Title: Economia Financeira Unidade 02 Carlos Arriaga Costa
1Economia FinanceiraUnidade 02Carlos
Arriaga Costa
- Decisão financeira em incerteza
2Unidade teórica 2 Decisão financeira em
incerteza
- . Em que medida a incerteza influencia as
decisões? - . Como se formaliza a incerteza?
- . Qual a atitude do investidor face ao risco?
- . Como modelizar a incerteza?
- . Quais os princípios de dominância estocástica?
3CONCEITOS DA INCERTEZA
- A INCERTEZA PODE SER DEFINIDA COMO UMA SITUAÇÃO
EM QUE O AGENTE ECONÓMICO VÊ AS CONSEQUÊNCIAS DAS
SUAS DECISÕES DEPENDER DE FACTORES EXÓGENOS CUJOS
ESTADOS DA NATUREZA NÃO PODEM SER PREVISTOS COM
CERTEZA - Encontra-se em situação de risco.
- O risco pode ser quantificado. Associa-se ao
risco uma distribuição de probabilidades. - Probabilidade objectiva ou subjectiva?
4Activos financeiros e a incerteza
Preço Hoje Cash flow Boa conjuntura Cash flow má conjuntura
Cupão zero unitário v1 1 1
Acção a Cfa 1b Cfa 1m
5Activos financeiros e a incerteza
- V1 1 / (1rf)
- Cfa1 p . Cfa1b (1-p). Cfa1m
- Ra (cfa1-a) / a
- a cfa1 / (1ra)
6REPRESENTAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS E O PROBLEMA DE
AVERSÃO AO RISCO
- As preferências de um indivíduo têm uma
representação da utilidade esperada se existir
uma função u tal que um consumo aleatório x é
preferível a um consumo aleatório y se e só se - E u(x) E u(y)
- Onde E. é a expectativa de acordo com a
probabilidade subjectiva de cada indivíduo.
7REPRESENTAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS E O PROBLEMA DE
AVERSÃO AO RISCO(2)
- Quais as condições necessárias e suficientes para
que as preferências de um indivíduo possam ter
uma representação na utilidade esperada? - Quais as condições necessárias e suficientes para
que as preferências de um indivíduo apresentem
aversão ao risco tendo como pressuposto a
existência de uma utilidade esperada?
8REPRESENTAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS E O PROBLEMA DE
AVERSÃO AO RISCO(3)
- Probabilidade objectiva (Von Neumann-Morgenstern
(1953) e probabilidade subjectiva (Savage (1972)
diferentes aproximações á representação das
preferência através de uma função de utilidade
esperada. - Uma relação de preferência é uma relação binária
que é transitiva e completa
9REPRESENTAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS E O PROBLEMA DE
AVERSÃO AO RISCO(4)
- Plano de consumo é uma variável aleatória cujas
propriedades são especificadas em P. - Podemos interpretar o plano de consumo como uma
lotaria cujos prémios são definidos em Z. A
probabilidade de obtenção de um resultado z é
p(z).
10REPRESENTAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS E O PROBLEMA DE
AVERSÃO AO RISCO(5)
- Três axiomas (necessários e suficientes) para
uma relação binária definida em P ter uma
representação da utilidade esperada - Axioma 1 é uma relação de preferência em P
- Axioma 2 (axioma de substituição ou de
independência) - Para todo p,q,r P e a 0,1, p gt q implica
que ap (1-a)r gt aq (1-a)r - Axioma 3 (axioma de arquimedes) para todo p,q,r
P, se pgtqgtr então existirá a,b(0,1) tal que
ap(1-a)rgtqgtbq(1-b)r
11REPRESENTAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS E O PROBLEMA DE
AVERSÃO AO RISCO(6)
- Uma das implicações da teoria da utilidade
esperada é que a função de utilidade de Von
Neumann-Morgenstern é necessáriamente limitada
mesmo quando a probabilidade de distribuição do
consumo envolva níveis de consumo não limitados. - Aversão ao risco implica que u seja concâva e que
os planos de consumo das utilidades esperadas,
tendo expectativas finitas serão finitas mesmo
quando u é ilimitado.
12REPRESENTAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS E O PROBLEMA DE
AVERSÃO AO RISCO(3)
- Conceitos
- - Os modelos de incerteza partem de uma
situação simples de dois momentos (t0 e t1) - A incerteza em economia é modelizada pela
consideração de diversos estados da natureza
incertos a serem realizados em t1 - Um estado da natureza é a descrição completa de
uma situação de incerteza a ocorrer entre t0 e
t1. - Um plano de consumo é a especificação do número
de unidades de consumo de um bem em diversos
estados da natureza - Relação de preferência do indivíduo face a
diversos planos de consumo mecanismo que permite
um indivíduo comparar diferentes planos de
consumo - Função de utilidade permite concretizar a relação
de preferência do indivíduo -
- X é preferível a x se
e só se U(x) U(x) ou - Em termos de
utilidade esperada -
Eu(x) Eu(x)
13Formalização do risco
- A decisão do investidor é subjectiva
- Existem linhas de acção a tomar
- O resultado futuro é função dos estados de
natureza considerados no momento da decisão. - Os estados da natureza deverão ser mutuamente
exclusivos e exaustivos - Os estados da natureza encontram-se fora do
controle do decisor. - Para cada linha de acção existe uma consequência
- Existe uma matriz de resultados (payoff matrix)
14Payoff matrix
Estados da natureza Linhas de acção E1 E2 E3 .. Ej En
A1 A2 . . .Ai . . . Am C11 C12 C13 C1j .C1n C21 C22 C23 C2j .C2n Ci1 Ci2 Ci3 Cij .Cin Cm1 Cm2 Cm3 Cmj .Cmn
15Payoff matrixExemplo
- Um vendedor de jornais vende ao preço de 5 euros
uma revista que ele adquire ao preço de 3 euros.
A sua experiência permite-lhe considerar que as
vendas deste tipo de revista se situa em 2,3 ou 4
exemplares, sendo raro 1 ou 5. Tem a certeza de
que vende pelo menos um exemplar.
16Payoff matrixExemplo
Nº exemplares vendidos Nºde exemplares armazenados 1 2 3 4 5
1 2 3 4 5 2 2 2 2 2 -1 4 4 4 4 -4 1 6 6 6 -7 -2 3 8 8 -10 -5 0 5 10
17Payoff matrix Exemplo Qual a melhor decisão?
- Critério Laplace Não há razão q um estado da
natureza seja melhor que o outro Média
aritmética de cada linha e tomar a que der média
mais elevada. - Critério Wald Tomar em cada linha de acção a
situação mais desfavorável e decidir pela menos
desfavorável - Critério Hurwicz Cada linha é ponderada pela
situação mais favorável e menos favorável e
faz-se a media aritmética (ponderada). O factor
de ponderação é efectuado pelo decisor. - Critério de regressão Procede a um regressão
entre o valor previsto e o valor obtido à
posteriori. Os parâmetros obtidos pela regressão
irão afectar as decisões futuras.
18activos contingentes
Terminal 1 2 3
Cashflow E6 E6 E106
Cupões zero Terminal Valor nominal
1 1 ano E6
2 2 anos E6
3 3 anos E 106
E103 6.v16.v2106.v3
19Activos financeiros e a incerteza
C1bgtC1mgtF Cash flow Dívida Acções
Boa conjunt. Má conjunt. Valor mercado C1b C1m DF.v1bF.v1m F F A(c1b-F).v1b(c1m-F).v1m C1b-F C1m-F
C1bgtC1mgtF Cash flow Dívida Acções
Boa conjunt. Má conjunt. Valor mercado C1b C1m DF.v1bC1m.v1m F C1m A(c1b-F).v1b C1b-F 0
Valor da empresa com dívidaAD C1b.v1bC1m.v1m valor da empresa sem dívida
20Decisão de investimento e mercado completo
Preço hoje Cash flow boa conj Cash flow má conj
Cupão zero unit Acção 0,95 1,45 1 2 1 1
Activos contingentes B Activos contingentes M
Cupão zero unit 1 1
Acção2 2 1
0,951.v1b1.v1m 1,452.v1b1.v1m V1b 0,5 v1m 0,45
21Decisão de investimento e mercado completo
- W0 q.v1 n.a
- W1b qn.div1b
- W1mqn.div1m
- Q Z (tudo obrigações, qW0/v1,
N0, rendimento certo - (w0/a).div1m A (Tudo
em acções (q0, n W0/a) rendim incerto - q
(W0/a)/.div1b
22Decisão de investimento e mercado completo
- W0 q.v1 n.a
- W1b qn.div1b
Posição curta em acções - W1mqn.div1m
- Q Z (tudo obrigações, qW0/v1,
N0, rendimento certo - (w0/a).div1m A (Tudo
em acções (q0, n W0/a) rendim incerto -
pede emprestado
para comprar acções - q
(W0/a)/.div1b
23Mercado completo
- V1 v1bv1m
- Av1b.div1bv1m.div1m
- W0qv1na
- (qdiv1b)v1b (qdiv1m)v1m
- Um portfolio composto de q zero cupões unitários
e n acções é equivalente a um portfólio de
títulos contingentes unitários composto de
nbqdivn de títulos b e nmqdiv1m de títulos m - W0 nbv1bnmv1m
- W1b nb e W1m nm
- W0 W1v1bW1m.v1m
- W1m (W0/v1m)-(vib/v1m).W1b
24Mercado completo
- W0/v1m
- declive -(v1b/vim
- R futuros
- declive
-(1r) - R
presentes
25Atitude face ao risco
- Indiferença (neutro ao risco)
- Aversão ao risco
- Propensão ao risco
- Nota Há uma função de utilidade associada
26Indiferença ao risco
27propensão ao risco
28Aversão ao risco
29Funções de utilidade e de aversão ao risco
(Modelo de Arrow (1970) e de Pratt (1964) - 1
- U(R) mede a utilidade marginal da riqueza
- U (R) mede a variação da utilidade marginal
em relação à variação da riqueza - ? ½ s2z (- U (R) / U(R) ) em que ? é o
prémiode risco em relação a uma dada riqueza. - ARA Absolute Risk Aversion
- (- U (R) / U(R) )
30Funções de utilidade e de aversão ao risco - 2
- RRA Relative Risk Aversion
- - R (U (R) / U(R) ) em que R é o
nível de riqueza do indivíduo (hipótese razoável
é que RRA seja constante) - O normal é apresentar d(ARA)/dR lt 0 e d(RRA)/dR
0. - Quatro classes de ARA
- . DARA (Decreasing Absolute Risk Aversion)
Função exponencial negativa - . CARA (Constant Absolute Risk Aversion) função
exponencial - . IARA (Increasing Absolute Risk Aversion)
Função quadrática - . HARA (Hyperbolic Absolute Risk Aversion)
família de funções de utilidade definida por
Merton (1971) da forma -
- U (C,t) e ?t V(C)
- e V(C) (1-µ)/ µ
ßC/(1-µ) ?µ - Onde C representa o consumo. Esta função permite
optimizar simultaneamente a escolha entre consumo
e activos financeiros em tempo contínuo. -
31Funções de utilidade e de aversão ao risco - 3
- Coeficiente de prudência absoluta
(Kimball(1990)) - AP U(R) / U(R) mede a propensão de um
indivíduo se preparar para fazer face à incerteza
(mais do que medir o prémio de risco desejado) - Standard Risk aversion Uma função é considerada
standard se os coeficientes ARA e de prudência
não são crescentes com a riqueza.
32Dominação estocástica
- PROBLEMA Em que condições podemos dizer sem
ambiguidade que um indivíduo prefere um activo
com risco a um outro activo com risco? (partindo
da hipótese que o indivíduo é nonsatiable e com
aversão ao risco) - Está assocoado com a dominação estocástica e com
o conceito de menor risco entre os activos com
risco
33Dominação estocástica de primeiro grau
- Dois activos com risco (A e B)
- Um activo (A é dominante sobre outro activo
(B (A FSD B) se todos os indivíduos possuirem
uma função d eutilidade em riqueza que seja
contínua e crescente preferem A a B ou se mostrem
indiferentes a A e B - O domínio encontra-se dependente dos retornos
esperados face a cada estado de natureza
considerado -
- E P(e) x
y z - 1 1/3 10
10 1 - 2 1/3 1
2 20 - 1/3 1 1
100 - Y domina x mas z não domina y e x
- Todavia, se houver um indivíduo que prefira x a
z é porque dá mais importância (subjectiva) ao
estado de natureza (neste caso o 1).
34Dominação estocástica de primeiro grau e segundo
grau- definições
- DEF 1 Um activo A domina um activo B,
estocásticamente de primeiro grau, se e sòmente
se, para toda a U(.), independente dos estados da
natureza , com ugt0, Eu(A(z)) Eu(B(y)) - DEf 2 Um Activo A domina um activo B
estocásticamente de segundo grau se, toda a
pessoa com aversão ao risco e para toda a U(.),
com ugt0 , continua excepto num subconjunto 0,1
e ult0 , Eu(A(z)) Eu(B(y)), prefira o activo
A. - E (z) E(y) mas
- S(x) )x0(FA(z) FB(z))dz lt0 todo x e0,1