Title: Epidemiologia e Sa
1Epidemiologia e Saúde na Empresa
Como usar a epidemiologia na gestão da saúde do
trabalhador e o caso do NTEP
- Prof. Armando Pimenta, MD, Ph.D
- Faculdade de Medicina Universidade Federal do
Rio de Janeiro - Conselheiro Técnico Científico da ABMT
2O que é Epidemiologia ?
- Estudo dos fatores que determinam a frequência
e a distribuição das doenças nas coletividades
humanas. - Associação Internacional de Epidemiologia
- - Enquanto a clínica dedica-se ao da doença no
indivíduo, caso a caso, a Epidemiologia
debruça-se sobre a saúde coletiva.
3Clínica eDesenhos de Estudos
- História
- Exame Físico
- Exames Complementares
- Hipóteses
- Tratamento
- Prognóstico
- Desfecho
- Série de Casos
- Corte Transversal (Seccional)
- Caso Controle
- Coorte
- Prospectiva
- Retrospectiva
- Ensaio Clínico
- Randomizado
- Não Randomizado
4Vigilância Epidemiológica
- Conjunto de atividades com o propósito fornecer
orientação técnica permanente para os
profissionais de saúde - Orienta decisões sobre a execução de ações de
controle de doenças e agravos, bem como dos
fatores que os condicionam, numa área geográfica
ou população definida.
5Gripe H1N1 2009 SRAG
6Informações Epidemiológicas no Trabalho
- Um dado significativo para avaliação é a presença
ou ausência de efeitos locais, caracterizados por
sintomas, sinais ou doenças nos colegas de
trabalho que compartilham essencialmente do mesmo
ambiente de trabalho que o paciente em causa. - Norwood et al Guia para diagnóstico de Doença
Profissional - JAMA 196 (3) 297-298 18 de abril
de 1966.
7Epidemiologia Descritiva
- Dados de estatística descritiva mostram
coeficientes de medidas de freqüência de doenças. - Procuram definir tanto os casos novos quanto os
antigos na população. - Mais especificamente, podem vir estratificados
por sexo, faixa etária ou ocupação.
8Avaliando a Carga da Doença
- Incidência
- Prevalência
- D A L Y (Disability-Adjusted Life Year)
9Incidência
- Corresponde ao número de casos iniciados em um
período definido, dividido pela população em
geral ou sob algum risco em particular. - Tipos especiais são as taxas de mortalidade,
morbidade, letalidade ou de ataque.
10H1N1 Taxa de Mortalidade
11Mortalidade por Ac. Trab. 2007
Unidade da Federação Óbitos por 100.000
Mato Grosso 32,4
Mato Grosso do Sul 17,3
Rondônia 17,2
Acre 16,5
Pará 16
Minas Gerais 15,9
Maranhão 14,6
Roraima 13,6
20 - São Paulo 8,4
26 - Rio de Janeiro 7
Brasil 9,7
12Proporção de óbitos () - BrasilGrupo de Causas
Período 2006
Fonte Ministério da Saúde/SVS Sistema de
Informações sobre Mortalidade - SIM
Grupo de Causas Proporção de Óbitos
Doenças do Aparelho Circulatório 32,01
Neoplasias 16,47
Causas Externas 13,57
Doenças do Ap. Respiratório 10,87
Doenças Infecciosas /Parasitárias 4,92
Afecções do Período Perinatal 2,99
Demais Causas Definidas 19,18
Total 100
13Dados de MorbidadeInfluenza A H1N1
14Taxa de IncidênciaDoenças Ocupacionais 2007
Estado TIDO (por 10000)
Brasil 7,17
Amazonas 21,48
Rio de Janeiro 11,44
Sergipe 11,35
Tocantins 11,29
Rio Grande do Sul 8,7
Rio Grande do Norte 8,11
Rondônia 7,97
Alagoas 7,77
São Paulo 7,36
Santa Catarina 6,95
Piauí (o menor) 0,93
15Taxa de Incidência Acid. Trab. Típicos - 2007
Estado Incidência por 1000
1 - Pernambuco 24,81
2 - Mato Grosso do Sul 17,59
3 - Rio Grande do Sul 16,95
4 Paraná 16,92
5 - São Paulo 16,74
6 - Amazonas 16,66
7 - Mato Grosso 16,44
8 - Minas Gerais 15,9
9 - Pará 15,64
16 - Rio de Janeiro 10,71
Brasil 14,31
16Prevalência
- Contabiliza todos os casos existentes na
população num determinado período, divididos pela
número de indivíduos na população considerada.
Exemplos diabetes, hipertensão,
hipercolesterolemia - Bases diagnósticas na clínica são mais
consistentes quando aplicamos corretamente os
conhecimentos sobre prevalência de eventos.
Exemplo Rastreamento por exames.
17 Questão
- Em uma população de 1000 indivídu-os submetidos a
um exame de ras-treamento para determinada
doença, quantos apresentarão resultado positivo,
sabendo-se que a doença tem prevalência de 0,1
e que o exame tem sensibilidade de 100 e
especificidade de 95 ?
18Resposta
- Positivo Negativo
-
- Com doença 1 0
- Sem doença 50 949
- Totais 51 949
19Coeficientes de incidência estimados para 2008
para os tipos de câncer mais freqüentes (exceto
pele não-melanoma) em mulheres, Brasil e regiões
geográficas. INCA
por 100.000 habitantes . Mama 0,0507
20Coeficientes de incidência estimados para 2008
para os tipos de câncer mais freqüentes (exceto
pele não-melanoma) em homens, Brasil e regiões
geográficas.
por 100.000 habitantes Próstata 0,0524
21D A L Y (Disability-Adjusted Life Year)
- Um DALY significa um ano de vida saudável
perdido, comparando com a expectativa de vida ao
nascer. - Corresponde a soma dos anos perdidos por
mortalidade precoce com aqueles devidos a alguma
incapacidade. - http//www.who.int/healthinfo/global_burden_diseas
e/estimates_country/en/index.html
22(No Transcript)
23DALY Brasil (por 100000)
Causa DALY 2004
Todas as causas 20112
Infecciosas, maternas e perinatais 3864 (AIDS 260, diarréias 532)
Cardiovascular 2649 (Coronária 951, AVC 836)
Neoplasias 1379 (Mama 177, Próstata 104)
Neuropsiquiátricas 4083 (Depressão 1396, Álcool 627)
Respiratórias 1251
Acidentes 1397 (Trânsito 656)
Violência 1256
24Estudos Observacionais
- Série de Casos
- Seccional (Transversal)
- Caso Controle
- Coorte
25Séries - Ramazzini
- Doenças dos trabalhadores em minas
- Asma
- Hemoptise
- Caquexia
- Úlceras gengivais
- Pés inchados
- Dores Articulares
- - Acidentes por picadas de aranhas
26Séries - Ramazzini
- Doenças dos trabalhadores com tabaco
- Dores de cabeça
- Náuseas e vertigens
- Secreção nasal e tosse
- Sangramento hemorroidário após sentar-se em rolos
de tabaco
27Séries Ramazzini Anos 1700 - 1713
- Doenças dos que trabalham de pé (carpinteiros,
aplanadores, escultores, ferreiros, serradores,
pedreiros) - Pulsos radiais de menor amplitude
- Varizes e úlceras de membros inferiores
28Séries - Ramazzini
- Doenças dos trabalhadores sedentários
(sapateiros, alfaiates, costureiras) - Cifose dorsal
- Dormências nas pernas
- Pele pálida e de aspecto sarnento,crostas
29Séries Ramazzini
- Doenças dos Judeus
- Presbiopia e miopia.
- Em mulheres, dores de cabeça, dentes, faringe e
ouvidos (ambientes confinados). - Em homens, tosse e dispnéia por limpeza de peças
de lã. - Judeus são diferentes de todas as outras
pessoas. São simultaneamente indolentes e
diligentes (apenas opinião pessoal de Ramazzini
nexo presumido...)
30Séries Ramazzini
- Doenças dos Homens Cultos
- Indigestão, Considerável Flatulência
- Palidez
- Encurvamento do Corpo
- Tornam-se melancólicos porque a parte
espirituosa do sangue é consumida pelo trabalho
intelectual. - Outras razões estão ligadas à astronomia e
filosofia. O alto grau de dissipação de
espíritos vitais leva ao escurecimento do sangue.
31Estudos Transversais (Seccionais)
- Observam uma população definida em um ponto único
no tempo ou intervalo de tempo. - A exposição e o desfecho são determinados
simultaneamente.
32Estudos Seccionais
Indivíduos com desfecho
Indivíduos Selecionados para o estudo
Indivíduos sem desfecho
Tempo do estudo
33Estudos Seccionais
- Avaliam simultaneamente indivíduos de população
bem definida em período específico, com amostra
representativa da população se toda ela não pode
ser estudada. - Baixo custo em tempo, dinheiro e pessoas, avaliam
bem prevalências - Podem estudar vários efeitos clínicos
34Estudo Transversal
35Vigitel MS 2007
36Estudos Seccionais
- Desvantagens
- Não provam relação causal
- Não demonstram taxas de incidência ou de risco
- Não estabelecem sequência de eventos, resultados
e exposição são concomitantes no momento do
estudo. - Não permitem avaliar gradiente dose resposta
- Dificuldade de padronizar casos elegíveis.
- Impossível comparar grupos.
37Seccionais
- Tipos de dados
- demográficos
- ambientais
- sócio-econômicos
- dados de morbidade
- notificação de casos/surtos
- dados de mortalidade
38Estudo Seccional
- FARIA, Neice Müller Xavier FACCHINI, Luiz
Augusto FASSA, Anaclaudia Gastal e TOMASI,
Elaine. Agrotóxicos e sintomas respiratórios
entre agricultores. Rev. Saúde Pública online.
2005, vol.39, n.6, pp. 973-981. - http//www.scielo.br
39Agrotóxicos e Sintomas Respiratórios
- 1.379 agricultores de dois municípios da Serra
Gaúcha, Brasil, em 1996. - Foram medidas a frequência e as formas de
exposição química aos agrotóxicos, além das
intoxicações agudas para ambos os sexos. - Foram entrevistados todos os indivíduos com 15
anos de idade ou mais, com no mínimo 15 horas
semanais de atividade.
40Agrotóxicos e Sint. Resp.
- A prevalência de sintomas de asma foi de 12 e
22 foram considerados como portadores de doença
respiratória crônica. - CONCLUSÕES Apesar das limitações de causalidade,
os resultados evidenciaram que o trabalho
agrícola envolvendo agrotóxicos está associado
com a elevação da prevalência de sintomas
respiratórios, especialmente quando a exposição é
superior a dois dias por mês.
41John Snow e Cólera
- Mortes por cólera em Broad Street, Golden Square
e arredores, Londres, 19/8 a 30/9/1854. - Eliminação do conceito de transmissão aérea da
doença. - Elegante demonstração de transmissão pela água.
42Mapa do Cólera Londres
43Epidemiologia Analítica
- Para confirmar hipóteses de estudos descritivos,
é preciso estabelecer comparação entre dois
grupos selecionados. - Ao compor tais grupos deve-se evitar viéses e
fatores de confusão. - Achados ao acaso devem ser reconhecidos através
de testes estatísticos de significância.
44Análise de Risco Populacional
- Devem ser delineados trabalhos utilizando métodos
de - Caso Controle
- Coorte
45Estudo Caso Controle
- Envolve pacientes que tenham o desfecho de
interesse (casos), pacientes sem o desfecho
(controles) e investigação para ver se tiveram a
exposição de interesse. - Parte-se do desfecho!
46Estudos de Caso Controle
- Baixo custo e pouco tempo de estudo.
- Limita-se a apenas um efeito clínico.
- Faz-se pareamento entre os dois grupos
considerando idade, sexo, nível sócio-econômico
entre outros.
47Estudos Caso-controle
- Causas? Fatores de risco?
E
Casos
NE
E
Controles
NE
48Estudo Caso Controle Clássico
- Doll Hill 1950.
- Análise de casos conhecidos de câncer de pulmão
(casos), em 20 hospitais londrinos, com pacientes
com outras patologias, avaliando exposição a
tabagismo. - Calculou-se probabilidade de se vir a ter câncer
de pulmão quando se é tabagista. - Richard Doll and A. Bradford HillSmoking and
Carcinoma of the LungBr Med J Sep 1950 2 739 -
748
49Doll Hill - Pareamento
50Doll Hill - Pareamento
51Doll Hill BMJ 1950
52Caso ControleAsbesto e Mesotelioma
- Muriel L. Newhouse, Hilda Thompson
- British Journal of Industrial Medicine
196522261-269 - MESOTHELIOMA OF PLEURA AND PERITONEUM FOLLOWING
EXPOSURE TO ASBESTOS IN THE LONDON AREA
53(No Transcript)
54Asbesto Três Grupos de Controle
- Pacientes internados no hospital no verão de
1964, pareados por sexo e intervalo de nascimento
de 5 anos com os casos de mesotelioma. - Casos de suposto mesotelioma rejeitados por exame
histopatológico. - Pacientes internados no London Hospital durante
período de 47 anos, pareados por sexo, idade e
data de admissão hospitalar.
55Exemplo Previdenciário de Cálculo do NTEP
56Nexo EpidemiológicoCaso Controle Clássico
- Condado de Oswego, NY
- 1940
- Dr. A. M. Rubin
http//www.docstoc.com/docs/472735/Investigating-a
n-Outbreak-Part-II
57Histórico Oswego I
- Em 18 de abril de 1940, uma igreja em Oswego
promoveu um jantar beneficiente. - O evento iniciou-se às 18 horas e prolongou-se
até 23 horas. - Diversos alimentos foram servidos, dispostos em
mesa para self-service, durante o período. - No dia seguinte, o serviço de vigilância
sanitária acusa mais de 40 casos de
gastroenterite, todos em frequentadores da
reunião.
58Histórico Oswego II
- Dr. A. M. Rubin, epidemiologista, é designado
para investigar o fato. - Familiares dos doentes não foram contaminados.
Decidiu concentrar-se nos alimentos servidos no
jantar. - Entrevistou 75 pessoas, das quais 46 apresentaram
gastroenterite no período de até 72 horas após a
festa.
59Alimentos Servidos
- Principais
- Presunto assado
- Espinafre
- Purê de batatas
- Repolho
- Salada de frutas
- Bebidas
- Café, leite ou água.
60Alimentos Servidos
- Acompanhamentos
- Gelatina
- Pão francês
- Pão integral
- Sobremesas
- Sorvete de chocolate
- Sorvete de baunilha
- Bolo
61Qual alimento é culpado?
- Casos (doentes) todas as pessoas com
gastroenterite até 72 horas após a festa. - Controles (não doentes) todos os que foram à
festa e não ficaram doentes. - Expostos quem ingeriu determinado alimento.
- Não expostos quem não ingeriu o mesmo alimento.
62Cálculo da Razão de Chances
Doentes Não Doentes Totais
Expostos A B A B
Não Expostos C D C D
Totais AC (46) B D (29) 75
63Água
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 13 11 24
Não Expostos 33 18 51
Totais 46 29 75
Razão de Chances (13 x 18) / (11x 33) RC
0,64
64Sorvete Chocolate
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 25 22 47
Não Expostos 21 7 28
Totais 46 29 75
Razão de Chances (25 x 7) / (22x 21) RC 0,45
65Espinafre
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 26 17 43
Não Expostos 20 12 32
Totais 46 29 75
Razão de Chances (26 x 12) / (20 x 17) RC
0,92
66Purê de Batatas
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 23 14 37
Não Expostos 23 14 37
Totais 46 28 74
Obs Um entrevistado (no. 19) não soube informar
se ingeriu este alimento.
Razão de Chances (23 x 14) / (14x 23) RC 1
67Repolho
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 18 10 28
Não Expostos 28 19 47
Totais 46 29 75
Razão de Chances (18 x 19) / (28 x 17) RC
1,22
68Gelatina
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 16 7 23
Não Expostos 30 22 52
Totais 46 29 75
Razão de Chances (16 x 22) / (7 x 30) RC
1,68
69Bolo
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 27 13 40
Não Expostos 19 16 35
Totais 46 29 75
Razão de Chances (27 x 16) / (13x 19) RC
1,75
70Sem Nexo Epidemiológico
Alimento Razão de Chances
Sorvete de Chocolate 0,45
Leite 0,61
Água 0,64
Pão Francês 0,68
Espinafre 0,92
Café 0,997
Purê de batatas 1
71Com Nexo Epidemiológico Previdenciário -))
Alimento Razão de Chances
Bolo 1,75
Gelatina 1,68
Salada de Frutas 1,28
Repolho 1,22
Presunto 1,20
Pão Integral 1,13
72Sorvete Baunilha Nexo Real
Doentes Não Doentes Totais
Expostos 43 11 54
Não Expostos 3 18 21
Totais 46 29 75
Razão de Chances (43 x 18) / (11x 3) RC
23,45
73Fatores de Confusão
- São alheios à pergunta
- São determinantes do desfecho
- Estão desigualmente distribuídos entre expostos e
não expostos - Exemplos tabagismo, doenças degenerativas,
somatização, condições sócio econômicas
desfavoráveis.
74Vieses
- Correspondem a resultados que fogem
sistematicamente de valores reais. - Procedimentos subjetivos podem preponderar sobre
os lógicos. - Confecção de peças íntimas causa tuberculose? Ou
transtorno bipolar? - Duas principais categorias
- Vieses de seleção
- Vieses de aferição
75Vieses de Seleção
- Para seleção de casos para avaliar risco de AVC é
mais fácil recrutar os já existentes na
população mas isto gera viés de seleção por não
incluir casos mais graves, com sobrevida curta. - Para seleção de controles deve-se ter cuidado de
parear por idade e sexo pelo menos. Também há
amostras viciadas em que os indivíduos não vêm da
mesma população dos casos.
76Vieses de Aferição
- De recordação presença do efeito clínico gera
maiores lembranças sobre uma exposição. - De entrevista efeito clínico gera maior
investigação de exposição prévia. Ex questionar
mais exposição a ruído em perdas neurosensoriais. - De suspeita efeito influencia a exposição nos
casos de causas conhecidas e difundidas.
Procura-se o fator de risco a partir da doença, e
não a doença a partir do fator de risco.
Somatizações.
77Estudos de Coorte
- Causas? Incidência? História Natural? Prognóstico?
D
ND
E
D
Coorte Selecionada
ND
NE
78Estudos de Coorte
- Úteis para avaliar a incidência ou história
natural de alguma condição, e fatores preditivos
dos efeitos clínicos. - Longo espaço de tempo e alto custo.
- Atenção especial à seleção da amostra o exame
inicial deve comprovar serem todos saudáveis ou
não terem o efeito clínico a ser estudado na
coorte. - Como não se conhece o desfecho, calcula-se risco
relativo e não razão de chances.
79Coorte Prospectiva
- Um grupo de pessoas saudáveis é acompanhado por
determinado tempo para verificar o aparecimento
de determinada doença e procura-se estabelecer
variação de incidência ou diferenças apenas
quanto a intensidade do fator de risco em estudo. - Estudo clássico Framingham para fatores de
risco cardiovascular.
80www.framinghamheartstudy.org
81Framingham 1973 artigos publicados
82Framingham Fatores de Risco Coronário
83Coorte Retrospectiva
- São estudos que identificam exposição e efeitos
já ocorridos, com informações sobre exposição já
lançadas em prontuários médicos até o surgimento
da doença. - Tipo de coorte em que a observação das pessoas
expostas foi iniciado em algum momento do passado
84Coorte Absenteísmo Shell
J. Occup Env Med Volume 47, Number 8, August
2005
85Shell Coorte Absenteísmo
86Ensaios Clínicos
- Qual o melhor procedimento ou tratamento?
- Padrão-ouro?
D
ND
Indivíduos Incluídos no ensaio
D
Intervenção
Randomização
ND
87Critérios de Bradford Hill 1
- Força da Correlação entre as variáveis
- Consistência em várias circunstâncias e locais
- Especificidade da situação e de variáveis
- Relação temporal exposição precedeu resultados?
- Gradiente Biológico (dose resposta)
Austin Bradford Hill, The Environment and
Disease Association or Causation?Proceedings of
the Royal Society of Medicine, 58 (1965),
295-300.
88Critérios de Bradford Hill 2
- Plausibilidade faz sentido biológico?
- Coerência A interpretação de causa efeito não
deve ser conflitante com fatos conhecidos da
história natural e biologia da doença. - Evidências Experimentais por uma ação observada
propõe-se medidas preventivas. Funcionam? - Analogias A experiência com efeitos da
talidomida e rubéola na gestação nos alerta sobre
outros medicamentos e infecções virais.
89PRINCIPAIS PASSOS
- 1 - Definir a Pergunta da Investigação
- 2 - Seleção da População em Estudo
- 3 - Mensuração da Exposição
- 4 Seguimento
- 5 - Determinação dos Desfechos
- 6 - Análise dos Dados
- 7 Interpretação.
90Avaliação de Qualidade de Estudos Epidemiológicos
91Definição de Grupos
92Qual Alimento é Culpado?
- Casos (doentes) todas as pessoas com
gastroenterite até 72 horas após a festa. - Controles (não doentes) todos os que foram à
festa e não ficaram doentes. - Expostos quem ingeriu determinado alimento.
- Não expostos quem não ingeriu o mesmo alimento.
93Mensurações de Exposição
94Mensuração de Resultados
95Força de Associação
96Fatores de Confusão
97Vieses
98Exposição e Resultado
99Dose - Resposta
100Fatores Psicossociais
101Participação
102Mascaramento (Cegamento)
103Frequência de Avaliações
104Avaliações de Resultados
105Ponderação
106Força das Evidências
107NTEP - Falhas Metodológicas
108Visão Geral - NTEP
- O Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
afirma que, se determinada doença é mais
freqüente em determinada atividade econômica,
todo caso nela identificado deve ser considerado
como doença ocupacional. - Pressupõe dano ocupacional pela simples
associação, de forma incorreta, entre duas
variáveis inespecíficas.
109Questões Previdenciárias
- Pertencer a um determinado grupo de
- atividade econômica (CNAE) constitui
- fator de risco para o adoecer (CID)?
- Qual a dimensão desse risco?
110Metodologia do NTEP
111Razão de Chances
Produto dos casos certos (a x d) dividido pelo
produto dos casos errados (b x c)
112Exemplo Previdenciário de Cálculo do NTEP
113Razão de Chances Resolução 1269
- Para RCgt1, tem-se que, entre os trabalhadores
expostos, há mais probabilidade de adoecer do que
entre os não expostos. Diz-se que há excesso de
risco. Por exemplo para RC 1,65, ter-se-ia 65
de excesso para o grupo de expostos. - Afirmação falsa. RC mede força da associação,
não excesso de risco real.
114E Se ...
CNAE Doentes F-40 a F-48 Sem doença Total
6421 21.580.976,6 88.084,4 21.699.061
Outro 42.002,4 966,6 42.969
Total 21.622.979 89051 21712030
RC 5,63 - A Mesma! Razão de chances não
representa excesso de risco!
115Hipótese Razão de Chances gt 1
Doentes Não Doentes Total
CNAE 1234 52 (a) 48 (b) 100
Outras 48 (c) 52 (d) 100
Total 100 100 200
Razão de Chances (ad/bc) 1,17361
116Potencialização RC
117Potencialização RC - CONFE
118Bradford Hill - Possível Nexo Causal
- A exposição precedeu o surgimento dos resultados?
- Há gradiente dose resposta?
- A associação é consistente de estudo para estudo?
- Faz sentido biologicamente?
119Conclusões CONFE
- A metodologia do indicador Razão de Chances
apresenta graves impropriedades, tanto no aspecto
conceitual quanto no aspecto da aplicação. - Primeiramente é um indicador pouco rigoroso para
acenar com relação causal, especialmente quando
as populações expostas e não expostas são
absolutamente heterogêneas em relação as
variáveis relevantes, que, aliás, no caso
especifico não são conhecidas.
120Associação X Causalidade
- A associação de A com B não prova que A causou B.
- Uma correlação pode existir, mas a causalidade só
pode ser determinada por modelos de avaliação
mais complexos. - Dados epidemiológicos não podem ser aplicados em
cada caso individualmente. Determinam
probabilidade, não evento.
121Apendicites Ocupacionais
CNAE Descrição
0810 Extração de ardósia
1011, 1012, 1013 Abate de bovinos, aves, suínos
1071 Fabricação de açúcar bruto
1411, 1412 Roupas íntimas e outros vestuários
1531 Fabricação de calçados de couro
1610 Serrarias
1621 Fabricação de madeira laminada
1732, 1733 Embalagens de papel ou cartolina
2451 Fundição de ferro e aço
122Tuberculoses Ocupacionais
CNAE Descrição
1091 Fabricação de bolos industrializados
1411 Confecção de anáguas, calcinhas, camisolas
3011 Construção de embarcações
4120 Construção de edifícios
4713 Lojas de departamentos, de variedades, freeshops
4321 Instalação de alarmes, antenas coletivas, interfones, eletricista doméstico
123Diabetes Ocupacionais
CNAE Descrição
1091 Fabricação de bolos industrializados
4120 Construção de Edifícios
4319 Bombeamento, drenagem, rebaixamento de lençóis dágua, preparação de minas,obras de valas, regos e fossas
4923 Mototáxi, motoboy, táxi, aluguel de veículos com motorista
8122 Dedetização, descupinização, desratização
9420 Associações e sindicatos de trabalhadores
124Extração de Ardósia CNAE 0810
CID Descrição
A15 A19 Tuberculose
G 40 Epilepsia
G 45 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
H 53 H 54 Distúrbios Visuais
J 40 J 47 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
K 35 K 38 Apendicite e Outras Doenças do Apêndice
125Consequências
126Subnotificação ou Hipernotificação?
- INSS tenta corrigir um suposto erro com outro,
mas amplifica a margem de imprecisão com sérias
conseqüências sociais. - Para evitar a suposta subnotificação,
hipernotifica-se tudo com o NTEP.
127HipernotificaçãoRegra do INSS pode gerar passivo
trabalhistaJornal Valor Econômico -26/09/2007
- Todeschini diz que a expansão na concessão de
benefícios por moléstias do trabalho foi bastante
significativa em casos que antes eram tratados
como moléstias comuns. É o caso da dor lombar
baixa, que registrou média mensal de 113
benefícios concedidos por doença ocupacional de
janeiro a março de 2007. Depois do nexo, a média
mensal, medida de abril a julho, foi para 1.630
casos.
128Dor Lombar 182 CNAEs Diversos
129Hemorróidas Ocupacionais
130Apendicites Ocupacionais
131NTEP - Osteomusculares
132NTEP Doenças Mentais
133NTEP - Cardiovasculares
134http//www3.dataprev.gov.br/conadem/ConsultaAuxDo
enca.asp
135Maior Incentivo a Longos Afastamentos
- A manutenção do contrato de trabalho e contagem
de tempo de serviço para fins de aposentadoria,
associadas ao pagamento do FGTS incentivam a
permanência em auxílio-doença. - Tiro no pé da própria previdência. Podemos
esperar maior procura para obter auxílios
doença e licenças mais longas. Círculo vicioso.
136(No Transcript)
137Heresia Jurídica
- Diante de tantas falhas metodológicas, a imensa
maioria das correlações apontadas pelo NTEP não
corresponde a um nexo causal verdadeiro. - A inversão do ônus da prova nestes casos
parece-nos uma heresia jurídica. - Esta é agravada pelo cerceamento de defesa, já
que o INSS suspendeu internamente o julgamento
das contestações.
138Fator Acidentário de Prevenção FAP
- Trata-se de um número por empresa, compreendido
entre 0,5 e 2, que multiplica as atuais alíquotas
de 1, 2 e 3 com base em indicador de
desempenho calculado a partir das dimensões
freqüência, gravidade e custo
139Índice de FrequênciaPeso para o FAP 0,35
- Inclusão de todas as CATs.
- Inclusão de todos os acidentes de trajeto.
- Benefícios acidentários concedidos a partir de
abril /2007 sob a ótica dos nexos previdenciários
reconhecidos pela perícia - nexo técnico profissional ou do trabalho, listas
A e B - nexo técnico individual
- NTEP
140Índice de Frequência
- Número de acidentes registrados em cada empresa,
mais os benefícios que entraram sem CAT
vinculada, por nexo técnico/número médio de
vínculos x 1.000 (mil).
141Índice de Gravidade
- Número de benefícios auxílio doença por acidente
(B91) x 0,1 número de benefícios por invalidez
(B92) x 0,3 número de benefícios por morte
(B93) x 0,5 o número de benefícios
auxílio-acidente (B94) x 0,1)/número médio de
vínculos x 1.000 (mil)
142Gravidade Peso 0,5
- Decreto 6042
- A somatória, expressa em dias, da duração do
benefício incapacitante considerado nos termos do
inciso I, tomada a expectativa de vida como
parâmetro para a definição da data de cessação de
auxílio-acidente e pensão por morte acidentária. - Resolução 1308
- todos os casos de afastamento acidentário por
mais de 15 dias, os casos de invalidez e morte
acidentárias, de auxílio-doença acidentário e de
auxílio-acidente. É atribuído peso diferente para
cada tipo de afastamento em função da gravidade
da ocorrência. Para morte o peso atribuído é de
0,50, para invalidez é 0,30, para auxílio-doença
o peso é de 0,10 e para auxílio-acidente o peso é
0,10
143Custo Peso 0,15
- Resolução 1308
- Valores pagos pela Previdência em rendas mensais
de benefícios. - No caso do auxílio-doença (B91), o custo é
calculado pelo tempo de afastamento, em meses e
fração de mês, do trabalhador. - Nos casos de invalidez, parcial ou total, e
morte, os custos são calculados fazendo uma
projeção da expectativa de sobrevida a partir da
tábua completa de mortalidade construída pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, para toda a população
brasileira, considerando-se a média nacional
única para ambos os sexos
144Índice de Custo
- Índice de custo valor total de benefícios/valor
total de remuneração paga pelo estabelecimento
aos segurados x 1.000 (mil).
145Geração do FAP por empresa
- Após o cálculo dos índices de freqüência, de
gravidade e de custo, são atribuídos os percentis
de ordem para as empresas por setor (Subclasse da
CNAE) para cada um desses índices. - Desse modo, a empresa com menor índice de
freqüência de acidentes e doenças do trabalho no
setor, por exemplo, recebe o menor percentual e o
estabelecimento com maior freqüência acidentária
recebe 100. O percentil é calculado com os dados
ordenados de forma ascendente. - O percentil de ordem para cada um desses índices
para as empresas dessa Subclasse é dado pela
fórmula abaixo - Percentil 100x (N ordem 1)/(n 1)
- Onde n número de estabelecimentos na
Subclasse - Nordem posição do índice no ordenamento da
empresa na Subclasse.
146Simulação Cálculo FAP
- Supondo-se o percentil de cada empresa, podemos
imaginar os impactos sobre o FAP. - simulafap.xls
147FAP Consulta Dados
148Consulta FAP
149Impacto Decreto 6957 SATAtividades
Preponderantes e Graus de Risco
Fonte Dr Paulo Reis - Sistema de Informação de
Saúde http//www.sis.com.br/
150Aplicação do FAP
151Como Jabuticabas, NTEP só no Brasil...
152NTEP Resolve Problemas?
153- Obrigado pela atenção
- armando.pimenta_at_terra.com.br