Title: di
1diálogo
- uma prática da cultura de paz
2diálogo etimologia da palavra
- a palavra diálogo vem do grego
- logos sentido, palavra
- dia através de
- ou seja, diálogo significa quando um significado
perpassa, atravessa um grupo
3diálogo
- o diálogo é uma prática que busca superar a
separatividade que caracteriza a mente menor,
ou mente pequena
4mente pequena
- posições e concepções pessoais ou grupais de
cunho egoísta, proselitista, sectário, de
orientação competitiva-destrutiva, que buscam
atender a interesses PARCIAIS e que afastam o
grupo, a sociedade, do sentido de inteireza, de
unidade, de totalidade
5mente pequena
- a mente pequena conta de demandas que buscam
excluir o outro ou parte da sociedade do acesso
aos bens materiais ou imateriais, aumentando a
separatividade, a destrutividade, a ansiedade, a
angústia...
6o outro
- por causa da mente pequena, não percebemos o
outro enquanto tal - ou projetamo-nos sobre ele, crendo que ele deve
se comportar, em última análise, como nós, ou
como achamos que é certo - ou o excluímos, por ser diferente e portanto
desviante, errado...
7o diálogo e o outro
- reduzindo o outro ao que pensamos dele, acabamos
por não ouvi-lo e não vê-lo, esquecendo da sua
própria inteireza, daquilo que lhe é
intrinsecamente verdadeiro como ser que é - preferimos verdades gerais, coletivas, ignorando
as diferenças porque é mais cômodo... - o problema é que, de modo mais amplo, isso não
funciona
8o outro
- o outro tem seu próprio modo de ser, sua própria
verdade, tão importante quanto a nossa - o outro é ao mesmo tempo diferente e igual a
nós... - o diálogo é uma prática em que se busca OUVIR o
outro, para com isso recuperar a inteireza de
ambos numa totalidade que tudo abrange (inclusive
o ambiente!)
9ouvir, pensar junto
- ouvir o outro é a única maneira de pensar junto
- recuperar a capacidade de pensar junto é o
objetivo do diálogo - não é fácil! ouvimos o outro através de uma tela
mental de conceitos, pressupostos, que logo se
tornam, descaradamente, preconceitos e ideologias
10Para ser capaz de realmente ouvir, a pessoa deve
abandonar ou pôr de lado todos os
preconceitos.Quando você está em um estado
mental receptivo, as coisas podem ser facilmente
compreendidas.Mas, infelizmente, a maioria de
nós ouve através de uma tela de
resistência.Somos cobertos por preconceitos,
quer religiosos, quer espirituais, psicológicos
ou científicos ou por preocupações, desejos e
temores diários.E com esses temores como tela,
ouvimosportanto, na realidade, ouvimos nosso
próprio ruído, nosso próprio som, não aquilo que
está sendo dito.Krishnamurti,A primeira e
última liberdade.
11ouvir
- ouvir é muito difícil, em um ambiente em que
todos querem falar - ouvir é um sentido mais totalizante do que a
visão esta apresenta, por exemplo, ilusões de
ótica... - ouvimos algo à distância, ouvimos numa abertura
de 360 graus...
12ouvir
- ouvir é um sentido MUITO ATIVO (a qualidade da
escuta se sobrepõe à da fala!) - normalmente confundimos a RECEPTIVIDADE do ouvir
com passividade! - para ouvir é preciso despir-se do que é conhecido
13Não sei se você já prestou atenção ao modo como
ouve não importa o quê, um pássaro, ao vento
nas folhas, as águas correntes, ou como escuta
num diálogo consigo mesmo, à sua conversação em
várias relações com seus amigos íntimos. Ouvir é
extraordinariamente difícil, porque estamos
sempre projetando as nossas opiniões e idéias,
nossos preconceitos, nossa formação, nossas
inclinações e impulsos quando estes dominam, não
ouvimos quase nada do que está sendo dito.
Somente ouvimos, e portanto aprendemos, em um
estado de atenção, um estado de silêncio, em que
todo esse fundo está em suspensão, está calmo
então, me parece, é possível comunicar.(Krishnam
urti, sobre o ouvir)
14preconceitos, pressupostos
- o problema com os pressupostos e com as
ideologias que derivam deles é que eles têm
núcleos duros - núcleos duros são aspectos do pensamento que se
transformam em verdades que não são questionadas
e não se abrem ao questionamento (dogmas) - eis um exemplo
15- 3 de Junho de 1997
- A politica externa e a de defesa dos Estados
Unidos estão à deriva. Conservadores criticaram
as políticas incoerentes da Administração
Clinton. Resistiram também aos impulsos
isolacionistas vindos de suas próprias fileiras.
Mas os conservadores não tiveram a confiança
suficiente para levar à frente uma visão
estratégica do papel da América no mundo. Não
estabeleceram princípios condutores para a
política externa americana. Permitiram que
diferenças táticas obscurecessem potenciais
concordâncias quanto aos objetivos estratégicos.
E não lutaram para um orçamento de defesa que
pudesse manter a segurança da América e defender
os interesses americanos no novo século. - Nosso objetivo é mudar isto. Visamos marcar
presença e obter apoio para a liderança global da
América. - Com o século vinte chegando ao fim, os Estados
Unidos surgem como o poder proeminente no mundo.
Tendo conduzido o ocidente à vitória na Guerra
Fria, a América está frente a uma oportunidade e
um desafio. Têm os Estados Unidos a visão para
seguir as realizações das décadas passadas? Têm
os Estados Unidos a determinação para moldar um
novo século favorável aos interesses e princípios
americanos? - Estamos em perigo de deixar passar a oportunidade
e perder o desafio. Vivemos do capital tanto os
investimentos militares e as realizações na
política externa amealhado pelas administrações
passadas. Cortes nos gastos com os assuntos
exteriores e com a defesa, falta de atenção aos
assuntos de Estado, e uma liderança inconstante
tornam cada vez mais difícil sustentar a
influência americana no mundo. E a promessa de
benefícios comerciais a curto prazo ameaça
suplantar considerações estratégicas. Como
conseqüência, estamos pondo em jogo a capacidade
da Nação de fazer frente às ameaças atuais e de
lidar com desafios ainda maiores que estão à
frente. - Parece que esquecemos os elementos essenciais do
sucesso da administração Reagan forte poder
militar, pronto para enfrentar desafios presentes
e futuros política externa que acentuada e
propositalmente promove os princípios americanos
no exterior e uma liderança nacional que aceita
as responsabilidades globais dos Estados Unidos.
16- É claro que os Estados Unidos devem ser prudentes
na maneira de exercer seu poder. Mas não podemos
evitar em segurança as responsabilidades da
liderança global ou os custos associados com seu
exercício. A América tem um papel vital na
manutenção da paz na Europa, Ásia e no Oriente
Próximo. Se fugimos às nossas responsabilidades,
convidamos desafios aos nossos interesses
fundamentais. A história do século 20 deveria nos
ter ensinado que é importante moldar as
circunstâncias antes que surja a crise, e a
enfrentar ameaças antes que se tornem grandes
demais. A história deste século devia nos ter
ensinado a abraçar a causa da liderança
americana. - Nossa meta é lembrar os americanos destas lições
e tirar delas conseqüências para hoje. Há quatro
conseqüências - - precisamos aumentar significativamente os
gastos com a defesa, se quisermos estar à altura
das nossas responsabilidades de hoje, e
modernizar as nossas forças armadas para o
futuro. - - precisamos fortalecer nossos laços com os
aliados democráticos e desafiar os regimes hostis
aos nossos interesses e valores - - precisamos promover no exterior a causa da
liberdade política e econômica - - temos que aceitar a responsabilidade pelo papel
único que tem a América em preservar e
estabelecer uma ordem internacional condizente
com a nossa segurança, nossa prosperidade e
nossos princípios. - Uma política tão a la Reagan de força militar e
clareza moral pode não estar na moda, hoje. Mas é
necessária se os Estados Unidos quiserem
consolidar os sucessos deste século que passou e
assegurar nossa segurança e grandeza no que virá.
- Elliott Abrams Gary Bauer William J.
Bennett Jeb BushDick Cheney Eliot A. Cohen
Midge Decter Paula Dobriansky Steve
ForbesAaron Friedberg Francis Fukuyama
Frank Gaffney Fred C. IkleDonald Kagan
Zalmay Khalilzad I. Lewis Libby Norman
PodhoretzDan Quayle Peter W. Rodman
Stephen P. Rosen Henry S. RowenDonald
Rumsfeld Vin Weber George Weigel Paul
Wolfowitz
17preconceitos, pressupostos
- como esses pressupostos não se abrem à
verificação, ao exame, são frágeis e
defendem-se através de meios violentos - concepções fechadas sempre procuram se impor pela
força, pela persuasão, pelo convencimento, e não
se estabelecer a partir da coerência, da
reflexão, do compartilhamento de significados
18se uma opinião é correta, não necessita ser
defendida emocionalmente se não é, por que
deve ser defendida???
19o diálogo e a coerência
- coerência significa estar junto é o oposto de
aderência, em que a pessoa compra sem saber por
que está levando! - o diálogo busca esse estar junto, a coerência
20o diálogo e a coerência
- ninguém pode ser forçado a estar junto
- basta olhar para ver a maior parte das
comunicações de massa, dos discursos
ideológicos, busca a aderência e não a coerência
21o diálogo e a coerência
- etimologicamente, aderir significa estar preso,
atado, ligado... - alguém que adere compensa sua fragilidade com a
aparência de uma certeza alheia que por sua vez
também é frágil, já que conta com adesões
inconsistentes interiormente!
22preconceitos, pressupostos
- com base nos pressupostos, preconceitos ou
ideologias nós julgamos o mundo, a vida, os
outros e não mais percebemos a realidade como ela
é - por trás de um julgamento sempre há um
pressuposto que, se exposto, aumenta o
conhecimento que o participante e o grupo têm da
realidade
23preconceitos, pressupostos
- para um grupo que quer se desenvolver através do
diálogo, os preconceitos, pressupostos e
ideologias núcleo duro necessitam ser expostos
e examinados abertamente - um grupo que se abre para isso cresce
extraordinariamente!
24pensamento linear e pensamento complexo
- na base do problema dos pressupostos, está o
funcionamento linear do pensamento - na linearidade, o máximo que se pode fazer é
julgar em oposições, como certo e errado - o pensamento criativo não cabe dentro do modelo
linear
25pensamento linear e complexo
- o pensamento linear é ótimo para gerar
repetições fazer com perfeição sempre o mesmo
computador, o mesmo automóvel, ensinar aquilo que
já se sabe - o pensamento sistêmico procura verificar o que
uma coisa é na posição em que ocupa em um sistema
de relações com outros elementos (rede)
26pensamento linear e complexo
- o pensamento complexo é a totalidade do campo
formado pelo pensamento linear e o pensamento
complexo - trata-se de aprender a usar a linearidade quando
é necessária, e o pensamento sistêmico quando é
necessário
27linearidade e pensamento sistêmico uma
circularidade
pensamento linear
pensamento sistêmico
28diálogo e discussão
- a forma de conversação típica do pensamento
linear é a DISCUSSÃO, o DEBATE - a forma de conversação típica do pensamento
complexo é o DIÁLOGO
29diálogo e discussão
- discussão etimologicamente tem a mesma raiz que
percussão, concussão quebrar, fracionar,
analisar - o movimento do diálogo é sintetizar, amalgamar,
recuperar a totalidade - mas aqui também é importante perceber que há uma
circularidade necessária entre diálogo e
discussão
30diálogo e discussão uma circularidade
diálogo
discussão ou debate
31diálogo e discussão
- quando é necessário repetir, lidar com o que já
se sabe, decidir uma forma melhor excluindo
outras, a ferramenta é a discussão - quando é necessário criar, inovar, sintetizar,
mediar, incluir todas as partes em um todo
abrangente, a ferramenta é o diálogo
32diálogo e discussão
- o problema com a discussão é que achamos que
podemos resolver todos os problemas através dela - a mente linear perde compreensão dos aspectos
relacionais da realidade (interdependência) - na verdade, tudo ocorre no âmbito da
interdependência nunca estamos isolados!!!!
33diálogo e discussão
- por causa do nosso modo compulsivo de discutir,
logo que começamos uma conversação entramos em um
automatismo - CONCORDO / DISCORDO
34a discussão e a competição
- a discussão, como a fazemos, liga-se a outro
problema da nossa civilização a competitividade
destrutiva, da mente pequena, que isola, separa,
exclui, aumenta a discriminação, a injustiça, a
concentração de renda - competição e cooperação também formam uma
circularidade
35competição e colaboração uma circularidade
cooperação
competição
36competição etimologia
- a palavra competição tem duas raízes
- uma está ligada à competência, capacidade de
melhorar o próprio desempenho, tornar-se cada vez
mais eficiente e melhor - a outra é competere, ligada à cizânia, à
encrenca, à difamação, à injúria, à calúnia, a
vencer derrotando o outro, e não sendo melhor do
que ele...
37diálogo e cooperação
- o diálogo serve à cooperação com algo maior, com
a totalidade do indivíduo, do grupo, da
sociedade, com a interdependência - na verdade, o diálogo busca exatamente trazer à
consciência e à prática do grupo ou sociedade
esse inter-relacionamento real e prático que
existe entre tudo e todos
38para finalizar respeito
- se o diálogo busca ouvir o outro e não ignorá-lo
- busca compartilhar com ele e não impor-lhe
coisas - se busca a coerência dos participantes de um
grupo ou sociedade e não a aderência - só pode basear-se fundamentalmente no respeito ao
outro
39respeito
- respeito, etimologicamente, vem de respecere, que
significa - OLHAR NOVAMENTE
- respeitar é observar atentamente, não pressupor
verdades nem tem-ques no outro! - sempre gosto de brincar não tem-que nada!
40diálogo, mente grande e mente pequena
- retornando ao início da nossa conversa, o diálogo
busca superar o estágio de consciência da mente
pequena - o diálogo busca a mente ampla, em que o todo
inclui a individualidade e a individualidade
inclui o todo - é um estado de consciência, e está sempre
presente, mas não prestamos atenção nele!
41modelos mentais
- o que o diálogo propõe é um novo modelo mental,
em que a participação e a responsabilidade são
elementos chave - para ser responsável, para responder, é preciso
conhecer
42modelos mentais
- para conhecer, é preciso atenção, percepção,
intuição, e não julgamentos - JULGAMENTOS SÃO PASSADO, e
- ATENÇÃO É AMOR!!!