmbito dos
estabelecimentos e da política educacional
(ALMEIDA, 2000b).
10Universalidade/Qualidade
- O que se observa concretamente é que a classe
burguesa não se contrapõe ao acesso à escola. A
universalização do acesso legitima a aparente
democratização. O que efetivamente se nega são as
condições objetivas, materiais, que facultem uma
escola de qualidade e o controle da organização
da escola.(Frigotto, 2006, 166)
11Meu lugar é na escola?
12DESAFIOS ATUAIS PARA O SERVIÇO SOCIAL
- A entrada de assistentes sociais nas instituições
de educação formal nos últimos anos pode ser
entendida como uma conseqüência do agravamento da
questão social trazido pelo neoliberalismo.
Faz-se necessário ressaltar ainda uma marca da
última década (como bem aborda Sposati) a
articulação das políticas de enfrentamento da
pobreza e garantia de renda mínima com a política
educacional, que, dentre outras coisas, aumenta o
fluxo de informações e responsabilidades
institucionais sobre a escola. (1997)
13DESAFIOS ATUAIS PARA O SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
- Um dos principais desafios do assistente social
na atualidade seja no campo da educação ou não
é compreender e ter uma leitura crítica da
realidade e, a partir disso, optar por um
exercício profissional convergente com as
diretrizes do que se convencionou chamar de
projeto ético-político profissional, em oposição
às variadas investidas atuais que até se
apresentam em roupagens aparentemente novas, mas
que guardam relações profundas com velhas
tendências largamente conhecidas como
modernização conservadora ou com a
reatualização do conservadorismo, Pós
Modernismo. (NETTO, 2008)
14SIGNIFICADO DA QUESTÃO SOCIAL
- (...) Perde-se assim a dimensão educativa da
questão social que se expressa na vida dos
indivíduos singulares. A partir de uma artimanha
ideológica e mistificadora, elimina-se no nível
da análise, a dimensão coletiva da questão
social, reduzindo-a a uma dificuldade do
indivíduo isolado, típica do pensamento liberal.
Este ao desconhecer os direitos sociais,
transforma questão social em questão de dever
moral de prestar assistência aos pobres,
despolitizando-a (...) (IAMAMOTO, 2002b., 27)
15PARTICULARIDADES DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
NO ÂMBITO EDUCACIONAL EM TODOS OS SEUS NÍVEIS E
MODALIDADES DE EDUCAÇÃO
- (ALMEIDA, 2003), agrupa 4 focos centrais da
atuação do Serviço Social na Educação - 1. Garantia do acesso da população à educação
escolariza concessão de bolsas, definição de
critérios de elegilibilidade institucional,
elaboração de diagnósticos populacionais para
ampliação da capacidade de cobertura
institucional, a mobilização e a organização
política de grupos sociais. -
16- 2. Garantia da permanência da população nas
instituições educacionais ações
interinstitucionais dirigidas para a mobilização
da rede de proteção social local, como serviços
de saúde, de transporte, os Concelhos Municipais
ligados aos diversos campos dos direitos sociais
e os programas e projetos sociais das demais
instâncias governamentais. São ações que
favorecem desde o encaminhamento para atendimento
na rede de serviços sociais, até a inclusão em
programas sociais que incidem diretamente sobre
as condições objetivas da população no que diz
respeito à permanência dela ou de alguns membros
no sistema educacional.
17- 3. Garantia da qualidade dos serviços prestados
no sistema educacional são desenvolvidas
atividades conduzidas por assistentes sociais,
como por equipes multiprofissionais. São
atividades promovidas como parte de um processo
de formação ampliada da população com a
perspectiva de uma educação alicerçada na luta
pela conquista e ampliação da cidadania. A
organização de atividades com responsáveis, com a
comunidade local, com os próprios alunos e
profissionais da educação para tratar de questões
relacionadas aos problemas e desafios
sócio-institucionais, é parte de um processo
social e educacional no qual professores,
assistentes sociais sociólogos, sanitaristas,
psicólogos e outros profissionais têm contribuído
e participado exclusivamente.
18- 4. Fortalecimento da proposta e ações de gestão
democrática e participativa da população no campo
educacional são atividades desenvolvidas junto
a segmentos sociais como coletivos e grêmios
estudantis, sindicatos, associações de pais,
moradores e profissionais da educação no sentido
de instrumentalizar e apoiar os processos de
organização e mobilização sociais no campo
educacional.
19 CONCLUSÃO
- Limitar uma mudança educacional radical às
margens corretivas interesseiras não significa
abandonar de uma só vez, conscientemente ou não,
o objetivo de uma transformação social
qualitativa. Do mesmo modo, contudo, procurar
margens de reforma sistêmica na própria estrutura
do sistema do capital é uma contradição em
termos. É por isso que é necessário romper com a
lógica do capital se quisermos contemplar a
criação de uma alternativa educacional
significamente diferente. (Meszáros, 2005)
20Conclusão
- ...o educativo se efetiva além dos muros da
instituição de ensino e a qualidade efetiva da
escola no plano do conhecimento, dos valores, dos
símbolos e das práticas constrói-se no conjunto
da vida social. Explicita-se de forma muito
concreta, a justeza da conclusão de Marx de que
fazemos história em circunstâncias dadas, e não
escolhidas, mas que são os seres humanos que
fazem a história, e, por isso, as circunstâncias
podem ser mudadas. (FRIGOTTO, 2005, p 9)
21CLARIDADE - ENTARDECE CEDO O DIA QUEM NÃO OUSA EM
CLARA MANHÃ. (Damário da Cruz)
22BIBLIOGRAFIA
- ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. O Serviço Social
na Educação. p.1-5. In Revista INSCRITA, nº 6.
CFESS, 2000. Disponível na Internet
www.peepss.org. - ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. Serviço Social e
política educacional um breve balanço dos
avanços e desafios desta relação, mimeo, 2004.
Disponível na Internet www.cress-mg.org.br - CRESS/RJ. Em foco O serviço social e a educação.
Rio de Janeiro CRESS-RJ, 2006. - FRIGOTTO, Gaudêncio. Política Educacional e
Questão Social. In Em foco O serviço social e a
educação. Rio de Janeiro CRESS-RJ, 2006. - . A interdisciplinaridade como necessidade e como
problema nas Ciências Sociais. In JANTSCH, A. P.
BIANCHETTI, L.(orgs.) Interdisciplinaridade
para além da filosofia do sujeito.Petrópolis -
Rj, Vozes, 1995. - SPOSATI, A. (org). Renda mínima e crise mundial
saída ou agravamento? São Paulo Cortez, 1997.
23BIBLIOGRAFIA
- Meszáros, I. Educação para além do capital. 2005
- ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. Serviço Social e
política educacional um breve balanço dos
avanços e desafios desta relação, mimeo, 2004.
Disponível na Internet www.cress-mg.org.br